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Roteiro de viagem no Uzbequistão (14 dias)

Roteiro Uzbequistão: Khiva
O pátio do harém do Palácio Tash Khovli, em Khiva

Sendo um país onde existe uma rota geograficamente lógica para visitar os destinos mais emblemáticos – Samarcanda, Bukhara e Khiva -, é muito fácil montar um roteiro no Uzbequistão que passe por todos eles e pela capital Tashkent. Uma espécie de itinerário básico que serve de introdução às muitas belezas arquitetónicas do país.

As dificuldades maiores acontecem caso queira incluir destinos menos óbvios – como Moynaq ou o Vale de Fergana, por exemplo. Ou caso tenha aversão a viagens de comboio (para mim, são um dos grandes prazeres de viajar no Uzbequistão).

Assim, da cosmopolita capital Tashkent às grandes cidades de Bukhara e Samarcanda, passando pela cidadela Itchan Kala, em Khiva, não faltam atrativos para fazer do Uzbequistão um dos destinos mais interessantes da Rota da Seda.

O itinerário proposto tem 14 dias de duração (dá para fazer em menos tempo) e centra-se nesse eixo básico que vai de Tashkent a Khiva, via Samarcanda e Bukhara. Seja como for, encare este roteiro de viagem no Uzbequistão como um ponto de partida para elaborar o seu próprio plano, de acordo com os seus interesses e tempo disponível.

Até porque, como é natural, alguns destinos ficaram de fora deste itinerário no Uzbequistão, incluindo Nukus (porta de entrada no Turquemenistão); Moynaq e o cemitério de barcos no Mar de Aral; ou o já referido Vale de Fergana, na fronteira com o Quirguistão. Tendo tempo, recomendo que inclua alguns desses locais no seu roteiro de viagem.

Mapa do roteiro no Uzbequistão

Muitos viajantes combinam viagens no Uzbequistão com alguns dos países vizinhos, nomeadamente o Quirguistão, o Tajiquistão, o Cazaquistão ou mesmo o Turquemenistão. Na impossibilidade de sugerir múltiplas combinações entre eles, neste texto focar-me-ei apenas na minha experiência em território uzbeque.

Desta forma, este roteiro descreve apenas o itinerário que eu fiz no Uzbequistão. Tenha em atenção que a minha viagem foi feita numa época de muito calor e, também por isso, optei por viajar de forma mais pausada.

Roteiro no Uzbequistão

Dias 1 e 2: Tashkent

Visitar Tashkent: Chorsu bazar
Mercado de Chorsu, em Tashkent

O meu roteiro pelo Uzbequistão começou em Tashkent, uma cidade monumental, com vastas avenidas e edifícios gigantescos a lembrar o passado soviético. Talvez não seja tão agradável como a verdejante Almaty, que visitei antes de entrar no país; mas, felizmente, tem inúmeros espaços verdes e um ambiente que me fez sentir em casa. E isto apesar de eu preferir lugares pequenos.

Vindo do vizinho Cazaquistão, uma das coisas que notei logo, mal cruzei a fronteira com o Uzbequistão, foi a simpatia das pessoas. Senti uma grande diferença no ambiente, no trato, na amabilidade das gentes – incluindo na capital Tashkent. E isso fez-me sentir em casa.

Entre as coisas que visitei em Tashkent, destaque para locais como o Mercado Chorsu; as praças Timur e da Independência; o simbólico Hotel Uzbekistan; o complexo Hazrati Imam; muitos cafés interessantes; e, claro, as magníficas estações de metro de Tashkent.

Ficaram por visitar locais como a Casa da Fotografia de Tashkent (estava fechada); mas, tudo somado, fiquei feliz por parar algum tempo na capital uzbeque. Especialmente para desmistificar ideias preconcebidas que provavelmente acabei por levar comigo para a viagem.

De Tashkent, apanhei um comboio rumo a Bukhara (pouco mais de duas horas de viagem).

Veja o texto Tashkent, a moderna e cosmopolita capital do Uzbequistão.

Dormida: Eu fiquei num hostel chamado Sunrise Caravan Stay – Boutique Guesthouse, que recomendo vivamente. Para conhecer os diferentes bairros, veja o texto sobre onde se hospedar em Tashkent.

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Dias 3, 4 e 5: Samarcanda

Roteiro no Uzbequistão: Shakhi-Zinda, Samarcanda
Shakhi-Zinda, Samarcanda

Tinha grandes expectativas quanto a Samarcanda. Na minha cabeça, a cidade era o ex-líbris da antiga Rota da Seda, porventura a mais conhecida e mítica das cidades atravessadas pelas caravanas de camelos que mudaram o mundo, aproximando comercialmente o Oriente e a Europa. A capital do império de Tamerlão. Um mundo por descobrir.

Por algum motivo, no entanto, Samarcanda não me arrebatou como eu imaginara. É certo que locais como o Mausoléu de Gur-Emir ou as necrópoles de Shakhi-Zinda são muito marcantes (um dos meus locais favoritos em todo o país); mas faltou algo à minha experiência em Samarcanda.

Ainda assim, durante os dias em que fiquei em Samarcanda, visitei lugares como a Praça de Registan, o Mausoléu de Gur-Emir, o já referido complexo de Shakhi-Zinda, as mesquitas Bibi-Khanym e Hazrati Khizr (incluindo o Túmulo do Presidente) e o Mercado Siab. E tive ainda oportunidade de conhecer o Mercado de Urgut, localizado a 40km de Samarcanda.

Na manhã do quarto dia em Samarcanda, apanhei um comboio rumo a Bukhara (cerca de duas horas).

Dormida: Eu fiquei na Trip.LE Guesthouse e, honestamente, creio que poderia ter escolhido melhor. Para conhecer os diferentes bairros, veja o texto sobre onde ficar em Samarcanda.

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Dias 6, 7 e 8: Bukhara

Roteiro Uzbequistão: Bukhara
Vista da Madrassa Mir Arab, em Bukhara, uma das cidades mais interessantes do meu roteiro de viagem no Uzbequistão

Bukhara é uma cidade fascinante. O seu centro histórico é porventura ainda mais interessante que o de Samarcanda. E isto apesar de um notório exagero na reabilitação urbana levada a cabo um pouco por todo o centro. Ainda assim, Bukhara conquistou-me.

Entre as coisas que visitei em Bukhara, destaque para a fortaleza Arca; as mesquitas Kalan e Bolo Hauz; o Minarete Kalan; as madrassas Mir Arab, Abdulaziz Khan e Nadir Divan-Begi; os mercados de rua Toqi Zargaron e Toqi Telpak Furushon; a Praça Lyabi Khauz; o Museu das Carpetes de Bukhara; a Galeria de Shavqat Boltaev; e o belíssimo Chor Minor. Tudo lugares fantásticos para incluir no seu roteiro no Uzbequistão.

Veja o texto O que fazer em Bukhara (15 atrações imperdíveis).

Dormida: Eu fiquei numa excelente pousada chamada Old Bukhara, com quartos imaculadamente limpos e com uma localização fantástica! Veja o post onde ficar em Bukhara para informações detalhadas sobre os melhores bairros e hotéis da cidade.

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Dias 9, 10, 11 e 12: Khiva

Khiva, Uzbequistão
Vista do interior da cidadela Itchan Kala – o coração de Khiva – ao entardecer

É certo que não são precisos quatro dias para conhecer Khiva, mas foi esse o tempo que dediquei à cidade.

Na verdade, é praticamente impossível um viajante não se apaixonar por Khiva, porventura a pérola maior da Rota da Seda em território uzbeque. Até porque a cidadela Itchan Kala (centro histórico de Khiva) continua habitada – e isso, para mim, é ingrediente fundamental para o seu encanto.

Entre as coisas que visitei ao longo da estadia, destaque para a incrível Mesquita Juma; mas também lugares como os minaretes Islam Khoja e Kalta-minor; a Fortaleza Kunya-Ark; o Mausoléu Pakhlavon Mahmoud; e, claro, os palácios Tash Khovli e Isfandiyar. Adorei!

De Khiva, segui num comboio noturno de regresso a Taskhent. Ainda pensei voar; mas, como gosto de viajar de comboio, optei por este meio de transporte mais popular e ecológico.

Veja o texto O que fazer em Khiva, a pérola da Rota da Seda.

Dormida: eu fiquei numa guesthouse muito recente e bem referenciada chamada Islam Khodja. É como ficar em casa de alguém, não num hotel. Recomendo, desde que modere as expectativas.

Comboio noturno: no final do último dia em Khiva, a dormida foi a bordo do comboio com destino a Tashkent.

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Dia 13: Tashkent

Estação de metro Alisher Navoi, Tashkent
Interior da estação de metro Alisher Navoi, em Tashkent

Cheguei de manhã cedo, cansado e mal dormido mas pronto para passar o último dia da viagem ao Uzbequistão a explorar um pouco mais da capital Tashkent. Fui direto à guesthouse, deixei lá a minha mochila e deixei-me embrenhar no bulício da cidade.

O fim da tarde, esse, passei-o a relaxar na mesma guesthouse onde fiquei no início da viagem; e, por volta das onze da noite, fui então apanhar um voo de regresso a Portugal. Era o término deste roteiro que me levou a conhecer o básico do Uzbequistão.

O balanço? Adorei toda a viagem! Se tivesse que mudar alguma coisa seria a época do ano: deveria ter ido numa altura de menos calor. Isso e, claro, ir com mais algum tempo.

Outros destinos que considerei visitar no Uzbequistão (mas onde não fui)

Como já referi, sendo o tempo limitado e estando um calor infernal, tive de fazer opções dolorosas. Entre as quais, não visitar Nukus e Moynaq, uma cidade quase fantasma localizada no norte de Karakalpakstan e porta de entrada no cemitério de barcos no agora seco Mar de Aral.

Gostaria também de ter conhecido Shahrisabz, povoação protegida pela UNESCO localizada a 85km de Samarcanda, mas acabou por não se proporcionar. Idealmente, gostaria também de ter incluído o Vale de Fergana no meu roteiro no Uzbequistão.

Guia prático

Vistos

Desde 2019 que os visitantes de dezenas de países, incluindo os oriundos da União Europeia e do Brasil, não precisam de visto de turismo para visitar o Uzbequistão.

Como chegar

Como juntei o Cazaquistão e o Uzbequistão na mesma viagem, voei de Portugal para Almaty com regresso de Tashkent, em voos da Turkish Airlines – que oferecia as melhores ligações. É, muito provavelmente, a melhor companhia aérea para a sua viagem ao Uzbequistão.

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Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.