
El Nido, Filipinas
Às primeiras horas do dia, assim que uns madrugadores raios de sol entraram no bungalow de madeira acompanhados pelo chilrear da passarada, olhando para o azul que pintava a praia de El Nido, não poderia estar mais feliz. Tinham-se passado três dias de intensas chuvas e não havia ainda visitado o belíssimo arquipélago de Bacuit, a razão maior que me fez rumar ao extremo norte da ilha Palawan. Mas tinha finalmente chegado o dia!
A baía de El Nido espraiava-se de forma provocadora diante dos meus olhos. Ia finalmente conhecer Bacuit, cujas “dramáticas formações calcárias” são tão bonitas que, diz com humor o afamado portal de viagens Lonely Planet, “ajudam a manter o negócio dos vendedores de postais”.

Bacuit fica a poucas milhas de distância de El Nido. Percorrendo a rua principal do vilarejo, não foi difícil encontrar quem tivesse um barco preparado para sair, uma vez arranjado o número mínimo de passageiros com vontade de explorar o arquipélago.
Partimos a meio da manhã rumo a Bacuit numa bangka filipina, embarcação com estabilizadores laterais cuja origem remonta a território polinésio, com a promessa de conhecermos as tais formações rochosas, praias e paisagens de grande beleza, para além de fazer snorkelling e vislumbrar a diversidade subaquática da região.
Sim, as Filipinas são hoje consideradas uma alternativa aos óbvios locais de praia do Sudeste Asiático, como Bali ou as ilhas do Sul da Tailândia. E Bacuit, juntamente com os arrozais de Banaué, a ilha-resort de Boracay e os tubarões-baleia de Donsol, é uma das pérolas maiores do país.
A Snake Island, por exemplo, uma das “ilhas” do arquipélago, possui uma finíssima língua de areia – sem forma fixa devido aos caprichos das marés – que une duas pequenas ilhotas de vegetação luxuriante. No interior, uma curta caminhada sempre a subir levou-me ao centro da ilha, de onde avistei uma imensidão de águas transparentes de pouca profundidade, protegida por corais, de onde não apetecia sair nem quando “Darwin”, o capitão do barco, chamou o pequeno grupo para um delicioso almoço de peixe fresco e muita fruta.
Era um lugar incrivelmente belo e fotogénico, daqueles onde se pensa que melhor não pode ficar. Mas a verdade é que depois aparece a “praia secreta” e ilhéus como Cudnugon ou Pinagbuyutan, onde fiz snorkelling deixando-me levar pela fraca corrente até uma zona em que uma parede se afunda no oceano e uma imensidão de azul tomou conta dos meus olhos. Cada ilha uma surpresa, cada enseada, praia ou lagoa um deleite. Era uma sequência interminável de tons de azul e verde, areais fotogénicos recortados por rochedos e fileiras de palmeiras, uma fauna subaquática surpreendentemente farta e vistosa a pouquíssimos metros do areal.
E assim, entre peixes coloridos, areais brancos e boas companhias passei o meu primeiro dia no arquipélago de Bacuit. Mas não o último.
Em viagem, gosto de experimentar coisas novas e, por isso, raramente repito uma experiência. Porque deixa de ser surpresa, não há novidade e, regra geral, a emoção da descoberta é trocada pela previsibilidade do conhecido. É como navegar em águas familiares, em que o viajante não se põe à prova, não arrisca, não se aventura porque tudo é já expectável – e isso costumo evitar. Mas em El Nido foi diferente.
Dias depois, voltei a entrar numa outra bangka para fazer novo passeio a Bacuit. O mesmo passeio. Não me recordo de tal ter acontecido em muitas situações durante as minhas viagens pelo mundo, e isso diz muito da boa energia de El Nido e da beleza do arquipélago Bacuit. Os vendedores de postais podem estar tranquilos.
Seguro de viagem
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O melhor das (minhas) viagens
A Matinal desafiou-me a partilhar “o que há de melhor em viajar”, incentivando-me a recorrer ao baú de memórias para partilhar experiências marcantes vividas em viagem. Assim nasce esta série de artigos com alguns dos melhores momentos das viagens que tenho feito pelo mundo:
- De barco pelas águas tropicais de Bacuit, Filipinas
- Explosões de lava no vulcão Yasur em Tanna, Vanuatu
- A magia de Petra, Jordânia
- Safari no parque Etosha, Namíbia
- Viver e amar em Ubud, Bali
- Desova das tartarugas em Tortuguero, o milagre da vida na Costa Rica
- Explorando o parque Zion, EUA
- Viajar de autocaravana na Nova Zelândia
- Estocolmo: espelho meu, existe cidade na Europa mais bela do que eu?
- Despertar com os monges de Luang Prabang
- 4×4 no deserto de Gobi, Mongólia
Que lugar tan precioso. Algun dia. Me parece un poco a mi isla Puerto Rico.