Não tenhas medo de viajar sozinho

Por Filipe Morato Gomes
Viajar sozinho no Uganda
Eu no Lago Bunyonyi, Uganda (a viajar sozinho, claro)

É um facto indesmentível que há muita gente que não viaja por falta de companhia. Dizem que não gostam de viajar sozinhos, que preferem ter com quem conversar, que a viagem deve ser partilhada. Ou que sozinhos têm medo. O curioso é que a maioria nem sequer se deu a oportunidade de experimentar viajar sozinho.

Por outro lado, se perguntar a alguém que viaja sozinho sobre essas suas experiências, o mais provável é que diga que essa é a melhor forma de viajar; que não se imagina a fazê-lo de outra forma; e que, na verdade, durante as viagens só está sozinho se realmente quiser.

Nas minhas muitas viagens pelo mundo, já tentei viajar com amigos ou conhecidos e o resultado foi quase sempre desastroso. Já viajei em família e muitas coisas boas aconteceram, embora a experiência tenha proporcionado muito menos contactos com outras pessoas. E viajo também com pequenos grupos enquanto líder Nomad. Mas a maioria das vezes viajo sozinho. Não é melhor nem pior, mas é seguramente diferente.

Já aqui escrevi uma lista de coisas que eu diria a quem planeia fazer a primeira grande viagem, onde propositadamente não abordei a questão de viajar sozinho, porque acho que merecia ser melhor desenvolvida num texto autónomo. Esporadicamente recebo mensagens de viajantes indecisos sobre a decisão de partir numa aventura em solitário; e a todos respondo o mesmo: “!”.

Não tenha medo de viajar sozinho

É mais fácil do que parece

Há milhares de outros viajantes a fazer o mesmo, pelo que não está a fazer nada de único ou extraordinário. Claro, é a sua viagem e vai provavelmente mudar a sua vida, mas não está a “descobrir a roda”. Viajar foi provavelmente uma grande odisseia há muitas décadas; agora é demasiado fácil para justificar a maioria dos medos. As dificuldades que sentir (de qualquer tipo) já foram vividas por muitos outros antes de si, pelo que, se tiver necessidade de ir mais descansado, pode facilmente ler sobre essas experiências e melhor se preparar para ultrapassá-las.

Todas as dúvidas que hoje o assaltam enquanto sonha com a viagem – e lhe parecem enormes obstáculos -, no terreno revelar-se-ão coisas pequenas e simples de ultrapassar. Sim, é fácil obter um visto; lavar a roupa; encontrar onde dormir; levantar dinheiro nos ATM; manter contacto com amigos; encontrar companhia; não se expor a riscos desnecessários. Estou até certo que sabe a maioria das respostas para as suas dúvidas – só falta dar o clique que desligue o “complicador” que todos temos dentro de nós.

Nunca vai estar realmente sozinho (a não ser que queira)

Há muitos anos, li uma frase que me ficou gravada na alma. Não sei o seu autor, mas dizia mais ou menos o seguinte: “se viajares sozinho vais conhecer muita gente; se viajares com outra pessoa vais conhecer alguma gente; se viajares com três ou mais vão-se conhecer bem uns aos outros”. Subscrevo inteiramente.

Quando viaja sozinho, está muito mais predisposto para conhecer gente. Interagir e socializar são necessidades básicas do ser humano. Vai encontrar viajantes com quem poderá partilhar uma refeição, um pôr-do-sol, um quarto de hotel, um dia, uma semana ou mais de viagem, dependendo da empatia criada e da vontade de ambos.

Na verdade, só está desacompanhado se realmente quiser. E eu não conheço ninguém que se tenha arrependido de fazer uma viagem sozinho.

Não fique à espera de um amigo ou namorada

Acontece frequentemente. Uma pessoa deseja muito fazer uma grande viagem, desafia um ou dois amigos a embarcar na aventura e acaba por desistir do seu sonho porque um(a) amigo(a) ou namorado(a) acabou por não poder, não querer, não se decidir atempadamente. Não cometa esse erro. Se ficar à espera que alguém possa ou queira ou ganhe coragem, a sua viagem nunca acontecerá. E o mais certo é que se arrependerá de não ter ido.

Quando dei a minha primeira volta ao mundo já era casado e a minha mulher optou por não abandonar a sua carreira de jornalista no seu jornal de eleição. Legitimamente, escolheu o trabalho em vez da viagem – era o meu sonho, não o dela. E sabe o que me disse assim que se apercebeu que eu queria mesmo viajar durante mais de um ano? “Não quero ser responsável por não concretizares o teu sonho; tens o meu apoio”. E eu fui sozinho. (sim, 10 anos depois continuamos juntos).

Claro que, se prefere mesmo viajar acompanhado, se isso está mais de acordo com a sua personalidade, procure alguém que seja compatível com a sua forma de ser, em termos de gostos, de flexibilidade, de ritmo de viagem. Alguém que esteja disposto a fazer cedências, porque a viagem passa a ser a vossa viagem, não a sua ou a dele(a). Escolha alguém com quem se imagine a partilhar as 24 horas de um dia, todos os dias, durante muito tempo.

Mas, se esse alguém não aparecer, não desista da sua viagem. Vá! Não deixe de ser feliz por falta de companhia. Até porque é muito provável que a sua experiência seja ainda mais rica e interessante por estar só. Vai ganhar um autoconhecimento com que nunca sonhou; vai amadurecer e vai fazer muitos mais amigos do que se viajasse acompanhado.

O seu melhor amigo não é necessariamente um bom companheiro de viagem

Tenho vários amigos e amigas de quem gosto muito, que admiro e respeito, e com quem gosto de estar à mesa de um café ou restaurante, a confraternizar numa noite de copos ou a divertir-me num concerto do festival Andanças. Mas alguns deles têm feitios, interesses e gostos tão diferentes dos meus que, em viagem, tenho a certeza que seríamos incompatíveis.

É a mais pura verdade: nunca convidaria alguns dos meus melhores amigos para viajar comigo. Gosto deles, mas não me veria a partilhar as 24 horas do dia durante meses a fio.

E o mesmo se aplica a um casal de namorados. Viajar a dois pode ser uma experiência fantástica, mas não é para todos. Sim, o seu melhor amigo ou namorada não é necessariamente o melhor companheiro de viagem. Tome isto em consideração na hora de decidir entre viajar sozinho ou acompanhado (a não ser que queira “testar” a relação, pela simples razão de que uma das melhores formas de conhecer uma pessoa é viajar com ela).

Qualquer que seja a opção, não deixe que os medos o impeçam de ir atrás do sonho. Porque o mundo está realmente à sua espera, nem que para isso decida viajar sozinho. Ou melhor, principalmente se viajar sozinho. Vai ver que não se arrepende.

Leia também os posts sobre como comprar bilhetes volta ao mundo e quanto custa uma volta ao mundo.

Nota para as leitoras deste blog

Talvez esteja a pensar: “dizes isto porque não és mulher“. É uma atitude comum, atribuir à condição de mulher um handicap para não se viajar sozinha. Não sou mulher, é um facto, mas conheço dezenas de mulheres habituadas a viajar sozinhas. Jovens e menos jovens.

Acredito sinceramente que o mundo seja tão seguro para um homem como para uma mulher mas, em vez de confiar no que eu digo – sendo homem não posso falar com propriedade sobre este assunto -, leia blogs de mulheres-viajantes e forme a sua própria opinião. Os blogs Adventurous Kate de Kate McCulley, The Everywhereist de Geraldine De Ruiter, Legal Nomads de Jodi Ettenber, A Little Adrift de Shannon O’Donnell e Bacon is Magic de Ayngelina Brogan (todos em inglês) são bons pontos de partida, mas há dezenas de outros blogs de viagem escritos no feminino que a podem inspirar e ajudar a ultrapassar todos os receios.

Se prefere contactar com alguém em português, fale com a Ana Isabel Mineiro do blog Comedores de Paisagem. É uma das grandes viajantes portuguesas e há décadas que viaja sozinha para todo o mundo.

Uma última nota: qualquer que seja a forma como escolher viajar, tenha em mente que mais vale prevenir que remediar. Por isso, faça um seguro de viagem (eu uso a IATI Seguros) e parta descansado.

Seguro de viagem

A IATI Seguros tem um excelente seguro de viagem, que cobre COVID-19, não tem limite de idade e permite seguros multiviagem (incluindo viagens de longa duração) para qualquer destino do mundo. Para mim, são atualmente os melhores e mais completos seguros de viagem do mercado. Eu recomendo o IATI Estrela, que é o seguro que costumo fazer nas minhas viagens.

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Filipe Morato Gomes
Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.

73 comentários em “Não tenhas medo de viajar sozinho”

  1. “Quando viajas sozinho, estás muito mais predisposto para conhecer gente”

    Concordo plenamente com a frase, mas para mim o seu significado é ainda mais abrangente: quando viajas sozinho, estás muito mais predisposto em tudo. Todos os sentidos ficam mais apurados, fica-se com muito mais atenção aos sons, às cores, aos cheiros, aos tempos e a todas as subtilezas que só se consegue ao ter o tempo só para nós.

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    • É isso mesmo, João, concordo inteiramente. Obrigado pelo contributo.

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    • Concordo consigo, eu viajo sozinha há muitos anos e sinto isso exatamente.
      Adorei ler os seus blogues,vou continuando a ler, para ter mais alguma informação. Normalmente eu viajo com o seguro que faço ao comprar o bilhete na net mais o do cartão de crédito que pago a minha viagem, mas acho que esta vez em Janeiro vou comprar um seguro de viajem à parte, já que li a sua informação dos seguros e gostei dessas duas companhias – já fiz simulação, boa noite.

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  2. Boas! Tenho acompanhado o teu blog há já algum tempo. É de louvar a coragem e a vontade que tens em cada viagem. Continua assim.

    Eu tive a sorte de estar casada com uma mulher que gosta de viagens e sobretudo do nosso estilo de viagem. Fazemos sem dúvidas uma boa equipa, ela sabe praticamente as línguas todas e eu organizo todas as viagens, trato de toda a parte logística e do trajecto.

    Tenho muitos amigos e muitos estão interessados em viajar comigo mas destes amigos todos só aceito viajar com determinadas condições e com uns determinados perfis. Só aceitei até o momento viajar com 2 casais porque eles tem mais ou menos os mesmo gostos do eu.

    Em grupo ou sozinhos vale sempre a pensa viajar.

    Ja visitei vários países e espero viajar ainda mais…

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  3. Sou mulher, tenho 61 anos e ainda não me cansei de viajar sozinha. Organizo, preparo e concretizo todas as minhas viagens, sem agências, intermediários ou guias. Da China ao Tibete do Árctico ao Antárctico, Do Niger ao Amazonas, da Bolívia ao Irão, do Transiberiano ao Transcanadiano, da Síria ao Cambodja, do Ghobi ao Sahara… e a Timbuktu… nos mais exóticos ou remotos destinos, ainda é sozinha que gosto mais de viajar. Por isso, não tenham medo! Os meus próximos destinos: Islândia e Etiópia.

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    • Maria Helena
      Tenho 64 anos e sempre viajo sozinha, mas sempre com muito medo. Suas palavras me animaram, pois acho que com minha idade é perigoso, etc..
      Um abraço.

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    • Maria Helena,acaba de se tornar o meu ídolo.. bgadas

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    • Puxa PARABÉNS Maria Helena!!! Estou tentando criar coragem, pois sem dúvidas nós somos as melhores companhias para nós mesmos.. Isso é algo que eu sinto, realmente, só me falta a coragem, pois aqui no Brasil, Rio de Janeiro, pela insegurança em que vivemos, acabamos por ficar amedrontadas de cair em armadilhas, ser enganada, etc..

      Um beijo

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    • Maria Helena, tenho 61 anos, como gostava de ter coragem de viajar sozinha. Vivo há um ano sozinha, tenho possibilidades e ainda trabalho com muitas responsabilidades e precisava mesmo dessa coragem para espairecer e me sentir mais feliz. Boas viagens. :)

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  4. Concordo plenamente contigo! Há mais de 30 anos atrás fiz três inter-rails sozinha, de mochila às costas, quando as coisas ainda eram bem diferentes de agora.
    Cresci mais do que se tivesse frequentado quinhentas secções de psicanálise. Como mulher que sou, só não viajava de noite nos comboios, nem dormia pelo chão de qualquer canto e evitava sair à noite. Claro que havia exceções, sempre que tinha companhia.
    Ainda hoje continuo a preferir viajar sozinha. Ficamos totalmente focalizados no que nos rodeia e aproveitamos muito mais.

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    • Tenho uma vontade enorme de fazer um Interrail pela Europa, para variar não há companhia, pondero em ir sozinha… mas dá sempre um certo medo. Que conselhos dá pela experiência que tem?
      Bem haja.

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  5. Thank you so much for including me amongst a great set of women. I have actually met Kate, Jodi and Shannon on more than one occasion around the world and they are fantastic people.

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  6. Este artigo é para homens mesmo. Uma mulher vai sozinha a situação é bem diferente mas pronto. Enfim

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    • Quem me dera fazer um terço das viagens que já vi certas mulheres fazerem sozinhas. Quando fiz a primeira, julga-me muito corajoso, até conhecer uma australiana que chegava da Mongólia, tão sozinha como eu.

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    • Rack,

      Acredita que este post não é só para homens.
      Pensava exactamente como tu, até ser incentivada por um amigo a viajar sozinha pela primeira vez. Arrisquei, e fui 3 semanas para a Ásia. E posso dizer-te que foi a melhor experiência da minha vida.

      Claro que como mulher tens de ter alguns cuidados acrescidos, mas acredita que não é nada de especial nem complicado. Basta ter um espírito aberto, 2 dedos de testa e confiares no teu instinto.

      Arrisca! :)
      MJ

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    • Não é bem assim como pensa. Uma mulher viajar sozinha não é tão difícil nem perigoso assim como pensa. Não tenho muita experiência de viagens por sítios estranhos, mas já andei sozinha nos subúrbios pobres de uma cidade de Marrocos e já andei sozinha pela selva num país africano; nada me aconteceu. Claro que é preciso alguns cuidados, mas nada de mais.
      Ganhe coragem e faça-se à estrada :-)

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    • Bom dia eu sou mulher de 62 anos e comecei a viajar sozinha antes dos 40. Haviam amigos e conhecidos suficientes que também queriam ir mas já estavam de pé atrás antes da partida e isso ia dar muitos problemas. Viajei na Ásia, na África, nos EUA e na América do Sul. Mas claro que também estive várias vezes em todos os países Europeus, nos nórdicos, na Grécia e Itália até várias vezes. Os maiores obstáculos na vida são o receio de sair da rotina , do pequeno círculo onde se vive todos os dias e enfrentar situações novas. Avance! Vai vencer o receio! Comece já hoje a fazer planos. O tempo passa e não espera por ninguém.

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  7. Já viajei sozinha e recomendo. Realmente é uma experiência fantástica e inesquecível. Claro que mantive cautela, por estar em um pais desconhecido. Pretendo, com certeza, repetir a dose.

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  8. Quando li este artigo, revi-me completamente nele!!
    Obrigado Filipe por colocar em palavras aquilo que eu muitas vezes tentei explicar aos meus familiares, amigos e conhecidos. Sinceramente acho que me continuam a achar louca… 
    Sou mulher e viajo sozinha habitualmente.
    Comecei a viajar sozinha, porque não tinha namorado e os amigos não me podiam acompanhar. Claro que tive receio, mas a vontade de conhecer ao mundo era bem maior…  Neste momento não me vejo a abdicar de viajar sozinha, gosto bastante de o fazer! Acho que aproveito as viagens a solo de uma forma completamente diferente e é, sem dúvida, uma boa forma de auto-conhecimento.
    O facto de ser mulher não nos impede de fazer viagens a solo (que lá está não quer dizer que estejamos sozinhos), claro que tenho alguns cuidados, como por exemplo não sair à noite ou escolher com cuidado os locais de alojamento, mas alguns dos cuidados que tenho qualquer pessoa (homem ou mulher) pode ou deve ter.
    O meu conselho para quem está indeciso é: Vão!!! De certeza que não se vão arrepender! Para mim tendo sido uma experiência fantástica!
    Mais uma vez: Obrigado Filipe!

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  9. Excelente artigo Filipe. Parabéns!

    Ainda sou um rookie nestas andanças de andarilho solitário mas a curiosidade e o desejo de ir mais além do que a sociedade nos pré-programa, levou-me a pedir uma mochila emprestada e partir para o outro lado do mundo. O culpado? esse grande senhor chamado Gonçalo Cadilhe (desculpa a intromissão Filipe).

    Encontros, aventuras, peripécias, loucuras, histórias sem fim, são pormenores que jamais serão esquecidos. Foi deveras engraçado ver as frases dos amigos quando perceberam este devaneio para um miúdo considerado pacato e sem sinais exteriores de demência para fazer tal coisa. Recordo quando perdi os únicos cartões de crédito ao 2º dia de uma viagem de 22 dias e quando contei aos meus pais, ao 17º dia, que afinal de contas estava no Cambodja sem amigos (portugueses, claro está).

    Todos os medos desaparecem à chegada e se transformam numa autentica teia de absorção de tudo o que nos rodeia, afinal, esta é a nossa nova “casa”.

    Aventurem e descubram-se!! vale sempre a pena partir e regressar com uma nova alma a transbordar de vida e alegria!!

    Continua a escrever Filipe! é um prazer acompanhar-te!

    um abraço.

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  10. Amo viajar sozinha… concordo que só conhecemos alguém mesmo, quando viajamos com ela!

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  11. Este é o problema: concordo em muita coisa, porém quando não se é jovem é mais difícil.

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    • Olá Geny,
      Perdoa a sinceridade, mas todas as desculpas são boas para não enfrentarmos os nossos medos. Viajar sozinho ou acompanhado não é uma questão de idade, mas sim de estado de espírito e de vontade. Eu adoro viajar sozinho, mas sei bem que nem toda a gente tem vontade de experimentar. O importante é não deixar de fazer o que se quer só porque não há quem nos acompanhe. Cabe a cada um tentar ser feliz sozinho ou acompanhado, tenha 18 ou 81 anos. Ou seja, se queres mesmo, vai.
      Grande abraço e boas viagens

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  12. Excelente artigo. Também costumo viajar bastante é muitas vezes faço-lo sozinho. Viajar é das melhores coisas da vida!

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  13. Michel Onfray, em seu inspirador “Teoria da Viagem” diz em uma passagem:

    “Nós mesmos, eis a grande questão da viagem. Nós mesmos e nada mais. Ou pouco mais. Certamente há muitos pretextos, ocasiões e justificativas, mas em realidade só pegamos a estrada movidos pelo desejo de partir em nossa própria busca com o propósito, muito hipotético, de nos reencontrarmos ou, quem sabe, de nos encontrarmos. A volta ao planeta nem sempre é suficiente para obter esse encontro. Tampouco uma existência inteira, às vezes. Quantos desvios, e por quantos lugares, antes de nos sabermos em presença do que levanta um pouco o véu do ser!”

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  14. Bem, este artigo parece que foi escrito para mim (perdoa-me algum egocentrismo, Filipe!), mas tantas vezes temos uma ideia e nunca a pomos em prática e tudo o que precisamos é um pequeno empurrãozinho.

    E sendo assim, ao ler o teu artigo senti esse push e decidi que em Dezembro irei pela primeira vez viajar sozinho.

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    • Uau, Miguel – é por comentários destes que é tão recompensador alimentar este blog. Parabéns pela tua decisão, vais adorar!
      Ficamos todos a aguardar pelos teus comentários quando regressares.
      Grande abraço e boas viagens.

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      • Olá, Filipe!

        Acabei por não o poder fazer em Dezembro por motivos profissionais e decidi não deixar os créditos por mãos alheias a marquei logo dias com antecedência.

        E Terça-Feira lá vou eu descobrir sozinho a cidade de Budapeste! (não é um destino muito extreme mas para começar acho que foi o indicado)

        Grande abraço!

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  15. Quando se viaja em grupo há um círculo e é para lá que nos viramos, acabamos por nos fechar nele. Ao passo que, sozinhos, é como se fosse o avesso, abrimo-nos para o mundo, para fora desse círculo e aí não há limites.

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  16. É tudo bem como disse o Filipe.
    Embora seja bem comunicativa, sou muito tímida sozinha. Não me via viajando só, muito menos para outro país. Mas o acaso me deu essa espetacular oportunidade e imensurável experiência. Não foi fácil, nunca o é, mas voltar de cada viagem um pouco mais desbravadora nos seus próprios limites, vale as agruras e medos.
    Fiz uma viagem com um amigo que acabou não sendo tão proveitosa, me ressenti por isso e loucamente como tinha um contacto virtual da cidade que acabei não conhecendo, no feriado seguinte voltei sozinha, com a da segurança de que já tendo estado lá há pouco seria mais fácil, e foi.
    Dois anos depois estou eu indo para a terceira viagem solo. Uma por ano por necessidade já! rs
    Descobri um site de viajantes (www.couchsurfing.org) que se ajudam, ciceroneam e até hospedam, e se reúnem habitualmente, o que possibilita conhecer pessoas seguramente. Mas sem sombra de qualquer dúvida a melhor segurança advém de você fazer um estudo da cidade que vai. Traçar roteiros diários com informações possíveis ainda que mudem os planos e não os siga, te dão as orientações mínimas da cidade.
    Para nós meninas, já existe uma só para as mulheres, mas ainda não tem muitos cadastros e portanto não muito retorno… e sim, é um pouco mais complicado porque sofremos o medo do assédio, mas tem a vantagem do assédio, explico: o fato de sermos mulheres sozinhas nos deixam expostas a assédios de homens não muito descentes (digamos assim!) mas também daqueles que verdadeiramente interessados nos ajudam, o difícil é saber reconhecê-los e/ou ainda obter a ajuda se você não quiser ultrapassar a barreira da amizade, mas o fato é que dá para sobreviver à tudo!
    Eu sugiro isso para vencer o medo: vá primeiramente sozinho a uma cidade que você já conhece, e já a verás com outros olhos! Mas vá, porque não dá para não ir esperando alguém!

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  17. Estava mesmo a precisar de ler isso. Decidi há pouco tempo que iria para Burgos e seguiria pela Europa fora estilo Jack Kerouac até Abril. Mas estou com tanto medo, planeio fazer com um amigo, mas tenho quase a certeza que ele não vai alinhar. Apesar disso eu sinto que esta viajem me chama… algo me puxa, e simplesmente eu não me conformo em adiar mais…
    Contudo quando me ponho a pensar nos graus negativos que fazem por esta altura no Norte de Espanha e em tudo o que me pode acontecer de mal, eu acanho-me muito. Tenho 18 anos e quase toda a gente se opôs a isto e eu fico de facto receoso pois não vejo tantos perigos assim. Nunca viajei antes sozinho, ainda assim vou-me obrigar a partir já este Domingo, que Deus esteja comigo.
    Um abraço e obrigado pelo artigo!

    Responder
    • Boa viagem, Francisco, viajar sozinho é uma forma excelente de viajar. Não conheço ninguém que se tenha arrependido de o fazer.
      Abraço.

      Responder
  18. Boas .
    Estava a procura de informacao como chegar do aeroporto de Arlanda (Suecia )para a capital Estocolmo , hostel , etc…. e deparei me com esta pagina muito interessante .
    Sim ,é verdade, viajar sozinho , pode ser “mau” por nao se ter companhia , mas se nao o fizermos nao realizamos o nosso sonho .
    Sempre tive um sonho de viajar para Holanda, como nunca tive companhia para o fazer ou porque as viagens eram caras, ou porque alguem estaria a trabalhar , nunca teria chegado a ir …..
    Ate ao momento em que fui sozinho aos 24 anos para a holanda passar a passagem de ano …..
    FENOMENAL :) se estivesse ate hoje á espera de alguem para viajar , ainda nao teria viajado …. e ja conto com bastantes viagens por a Europa e continuo a fazer.

    Responder
  19. Olá Filipe,

    Antes demais parabéns pelo artigo descobri o seu blog agora mesmo enquanto pesquisava por um destino de férias.
    Sou mulher e viajo sozinha, mas tenho de confessar que fui para o Japão e devido à língua ( quase não falam inglês ) não fiz amigos. Foram dias de profundo silêncio onde me encontrei e desencontrei dezenas de vezes :) Foi uma experiência inesquecível.
    Recomendo 1x na vida, viajar para fora de pé, sair da zona de conforto.
    Claro que tenho cuidados acrescidos por ser mulher, especialmente em alguns países árabes.

    Responder
  20. Olá :)

    Adorei ler o artigo, parabéns Filipe!

    De facto viajar sozinho é um caminho que todos deveriam experimentar, faz bem à alma.

    Continuação de boas viagens para todos :)

    Responder
  21. Olá Filipe!

    Descobri hoje o teu blog e ainda não consegui parar de lê-lo :)

    E este post faz particular sentido para mim, já que regressei há 2 semanas da minha primeira viagem sozinha pelo Sudeste Asiático (Vietname e Laos)..
    Foram 3 semanas em que fui muito muito feliz. Conheci outros viajantes fantásticos (na realidade só passei 2 dias sozinha no total), vi paisagens lindas, interagi com os locais e senti-me totalmente livre pela primeira vez há já muito tempo!

    A quem ainda hesita em tomar a decisão de viajar sozinho/a: não hesitem!! O mais difícil é mesmo comprar o bilhete, a partir daí (e como dizíamos no Laos) “It’s in God’s hands!” É uma experiência fantástica onde nos conhecemos melhor a nós mesmos e onde tudo depende de nós.

    Dificilmente farei outra viagem do estilo acompanhada. O bichinho instalou-se e tenho a certeza que não planeia abandonar-me tão cedo :)

    Vou continuar a seguir o teu blog assiduamente!

    Boas viagens!
    MJ :)

    Responder
    • Olá Maria João,
      Ainda ontem estava a tentar convencer uma pessoa, também mulher, a viajar sozinha. Acho que o melhor é dizer-lhe para vir aqui ler o teu comentário. Muito obrigado pela partilha.
      Beijo grande e continuação de boas viagens.

      Responder
      • Sim! :) Diz-lhe para ler o comentário e se tiver paciência dar um pulo ao meu blog. Fiz um diário da viagem que pode ajudá-la a tomar a decisão :)

        Beijinhos!

        Responder
  22. Boas tardes,

    Filipe adoro teu blog, a escrita é fabulosa! Parabéns!

    Viajar sozinha é tudo de bom!! o único senão, é que não tens fotos tuas!! eheheheh
    Adoro viajar sozinha, no meu timing, sem ter que discutir com quem quer que seja para fazer alguma coisa!!!

    E é um reencontro contigo mesmo!

    Responder
  23. Olá Filipe :)

    Estou a preparar as minhas malas …. Normalmente viajo sempre sozinha pela Europa , agora estou na suica para juntar um dinheirinho e ir a volta do mundo !!!! Mas eu tenho uma questao, quantas línguas falas?! Eu só falo o inglês e não prefeito !!!!

    Responder
  24. 100% de acordo! E há tanta gente que perde oportunidades à custa disso! Mas é bom ver que está a mudar! Basta ver o seu caso :)

    Responder
  25. Olá Olá!

    Que bom de ler! E é tudo tão verdade! Tenho 27 anos, fiz a minha primeira viagem de avião há +/- 3 anos e fiz a minha primeira viagem com a melhor companhia que cada um de nós pode ter, que somos nós mesmos há pouco menos de 3 meses.

    Sou uma medricas. ‘Panico’ a andar de avião, ou pelo menos o banco da frente (onde me agarro quase sempre) e a pessoa do lado (que tem de me aturar e falar cmg queira ou não queira) são sempres os meus melhores amigos. Estremeço quando ando na rua e alguém passa muito depressa perto de mim. Entre outros ‘medos’ que nem vale a pena expô-los aqui.
    Portanto viajar sozinha é para todos! Porque medos todos nós temos, mas somos nós também que temos de os encarar. Eu comecei a pensar no número de sítios que poderia não visitar por medos. E então fiz a mala, encontrei o sitio (ou vice versa) e lá fui eu.
    E se estive sozinha? Estive quando quis, porque conheci pessoas incríveis, com experiências de vida e de viagens maravilhosas que me deliciei a ouvir e só me deu vontade de chegar a casa e fazer novamente a pesquisa do próximo local e a mala!
    Se existe o bichinho de fazer uma viagem sozinhos, nem pensem duas vezes! Vão! Arrepender-se só vão, se não forem.

    Vou continuar a seguir Filipe. Muito bom!

    Noemi Fernandes

    Responder
    • Muito obrigado pela partilha, Noemi, e votos de muitas viagens daqui em diante, seja sozinha ou acompanhada.
      Grande abraço.

      Responder
  26. Olá! Sigo este blog há um tempinho e finalmente vou partir na minha primeira aventura sozinho durante dois meses! :) Com medos bla bla mas decidido e aqui ganhei inspiração! India até já!
    Um abraço e boas viagens!

    Responder
  27. Filipe,
    Este texto acabou de aparecer à frente. Não sei bem como nem porquê.
    A verdade é que era exatamente aquilo que eu estava a precisar de ler. Foi um tiro demasiado certeiro a uma hora demasiado certeira para ser um simples acaso.
    Obrigada pela tua inspiração.
    Madalena

    Responder
    • Olá Madalena,
      Fico feliz ao ler esta tua mensagem. Dizem que não há coincidências, não sei :)
      Beijo grande e boas viagens.

      Responder
  28. O Filipe, tens uma esposa 5 estrelas :D. Obrigada por me motivares a viajar sozinha. Queria ir ao Tibete mas parece que por enquanto há um problema com as fronteiras… mas hei de realizar esse sonho :)

    Responder
  29. Confesso que era uma das que pensava que viajar sozinha era isolar-me e tenho estado a algum tempo a decidir fazer uma viagem de 2 semanas sozinha…(a minha primeira grande viagem em termos de tempo e destino).. entretanto já decidi que vou e não há já volta a dar.. e ia já amanhã.. mas calma.. só falta 1 mês e pouco :) procurei realmente na net testemunhos sobre viajar sozinho para me encorajar e realmente estes testemunhos são encorajadores e decisivos! É bom saber que afinal há muito mais pessoas a fazê-lo do que alguma vez imaginei.. e só quando nos decidimos a fazer algo que seja e procuramos os caminhos é que damos conta disso..

    Procuro efetivamente nesta viagem uma libertação e paz interior que preciso.. “Go some where new”

    Boas viagens a todos :)

    Responder
  30. Boa noite!!! Estou em pânico, e ao fazer inumeras pesquisas encontrei este blog fantastico! A minha viajem sozinhaaaaa é para a china e o que me esta apavorar é fazer a escala que sera em Amesterdão! Filipe se me pudesses dar umas dicas agradecia imenso! Boa noite

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  31. Este texto está escrito há mais de dois anos, mas chega sempre fresco a quem está à procura de incentivo para fazer a primeira viagem. Sem dúvida que me encontro em alguns parágrafos e a desculpa que sempre dei a mim mesmo foi que não viajo por não ter companhia. O que é certo é que os anos passam e a esperada companhia nunca está presente. Em 2017 vou quebrar esta barreira e em estilo soft irei sozinho a algumas ilhas dos Açores. Não é nenhum Tibete ou Vietname, mas Já é um começo. Tudo de bom.

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    • Olá Carlos, fico feliz com comentários como este. O objetivo é mesmo esse, incentivar. Ir inspirando mais gente a não ter medo de seguir os seus sonhos, fazer-se à estrada (sozinho ou não), ganhar mundo. Grande abraço e boas viagens.

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  32. Muito bom. Vou viajar a primeira vez sozinho e estou um pouco nervoso, bastante até. Vou para a Austrália 3 semanitas e… vamos ver como corre. Depois de ler o artigo, sinto mais que é um bom desafio do que um medo atroz.

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    • Olá Pedro,
      Tenho a certeza que viajar sozinho na Austrália vai ser uma experiência fantástica. Depois conta como foi. :)

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  33. Oi Felipe, já nos conhecemos porque foi publicado no Alma um pequeno relato de uma das viagens que fiz ao Butão. Pois bem, sou uma senhorinha de 1/2 idade, 64, anos, brasileira, solteira e que tem o bom hábito de mais viajar sozinha do que acompanhada. E, mais, gosto de caminhar em alta montanha, por isso meus lugares preferidos são Ásia e América do Sul, onde há lindos picos pra se conhecer. Uma pena que não possas vir ao sul do Brasil, onde há lindos canyons que adoraria te apresentar. Quem sabe numa próxima vez, não é mesmo?
    Ah, e fiz nessas bandas brasileiras, o estado da Amazonas, que curtes no momento, um dos mais lindos treks de minha vida: caminhada de 9 dias ao Pico da Neblina, o maior do Brasil. Abraço!

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  34. Cheguei há duas semanas da minha primeira viagem sozinha e foi maravilhoso. Não sou muito sociável, mas nunca me senti sozinha. Aliás, muitas vezes interagiram comigo porque diziam que sorria muito e parecia simpática (e eu tenho uma expressão de descanso que pode parecer fria), o que só mostra o quanto a viagem nos transforma, Estar quase sozinha no parque histórico de Sukhothai; passar o dia com uma manada de elefantes (resgatada do turismo da cadeira) no meio da floresta em Chiang Mai; a antecipação quando se ouve os tambores a tocar às 5 da manhã em Luang Prabang antes do cortejo diário dos monges; ouvir lendas hindus contadas por um arqueólogo/entusiasta no cimo de um dos templos em Angkor Wat; ouvir o chamamento à oração a ver o por do sol numa ilha da Indonésia… são tantas recordações felizes, que se eu puder dar algum conselho será, vão. Com mais ou menos planeamento, com mais ou menos budget, mas não deixem de ir. A minha próxima viagem será a Escócia de comboio. :)

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    • Olá Marisa, muito obrigado pela tua partilha. Beijo grande e boas viagens, seja sozinha ou acompanhada.

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    • Olá Filipe

      Achei brutal as dicas mas continuo com um certo receio; no ano passado visitei 4 países Europeus e achei incrível mas fui acompanhada com a minha filha na altura com 16 anos; correu tudo muito bem, tratei tudo sozinha não gosto de agências e sai mais barato. Eu e ela damos-nos muito bem, fazemos tudo em conjunto, planeamos tudo as duas é muito giro. Mas ela está a crescer e em breve a disponibilidade não vai ser a mesma de certeza. O meu namorado não gosta de viajar, mas apoia-me imenso, por isso resta-me viajar sozinha. Para fora do país sozinha ainda não fui e tenho receio, mas adorava. Para o ano queria ir a Noruega (Tromso) em Janeiro para ver se consigo fotografar as famosas Auroras Boreais; vamos ver se consigo.

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  35. Poderei dizer simplesmente isto. Foi o fazer fotografia há uns quinze anos que me fez sair de uma depressão. O viajar e a arte de fazer fotografia por este mundo fora são momentos fantásticos e inesquecíveis nesta vida. Poderei dizer que ando kms a pé a fazer fotografia e a ouvir musica pelos países que vou visitando. A próxima viagem será ao Canadá em Setembro por duas semanas a fotografar os seus parques naturais. É com imenso gosto que ando sozinho a conhecer este mundo e a fazer fotografia.

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  36. Olá Filipe, como vai?

    Andei lendo suas dicas de viagem para o Japão e gostaria de saber se é loucura e possível ir sem saber o inglês?

    Abraços

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  37. Olá Filipe, o meu problema ao viajar sozinha não é o medo, já fiz várias viagens sozinha e nunca tive problemas, mesmo nos países muçulmanos, temos que ter a noção da cultura do país que visitamos e dos seus hábitos.
    O meu problema ao viajar sozinha é os suplementos que se pagam, isso é que acho exagerado. A minha próxima viagem sozinha deve ser à Tailândia, só estou indecisa quanto à praia: Phuket, Koh Samui ou Krabi.
    Cumprimentos

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  38. Comecei a viajar sozinho aos 12 anos de idade. Desde criança aprecio mapas. Olhava os países, cidades e tinha vontade de conhecer, desbravar. Devido aos compromissos de meus pais, não teve jeito, comecei a sair sozinho e fui conquistando a confiança dos pais, de que não iria me perder e nem correr riscos desnecessários. Comecei viajando para cidades próximas, de trem (comboio) e ônibus (autocarro). Aos poucos fui me distanciando, chegando a outros estados e logo estava fazendo viagens de mais de mil quilômetros dentro do Brasil. Tudo sozinho. Às vezes visitava amigos de correspondência que possuía nas cidades escolhidas. Outras vezes não conhecia ninguém. No decorrer delas fiz viagens acompanhado, com amigos. Mas sozinho há muito mais liberdade, principalmente se levarmos em conta horários e estender mais a viagem. Hoje viajo sozinho de carro, ou de ônibus. Somente para o exterior ainda prefiro acompanhado, mas com o tempo pretendo fazer sozinho as primeiras. Estive em Portugal em 2017, vinte dias, na companhia de outros quatro amigos. Mas nesses vinte dias, tirei um dia para me separar deles, que estavam pelo interior do país de carro. Enquanto eles foram de Évora a Lisboa de carro, optei por autocarro – ônibus – sozinho para esse trajeto. Viajar é tudo de bom. Não tenhamos medo. Gostei de sua página aqui na internet, conheci hoje e acompanharei.

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  39. A primeira viagem que fiz para o estrangeiro foi sozinha, foi nos anos 90. Dez dias em Paris, um sonho, pois sou era e sou grande apreciadora das artes. Correu tudo bem. Foi a primeira vez que andei de avião, de metro, tudo. Nem mesmo em Lisboa tinha ainda usado o metro, residia no centro do país e quase não ia lá. Era um sítio perfeitamente civilizado, não me recordo de alguma vez ter sentido receio algum. Não sei se noutro contexto não teria cedido aos receios, existem territórios mais complicados, onde é parecido alguma cautela e sobretudo conhecimento daquilo que se vai encontrar. Ainda hoje gosto de andar sozinha por todo o lado, de facto até prefiro. Há dois anos li o livro Comboio fantasma para o Oriente e fiquei com uma enorme vontade de fazer uma longa viagem de comboio. Sozinha, claro…

    P:S. Gosto muito do seu blogue. Cheio de informação prática, directo ao assunto. Mas sem quebrar o encanto que é viajar!

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  40. Muito obrigado por todas as palavras. Concordo plenamente. Tenho 56 anos, sou mulher, quando tinha 18 anos fiz um inter-rail por alguns países da Europa, completamente sozinha, não havia telemóveis, nem internet disponíveis, estávamos em 1981. Foi uma experiência inesquecível!
    Depois comecei a namorar, casei, tive filhos, e só agora divorciada, com os filhos independentes e uma neta é que ambiciono poder voltar a viajar como me aprouver, pois nunca é tarde para começar ou recomeçar.
    O meu muito obrigado ao Filipe e todos os outros que aqui expressaram as suas palavras.

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  41. A gente se sente mais forte e independente nessas viagens. Quando viajo sozinho, às vezes luto com as coisas no momento, mas a confiança que recebo faz tudo valer a pena.

    Achei incrível esse artigo, uma excelente estrutura de blog. Parabéns!

    Fiz um artigo um pouco parecido no meu blog referente sobre viagens desse estilo porque vejo o quanto isso é importante compartilhar.

    Desejo muito sucesso e muitas vibrações positivas!

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  42. Adorei a sua descrição!
    Sou mulher e, apesar de ainda não ter ido onde queria e ter feito apenas pequenas passagens sozinha, a verdade é que amei a experiência… é único… e não tem a ver com os outros, tem a ver connosco, com a nossa individualidade. Não é sermos egoístas, é apenas o nosso EU. O verdadeiro eu a aparecer e tudo fazer muito mais sentido! É bom ler estes relatos – ler e haver blogs como este, que transparecem o que sentimos, numa sociedade e envolvência com tantos tabus e muitas vezes que abafa os nossos sonhos. Onde muitas vezes o lugar onde estamos não é o lugar que pretendíamos estar; não que seja trocar lugar A pelo B, simplesmente me refiro a que as nossas asas estão como que presas. Onde só queríamos voar, mas o que e quem nos rodeia põe entraves a tudo.
    Emocionei-me ao ler “Quando dei a minha primeira volta ao mundo já era casado e a minha mulher optou por não abandonar a sua carreira de jornalista no seu jornal de eleição. Legitimamente, escolheu o trabalho em vez da viagem – era o meu sonho, não o dela. E sabe o que me disse assim que se apercebeu que eu queria mesmo viajar durante mais de um ano? “Não quero ser responsável por não concretizares o teu sonho; tens o meu apoio”. E eu fui sozinho. (sim, 10 anos depois continuamos juntos)”. Acho que deve ser um dos maiores testemunhos de amor e apoio! Acho que existem por ai muitos EU’s a sonhar com algo assim e não a terem quase que fazer escolhas de vida ou anular sonhos…

    Bem Haja e boas viagens.

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  43. Olá. Parabéns pelo blog. Sou brasileiro, 57 anos, reformado no ano passado. Já viajei muito pelo Brasil e pelo mundo, inclusive uma volta ao mundo em 1998. Viagens de aventura e viagens comuns. Quase sempre acompanhado da parceira com quem estava no momento.
    Recentemente, por falta de companhia, fiz 3 viagens solo. Ao norte da Índia, onde permaneceria sozinho durante um mês, à espera de que chegassem meu filho e minha nora. Em seguida faríamos os 3 a pesada caminhada até o campo base do Everest. Não deu certo. Não me senti bem sozinho em Rishikesh. Tentei ir para o Tibet, as fronteiras estavam fechadas. Desisti do campo base e retornei ao Brasil.
    Alguns meses depois, no verão europeu, passei 2 semanas sozinho no Algarve. Foi agradável, conheci lugares interessantes, mas a pressão turística era muito grande.
    Depois passei um mês em Lisboa, que incluiu 2 semanas só. Muito bom. Frequentava um ginásio, visitava museus e parques, caminhava muito, comia bem em restaurantes comuns. Cada dia era uma nova descoberta, orientada pela localização do museu ou parque do dia. Assim fui descobrindo os bairros da encantadora capital portuguesa.
    Agora preparo-me para passar um mês na Amazônia. Sozinho.
    E, na sequência, assim que o visto de residência sair, me mudarei para Lisboa em caráter definitivo e… sozinho.
    Posso dizer que há vantagens e desvantagens. Definitivamente não me agrada a viagem em grupo, mas um(a) companheiro (a) de viagem traz a interlocução e a alegria das descobertas em comum. Por outro lado, como alguém escreveu neste espaço, quem viaja só sente-se muito mais estimulado, aberto aos sons, cheiros, gostos. E eventualmente à interação com um desconhecido.
    Mais uma vez, parabéns pelo texto, que nos faz voltarmo-nos para nós mesmos e nos perguntarmos a razão dos nossos medos e da nossa inadequação. E nos estimula a ir em frente.

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  44. Olá Filipe, somos da mesma idade e eu também vivo em Matosinhos e tenho uma paixão pelo Caminho de Santiago; recentemente fiz o caminho Primitivo de Oviedo a Santiago e fui sozinho e a única coisa que te posso dizer é que amei cada momento que passei. Quando vamos sozinhos estamos mais recetivos a conhecer novas pessoas, novas culturas e até a nos desafiarmos a nós próprios. Por isso acho que realmente não devemos deixar de fazer a viagem que tanto queríamos só por falta de companhia.

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  45. Adoro viajar sozinha, agora no fim de Janeiro vou para a Ásia.
    Obrigada pela sua informação no blog.

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  46. Tenho 61 anos e continuo a preferir viajar sozinha. Não sou bicho do mato, gosto de companhia, de conviver, socializar, gosto de família e amigos mas… Viajar? Nada melhor que sozinha! Poder escolher, poder decidir, poder optar, sem estar condicionada é excelente.
    Grata por todas as dicas do seu blog.
    Boa viagem

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  47. Bom dia a todos! Obrigada pelas excelentes dicas e pelo incentivo para viajar sozinha! Contudo ainda não consigo mesmo aventurar-me sozinha. Fiz viagens pela Europa sempre com os meus filhos e, agora, na expectativa de não ter a disponibilidade deles por motivos pessoais e profissionais não consigo mesmo arriscar. Tenho amigas que fazem viagens e mostram abertura para as acompanhar mas de facto existem incompatibilidades diversas: timing, destino, opções de alojamento, etc.
    Tenho tentado as viagens organizadas em grupo mas revelam-se incomportáveis para mim.

    Parabéns a todas e a todos as/os corajosas/os que não prescindem dos seus objectivos!

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    • Não estou a ver qual é o “risco”, mas experimente fazer uma viagem sozinha, de dois-três dias, a uma cidade europeia. Quem sabe não toma o gosto por viajar sozinha…

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  48. Adoro todos os artigos e amei este. A verdade é que já viajei sozinha, em grupo, com amigos, em família. Confesso que prefiro viajar sozinha. Talvez porque quando viajamos com alguém conhecido, fechamo-nos numa espécie de bolha, falamos com essas pessoas e não damos a devida atenção ao que está à volta.

    Não sei explicar porquê. Sei que assim que chego ao aeroporto de Lisboa com a minha mochila nas costas sinto uma sensação de pura liberdade, a felicidade de percorrer o “não lugar” do aeroporto, sentar-me e sentir o bulício das gentes. Chegar ao destino e sentir-me uma exploradora, misturar-me com a população, comer o que eles comem, ver o que eles vêem, mesmo com os meus olhos de estrangeira, trocar umas palavras com estranhos que falem inglês, chegar a um lugar lindíssimo e sossegado e ouvir o delicioso som do silêncio. É indescritível. Parece que a magia é diferente.

    As melhores memórias de viagem que tenho são de viagens que fiz a solo. Adoro e recomendo. Voltamos pessoas completamente diferentes e sobretudo pessoas melhores.

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  49. Olá, neste momento estou sozinha de férias a jantar sozinha no hotel, rodeada de casais e famílias. Realmente sou a única sozinha aqui. Claro que podia conhecer novas pessoas mas o meu intuito é mesmo estar sozinha. E viajar porque se quer estar sozinha é muito bom e diferente. Recomendo estar sozinho porque sim.
    Obrigada pelo contributo!

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