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Destino: A gastronomia em viagem

A gastronomia em viagem

Por Filipe Morato Gomes | Atualizado em 11 Jan 2017 | Gastronomia Inspiração 4 Comentários

Hoje publico a sexta e penúltima crónica de viagem escrita para as edições de verão do jornal Diário de Notícias, publicada em papel  no passado dia 19 de agosto. As crónicas são publicadas até ao final do mês, sempre às segundas-feiras, na secção DN – Verão do jornal (e aqui com duas semanas de atraso).

#6 A gastronomia em viagem

Gastronomia em viagem: mercado de Langkawi, Malásia
Gastronomia em viagem: mercado de Langkawi, Malásia

O meu primeiro emprego foi em Macau. Era, na verdade, um estágio curricular numa pequena e caótica empresa ligada ao multimédia, a que tive acesso porque nenhum dos alunos com melhor média teve interesse na oferta. Para além da adaptação a uma cidade com níveis de poluição e humidade estratosféricos, a costumes muito diferentes e às grades que protegiam as janelas mesmo nos andares mais altos dos prédios, tive de me habituar a conviver com uma gastronomia totalmente distinta.

Lembro-me de frequentar um restaurante português para matar saudades e tomar um bom café, da mesma forma que me lembro de provar uns ovos de aspeto medonho comprados num mercado local que, à falta de melhor definição, eu chamava de “ovos podres”. Eram surpreendentemente saborosos e talvez tenha sido aí que comecei a perceber que, gastronomicamente falando, vale sempre a pena arriscar. Ou quase.

Sou apologista de que a gastronomia é uma parte importante da experiência de qualquer viagem. Não me refiro a refeições gourmet em restaurantes Michelin, mas à gastronomia local, simples e saborosa que não raras vezes se encontra no mais simples dos estabelecimentos ou mesmo na rua. Nada substitui provar in loco um bun cha vietnamita, o tradicional lovo das ilhas Fiji, uma salada grega no mediterrâneo, um tom yum num tasco da Tailândia, os tacos mexicanos, um koshary no Egito, um gallo pinto na Nicarágua, um dal na Índia, um sashimi fresquíssimo no Japão ou um simplório nasi goreng na Indonésia, um vatapá no Brasil, um dulce de leche na Argentina, um prato de cuscuz em Marrocos, de haggis na Escócia ou de kashk-e-bademjan no Irão. O palato agradece a experiência, mesmo que por vezes não se fique fã dos sabores ou texturas.

Já provei coisas muito estranhas – como o abdómen de formigas verdes na Austrália, ricos em vitamina C, um churrasco de morcego a bordo de uma embarcação no Rio Mekong, no Laos, ou até testículos de carneiro numa tasca iraniana – e tento sempre experimentar o que de diferente me aparece no prato. Mas a verdade é que nem sempre tenho estômago para tal. Nunca consegui, por exemplo, comer espetadas de baratas, escorpiões e diversas larvas orgulhosamente expostos nos mercados de rua de Pequim. E foi em Macau, naquela estadia de vários meses onde os “ovos podres” não me incomodaram minimamente, que enfrentei o maior dilema gastronómico da minha vida.

Certo dia, alguns colegas de trabalho macaenses convidaram-me para um jantar festivo seguido de uma inevitável noite de karaoke na Zona Económica Especial de Zhuhai, do outro lado da “fronteira” – Macau era ainda administrado por Portugal. O objetivo, soube à chegada, era degustar um sumptuoso jantar de cão. Eu era uma espécie de convidado especial e o repasto uma iguaria muito apreciada pelos convivas.

Por mais que me esforçasse, não consegui – não estive à altura da honraria e até hoje recordo esse momento com embaraço. Recusei a carne de cão e acabámos todos num tasco de rua a comer outra coisa qualquer. É das poucas coisas que nunca conseguirei experimentar.

Série de Crónicas DN – Verão 2013

  • O país mais “perigoso” do mundo
  • Os imprevistos em viagem
  • A viagem como escola da vida
  • É preciso coragem
  • Viajar não é coisa de ricos
  • A gastronomia em viagem
  • Profissão: vagabundo

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Comentários

  1. Sara ezequiel

    Amigo Filipe,
    No fim do ano é a minha vez de evitar o cão e perder-me no bun cha vietnamita!
    Que bom!!

    Responder
  2. Manuela

    É curioso porque já experimentei coisas que eu sempre disse que nunca na vida experimentaria, tais como uma tarântula frita no Cambodja ou uma espetada de escorpião em Pequim, mas que naqueles contexto, em que as pessoas locais os estavam a comer como snacks, em pequenas caixinhas de papel (tipo as das pipocas), não me pareceu assim tão repugnante experimentar e descobrir afinal a que sabiam – não comemos caracóis em Portugal ou perninhas de rã?? Mas confesso que cão ou baratas ainda está acima da minha capacidade de adaptação… E para quem tenha receio de experimentar posso adiantar que o molho que têm “abafa” qualquer outro sabor.. 🙂

    Responder
  3. carla

    Já experimentei cão. Até à hora dizia que não ia comer, mas tendo em conta as dificuldades de comunicação para pedir a especialidade do restaurante (cão, neste caso) ou um simples arroz achei melhor não complicar mais as coisas. Os mais sensíveis devem parar de ler agora. Achei bom, uma carne bem tenra.
    O mais estranho que comi foi esperma de Fugu. O peixe em si é muito bom, adorei!, agora o esperma, não obrigado :-S

    Responder
    • Filipe Morato Gomes

      Olá Carla,
      Esperma de fugu é coisa que nunca provei, e agora mesmo fui procurar fotos para ver o aspeto. Parece medonho, mas vou guardar a sugestão para quando for ao Japão. 🙂

      Responder

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Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho, atualmente, 49 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

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