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Explosões de lava no vulcão Yasur em Tanna, Vanuatu

Por Filipe Morato Gomes | Viagens Oceânia Tanna Vanuatu O melhor das (minhas) viagens Vulcões
Atualizado em 22.03.2020 | Tempo de leitura: 5 minutos

Vulcão Yasur, Tanna, Vanuatu

Ilha de Tanna, Vanuatu

Desde há algum tempo que nomes como Ouagadougou, Tuvalu ou Vanuatu me despertam aquela curiosidade de viajante que impele a partir. Foi por isso natural incluir o arquipélago de Vanuatu no itinerário de uma volta ao mundo em família que passaria pela região do Pacífico Sul.

Era a oportunidade perfeita para conhecer Vanuatu – um país de grandes contrastes marcado pela simplicidade -, particularmente uma ilha onde ainda subsistem minorias étnicas que, apesar da influência externa, permanecem fiéis a muitos dos seus costumes ancestrais: Tanna.

Rapaz de bicicleta junto vulcão Yasur, Tanna
Um rapaz passa de bicicleta junto à base do vulcão Yasur, ilha de Tanna, Vanuatu

Na verdade, não são muitos os turistas que afluem à ilha de Tanna, pela simples razão de que Vanuatu, além de um destino incrivelmente caro, fica a caminho de lugar nenhum, perdido no meio do Oceano Pacífico e na sombra das vizinhas ilhas Fiji. É preciso querer mesmo ir a Vanuatu para visitar Vanuatu.

Aterrei no aeroporto de Lenakel, em Tanna, a bordo de uma pequena avioneta oriunda da capital Port Vila, e rumei diretamente às pequenas cabanas do Friendly Bungalows, junto a uma praia de areia escura na costa norte da ilha.

Turistas a caminho da cratera do vulcão, Vanuatu
Turistas a caminho da cratera do vulcão

Esperavam-me dias de chuva intensa que me impediam de cumprir um dos principais objetivos da viagem a Tanna: ver o vulcão Yasur expelindo lava a partir do topo da sua cratera.

O outro objectivo era tomar contacto com a vida nas mais tradicionais aldeias de Vanuatu, daquelas que resistem ao passar do tempo, ao chamado “progresso”, ao ocidente e à globalização, e permanecem firmemente agarradas às suas tradições ancestrais.

Vulcão Yasur, Vanuatu
O vulcão Yasur ao entardecer (note, no canto inferior direito, salpicos de lava incandescente – mal se conseguem vislumbrar durante o dia), Vanuatu

A semana que passámos em Tanna, com o vulcão Yasur ao alcance do olhar, foi uma espécie de viagem no tempo, um regresso a um passado em que o relógio parou em aldeias como Tapel e Yakel, onde os meninos se vestem com as “roupas da Natureza” (nas palavras da minha filha de apenas 5 anos) e se subsiste com o que a generosa Natureza dá – comem-se raízes e frutos, e os porcos aparentam ser mais valiosos do que a moeda oficial de Vanuatu.

Subida ao vulcão Yasur

O topo do cónico monte Yasur está apenas 360 metros acima do nível das águas do mar, mas numa ilha tão pequena como Tanna, essa altitude é suficiente para dominar o horizonte, onde quer que o viajante esteja. Da pequena aldeia localizada junto aos bungalows onde nos alojámos, por exemplo, e apesar da luxuriante vegetação tropical, avistava-se facilmente o Yasur. Sempre!

E não era só a visão do vulcão que impressionava. A espaços, sem aviso, ouvia-se um bruáááá assustador sempre que as entranhas do vulcão entravam em erupção e uma explosão de lava era expelida para os céus. Uma demonstração de força da Natureza, sem filtros.

Turistas no topo do vulcão Yasur, Tanna
Turistas no topo do vulcão Yasur, ilha de Tanna

Assim que as condições meteorológicas acalmaram, integrei uma viagem de jeep até à base do vulcão Yasur, consciente do risco que a proximidade a um vulcão ativo acarreta.

A noite ainda não tinha chegado a Tanna quando subi a pé as poucas centenas de metros que separam o parque de estacionamento do topo da cratera. Lá em cima, duas dezenas de visitantes procuravam o melhor local para os seus tripés e máquinas fotográficas prontas para o que aí vinha.

Vulcão Yasur em erupção
Vulcão Yasur em erupção

Os guias sentaram-se no chão a descansar, protegidos com mantas e casacos polares – a indicação de que iria arrefecer muitíssimo – e aguardaram.

Do Yasur viam-se cogumelos de fumo denso formarem-se na sua cratera. À medida que a tarde se transformava em noite, a lava incandescente expelida ia-se tornando cada vez mais vistosa. Assustadoramente vistosa. E perto. Quando por fim escureceu completamente e o céu ficou negro-negro, o vulcão ganhou contornos de espetacularidade ímpares.

Breu. Silêncio.

Bruááááááááááá!

Vulcão Yasur em erupção, um
Vulcão Yasur em erupção, um espetáculo tão arriscado quanto fascinante

E então a lava jorrava com violência, o céu negro tornava-se laranja, e eu sentia-me pequeno e absolutamente insignificante, à mercê dos humores da Natureza. Fiquei a observar, explosão após explosão, extasiado, numa inconsciência consciente que terá durado um par de horas, até que os guias começaram a chamar para o regresso.

Desci intacto e de alma cheia. E a certeza que nenhuma fotografia conseguirá mostrar a magnificência do que eu vi em Tanna, a magia que senti no topo do vulcão Yasur, o poderio das entranhas da Terra conquistando os céus escuros de Vanuatu.

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A Matinal desafiou-me a partilhar “o que há de melhor em viajar”, incentivando-me a recorrer ao baú de memórias para partilhar experiências marcantes vividas em viagem. Assim nasce esta série de artigos com alguns dos melhores momentos das viagens que tenho feito pelo mundo:

  1. De barco pelas águas tropicais de Bacuit, Filipinas
  2. Explosões de lava no vulcão Yasur em Tanna, Vanuatu
  3. A magia de Petra, Jordânia
  4. Safari no parque Etosha, Namíbia
  5. Viver e amar em Ubud, Bali
  6. Desova das tartarugas em Tortuguero, o milagre da vida na Costa Rica
  7. Explorando o parque Zion, EUA
  8. Viajar de autocaravana na Nova Zelândia
  9. Estocolmo: espelho meu, existe cidade na Europa mais bela do que eu?
  10. Despertar com os monges de Luang Prabang
  11. 4×4 no deserto de Gobi, Mongólia

Saiba mais sobre: Viagens Oceânia Tanna Vanuatu O melhor das (minhas) viagens Vulcões

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Comentários

  1. Sonia Regina Rocha Rodrigues

    Poético o final dessa maravilhosa reportagem.
    Agora, como o filme Tanna é que as passagens vão ficar muito muito caras.
    Fiquei com muita vontade de ir conhecer de perto.
    Sucesso para você.

    Responder

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Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 51 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Mais recentemente, abracei um novo desafio chamado Rostos da Aldeia, onde se contam histórias positivas sobre as aldeias de Portugal e quem nelas habita.

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