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Um passeio rumo à cratera do Vulcão do Corvo (Lanzarote)

Cratera do Vulcão do Corvo
A minha filha no interior da cratera do Vulcão do Corvo, em Lanzarote

Tenho um filho que é fascinado por vulcões. Atualmente com quatro anos de idade, adora as histórias do vulcão Yasur, em Tanna; e já teve o privilégio de visitar a Islândia, onde vibrou com as paisagens vulcânicas e com o Museu Lava de Hvolsvollur. Desta feita, quando soube que havia vulcões em Lanzarote, ficou imediatamente entusiasmado com a ideia de conhecer a ilha. “Mas os vulcões estão acordados?”, perguntou, na esperança de poder ver um vulcão a jorrar lava.

Ora, não sendo isso possível, propus fazermos um trilho que permitia entrar na cratera do Vulcão do Corvo! Era uma forma de, ao contrário do que acontece no topo do Timanfaya, se poder caminhar nas paisagens vulcânicas do parque nacional. E essa – caminhando! – é seguramente a melhor forma de tomar contacto com os campos de lava de Lanzarote.

Pela minha parte, tinha bem presente as fantásticas caminhadas que havia feito semanas antes no Parque Nacional do Teide, em Tenerife – nomeadamente o Trilho Roques de García, que me pareceu de dificuldade semelhante à do Vulcão do Corvo.

Trilho do Vulcão do Corvo (a minha experiência)

Trilho do Vulcão do Corvo, Lanzarote
A família no Trilho do Vulcão do Corvo, com a cratera muito perto

Está bom de ver que não foi difícil motivar as crianças para fazerem o Trilho do Vulcão do Corvo. O dia estava soalheiro, a caminhada era fácil, e a ideia de entrar na cratera de um vulcão (literalmente!) era atrativo mais do que suficiente.

Deixámos o carro estacionado no pequeno parque de estacionamento junto à estrada LZ-56, numa paisagem pontilhada por inúmeras crateras de vulcões desordenadas, qual acne em tons de lava na face da jovem Lanzarote.

Cratera do Vulcão do Corvo
Placa informativa junto à cratera Vulcão do Corvo

De um lado da estrada, a Montanha Negra e a belíssima Caldeira Colorida; do outro, adiante, o Vulcão do Corvo, cujo nome se deve à forma da cratera que, ao que dizem, se assemelha à dita ave. Imaginação fértil ou uma simples miragem? – o leitor decidirá depois de visitar o Vulcão do Corvo.

O trilho começa precisamente junto ao estacionamento. Com o vulcão visível no horizonte, iniciámos a caminhada até à cratera e, uma vez lá chegados, havia que decidir seguir pela esquerda e contornar a cratera quase toda antes de conseguir entrar no seu interior; ou seguir pela direita direto para o interior da cratera. Ora, com a hipótese de literalmente entrar num vulcão, os miúdos decidiram sem grandes hesitações: direita.

Vulcão do Corvo, Lanzarote
Explorando as paisagens vulcânicas junto ao Vulcão do Corvo

A entrada na caldeira é quase épica. Já tinha avistado muitos vulcões, mas entrar numa cratera como a do Vulcão do Corvo não acontece todos os dias. E por lá ficámos apreciando o momento; observando a flora que sobrevive dentro do vulcão; esperando que um grupo de turistas barulhentos fosse embora para estarmos mais tranquilos; desfrutando.

Tenho a sensação de que por ali ficámos bem mais do que o necessário para ver o interior do vulcão. Mas os miúdos estavam felicíssimos com a situação (não é todos os dias que entram num vulcão!), e eu próprio estava radiante. Não fora o calor e a ausência de sombras, e talvez até nem tivéssemos vontade de sair dali.

Vulcão do Corvo com crianças
O sorrido estampado no rosto do meu filho no interior da cratera do Vulcão do Corvo (ou a prova de que é um excelente passeio para fazer com crianças)

No momento em que deixámos a entrada da cratera para trás, faltava circundar uns bons três quartos (ou mais) da cratera. Era altura de prestar mais atenção aos esporádicos placards informativos colocados ao longo do trilho – sobre a fauna, a flora e a formação do vulcão – e lê-los aos miúdos para se irem motivando e aprendendo.

A paisagem, essa, continuava em tons de cinza, tão rude quanto deslumbrante.

Passeios em Lanzarote: Vulcão do Corvo
Um passeio em família…

E assim, tranquilamente e sem grandes pressas, fomos seguindo o trilho perfeitamente delimitado, circunscrevendo o Vulcão do Corvo na sua totalidade. É o término mental do passeio; daí para a frente, há apenas que fazer o mesmo caminho entre o vulcão e o parque de estacionamento.

Os miúdos estavam cansados, é certo, mas visivelmente satisfeitos. Olhando em redor, lembrei-me de uma paisagem que me fizera chorar de alegria semanas antes. Não que fossem comparáveis em termos de impacto e de exigência; mas poder proporcionar esta experiência aos meus filhos – e fazê-lo com eles – tinha sido um pequeno privilégio.

O Trilho do Vulcão do Corvo é, para mim, uma das melhores coisas para fazer em Lanzarote com crianças.

Trilho do Vulcão do Corvo, Lanzarote
Pausa para beber água já perto da cratera

Ficha técnica: Trilho do Vulcão do Corvo (Lanzarote)

  • Tipo de percurso: Linear
  • Início / Final: Parque de estacionamento assinalado no mapa
  • Distância: 4,8 km
  • Duração: 1,5 horas
  • Dificuldade: Fácil
  • Altitude máxima: 350 m
  • Sinalização: O percurso está bem marcado e não há a mínima possibilidade de engano.
  • Acessibilidade: É possível chegar de carro “normal” (não é preciso um 4×4). Não existe transporte público.

Guia prático

Como chegar a Lanzarote

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Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.

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