La Digue: o que fazer na melhor ilha das Seychelles

Procura inspiração para visitar a ilha La Digue, nas Seychelles? Faz muito bem, porque La Digue é, seguramente, a ilha mais fantástica que pode visitar nas Seychelles. Pelo menos para quem gosta de lugares com praias maravilhosas e onde os carros deram lugar às bicicletas.

Assim, este é um guia com todas as dicas sobre o que fazer em La Digue, as melhores praias, passeios e caminhadas imperdíveis, locais para apreciar o pôr-do-sol e tudo o que precisa de saber para visitar La Digue, Seychelles.

Assim, do bilhete postal chamado Praia Anse Source d’Argent às belíssimas praias Anse Patates e Grand Anse. Das imperturbáveis tartarugas gigantes das Seychelles ao ambiente relaxado de La Passe. E incluindo caminhadas deliciosas como aquela que leva o viajante de Anse Fourmis até Anse Caiman. Venha daí explorar a maravilhosa ilha de La Digue, nas Seychelles, em cima de uma bicicleta.

Chegado a La Digue, o que visitar? É sobre isso mesmo que fala este guia de viagem. Encare pois este roteiro para visitar La Digue, Seychelles, como ponto de partida para montar o seu próprio itinerário. Tenha 3, 5 ou 7 dias disponíveis, há muito o que fazer em La Digue – incluindo passeios de bicicleta e mergulhar em algumas das melhores praias do Oceano Índico. Vamos a isso!

O que fazer em La Digue, Seychelles

Praia Anse Source d’Argent

Tida como uma das praias mais bonitas do mundo, a par com a Praia do Sancho em Fernando de Noronha, Anse Source d’Argent é um dos ex-libris de La Digue – e do país!

Trata-se de uma praia incrivelmente fotogénica, com vegetação luxuriante, areia branca e fina, água cristalina com temperatura a rondar os 28 graus. Mas o que torna Anse Source d’Argent uma praia diferente de tantas outras igualmente paradisíacas, seja nas Maldivas, nas Filipinas ou na Tailândia, são os impressionantes monólitos de granito que irrompem do areal. Estas formações rochosas, esculpidas ao longo de milhões de anos, são autênticas esculturas naturais.

Para chegar a Anse Source d’Argent é preciso atravessar a propriedade da L’Union Estate (a pagar entrada!), uma antiga quinta colonial onde ainda existem vestígios do tempo em que os franceses exploravam a ilha para produção de baunilha e coco.

Lá dentro, impressiona o gigantesco rochedo de granito conhecido como Roche La Digue. Segundo a informação no local, esta formação rochosa terá surgido há mais de 750 milhões de anos, quando as Seychelles “faziam parte de um microcontinente de granito félsico”. Ora, mesmo que a história das rochas não seja do seu interesse, é impossível ficar indiferente ao cenário que elas ajudam a compor a caminho da maravilhosa Praia Anse Source d’Argent.

Tudo somado, Anse Source d’Argent é um dos momentos altos de qualquer roteiro para visitar La Digue.

Dica Alma de Viajante: é possível fazer um passeio em “caiaques de vidro” com a Crystal Water Kayaks. Eu, pelo que vi, não recomendo.

Explorar a ilha La Digue de bicicleta

Uma das melhores experiências que se pode ter em La Digue é, simplesmente, andar de bicicleta. Pode acreditar! Existem carros e camiões, é certo, mas são tão poucos que quase não se dão por eles. Em La Digue, usam-se bicicletas – e pedalar torna-se rapidamente uma forma de estar.

É prático para ir à praia, ao supermercado ou ao restaurante, mas é também uma forma maravilhosa de explorar as estradas cénicas de La Digue.

Uma das boas memórias que guardo da minha viagem a La Digue é a de um fim de tarde em que, com o meu filho de dez anos, decidimos andar sem rumo de bicicleta, apenas pelo prazer de pedalar. Atravessámos plantações, florestas e ruas bonitas. Anoiteceu devagar, com o luar a iluminar a ilha de forma quase mágica. Foi uma pequena-grande aventura.

Se procura o que fazer em La Digue, já sabe: às vezes não é preciso muito – basta uma bicicleta e vontade de explorar.

Fazer praia em Anse Patates

Anse Patates situa-se no extremo norte da ilha e é mais uma joia natural de La Digue. Com areia branca e fina, águas azul-turquesa e vegetação tropical, também aqui não faltam as emblemáticas rochas de granito que criam pequenos recantos perfeitos – tanto para fotografias quanto para a simples contemplação.

É certo que Anse Patates não rivaliza com Anse Source d’Argent, por ser mais pequena e não estar protegida por recifes de coral, o que a torna mais exposta à ondulação. Ainda assim, especialmente na maré baixa, é possível desfrutar da praia e dar mergulhos deliciosos.

A praia fica junto ao Patatran Village Hotel – segundo um funcionário, um dos primeiros da ilha. Deixo esta referência porque é possível desfrutar da esplanada do restaurante do hotel – que fica literalmente em cima de Anse Patates -, mesmo não sendo hóspede (eu, por exemplo, aproveitei para beber um sumo natural). E há ainda uma piscina apetecível, caso esteja cansado de praias.

Dar um mergulho na Praia Anse Fourmis

É certo que Anse Fourmis não será a praia mais memorável de La Digue, mas isso não significa que deva ser ignorada. É apenas ofuscada por outras praias espetaculares como a Anse Source d’Argent, a Anse Patates, a Grande Anse e a Petite Anse.

Mas, depois de pedalar pela costa norte desde La Passe até onde a estrada termina, a Anse Fourmis aparece como uma recompensa natural – com areia branca, palmeiras elegantes e águas mornas. Aconselho vivamente o mergulho, antes ou depois de empreender a caminhada até Anse Caiman.

Fazer a caminhada de Anse Fourmis até Anse Caiman

A estrada termina literalmente a seguir à praia Anse Fourmis. A partir daí, encontra-se um pequeno altar, várias bicicletas estacionadas e uma placa que convida a uma caminhada de meia hora até ao Anse Caiman Beach Bar. Como é evidente, aceitei o convite sem saber ao certo o que esperar – e fui completamente surpreendido. Sem saber, estava prestes a iniciar uma das melhores coisas que pode fazer em La Digue.

Na ida, o percurso demorou bem mais do que o previsto na ida. Talvez tenha ido devagar; talvez o calor e humidade me tenham feito parar demasiadas vezes; ou então parei muito para fotografar. Mas a verdade é que o trilho é magnífico: atravessa pedras graníticas impressionantes, palmeiras frondosas e escadas improvisadas em madeira.

Tudo somado, custou bastante. Mas o esforço é largamente recompensado por uma baía encantadora, com um bar de praia rústico e um cenário inesquecível. Vai apetecer-lhe mergulhar. E deixar-se ficar.

O trilho não é adequado para quem tem mobilidade reduzida, mas pode ser feito com crianças (com as devidas precauções).

Relaxar na Praia Anse Caiman

O pequeno bar de praia serve sumos naturais, bebidas frescas e refeições leves. Há redes de descanso, mesas e bancos feitos com troncos de árvore. Um lugar perfeito para relaxar o corpo e refrescar a mente.

Note que o areal se reduz consideravelmente na maré alta, mas o ambiente continua convidativo. Se não sabe o que fazer em La Digue, não hesite: inclua Anse Caiman no seu roteiro.

Como seria expectável, os preços do Anse Caiman Beach Bar são muito inflacionados. Vá preparado com dinheiro.

Ver as tartarugas gigantes das Seychelles

É provável que esteja no imaginário de todos os visitantes das Seychelles o desejo de avistar tartarugas gigantes. E não sairá defraudado – mesmo sem precisar de as ver quase em cativeiro na quinta L’Union Estate, à sombra do Roche La Digue, ou de navegar até à Ilha Curieuse, onde existem em maior número. A verdade é que, pelas ruas de La Digue, também é bastante provável cruzar-se com algum exemplares de tartarugas gigantes das Seychelles.

Vai encontrar sinais de alerta na estrada: “Slow Down, Tortoise Crossing”. E essa é, de facto, uma possibilidade real. É comum vê-las, por exemplo, junto à praia Anse Sévère; e também já mais perto de Anse Fourmis. São encontros inesperados e encantadores, que acrescentam ainda mais magia a esta ilha já por si tão especial.

Pôr-do-sol na Praia Anse Severe

Por falar em Anse Severe, assistir ao cair da tarde nesta praia é um ritual muito apreciado por turistas – e partilhado por muitos habitantes locais. Talvez seja isso que o torna mais autêntico e convidativo. Há quem leve uma garrafa de vinho e dois copos, quem leve apenas um pacote de batatas fritas e uma cerveja, e quem não leve nada – só a vontade de contemplar. Em casal, em grupo de família ou amigos, ou simplesmente sozinho, todos se reúnem para ver o sol pôr-se por detrás da vizinha ilha de Praslin.

O recorte da paisagem – com pequenos ilhéus a pontuar o horizonte – compõe um cenário idílico. Consoante a nebulosidade, é provável que consiga ver o sol mudar de cor: do brilho intenso do dia ao laranja vivo, depois rosa coral… até desaparecer suavemente no mar. Assim é o final do dia na Praia Anse Severe.

Praias Grand Anse e Petit Anse

São duas das praias mais bonitas da ilha de la Digue, uma a seguir à outra. O acesso á segunda faz-se a partir da primeira. E o acesso à primeira pode fazer-se de bicicleta.

O caminho até lá chegar é verdadeiramente incrível. Passa várias povoações com as suas casas coloridas, vegetação diversa, enormes monolíticos graníticos, verde por todo o lado, flores também. A estrada tem algumas subidas difíceis e outras tantas descidas íngremes, mas nada que impeça a viagem. A estrada termina numa floresta que serve de parque de estacionamento das bicicletas.

Primeiro encontrará a Praia Grande Anse e, como o nome indica, um extenso areal com os topos bordejados a granito. Praia linda, que quando fui visitar estava quase deserta.

Atravessar o areal significa chegar ao acesso para a Petite Anse. E depois subir um monólito de granito e voltar a descer. O trilho está bem sinalizado, tem escadas quando é preciso, assim os joelhos ajudem. Mas vale a pena!

A chegada à Petite Anse é um novo deleite. Não há filtro que vença as cores naturais que os olhos contemplam: verde da vegetação, branco na areia, azul no mar, azul no céu, cinzento nas rochas, tudo com uma intensidade inebriante. Até uma nuvem pintar o céu, cair uma pequena chuvada e o ar ficar ainda mais limpo. E sempre brilhante.

É outra das coisas imperdíveis a fazer em La Digue.

Fazer a caminhada até à Praia Anse Cocos

Olhando para o mapa perceberá que a praia Anse Cocos está praticamente pegada a Anse Caiman. Mas elas não se ligam por estrada. Anse Caiman é o fim do trilho, de um lado. Anse Cocos é o fim do trilho, de outro.

Para chegar a Anse Cocos tem de passar pelas praias Grande Anse e Petit Anse. Pode fazê-lo quase sempre à sombra, protegido pela vegetação, com mais ou menos monolitos para subir. Mas já sabe que será sempre recompensado à chegada, porque a praia será mais bonita do que aquilo que estava à espera. Fica a dica.

Igreja de Nossa Senhora da Assunção, em La Passe

Mudando radicalmente de assunto, talvez não saiba que o maior evento católico das Seychelles seja celebrado em La Digue, precisamente na Igreja de Nossa Senhora da Assunção.

No dia 15 de Agosto, esta imponente igreja construída em 1854 é palco de uma romaria nacional que atrai pessoas de todas as partes do arquipélago. Diz-se que a igreja foi erguida após a chegada do padre Théophile Pollar, que viajava entre La Digue e Praslin para pregar e visitar os leprosos na ilha Curieuse. Seja,

Pata o visitante, é um marco arquitetónico e religioso a que vale a pena estar atento. Fica na povoação de La Passe.

Desfrutar do ambiente relaxado de La Passe

Por falar em La Passe, trata-se sem surpresa do centro nevrálgico da ilha. Afinal, é em La Passe que atracam os ferries que ligam La Digue às ilhas vizinhas. E é também aqui que se encontra o ATM, cafés e restaurantes, a farmácia, a padarias e, claro, as inevitáveis lojas de souvenirs.

Dito isto, apesar de funcionar como um pequeno hub de transportes e serviços, La Passe é sobretudo uma vila descontraída, onde turistas e locais passeiam calmamente, sem pressas, a saborear o ritmo tranquilo da ilha.

Apreciar as plantações do Parque L’Union Estate

No início deste artigo escrevi sobre a Praia Anse Source d’Argent, cujo acesso se faz pela propriedade da L’Union Estate. Pois bem, visitar Anse Source D’Argent é obrigatório, mas visitar as plantações do Parque L’Union Estate merece igualmente constar da lista com o que visitar em La Digue. Isto porque a propriedade oferece uma verdadeira visão da história colonial da ilha.

Ainda é possível conhecer as plantações de baunilha e de coco, e facilmente se percebe que esse cultivo foi, durante muito tempo, a principal ocupação dos habitantes de La Digue. Ora, na indústria do coco nada se desperdiça: o sumo bebe-se, a casca serve de combustível e, da polpa branca (a chamada coprah) extrai-se óleo. Caso tenha interesse, saiba que, segundo o que li no local, a coprah é primeiro seca e depois moída num engenho tradicional acionado por um boi. Estima-se que cerca de 35 quilos de coprah produzam um balde de óleo de coco.

Resta dizer que a casa da plantação é a atração central do parque.

Outras coisas a visitar em La Digue

De resto, há um conjunto de outras coisas que eu tinha ponderado fazer no meu roteiro para visitar La Digue, mas que, por um motivo ou por outro, acabei por não concretizar. O tempo nunca dá para tudo, e os imponderáveis acontecem! Eis, pois, algumas atividades a considerar:

• Fazer o trilho até à praia Anse Marron.
• Passeio de barco à Ilha Felicidade e ao Parque Nacional de Coco.
• Percurso pedestre ao Ninho da Águia, no centro de La Digue.

As melhores praias de La Digue

Numa tentativa de eleger as melhores praias de La Digue, nas Seychelles, desafiei a família a votar cada uma das praias visitadas. Como é natural, a pontuação acaba por ser influenciada pela experiência em cada dia, incluindo ventos e marés – as praias fiam muito diferentes. Seja como for, eis o TOP 5 familiar das praias de La Digue.

1. Anse Source d’Argent
2. Grand Anse Beach
3. Anse Patates
4. Petit Anse Beach
5. Anse Caiman

Mas o melhor é mesmo visitar todos os areais e avaliar in loco quais as suas preferidas. Entenda esta lista apenas como uma curiosidade.