Está a pensar visitar as Salinas de Añana, uma das principais atrações de Vitoria-Gasteiz, no País Basco? Faz muito bem. Recentemente tive oportunidade de visitar Vitoria-Gasteiz e posso garantir que as Salinas de Añana foi seguramente um dos locais mais interessantes que conheci durante a minha estadia.
É sobre essa visita que trata este artigo.
Tendo interesse pela temática da produção de sal e por opções turísticas nestes ambientes, veja também a Rota das Salinas da Figueira da Foz, na região Centro de Portugal.
História do Vale Salgado de Añana
Localizadas a pouco mais de 30km do centro da capital, o Vale Salgado de Añana está situado sobre um antigo mar que secou há mais de 200 milhões de anos. O sal que ficou depositado no fundo desse mar veio à superfície terrestre devido a um fenómeno geológico denominado diapiro.
Graças a este fenómeno geológico, a água salgada (ou salmoura) brota de quatro mananciais de forma natural, proporcionando um fluxo contínuo de água extremamente salgada (três litros por segundo, com uma salinidade superior a 200 gramas por litro), guiada por quilómetros de canais de madeira chamados de roios. E, ao ficar exposta ao sol e ao vento sobre as plataformas de evaporação, transforma-se em sal.
Ora, houve uma época em que essas estruturas começaram a ruir e o Vale Salgado de Añana foi sendo progressivamente abandonado. Ao ponto de, em determinada altura, terem restado apenas duas famílias a trabalhar nas salinas. E foi só com a criação da Fundación Valle Salado que o declínio se inverteu.
A ideia subjacente à fundação foi recuperar o ecossistema, voltar a produzir sal de qualidade e abrir as portas das salinas ao turismo. E é tudo isso que uma visita guiada permite conhecer, para além de uma interessantíssima degustação de sal. Recomendo vivamente.
Note apenas que para ver as salinas em funcionamento é imperioso visitá-las nos meses mais quentes (maio/junho a setembro). É a única época do ano em que, por motivos óbvios, estão a laborar.
A minha visita às Salinas de Añana
Cheguei às Salinas de Añana já a meio da tarde, para a última visita do dia. Estávamos no mês de outubro, pelo que as salinas não estavam em produção – o que naturalmente diminui o interesse da visita. Ainda assim, não sei o meu tmepo por mal entregue.
À chegada às Salinas de Añana, e após breve minutos à conversa com os guias presentes na loja, seguimos para a zona das plataformas. Existem vários percursos que permitem apreciar as salinas e, como o sol estava já bastante baixo, fomos até um ponto de vista mais elevado para conseguir vislumbrar toda a zona de produção de sal do Vale Salgado de Anãna. E é, de facto, muito bonito.
O guia foi explicando a história de sucesso, declínio e recuperação do Vale Salgado de Añana (ver acima), bem como o processo produtivo. Já vi muitas salinas em vários pontos do globo, mas é sempre interessante apreciar as particularidades de cada uma, em função das especificidades locais.
Como disse, não havia trabalhadores a encher os tanques com 2cm de água salgada, nem tampouco a recolher a camada de flor de sal no topo dos tanques ou a carregar o sal para os armazéns. Mas, apesar disso, dei por muito bem entregue o tempo passado no exterior, junto às salinas. Até porque é uma das paisagens culturais mais espetaculares e bem preservadas do País Basco.
A terminar a experiência, o guia das Salinas de Añana levou-me para um pequeno armazém onde havia mesas corridas com cadeiras – tipo cantina! Era sinal de que ainda havia tempo para fazer uma prova de sal. Reconheço que a ideia pode parecer estranha, mas eu gostei muito da experiência.
O que se passa é que o guia apresenta três tipos de sal para o visitante provar e fazer anotações sobre a cor e a salinidade. E as conclusões a que se chega podem surpreender alguns visitantes! (não vou dizer mais para não estragar a surpresa antes de visitar as Salinas de Añana).
Dito isto, é fácil perceber que aconselho vivamente que faça também a prova de sal. terminada a visita e com a tarde praticamente desmaiada, era então tempo de nos despedirmos dos guias das Salinas de Añana e voltar à cidade de Vitória-Gasteiz para outras descobertas. Como por exemplo visitar a Rioja Alavesa.
Dicas para visitar as Salinas de Añana
Qual a melhor época para visitar as Salinas de Añana
Para evitar o frio e a chuva dos meses de inverno, a melhor altura para visitar a região de Álava é entre junho e setembro (ou, em alternativa, os meses de maio e outubro). Ora, é precisamente entre maio e setembro que encontrará as Salinas de Añana em pleno funcionamento, sendo por isso a altura ideal para as visitar.
Como organizar uma visita guiada às Salinas de Añana
Manda a prudência que não apareça nas salinas sem reserva. Pode até ter a sorte de conseguir integrar uma visita guiada que não esteja completa, mas o melhor é mesmo reservar com antecedência. Faça-o diretamente no site oficial, ou então contacte as Salinas de Añana pelo telefone +34 945 351 111 ou email reservas@vallesalado.eus.
Dito isto, eu aconselho vivamente que faça também a prova de sal. Pode parecer uma ideia estranha, mas eu gostei muito da experiência. O combinado chama-se Salt Valley + Tasting e custa 12,5€ por pessoa. Pode também ter uma experiência de realidade virtual que acredito ser muito boa, mas por motivos de agenda eu não consegui fazer.
Como chegar às Salinas de Añana
Estando em Vitoria-Gasteiz, a melhor forma de chegar s Salinas de Añana é, naturalmente, em carro próprio ou com um guia local.
Eu fui visitar as Salinas de Añana na companhia do guia turístico Arturo Martínez, da Guiartu. Caso não tenha transporte próprio, fale com ele para organizar um passeio a algumas das atrações da província de Álava.
Dito isto, a linha de autocarros número 13 permite chegar a Añana de transportes públicos. Veja os horários no site da Álava Bus.
Onde ficar em Vitoria-Gasteiz
No que toca a alojamento, e dada a oferta existente, o mais provável é que opte por ficar na capital. Foi o que eu fiz e recomendo. Assim, comece por ver o artigo sobre onde ficar em Vitoria-Gasteiz, onde falo dos melhores hotéis onde se hospedar na cidade.
Em resumo, eu fiquei no intimista Nirea Hotel e gostei muito. Tem apenas duas estrelas, mas uma localização espetacular, numa rua pedonal da cidade, preço justo e grande qualidade. Alternativamente, veja o Silken Ciudad de Vitoria.
Se preferir ficar num hotel de luxo no meio das vinhas de Rioja Alavesa, espreite o Hotel Marques de Riscal. É uma criação do arquiteto Frank Ghery na aldeia de Elciego, a fazer lembrar o Museu Guggenheim de Bilbau. Para outras opções de hospedagem, pesquise no link abaixo.
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