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Museu do Oriente, uma ponte entre culturas remotas

Por Filipe Morato Gomes | Atualizado em 7 Nov 2020 | Viagens Europa Lisboa Portugal Museus Deixe um comentário
Tempo de leitura: 8 minutos

Coleção permanente do Museu do Oriente
Tsuba, inro e netsuke, peças de origem japonesa em exposição no Museu do Oriente

O Museu do Oriente é um dos mais importantes museus de Lisboa. Diz o site oficial que o museu nasceu com a nobre vocação de “contribuir para o encontro entre Ocidente e Oriente e para uma relação entre civilizações em que o conhecimento, a arte e também as relações económicas substituam a ignorância, o fanatismo e a guerra”. E isso seria, por si só, motivo suficiente para merecer a minha visita.

Na verdade, já tinha estado várias vezes no Museu do Oriente; até porque, em tempos, foi a casa dos meus workshops de Escrita de Viagens em Lisboa. Mas nunca tinha visitado as exposições com calma suficiente para poder partilhar a experiência. Até agora. E é sobre essa visita ao Museu do Oriente que hoje escrevo.

Conteúdos do Artigo
  • 1 A minha visita ao Museu do Oriente
    • 1.1 A presença portuguesa na Ásia
    • 1.2 Coleção Kwok On
    • 1.3 Fotos do Museu do Oriente, Lisboa
    • 1.4 Museu em Festa
  • 2 Guia prático
    • 2.1 Como organizar a visita ao Museu do Oriente
    • 2.2 Onde ficar
    • 2.3 Seguro de viagem

A minha visita ao Museu do Oriente

Museu Oriente Lisboa
A escadaria de acesso às exposições permanentes do Museu do Oriente

“Inaugurado em 2008, o Museu do Oriente em Lisboa é um espaço de conhecimento e partilha, dedicado às relações entre os portugueses e os povos asiáticos. Uma viagem por cinco séculos de cultura, contada através da história e das tradições vivas da Ásia; para ver em 1.500 peças, incluindo pintura, escultura, cerâmica e ourivesaria.”

Era dia de festa quando fui visitar o Museu do Oriente. Estávamos (e ainda estamos) em período de comemorações do décimo aniversário do museu, pelo que havia atividades temáticas – e gratuitas – adicionais. A cada semana, um país como foco. Calhou-me as Filipinas, destino que visitei em 2012 e do qual guardo as melhores memórias – como os passeios de barco pelo belíssimo arquipélago de Bacuit, ao largo de El Nido, na ilha de Palawan.

Uma vez no interior do Museu do Oriente, comecei por assistir a um curto espetáculo de danças sinulog, originárias da ilha Cebu. Havia ainda uma pequena mostra de artesanato e produtos tradicionais das Filipinas; e uma sessão de contos tradicionais daquele país, dedicada aos visitantes mais novos.

Depois de passar por ambos os eventos, fui então apreciar as exposições permanentes do Museu do Oriente – o principal objetivo da minha visita.

A presença portuguesa na Ásia

A presença portuguesa na Ásia
Início da exposição A presença portuguesa na Ásia

Existem duas grandes coleções expostas de forma permanente no Museu do Oriente. A primeira é alusiva à presença portuguesa na Ásia, e inclui peças tão diversas como biombos chineses e japoneses, uma coleção de peças de porcelana brasonada da Companhia das Índias ou objetos relacionados com as culturas dos povos de Timor-Leste. Foi por essa coleção que comecei a explorar o museu.

Não faltam peças lindíssimas e de enorme valor histórico mas, para além disso, foi também uma forma de reviver experiências de viagens antigas para destinos como Macau, a China, o Japão, Myanmar, a Índia e Timor-Leste. São os territórios representados na exposição e que, felizmente, já tive oportunidade de visitar.

Museu do Oriente Lisboa
Um visitante observa peças oriundas da Índia expostas no Museu do Oriente (Lisboa)

Entre tudo o que vi no Museu do Oriente, vários objetos chamaram a minha atenção. Por exemplo, uma porta de madeira incrível, logo a abrir a exposição, com origem no Estado indiano de Goa, região sob domínio português durante mais de quatro séculos (entre 1510 e 1961). Ou uma máscara de Timor-Leste, símbolo tradicional de poder num país que tanto me diz e que, um dia, apelidei de “mais próspera nação do planeta“. Ou ainda as porcelanas armoriadas com origem na China; peças de cerâmica com milhares de anos; os magníficos biombos chineses e japoneses.

Do Japão, aliás, país onde fiz um roteiro de viagem inesquecível, não pude deixar de reparar num elmo utilizado pelos samurais no período Edo; e ainda nos pequenos mas belíssimos exemplares de inro (caixas herméticas usadas para “transportar medicamentos ou substâncias perecíveis”), netsuke (artefacto que serve para segurar o inro ao cinto) e tsuba (“nome dado ao guarda-mão da espada japonesa”, de forma quadrada ou circular).

Visitar Museu Oriente: coleção permanente
Exemplares de inro, peças de origem japonesa em exposição no Museu do Oriente

Coleção Kwok On

A segunda coleção permanente, conhecida como Kwok On, é dedicada aos “testemunhos das artes performativas de toda a Ásia” – máscaras e peças usadas nos teatros de sombras, por exemplo – e às ”religiões populares de que essas artes são expressão”, com peças relacionadas com as manifestações rituais do hinduísmo e budismo, religiões animistas e cultos xamânicos.

Na verdade, o acervo da segunda coleção é tão vasto que não é possível expor a sua totalidade em simultâneo. É, ao invés, mostrada ao público apenas uma pequena parcela, em mostras temáticas de longa duração (ou seja, não é verdadeiramente permanente; o que permite, ao longo dos tempos, ir voltando para conhecer as restantes facetas da Coleção Kwok On).

Visitar Museu do Oriente: Ópera Chinesa
Entrada para a exposição A Ópera Chinesa

Quando visitei o Museu do Oriente, estavam expostas quase trezentas peças dedicadas à ópera tradicional chinesa, considerada um dos maiores tesouros culturais de toda a China. Trata-se de uma combinação de várias artes – canto, música, mímica, dança e ainda acrobacias e artes marciais – que inclui também a manipulação de armas e outros objetos.

Depois de subir a escadaria de acesso ao segundo piso do Museu do Oriente, encontrei trajes, perucas, incríveis modelos de maquilhagem, marionetas, instrumentos musicais e demais objetos relacionados com essa arte ancestral. Tudo muito colorido, exuberante e divertido, concentrado numa exposição com uma enorme dose de originalidade e interesse. Ainda para mais se estiver a pensar visitar Pequim nos próximos tempos, cidade que alberga a mais famosa ópera chinesa da atualidade.

Ao fim de um par de horas a calcorrear as exposições patentes no Museu do Oriente, acabei por permanecer no edifício do museu para almoçar. Tinha sido uma manhã em cheio, mas outros compromissos chamavam por mim durante a tarde. De estômago reconfortado, saí então de Alcântara e segui para o aeroporto internacional de Lisboa. Era hora de apanhar um voo para um novo destino.

Não me ocorre forma mais apropriada de terminar a visita ao Museu do Oriente. Para ser perfeito, faltou apenas que o destino seguinte fosse na Ásia.

Fotos do Museu do Oriente, Lisboa

Exposição Museu do Oriente: A presença portuguesa na Ásia
A presença portuguesa em Macau
Missionação portuguesa na Ásia
Missionação
Porcelanas armoriadas, China
Porcelanas armoriadas, China

Museu em Festa

Museu em Festa foi o mote da programação especial do Museu do Oriente na dupla comemoração do 30º aniversário da Fundação Oriente e do 10º aniversário do museu.

Assim, entre março e maio de 2018, o Museu do Oriente ofereceu uma programação de aniversário com exposições, concertos, workshops e “espetáculos sobre as tradições, saberes e técnicas do Oriente”.

Cada semana foi dedicada a um dos oito países representados – Índia, Coreia do Sul, Filipinas, Tailândia, Japão, Bangladesh, China e Timor-Leste -; com eventos mais frequentes aos domingos.

Eu visitei o Museu do Oriente durante a semana dedicada às Filipinas.

Guia prático

Como organizar a visita ao Museu do Oriente

Alguns dados práticos para planear a visita ao Museu do Oriente.

  • Morada: Av. Brasília, Doca de Alcântara (Norte), Lisboa; a entrada do Museu fica na fachada virada para a Av. 24 de Julho.
  • Horário: terça a domingo, 10:00 – 18:00 (na sexta-feira fecha às 22:00).
  • Preço: 6€ (gratuito para estudantes e menores de 5 anos; 2€ para visitantes dos 6 aos 12 anos, e 3,50€ para maiores de 65 anos; e professores e alunos em visita de estudo). À sexta-feira, a entrada é gratuita das 18.00 às 22.00.
  • Site oficial: www.museudooriente.pt

Onde ficar

É sabido que existem inúmeros bons hotéis onde ficar em Lisboa; mas, no contexto deste texto, vou sugerir apenas alojamentos localizados nas proximidades do Museu do Oriente; nomeadamente em Alcântara e na Estrela.

Assim, recomendo o belíssimo Garam Lisboa, a escassos 300 metros do museu; ou o excelente boutique hotel As Janelas Verdes. Para uma alternativa menos convencional e mais barata, sugiro o hostel The Dorm, que fica no interior do Lx Factory, a menos de um quilómetro do Museu do Oriente. Por fim, se procura um hotel de cinco estrelas nas proximidades do museu, não hesite em ficar no Olissippo Lapa Palace.

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Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 50 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

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