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Nadar com tubarões-baleia em Ningaloo

Nadar com tubarões-baleia em Ningaloo, Western Australia

Foi uma holandesa em viagem pelas Filipinas que me sugeriu nadar com tubarões-baleia, mas só haveria de concretizar a ideia no Parque Marinho de Ningaloo, costa oeste na Austrália. Nadar com os bons gigantes foi uma experiência “orgásmica”.

Tubarões-baleia, encontros imediatos em vários graus

“É a primeira vez que eu não encontro uma palavra para definir alguma coisa ou alguma sensação. Nunca me tinha acontecido isto. Mas já fiz muitas coisas na vida e já pensei muito sobre a maneira para descrever qual é a emoção. Não sei mesmo o que te dizer sobre o que senti quando vi aquele gigante a nadar ao meu lado. Tens mesmo de fazer isto uma vez na vida”. Para quem não consegue encontrar uma palavra, Astrid Donker, uma holandesa de 60 anos que vive em Ibiza, Espanha, estava a ser bastante prolixa.

Tinha acabado de a conhecer, estávamos a chegar a Sabang, para visitar o Rio Subterrâneo de Palawan, nas Filipinas. Eu estava nos primeiros meses de uma volta ao mundo em família, ela estava na segunda semana de viagem nas Filipinas, país onde planeava passar cinco semanas de férias.

Tubarão-baleia em Ningaloo
Momento da passagem de um tubarão-baleia ao nosso lado

Devo muitas dicas de viagem à Astrid – como, por exemplo, o sítio onde ficar em Gili Air, na Indonésia, para poder ver tartarugas no seu habitat, a escassas braçadas da linha da praia. Mas a mais importante de todas havia de ser a tal referência ao “gigante” que nadou ao seu lado. Sem precisar de reguladores nem de botijas de oxigénio. Gigantes, à vista desarmada, ali à superfície. Foi um tubarão-baleia.

Astrid queria convencer-nos a alterar os nossos planos de viagem, para irmos até Donsol, numa outra ilha do arquipélago filipino, onde tinha tido “uma das melhores experiências” da sua vida. Mas nós queríamos ficar em Palawan – viajávamos com a nossa filha, a Pikitim, então com quatro anos, e não queríamos andar sempre a correr e a mudar de poiso. Mas, perante a sua insistência, ficámos com a ideia na cabeça: quando tivéssemos oportunidade de ter essa experiência, a de nadar com tubarões-baleia, haveríamos de considerar a hipótese. “Não deixem de o fazer. E depois diz-me se consegues descrever numa palavra a emoção que é. És jornalista, tens obrigação de fazê-lo”, desafiou-me.

A Astrid conseguiu despertar-nos a curiosidade. E a fabulosa fotografia que estava no hall de partidas do aeroporto de Puerto Princesa também. “São peixes às pintinhas”, como disse a Pikitim. Começamos a ficar, todos, com muita vontade de os conhecer. A oportunidade haveria de surgir três meses e muitos milhares de quilómetros depois.

Foi já na Austrália, e num dos pontos mais ocidentais daquele país que nós haveríamos de seguir o conselho de Astrid. E, devemos admiti-lo, passou a ser a nossa vontade também, desde que começamos a fazer algumas pesquisas sobre o animal. Os tubarões-baleia são considerados o maior peixe do mundo, e a sua surpreendente dieta alimentar justifica que lhes chamem de o “gentle giant“, o “bom gigante”. Têm uma bocarra enorme, e um espécime adulto (podem viver cerca de cem anos) pode chegar a atingir 18 metros de comprimento. Mas não comem outros peixes (muito menos humanos!): limitam-se a abrir a boca, e a aspirar a água do mar, por entre os milhares de dentes minúsculos, e ingerirem o plâncton, seres microscópicos com pouca capacidade de locomoção, que se deixam arrastar pelas correntes.

Apesar de serem um animal que foi objeto de poucos trabalhos de investigação concluídos, já se sabe que eles preferem as águas temperadas, entre os 21º e os 25º. E que são uns autênticos gourmet que não perdem a oportunidade que lhes traz o período de reprodução dos corais. Uma vez por ano, após uma noite de lua cheia, os corais soltam milhões de óvulos e espermatozoides para o oceano, um verdadeiro pitéu para peixes “filtradores” como os tubarões-baleia.

Barco Whale Shark Dive
A bordo da embarcação, à espera das indicações sobre o paradeiro dos tubarões-baleia – @ Filipe Morato Gomes

O Parque de Ningaloo, um “santuário” marinho listado como património natural da humanidade, deve ser uma espécie de restaurante Michelin para os tubarões-baleia. Todos os anos são avistados animais em quantidade e regularidade durante um período alargado de tempo – entre abril e julho. E Exmouth, uma das portas de entrada do Parque Marinho de Ningaloo e um dos lugares mais remotos da costa ocidental australiana, tornou-se, compreensivelmente, um dos sítios onde é mais fácil planear um encontro com o “bom gigante”.

Foi a primeira coisa que fizemos quando chegamos à cidade de Exmouth, ainda antes de garantir o lugar onde iríamos estacionar a caravana naquela noite: pedir informações no muito competente e bem apetrechado Posto de Turismo de Exmouth sobre a melhor forma de concretizar aquele que já era um dos nossos grandes objetivos na viagem.

A Pikitim não iria nadar com os bichos – nada a proibia, mas, ufa!, ficamos satisfeitos quando a pequenita nos disse que preferia vê-los a partir da cabine do piloto do barco.

Sabíamos que íamos pagar bem mais caro pela experiência na Austrália do que alguma vez pagaríamos nas Filipinas. Mas, enfim, pensamos que também ninguém vai a um três estrelas Michelin todos os dias. Conseguimos marcar uma viagem com um dos operadores da cidade para dois dias depois.

A caminho dos tubarões-baleia: “Enjoy!”

Como combinado, uma carrinha da “Three Islands Whale Shark Dive Tour” veio buscar-nos ao Lighthouse Caravan Park às 7h45. Trazia a Alice e o Alex, e mais uma dezena de turistas. A Alice foi-nos explicando que no barco iriam 20 pessoas, tripulação excluída, e que nos mergulhos com os tubarões só poderiam estar dez pessoas na água em simultâneo.

As regras eram muitas, e ditas assim, em catadupa, apesar do discurso simpático e descontraído, começavam a tornar-se perturbadoras. Não podemos tentar tocar no animal ou “cavalgá-lo” (mas há quem tente fazê-lo?), não podemos interferir com os seus movimentos, nem aproximarmo-nos mais do que três metros da sua cabeça ou da sua cauda; eles são animais simpáticos, mas não deixam de ser animais selvagens, são sempre imprevisíveis; não podemos usar oxigénio nem qualquer tipo de motores, só as barbatanas e a força dos nossos braços. “It will be the experience of your life! Enjoy!”, exortava a Alice. Eu começava a sentir borboletas na barriga.

O tour está muito bem organizado e os membros da equipa faziam de tudo para que todos se sentissem à vontade, mesmo os que, como eu, não o estavam. Explicavam que os avistamentos dos animais seriam feitos por uma avioneta que daria as coordenadas ao comandante do nosso barco para que não falhássemos a rota. “Mas nunca se sabe se o tubarão avistado é dos que mergulha passados segundos, ou se vai ficar muito tempo à superfície, mesmo para nós, que fazemos isto todos os dias, é sempre uma surpresa o que vai acontecer”. Ainda era a Alice quem estava a falar.

Corais no Parque Marinho de Ningaloo
Corais no Parque Marinho de Ningaloo

A primeira paragem foi no recife para testarmos o material de snorkelling que a empresa colocava à nossa disposição. A notoriedade do recife de Ningaloo pede meças à maior atração turística da Austrália, a Grande Barreira de Coral, na outra costa do país. A da costa leste é mais famosa também porque é a maior do mundo; a da costa ocidental, é mais pequena, “só tem 300 quilómetros”, mas é mais acessível a partir da costa (em alguns pontos, como em Coral Bay, nem é preciso barco para lá chegar, só dar umas braçadas a partir da praia) e está mais bem conservada. Davam-nos máscara, snorkel e barbatanas. E a garantia que de estaria sempre na água um “zodiac“, um bote de borracha, para ir buscar quem esteja mais aflito e com menos força para nadar. O mar era transparente mas, de cima do barco, pareceu-me batido, agitado. Pensei logo que eu seria uma das que não resistiria a saltar à agua com um “chouriço” flutuador.

A zona de snorkelling onde fomos testar o material tinha centenas de boomies – estruturas de corais autónomos que podem ser pequenos como uma bola de praia, ou grandes como um carro. Naquela zona, era um verdadeiro parque de estacionamento: tinham demorado centenas de anos a formar-se; só não eram tão coloridos como aqueles que já havíamos avistado em Coral Bay.

Mas nós estávamos ali por causa do tubarão-baleia, e a hora de, finalmente, ver um desses peixes no seu habitat não demorou muito. Os grupos começaram a organizar-se, com dez pessoas cada um. Quando as coisas correm bem, os dois grupos conseguem acompanhar a travessia do mesmo tubarão-baleia. O piloto adivinha-lhe a rota e sabe onde posicionar o barco para que tal aconteça.

Hora de nadar com tubarões

Saltou borda fora o primeiro grupo. Eu tinha ficado para o segundo. O tubarão-baleia mergulhou logo, já não o consegui ver. “Era um tubarão dos pequeninos. Só tinha seis metros”, disseram-me depois. Seis metros já é uma coisa que me impressiona, e a que eu não chamaria pequenino, pensei eu.

Nadando ao encontro dos tubarões-baleia
Nadando ao encontro dos tubarões-baleia – @Filipe Morato Gomes

Chegou a minha vez. Não sou grande nadadora, levei o chouriço comigo. E deixei-me estar junto de Alice. “Here he comes“, gritou ela. Deu-me a mão, puxou-me para um dos lados e… quando olhei em frente, lá estava ele, a passar por nós. Imponente. Como se nada fosse, nem ali estivessem dez pessoas a espernear à sua volta. Fiquei deslumbrada.

Depois do bicho passar, tentei acompanhar o grupo, e durante algum tempo vi-o nadar à minha frente. Eu batia pernas e braços como uma desesperada, para não perder uma fração de segundo daquele momento: e esbugalhava os olhos, dentro da minha máscara, para tentar fixar aquela cauda gigante que bamboleava nas águas, para um lado e para o outro.

Não sei quanto tempo demorou o encontro. Deve ter sido breve – porque nem arrastada pela Alice eu o conseguia agarrar. Pensei no quase disparate daquela regra que diz que não devemos fazer uma corrida com o tubarão-baleia, tentar acompanhá-lo! Até pode haver alguns peixinhos mais pachorrentos, que gostem de se passear calmamente. Mas não era o caso. Ali, só se houvesse candidatos a disputar medalhas olímpicas ao Michael Phelps, pareceu-me.

Sei que subi ao barco, depois do primeiro mergulho, com a sensação de que já tinha ganho o dia com aquele encontro imediato em primeiríssimo grau. Mas, afinal, haveria de repetir a sensação ainda mais cinco vezes, repetir os mesmos movimentos, a mesma adrenalina, a mesma correria. E o melhor encontro de todos, foi mesmo o último. É que dessa vez não o vi ao longe, nem quando já estava a passar por mim. Foi o melhor ângulo possível: vê-lo de frente, a aproximar-se, com a sua enorme boca, semiaberta. Senti a Alice a puxar-me, para que eu saísse do caminho do bicho. Desviei-me, para o deixar passar. Fiquei estática, a ver o seu corpo gigante e a cauda enorme. Só depois, passado algum tempo, comecei a nadar atrás do grupo – ou seria atrás do tubarão-baleia?

Pormenor de um tubarão-baleia
Pormenor de um tubarão-baleia

Estava extenuada. Física e emocionalmente. Já passava das duas da tarde, era hora de almoçar. O almoço, a bordo, foi servido mais tarde do que o costume. Notava-se pela cara e pelas conversas dos tripulantes que a manhã tinha sido “animada”, que os mergulhos tinham corrido bem. Ainda antes de regressarmos à costa parámos perto do recife, de novo, para um snorkelling final. Seria um spot onde em algumas alturas do ano se avistam dugongs e tartarugas e mantas. Nós só estávamos a ver algumas espécies de peixe. Era bonito, muito bonito. Mas já não entusiasmava.

Lembrei-me, então, que aqueles peixinhos tão diferentes e tão coloridos, seriam algo parecido com os beijos que nos dão no pescoço, ou atrás da orelha. É um ato que, isolado, sabe bem, sabe muito bem. Mas que raramente apetece ou entusiasma logo a seguir a um ato sexual mais intenso. Foi com este raciocínio que encontrei, então, a palavra que me tinha pedido a Astrid para caracterizar a experiência de nadar com tubarões-baleia: orgásmico.

Veja também o post sobre viver em Perth.

Outros lugares para nadar com tubarões-baleia

A cidade de Exmouth, junto ao recife de Ningaloo é um dos lugares do mundo onde há maior concentração de tubarões-baleia durante um maior período de tempo, e onde há mais organização e facilidades para o fazer. Mas será, também, dos destinos mais caros para o concretizar. A Austrália não é um país barato, e na costa ocidental e no lugar remoto de Exmouth pior ainda. Há outros pontos no globo onde estas tours também são organizadas.

Como os tubarões-baleia se alimentam muito à superfície, em busca das maiores concentrações de plâncton, a melhor forma de os avistar não é nos mergulhos em profundidade (com garrafa), mas apenas com uma máscara e um snorkel. Na costa australiana esses mergulhos são mesmo proibidos, mas há pontos no globo onde é possível.

Galápagos, Equador

A cidade de Puerto Ayora, no sul da ilha de Santa Cruz, é a maior cidade do arquipélago das Galápagos, e é também um bom ponto de partida para realizar visitas à fauna local, que inclui iguanas, pinguins, tartarugas e, claro, os tubarões-baleia. Os experts dizem que é um local de muita corrente, pelo que não é aconselhado a mergulhadores com pouca experiência.

Quando: Entre maio e outubro; julho é considerado o melhor mês
Preço: sob consulta

Atóis de Baa e Ari, Maldivas

Situados no oeste das Maldivas, os atóis de Baa e Ari são os melhores para mergulhar em busca de tubarões-baleia durante todo o ano. Baa é uma magnífica Reserva da Unesco com 26 ilhas, e Ari um dos maiores atóis do arquipélago, com cerca de 105 ilhas, e ambos contam com uma rica fauna, com águas muito fáceis de ser exploradas até por iniciantes munidos apenas de uma máscara e um snorkel.

Quando: maio a dezembro do lado ocidental; de dezembro a abril do lado oriental

Península de Yucatan, México

Localizada defronte à Península de Yucatán, a 8 km de Cancun, a Isla Mujeres oferece muitos pontos para mergulho. É dos poucos lugares do planeta em que a população de tubarões-baleia aparece quantificada – são cerca de 1400 animais que passam por aquelas águas todos os anos. Estes animais são tão populares e famosos que já merecem um festival anual que dura uma semana.

Quando: de maio a setembro; melhor mês: junho
Preço: a partir de 125 USD (96€) por pessoa

Gladen Spit, Belize

A segunda maior barreira de coral do mundo, no Belize, tem uma impressionante biodiversidade marinha. Os tubarões-baleia são frequentes nestas águas entre março e junho, havendo vários operadores que facilitam expedições para ver estes gigantes marinhos de perto.

A partir de Gladen Spit (a 100 quilómetros de Belize City) as regras são apertadas, já que os barcos têm apenas uma janela de 90 minutos para fazer o tour. A maior probabilidade de encontrar os animais é nos três dias imediatamente antes e depois da lua cheia – altura da desova de algumas espécies de peixe. Alguns operadores oferecem pacotes de uma semana com vários tipos de mergulho por dia, alojamento e refeições numa ilha privada – a Isla Marisol Resort.

Quando: abril e maio.
Preço: 1.795 USD por pessoa (cerca de 1.400€) por um pacote de uma semana

Tofo, Moçambique

Situada no sudeste de Moçambique, a pequena vila de Tofo é já uma meca para os turistas que procuram a emoção de nadar com tubarões-baleia. Há pacotes de mergulho de vários dias – que incluem cursos e várias saídas para o mar. Mas a mais simples de todas as ofertas é sair com um dos muitos botes que, diariamente, fazem o “ocean safari“: conduzem os visitantes ao alto-mar, e estes ficam, durante duas horas, à procura de tubarões-baleia.

Quando: novembro a abril
Preço: 1.500 meticais (cerca de 40€)

Donsol, Filipinas

Situada na ilha de Luzon, e a apenas uma hora da capital das Filipinas, Manila, a pequena cidade de Donsol é um dos lugares mais populares, e mais baratos também, para avistar tubarões-baleia. Não são utilizados aviões “spotter” à procura dos gigantes, mas a transparência e a pouca profundidade das águas tem sido suficiente para garantir o sucesso dos avistamentos. Há oferta de tours organizados, alguns com estadia incluída e transfer a partir do aeroporto. Mas a solução mais barata acaba por ser alugar de forma independente a máscara e o snorkel (150+ 150 pesos) e “dividir” com mais seis turistas o aluguer de um barco que o leve até ao mar alto (3.500 pesos).

Quando: fevereiro a maio; abril é considerado o melhor mês
Preço: cerca de 1.100 pesos (cerca de 20€)

Utila, Honduras

Tal como nas Maldivas, as Honduras oferecem a possibilidade de poder nadar com tubarões-baleia durante todo o ano. Têm ainda o interesse acrescido de tal poder ser feito em semanas organizadas pelo Centro de Pesquisas Oceânicas de Tubarões Baleia – Whale Shark and Oceanic Research Center, contribuindo para aumentar o grau de conhecimento que existe sobre estes animais, avistando, fotografando e documentando os diferentes espécimes que são encontrados na região. As saídas são feitas três vezes por semana e os visitantes permanecem quatro horas no alto mar.

Quando: todo o ano. Preço: 50 USD (39€) por pessoa

Guia de viagens a Exmouth

Este é um guia prático para viagens a Exmouth, para nadar com tubarões-baleia no Parque Marinho de Ningaloo. Contém informações sobre o parque, como chegar, os melhores hotéis e sugestões de atividades na região.

Sobre Ningaloo

O parque Marinho de Ningaloo foi criado em 1987 para proteger uma área que é única no mundo. As fortes correntes marinhas que misturam no hemisfério sul as águas geladas da costa da antártica com as águas quentes ao longo da costa leste do Equador proporcionam um fenómeno na costa Ocidental da Austrália, chamado Leeuwin, uma contra-corrente que traz um fluxo de água quente ao longo da costa oeste da Austrália. Uma mudança de temperatura que cria o habitat perfeito para o recife Ningaloo continuar a crescer.

O recife Ningaloo protege uma lagoa que tem, em média, cerca de 2-4 metros de profundidade e é rica em vida marinha: 200 espécies de coral, 600 espécies de invertebrados, tartarugas (as praias de Ningaloo são importantes colónias de tartarugas). Com quase 300 quilómetros de extensão, o recife de Ningaloo está muito próximo da costa. As duas cidades da costa australiana que dão acesso a esta reserva são Coral Bay e Exmouth, que distam, respectivamente, 1132 e 1260 quilómetros da capital da Austrália Ocidental, Perth.

Como ir

Não há voos diretos de Portugal para a Austrália, pelo que a viagem implica pelo menos uma ou duas escalas. Dadas as distâncias deverá, inevitavelmente, fazer uma escala em Singapura ou no Dubai, caso se voe com a Lufthansa (que integra a Star Alliance, juntamente com a TAP) ou a Emirates. São estas companhias que apresentam as tarifas mais vantajosas, ambas a rondar os 1.300€. Convirá, porém, estar atento a promoções que possam ser feitas pela companhia australiana Qantas.

Uma vez chegado a Perth tem ainda mais de 1.200 quilómetros pela frente, que podem ser feitos de avião, autocarro ou carro. Um bilhete de ida e volta de avião entre Perth e Learmouth (a 36 quilómetros a sul de Exmouth) ronda os 600 dólares australianos (cerca de 420€€), em empresas como a Skywest. No caso de viajar acompanhado, a melhor e mais económica forma de se deslocar é de autocaravana alugada.

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Onde ficar

A cidade de Exmouth oferece alojamentos para todos os gostos e para quase todas as bolsas – deve ter-se em conta que nada no estado da Austrália Ocidental é barato, e os lugares mais remotos como Exmouth e Coral Bay não são a excepção. As opções mais populares são os Caravan Parks, que, para além dos lugares de estacionamento electrificados para as caravanas (a diária ronda os 45 dólares australianos, cerca de 32€) também oferecem bungalows, sempre ao dobro ou triplo do preço.

Os funcionários do posto de turismo de Exmouth são profissionais, muito competentes e amáveis – e podem, ajudar quem não tenha reservas efetuadas com antecedência.

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Tours para nadar com tubarões-baleia em Ningaloo

Há cerca de uma dezena de empresas com autorização para organizar excursões de um dia para fazer snorkelling com tubarões-baleia, sendo que oito estão sedeadas em Exmouth e só duas em Coral Bay. Durante a época – que começa no início de abril e só termina no final de julho, as excursões são diárias e sempre muito concorridas. Uma boa forma de escolher o operador é visitar o Exmouth Tourist Centre, que publica diariamente a informação de quantos avistamentos foram concretizados no dia anterior.

Não adianta perguntar qual a empresa que recomendam – a escolha terá de ser feita por instinto e por disponibilidade (e cruzando essa informação com os sites com as reviews de viajantes, como o Tripadvisor). Os preços também não diferem muito. O bilhete de adulto ronda os 380 dólares australianos (270 €). Quem quiser ser apenas observador – sem nadar com tubarões-baleia – também pode fazê-lo: o preço do bilhete desce para os 225 dólares australianos (158 €).

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Luísa Pinto

Jornalista e mãe, gosta de livros, vinho tinto e experimentar camas em lugares novos. Deu a volta ao mundo com um filho, gostava de repetir a dose agora que tem dois. É orgulhosa co-fundadora da Hotelandia e do Rostos da Aldeia.

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