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O que fazer em Samarcanda (roteiro para 3 dias)

Por Filipe Morato Gomes | Atualizado em 6 Jul 2020 | Viagens Ásia Samarcanda Uzbequistão UNESCO Deixe um comentário
Tempo de leitura: 9 minutos

A Mesquita de Bibi Khanym, em Samarcanda, vista “do outro lado”.

Tinha grandes expectativas quanto a Samarcanda. Na minha cabeça, a cidade era o ex-líbris da antiga Rota da Seda, porventura a mais conhecida e mítica das cidades atravessadas pelas caravanas de camelos que mudaram o mundo, aproximando comercialmente o Oriente e a Europa. A capital do império de Tamerlão. Um mundo por descobrir.

Por algum motivo, no entanto, Samarcanda não me arrebatou como eu imaginara. É certo que locais como o mausoléu de Gur-Emir ou o complexo de Shakhi-Zinda são incrivelmente belos e marcantes; mas faltou algo à minha experiência em Samarcanda. Bukhara, por exemplo, conquistou-me de forma mais intensa.

Ainda assim, acabei por ficar três dias em Samarcanda. Suficiente para ver a cidade; mas porventura insuficiente para sentir a sua alma para lá das avenidas cheias de turistas. Eis, pois, o que fazer em Samarcanda, segundo o meu olhar e experiência na cidade.

O que visitar em Samarcanda

1. Praça de Registan

Madrassa Sherdor, Samarcanda
Entrada da Madrassa Sherdor, na Praça de Registan, Samarcanda

A Praça de Registan é o coração turístico de Samarcanda. Ora, sendo pública a minha paixão por Esfahan, cidade onde pontifica uma das praças mais extraordinárias que já conheci – com um palácio e várias mesquitas belíssimas e com arquitetura semelhante às madrassas de Registan, as comparações são inevitáveis. E, infelizmente, Samarcanda sai a perder em toda a linha!

A Praça de Registan, epicentro da cidade, estava vedada ao público com um gradeamento que, não obstante permitir ver a praça, impedia o viajante de circular livremente. O acesso era apenas permitido a quem pagasse; e não estou a falar de entrar nas madrassas, mesmo a praça propriamente dita não estava aberta a turistas nem a habitantes locais.

No interior das madrassas, a situação era ainda mais deprimente. Havia lojas, lojas e mais lojas. De souvenirs, claro está. E nada mais. Um atentado ao património, na minha opinião. Ainda para mais, estando a Praça de Registan integrada na lista de Património UNESCO no Uzbequistão.

Tudo somado, a Praça de Registan foi uma monumental desilusão!

2. Mausoléu de Gur-Emir

O que fazer em Samarcanda: Mausoléu Gur-Emir
Vista geral do Mausoléu de Gur-Emir, Samarcanda

Felizmente, reencontrei-me com Samarcanda quando visitei o Mausoléu de Gur-Emir, a última morada de Tamerlão. O complexo, tido como um bom exemplo da arquitetura medieval tradicional, é, na verdade, e tendo em conta os seus ocupantes, relativamente modesto.

Isto porque Tamerlão tinha construído um mausoléu para si em Shakhrisabz, a sua cidade natal, e não contava ser sepultado em Samarcanda.

Ainda assim, e para além da belíssima cúpula, é o interior que mais fascina. O espaço, onde se encontra a lápide de Tamerlão (feita de uma única peça de jade), é enriquecido com janelas com barras rendilhadas, painéis de mármore e ónix cobertos de pinturas e altos-relevos e incrustados com pedras semipreciosas. Um delírio para os sentidos, porventura apenas suplantado pela visão de Shakhi-Zinda.

3. Shakhi-Zinda

O que fazer em Samarcanda: Shakhi-Zinda
Shakhi-Zinda, em Samarcanda

Reza a lenda que o complexo de Shakhi-Zinda foi construído no local onde Kusam ibn Abbas, primo do profeta Maomé, foi enterrado. Não por acaso, é um dos santuários muçulmanos mais importantes da região; e, seguramente, um dos locais mais extraordinários da Dinastia Timúrida existentes em Samarcanda.

Acredita-se que o facto de ser uma necrópole, aliado aos contínuos acrescentos de que o complexo foi beneficiando, contribuiu decisivamente para que as edificações se mantivessem em bom estado durante séculos. O resultado é uma vasta necrópole com várias camadas, onde diferentes fases da história e da arquitetura se vão sobrepondo. É verdadeiramente fascinante.

Para mim, visitar Shakhi-Zinda foi, sem dúvida, o ponto alto da minha estada em Samarcanda.

4. Mesquita Bibi-Khanym

Mesquita Bibi-Khanym, Samarcanda
Pátio da Mesquita Bibi-Khanym, Samarcanda

Construída no início do século XV em honra da esposa de Tamerlão, a Mesquita Bibi-Khanym é uma das mais importantes de Samarcanda. Tal como em boa parte dos edifícios da época Timúrida, é notória a predileção pelo uso de azulejos como elemento decorativo, especialmente no exterior do edifício.

Arquitetura à parte, aquilo que mais me chamou a atenção na Mesquita Bibi-Khanym foi a calma que emana do pátio exterior, potenciada pela sombra de diversas árvores e do chilrear dos pássaros que nelas repousam. Um deleite.

5. Mercado Siab

Mercado Siab, Samarcanda
Fim de tarde no Mercado Siab

Instalado junto à Mesquita Bibi-Khanym, o vibrante Siab Bazaar é o maior mercado de Samarcanda; e um dos melhores locais da cidade para sentir um vislumbre da vida de outrora. Está vocacionado para a compra e venda de todo o tipo de produtos agrícolas com origem no Uzbequistão, incluindo frutas e legumes, frutos secos e especiarias.

Pela minha experiência, o Mercado Siab é especialmente belo quando a tarde desmaia e os últimos raios de sol aquecem os rostos dos vendedores.

6. Mesquita Hazrati Khizr (e o Túmulo do Presidente)

Túmulo do Presidente, Samarcanda
Vista do chamado Túmulo do Presidente

Construído sob a supervisão da UNESCO, o túmulo do primeiro Presidente da República do Uzbequistão, Islam Karimov, foi harmoniosamente integrado no complexo da Mesquita Hazrati Khizr, que beneficiou igualmente de obras de restauro durante o processo.

O mausoléu abriu ao púbico em 2018 e, desde então, transformou-se em local de peregrinação de visitantes uzbeques. Nota-se, aliás, que a generalidade do povo tem uma enorme admiração por Islam Karimov (muitos chamam-lhe “pai”). É outro dos lugares a visitar em Samarcanda.

7. Explorar a cidade velha

O que visitar em Samarcanda, centro histórico
Cidade velha de Samarcanda

Poucas coisas são tão aprazíveis em ambiente urbano como deambular sem rumo aparente pelos centros históricos. Foi exatamente o que fiz em Samarcanda, dia após dia, beneficiando do facto da minha pousada ficar num beco da cidade velha.

Mesmo vistas as principais atrações turísticas – mesquitas, praças, madrassas e mausoléus -, não falta o que fazer em Samarcanda. Nem que seja caminhar pelo labiríntico centro histórico, onde nunca se sabe o que poderá conhecer ao virar da esquina. Vá por mim.

8. Passear à noite por Samarcanda

Praça de Registan, Samarcanda
A Praça de Registan ao anoitecer

Samarcanda ganha um encanto especial assim que a noite cai e os focos começam a iluminar as ruas e as fachadas de madrassas e mesquitas. É, por isso, aliado às temperaturas mais amenas sentidas no verão, uma altura do dia em que passear a pé é um imenso prazer.

Recomendo esse exercício todos os dias, sem grandes roteiros ou planos pré-definidos.

9. Visitar o Mercado de Urgut (a 40km de Samarcanda)

O Mercado de Urgut é muito simples mas fascinante

Domingo é indubitavelmente o melhor dia da semana para deambular pelas bancas do principal mercado de Urgut. É o dia mais colorido, vibrante e movimentado. Com mais bancas abertas e compradores de toda a região. Por tudo isso, planeei estar em Samarcanda a um domingo para conseguir visitar o mercado de Urgut no seu auge.

É certo que não fui para fazer compras como os locais, mas deu para ver não só os costumeiros artigos de plástico baratos e produtos de fraca qualidade made in China, como também têxteis e roupas coloridas típicas desta região da Ásia Central, incluindo as tradicionais suzani – colchas bordadas pelas mulheres uzbeques e produzidas de forma artesanal há centenas de anos.

Se já visitou o que queria e não sabe mais o que fazer em Samarcanda, aconselho vivamente que percorra os 40km até Urgut para visitar o mercado!

10. Visitar Shakhrisyabz

Outra das coisas que tinha no meu planeamento era uma visita ao centro histórico de Shakhrisyabz, incluído na lista de Património UNESCO no Uzbequistão. Fica a 85km de Samarcanda e alberga um conjunto extraordinário de monumentos, entre os quais o Palácio de Aq-Saray (o Palácio de Verão de Tamerlão); a Mesquita de Kok-Gumbaz; ou o Mausoléu de Dorussiadat, onde se encontra o túmulo de Jehangir, o filho mais velho de Tamerlão.

Infelizmente, acabei por não visitar Shakhrisyabz, mas aqui fica a recomendação.

Mapa: o que fazer em Samarcanda

Mesquita Bibi-Khanym
Vista exterior da Mesquita Bibi-Khanym

Guia prático

Como chegar a Samarcanda

Por terra, quer chegue da capital Tashkent ou de Bukhara, a melhor forma de viajar até Samarcanda é de comboio. Entre Tashkent e Samarcanda há inclusive um comboio rápido que faz a viagem em pouco mais de duas horas. Quanto aos bilhetes, eu pesquisei online na tutu para planear o meu roteiro de viagem no Uzbequistão; mas comprei-os pessoalmente na estação de Tashkent, no meu primeiro dia na cidade.

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Onde ficar

Eu fiquei na Trip.LE Guesthouse e, honestamente, creio que poderia ter escolhido melhor. Veja o post onde ficar em Samarcanda para informações detalhadas sobre os melhores bairros e hotéis da cidade.

Em resumo, o Amir é provavelmente o melhor hostel em Samarcanda – e uma boa escolha caso queira algo do género. Já a novíssima e elegante Stories Guest House é provavelmente o meu hotel favorito de Samarcanda. Alternativamente, as muito elogiadas guesthouses Timur The Great e Imran&Bek são hospedagens familiares com excelente relação qualidade/preço, e ambas igualmente recomendáveis.

Por fim, para quem procura mais luxo e conforto, o Hotel Minor é provavelmente o melhor hotel do centro de Samarcanda. Para outras alternativas de hospedagem, incluindo pequenas guesthouses de qualidade, use o link abaixo.

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Sobre o autor

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Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 51 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Mais recentemente, abracei um novo desafio chamado Rostos da Aldeia, onde se contam histórias positivas sobre as aldeias de Portugal e quem nelas habita.

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