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Mulkirigala, um magnífico templo escavado na rocha no sul do Sri Lanka

Por Filipe Morato Gomes
Templo na gruta Paduma, Mulkirigala
Buda reclinado no interior da gruta Paduma, em Mulkirigala

As grutas de Mulkirigala são, muito provavelmente, o templo mais espetacular do sul do Sri Lanka. Não competem com os mais famosos templos e complexos arqueológicos do chamado triângulo cultural do Sri Lanka, é certo, mas valem ainda assim a visita. Pelo menos em jeito de aperitivo para o que vai encontrar no resto do país.

Reza a história que o templo de Mulkirigala foi fundado pelo Rei Devanampiyatissa no longínquo século terceiro, depois de “plantar uma árvore de Bodhi no local”. Tal como a fortaleza de Sigiriya, o templo de Mulkirigala está instalado num rochedo enorme rodeado de floresta, havendo até quem lhe chame “pequena Sigiriya”.

Durante o planeamento do meu roteiro no Sri Lanka, decidi visitar Mulkirigala a partir das praias da costa sul. E mantive o plano. Aluguei uma scooter em Goyambokka e fiz-me à estrada.

A minha visita a Mulkirigala

Visitar Mulkirigala Sri Lanka
A primeira plataforma de Mulkirigala

Com a scooter estacionada à porta, entrei no complexo, dirigi-me a um pequeno guichet onde me foi cobrada a entrada e estava pronto para explorar.

Mulkirigala está disperso por vários níveis e inclui uma série de grutas profusamente decoradas com estátuas e paredes pintadas com interessantes frescos da época Kandyan; mas nem todos em bom estado.

Frescos em Mulkirigala Sri Lanka
Algumas paredes estão pintadas com frescos da era Kandyan (1469–1815)

Fui explorando os pequenos templos de Mulkirigala até que, depois de subir alguns degraus a partir da árvore de Bodhi, encontrei o chamado Santuário Real. São quatro grutas, unidas por uma passagem arqueada, que me pareceram ser o coração de Mulkirigala.

Os tetos e as paredes estavam pintados. Havia pilares de madeira com altos-relevos, e estátuas de madeira de animais e “quatro nobres deuses”, para usar a expressão inscrita num pequeno folheto que comprei à entrada. Tudo muito colorido.

Numa das grutas maiores – o sétimo santuário -, avistei uma estátua enorme de Buda na posição de falecido. Pareceu-me um templo impressionante, embora difícil de apreciar por causa das portas de vidro colocadas entre os visitantes e as magníficas estátuas.

Aluth Viharaya, quinto santuário de Mulkirigala
Aluth Viharaya, o quinto santuário de Mulkirigala

Depois de entrar em todas as grutas subi, por fim, até ao topo do rochedo, onde se encontra outra árvore de Bodhi. Descalcei-me e reparei num senhor de idade avançada, de ar muito sereno, que varria o chão com uma vassoura artesanal. Parecia ter todo o tempo do mundo. Cumprimentei-o, e subi os últimos degraus de Mulkirigala rumo a uma stupa de dimensões razoáveis.

Por esta altura, o sol estava forte e incisivo. Apreciei a stupa e um modesto templo de oração instalado no topo do rochedo, despedi-me da árvore de Bodhi, acenei de novo ao zelador do templo, e encetei a descida até à entrada de Mulkirigala.

Visitar Mulkirigala: Naga Viharaya
Naga Viharaya, o sexto santuário de Mulkirigala

Em resumo, vale ou não a pena visitar Mulkirigala

No meu caso funcionou bem porque aluguei uma scooter em Goyambokka e ocupei o dia para ir a Mulkirigala e depois a Hiriketiya, aproveitando para conhecer algumas das praias do Sri Lanka.

Mas, sinceramente, não julgo ser fundamental. Especialmente se tiver os dias contados e for visitar Dambulla, um complexo de grutas incluído na lista de Património Mundial no Sri Lanka. Seja como for, tendo tempo, não deixe de visitar Mulkirigala.

Stupa de Mulkirigala
Regressando da visita à stupa de Mulkirigala

Guia para visitar Mulkirigala

Como chegar

Não é fácil chegar ao Templo de Mulkirigala de transportes públicos e, dado o preço do aluguer de uma scooter (apenas 1.500 Rupias do Sri Lanka por dia), julgo que é a melhor opção. Dessa forma, terá total liberdade para seguir ao seu ritmo e parar onde entender. Os acessos são fáceis desde Dikwella (praia de Hiriketiya) ou Tangalle (praia de Goyambokka).

Recomendo que use a aplicação Maps.me para mais facilmente se orientar nas estradas do Sri Lanka; foi o que eu fiz e funcionou muito bem.

Onde ficar

Honestamente, não creio que se justifique dormir nas proximidades de Mulkirigala. Eu fiquei alojado no Golden Beach Resort e recomendo vivamente. Fica na praia de Goyambokka, perto de Tangalle e a pouco mais de 20km do Templo de Mulkirigala.

Se optar por montar base em Goyambokka e preferir outro hotel, considere como alternativa o Palm Paradise Cabanas (recomendado por uma amiga que lá ficou hospedada); a Deshan Homestay; o Sanderling Silent Beach Cabanas; o Tamarind Blue; ou ainda o Eden Reverie Cabana & Spa.

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Filipe Morato Gomes
Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.

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