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Profissão: vagabundo

Por Filipe Morato Gomes | Inspiração
Atualizado em 19.07.2017 | Tempo de leitura: 3 minutos

Hoje republico a sétima e última crónica de viagem escrita para as edições de verão do jornal Diário de Notícias, publicada em papel  no passado dia 26 de agosto. Foi um prazer enorme escrevê-las, e o feedback foi muito positivo – quem sabe não surgem outras oportunidades de colaborar com o DN.

#7 Profissão: vagabundo

Uma aldeia de Portugal
Gosto de pensar que o mundo é a minha casa

Já tive dois empregos “normais”, com patrão e horários e chatices. E a verdade é que me diverti imenso, criando software multimédia no tempo em que as agora velhas “novas tecnologias” estavam ainda no berçário. Som, vídeo, design interativo, animação e programação multimédia faziam parte do meu dia-a-dia noite dentro. Foram bons tempos, mas com o passar dos anos sentia cada vez mais que algo me faltava. Comecei a viajar mais e a matutar frequentemente num pensamento: “qualquer dia despeço-me e vou dar uma volta ao mundo”. Repeti isto inúmeras vezes, mas nunca tive coragem de o fazer.

Certo dia, fui apanhado no turbilhão de uma re-estruturação empresarial e acabei despedido. Quando um senhor engravatado vindo da capital expressamente para o efeito me transmitiu a notícia, levei um baque momentâneo e vieram-me as lágrimas aos olhos. Depois sorri. O momento de angústia transformou-se num dos melhores acontecimentos da minha vida. Era o empurrão de que necessitava para viajar e ser dono do meu tempo. Para ser mais feliz.

Anos depois, na primeira semana da primeira série do programa televisivo 5 Para a Meia Noite, o Luís Filipe Borges perguntava-me: “posso-te tratar por vagabundo?”. A expressão ficou-me na cabeça.

Hoje não tenho emprego, mas o que então perdi em “segurança” ganhei em liberdade. Tudo o que faço está relacionado com viagens: misturo o prazer de viajar com a paixão pela fotografia e pela escrita de crónicas de viagem; viajo à procura de boas reportagens e ministro workshops sobre Escrita de Viagens; e ainda sou líder de viagens numa pequena agência de profissionais aventureiros, ofício que me permite levar outros viajantes a conhecer uma parte do “meu” mundo. Por causa disto, dizem-me por vezes que tenho “o melhor emprego do mundo” – logo eu, que não tenho emprego algum. Porquê? Simplesmente porque viajo.

Há um certo romantismo associado à vida na estrada. Viajar é quase por definição uma coisa boa e agradável, mas a verdade nem sempre é cor-de-rosa. Não é fácil estar longe quando se prevê um tsunami no local onde a família se encontra, jantar em Luang Prabang na véspera de Natal ou encontrar-se na longínqua Kisoro quando um familiar é hospitalizado em estado crítico. No fundo, é trabalho, com responsabilidades e obrigações – só que um trabalho bom!

Gosto imenso de viajar sozinho, mas dá-me igual deleite partilhar com outrem algumas das preciosidades que fui encontrando mundo afora. É o que acontece quando levo viajantes à antiga Pérsia. Uma mesquita belíssima e o som dos muezzins chamando para as orações, uma casa de chá com carisma, uma tasca de rua especial, uma cidade vista a partir dos telhados, um pôr-do-sol no deserto, a simpatia de um amigo local – são tudo coisas que reparto com um sorriso e infinito prazer.

Em viagem, posso montar o “escritório” junto a um glaciar neozelandês, num areal caribenho ou numa esplanada colombiana; posso partilhar momentos de felicidade com outros viajantes; e, mais importante, sou dono do meu tempo. Sim, talvez vagabundear seja o “melhor emprego do mundo”. Porque não me faz rico, mas sim feliz.

Série de Crónicas DN – Verão 2013

  • O país mais “perigoso” do mundo
  • Os imprevistos em viagem
  • A viagem como escola da vida
  • É preciso coragem
  • Viajar não é coisa de ricos
  • A gastronomia em viagem
  • Profissão: vagabundo

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Comentários

  1. Ricardo Cunha

    Olá Filipe,

    É uma história de vida interessante, repleta de experiências enriquecedoras que, de certeza, te tornaram uma melhor pessoa em vários aspectos, mais culta, mais despretenciosa, mais feliz contigo e com os outros.

    No entanto, pergunto se na altura já tinhas um modo de vida “normalmente” formatado (uma família, crianças), com responsabilidades financeiras, de qualquer ordem? Por acaso, e ainda bem, já devias ter dentro de ti esta predisposição para um modo de vida mais “livre”, menos convencional, o que permitiu a abertura de portas (escrita, formação, outras) para governares a tua vida e daqueles que dependam de ti directamente.

    Muitos, provavelmente, já pensaram no mesmo. Contudo, e se por qualquer motivo essa pessoa não conseguir estar associada a uma agência de viagens, ou ser capaz de dar formação, ou de ter talento para escrever, fotografar? Como garantir um meio de subsistência? Se, na altura, não tivesses conseguido agarrar outros projectos, achas que, passado uns tempos, estarias de volta à vida “antiga”, em busca de um emprego similar ao que tinhas?

    Todo o processo de mudança foi cuidadosamente pensado, ou seguiste mesmo esse estímulo interior? Quando avançaste para a volta ao mundo já tinhas algumas certezas do ponto de vista financeiro?

    Abraço!

    Responder
    • Filipe Morato Gomes

      Olá Ricardo,

      Sim, quando parti para a primeira volta ao mundo já era casado e tinha um empréstimo ao banco (só não tinha filhos, ainda). E não, não tinha dinheiro, para além da pequena indemnização pelo despedimento e o que comecei a juntar quando decidi que ia dar uma volta ao mundo.

      Mas tinha uma mulher que percebeu o meu sonho, tentou vir comigo pedindo uma licença sem vencimento mas, como não lhe deram, optou por não se despedir e investir na carreira (estava a trabalhar no sítio onde sempre sonhara).

      De resto, não tinha nenhum plano para além de querer viajar. E não fazia ideia do que ia fazer quando regressasse, nem tampouco sabia que homem iria regressar. Mas lembro-me, depois de voltar, de dizer alto e bom som que “enquanto der, não quero voltar para um emprego normal”.

      Quando regressei, investi em projetos online como o Alma de Viajante, comecei a vender mais reportagens, depois a colaborar com a Nomad e a dar workshops… e umas coisas puxaram as outras. Sobre a subsistência, é como digo no post “Viajar não é coisa de ricos” sobre o investimento no online. Ter alguma forma de rendimento online é a melhor forma de conquistar essa liberdade de movimentos.

      Talvez tenha tido sorte, não sei, mas hoje sou feliz – e isso não tem preço.

      Responder
  2. Ricardo Cunha

    Obrigado pela resposta. Boa viagem para o Irão 🙂

    Responder
  3. Angel

    Adoro ler seus artigos, são reais, claros e objetivos. Minha prioridade é viajar, não viajo tudo que gostaria, mas viajo o que posso. Ao ler sobre viagem acabo viajando também. Parabéns!
    Angel

    Responder
    • Filipe Morato Gomes

      Olá Angel, obrigado pelas palavras simpáticas. Grande abraço e boas viagens!

      Responder
  4. Conceição Freitas

    Adoro ler os seus artigos! De certeza que o Filipe a esposa e a menina são extremamente simpáticos! Obrigada, por partilhar!

    Conceição Freitas
    Guimarães

    Responder

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Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 51 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Mais recentemente, abracei um novo desafio chamado Rostos da Aldeia, onde se contam histórias positivas sobre as aldeias de Portugal e quem nelas habita.

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Alma de Viajante é um blog de viagens sob o mote “Viajar. Partilhar. Inspirar.”, onde partilho de forma pessoal e intimista as minhas viagens pelo mundo. O objetivo é “descomplicar” e inspirar mais gente a viajar como forma de enriquecimento pessoal. Há também guias, roteiros e dicas para o ajudar a viajar. Note que sou um blogger de viagens, não um operador turístico. Saiba mais sobre o Alma de Viajante.

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