Stone Town é uma cidade com carisma. Poder-me-ia ter ido embora assim que aterrei no aeroporto, mas tinha um feeling de que iria gostar da principal urbe de Zanzibar. Visitar Stone Town era a primeira atividade planeada para o meu roteiro em Zanzibar. E assim fiz.
Passei dois dias a explorar Stone Town, a mais populosa urbe da ilha Unguja (a que por hábito se chama de Zanzibar). De tudo o que visitei, entre museus, cafés, ruas e mercados, estes são os locais que mais me marcaram. É, por assim dizer, a minha lista de sugestões com o que fazer em Stone Town, passível de encaixar numa estadia de dois dias antes de explorar as praias de Nungwi ou Jambiani, ou qualquer outro ponto de Zanzibar. Vamos a isso!
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O que fazer em Stone Town
- 1.1 Visitar o Palácio do Sultão
- 1.2 Visitar o Velho Forte de Stone Town
- 1.3 Visitar o Museu da Escravatura
- 1.4 Conhecer a loja de fotografia Capital Art Studio
- 1.5 Almoçar no Lukmaan
- 1.6 Tomar café no Puzzle Coffee Shop ou no Zanzibar Coffee House
- 1.7 Perder-se nas ruelas do centro histórico…
- 1.8 … e ver o ambiente do Jaws Corner
- 1.9 Embrenhar-se no Mercado Darajani
- 1.10 Assistir a um pôr-do-sol na praia
- 1.11 Passear pelos jardins Forodhani (mas não comer lá)
- 1.12 Visitar uma quinta de especiarias
- 2 Mapa com o que fazer em Stone Town
- 3 Guia prático
O que fazer em Stone Town
Visitar o Palácio do Sultão
O chamado Museu do Palácio, ou Palácio do Sultão de Zanzibar, fica num edifício enorme na zona nobre de Stone Town. Em tempos, foi a residência oficial do Sultão Seyyid Said, até ser destruído pelos bombardeamentos britânicos de 1896. Curioso é o facto de muita da mobília do palácio ter sobrevivido, estando agora em exibição no museu.
Não é um museu espetacular mas, ainda assim, proporciona uma visita interessante ao passado de Zanzibar. Na minha opinião, vale a pena incluir na lista de coisas a fazer em Stone Town.
Visitar o Velho Forte de Stone Town
À entrada, uma placa colocada na parede informa: o velho forte foi “erigido por árabes omanitas por volta de 1700, a partir de materiais de uma capela portuguesa e de uma residência de pedra adjacente”. Ou seja, depois de os omanitas terem expulso os portugueses de Zanzibar. É o edifício mais antigo de Stone Town.
Hoje em dia, não vale muito do seu tempo. É interessante espreitar o interior do forte mas, infelizmente, está transformado num mercado de artesanato e souvenirs, notoriamente vocacionado para o turismo. Na minha opinião, era dispensável; mas, ainda assim, não deixe de visitar o forte e formar a sua opinião. Até porque a entrada é gratuita.
Visitar o Museu da Escravatura
Impressionante e imperdível. O Museu da Escravatura de Stone Town é isso e muito mais. Pequeno e criado com poucos recursos, mas muito, muito elucidativo, o museu explica detalhadamente o funcionamento dos mercados de escravos que afetaram sobremaneira a população negra da Tanzânia e alguns países vizinhos.
As fotografias, que permitem visualizar de forma clara o funcionamento de coisas como as caravanas de escravos, são incrivelmente reveladoras do sofrimento e desumanidade da época da escravatura. Definitivamente a não perder em Stone Town!
Conhecer a loja de fotografia Capital Art Studio
Quando passei à porta, o interior da loja chamou a minha atenção. As paredes estavam forradas a fotografias antigas, muitas delas a preto e branco e desbotadas pelo tempo. Por ali fiquei um bom pedaço, observando as imagens históricas e tentando convencer o dono a deixar-me fazer uma fotografia do espaço. Em vão. Se procura o que fazer em Stone Town para lá do óbvio, não deixe de visitar a Capital Art Studio e, quem sabe, comprar uma fotografia de época.
Almoçar no Lukmaan
Muito provavelmente o melhor restaurante de Stone Town. Ou, pelo menos, o restaurante com melhor relação qualidade/preço de toda a cidade velha. A comida é tradicional e deliciosa, e os preços muito em conta para o que encontrei em Stone Town. Um restaurante simples mas absolutamente recomendável (eu fui lá mais do que uma vez).
Tomar café no Puzzle Coffee Shop ou no Zanzibar Coffee House
Leonardo é um brasileiro de Minas Gerais a viver em Zanzibar; uma espécie de barista autodidata, a viver na “ilha das especiarias” há mais de três anos. O seu Puzzle Coffee Shop é seguramente um dos melhores cafés de Stone Town. Pequeno e acolhedor, tem um ambiente tranquilo e um espaço interior para cowork. “Há dias estava a contar com quantas nacionalidades já interagi aqui no café, e eram mais de 130”, confidenciou-me, sorridente. “É o mundo aqui dentro”. Com sabor a (bom) café – oriundo das plantações do Norte da Tanzânia.
Quanto ao Zanzibar Coffee House, tem o melhor café que bebi em Stone Town. É um misto de guesthouse e café, com ambiente tranquilo e um café divinal. Tem um pequeno terraço ideal para ler um livro com vista para o bulício de Stone Town; e para onde é possível levar o café pedido “lá em baixo”, ao balcão. Lamentavelmente, a simpatia dos funcionários não me pareceu estar em sintonia com a extraordinária qualidade do café. Ao contrário do que encontrei no Puzzle.
São as duas únicas “speciality house” especializadas em café de Stone Town.
Perder-se nas ruelas do centro histórico…
Uma das coisas mais agradáveis para fazer em Stone Town é caminhar pelas ruelas da cidade. Tem uma beleza colonial decadente que lhe dá um charme a fazer lembrar – ainda que ao de leve e salvo as notórias diferenças – cidades como Argel ou Havana.
É nas ruas mais pequenas, no interior dos quarteirões delimitados pelas avenidas maiores que melhor se sente o pulsar de Stone Town. Não hesite: mesmo sem um roteiro ou objetivos definidos, vá. E deixe-se perder pelas ruelas labirínticas de Stone Town.
… e ver o ambiente do Jaws Corner
O Jaws Corner é um cruzamento de ruelas no centro histórico de Stone Town, onde foram colocadas mesas de madeira com bancos corridos e se serve café tradicional de Zanzibar. Confesso que acabei por não ficar para experimentar o café com especiarias, mas certo é que, caso queira sentir a atmosfera tradicional de Stone Town, o Jaws Corner é a janela ideal para a cultura local.
Embrenhar-se no Mercado Darajani
O Mercado Darajani é um caos – não há outra forma de o dizer. Duvido, aliás, que seja apelativo para todos os viajantes, principalmente dado o número de indigentes que por lá vi; mas, em todo o caso, para quem gosta de mercados, vale a pena a visita. É uma profusão de cheiros, de cores e de sabores – especialmente vibrante com as cores quentes do entardecer, antes de rumar à praia para os últimos raios de sol.
Assistir a um pôr-do-sol na praia
Ao fim da tarde, todos os caminhos vão dar ao litoral de Stone Town. Não há muito a dizer. Seja no areal, num jardim ou com uma cerveja Safari num dos cafés junto à praia, a “ordem” é apreciar o final de tarde com o cheiro a maresia por companhia. Não se vai arrepender!
Passear pelos jardins Forodhani (mas não comer lá)
Muita gente que já visitou Stone Town recomenda que se jante nas bancas de rua instaladas, a partir do fim da tarde, nos jardins Forodhani. Depois de ler algumas experiências muito elogiosas, e sendo eu um amante confesso de street food, não poderia deixar de experimentar. Foi das maiores desilusões da cidade.
Antes de mais, a comida é mediana (e estou a ser simpático). Pense em espetadas de peixe, camarão, polvo, lagosta, galinha ou peru previamente cozinhas e reaquecidas na hora, que vai comer de pé ou sentado num muro do jardim. Depois, os preços são absurdamente altos para o que é oferecido. E, por último, parece-me verdadeiramente pensado para o turista – e não para os trabalhadores e habitantes locais, clientes naturais das bancas de street food que já conheci em ambiente urbano. Prova disso é que é impossível caminhar pelas bancas sem ser insistentemente abordado pelos angariadores de clientes.
Em suma, passeie pelos jardins Forodhani ao fim da tarde, mas não fique para jantar.
Visitar uma quinta de especiarias
Uma das atividades mais populares para fazer a partir de Stone Town é visitar uma Spice Farm (ou quinta de especiarias, na tradução literal). Trata-se de uma forma de conhecer um pouco melhor a importância das especiarias na ilha de Zanzibar (ao ponto de ser mesmo chamada por muitos de “ilha das especiarias”). Ocupa meio dia e é uma das coisas a fazer em Stone Town, caso fique dois dias na cidade.
Mapa com o que fazer em Stone Town
Nota: O mais famoso edifício de Zanzibar – House of Wonders – sofria uma remodelação profunda e estava coberto de andaimes. Ou seja, durante a minha visita a Stone Town não tive oportunidade de apreciar a House of Wonders, razão porque seria impossível constar desta lista com o que fazer em Stone Town.
Guia prático
Quando visitar Zanzibar
O arquipélago de Zanzibar pode ser visitado durante todo o ano mas, como é natural, há épocas mais favoráveis do que outras. Sendo certo que os dias são sempre quentes, tenha por exemplo em atenção as duas épocas das chuvas; entre março e maio e depois do início de novembro a meados de dezembro. As chuvas ocorrem, regra geral, durante pequenos períodos de tempo.
Tudo somado, se procura principalmente desfrutar das praias de Zanzibar, a melhor época para ir será durante os meses secos e menos quentes. Ou seja, de junho até finais de outubro; e de meados de dezembro até ao fim de fevereiro. Ao invés, para quem pretende fazer mergulho em Zanzibar, recomendam-se os meses de fevereiro e março, ou julho e agosto.
Como chegar
A minha ideia era chegar por Zanzibar e regressar pelo aeroporto de Arusha (ou vice-versa). Mas depois de muito pesquisar voos baratos, optei por voar com a Turkish Airlines desde Milão; que juntei a um voo de ligação Porto – Milão, com a TAP. E fi-lo porque a diferença de preço para uma passagem aérea única com origem em Portugal era enorme.
O único senão foram as horas adicionais de viagem, que implicaram dormir junto ao aeroporto em Milão. A este propósito, caso tenha de fazer o mesmo, recomendo o Holiday Inn Express Milan-Malpensa Airport. Para chegar ao hotel, apanhe o autocarro gratuito que une os terminais 1 e 2 do aeroporto de Milão Malpenza e saia na paragem Case Nuove. O Holiday Inn fica a 350 metros.
À chegada ao aeroporto internacional de Zanzibar, a melhor opção é apanhar um táxi para Stone Town. Pelo menos se chegar durante a noite, que foi o meu caso (15USD).
Onde ficar em Stone Town
Eu fiquei hospedado no Ten to Ten Stone Town Zanzibar, e confesso que não é nada de especial – dá para dormir e é barato. Para hotéis de melhor qualidade, recomendo os elegantes Tausi Palace Hotel, Spice Palace Hotel e Antonio Garden Hotel; a muito elogiada guesthouse do Stone Town Café; o popular hotel de três estrelas Al-Minar Hotel; o funcional Swedzan House ou o hotel bom e barato Balcony House.
Se é luxo que procura (e está disposto a pagar por isso), a resposta é o Park Hyatt Zanzibar. Para outras opções de alojamento em Stone Town, utilize o link abaixo.
Pesquisar hotéis em Stone Town
Seguro de viagem
A IATI Seguros tem um excelente seguro de viagem, que cobre COVID-19, não tem limite de idade e permite seguros multiviagem (incluindo viagens de longa duração) para qualquer destino do mundo. Para mim, são atualmente os melhores e mais completos seguros de viagem do mercado. Eu recomendo o IATI Estrela, que é o seguro que costumo fazer nas minhas viagens.
Nós ficámos no Stone Town B & B. É normalíssimo, mas tem o encanto de estar instalado na casa que um mercador árabe construíu no início do século passado e até hoje está nas mãos da família.
Preparem-se para subir uma enorme e íngreme escada (mas há portador para os sacos, bless him!).
Tem a vantagem de ser centralíssimo (e, no entanto, tranquilo) e ter um restaurante muito agradável, ao ar livre.
Ar condicionado e boa wifi. (Setembro 2018)
(Sem comissão! :)
M. Céu Fialho
Adorei as dicas! Você sabe se tem pedras tanzanitas para vender em Stone Town?
Obrigada