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Um pequeno intervalo na itinerância (Pikitim #33)

Por Luísa Pinto | Volta ao Mundo em Família Ásia Bali Indonésia
Atualizado em 9.09.2018 | Tempo de leitura: 6 minutos

Arrozais de Ubud, Bali
A alegria num dia de sol entre os arrozais de Ubud

Foi há apenas três meses, a partida, e já tanta coisa aconteceu. Estamos “estacionados” em Bali e a Pikitim anda fascinada, consciente do privilégio que é viajar. O pai está neste momento longe – e isso é estranho. E eu sinto falta de estar mais próxima de familiares e amigos em momentos-chave das suas vidas. É o pequeno preço a pagar pela maravilhosa experiência de palmilhar o mundo em família.

Levamos três meses de estrada nesta viagem que se desenrola aos vossos olhos, no Diário da Pikitim. E, neste preciso momento, é a primeira vez que a família está separada – o pai foi dar um saltinho ao Irão, para mais uma edição da viagem Segredos da Pérsia como líder Nomad.

É também a primeira vez que estamos quase um mês num determinado lugar (neste caso em Ubud, Bali), numa espécie de intervalo da vida nómada que escolhemos viver este ano. E é ainda a primeira vez que recebemos a visita de familiares e amigos. É, pois, uma boa altura para olhar os ponteiros dos dias. Porque a partida foi há tão pouco tempo mas já aconteceu tanta coisa!

Houve novas paisagens. Praias e arquipélagos, museus e vulcões, aldeias e cidades, bichos e flores, borboletas e areia. Houve novas experiências gastronómicas e culturais. Os termos “no spicy, no hot, please!” já saem da boca da Pikitim com toda a naturalidade e, por estes dias, tem-se entretido a provocar a avó perguntando-lhe se ela não quer começar a comer com as mãos como fazem na Malásia. Houve contactos com religiões diversas – muçulmana, hindu, budista – e com tradições únicas e marcantes, como o teatro de sombras de Java ou as danças balinesas. Conhecemos muita gente. E fizemos novos amigos.

Arrozais em Ubud, Bali
Os arrozais conferem um encanto muito especial à cidade de Ubud, interior de Bali

Mas também há coisas que fazem falta (como um bom bacalhau, por exemplo, ou um bom copo de vinho) e algumas sensações estranhas, como não estar presente em momentos-chave da vida de pessoas que nos são importantes. É o pequeno preço a pagar por ter escolhido estar aqui, deste lado do mundo, em itinerância. Por estes dias, já nasceu a Alexandra, já soubemos da gravidez da Andreia e recebemos com muita alegria a notícia de que a Pikitim vai ter mais uma prima para brincar.

Quando regressarmos a Portugal, lá para o final do ano, já a Ana Taís e a Leonor terão nascido. E, neste momento, falta pouco mais de uma semana para o casamento de um dos tios da Pikitim. Ela, que nunca assistiu a um casamento e não quis saber como iria ser o dia do Zé Carlos e da Sofia, pedia ontem pormenores sobre um casamento que estava a ser preparado numa aldeia de Bali – se o noivo ia “de calças pretas, de casaco preto e uma gravata” e se a noiva ia “de vestido branco como uma princesa” ou se, afinal, já levava a pinta na testa como as mulheres da Índia.

As novas tecnologias até encurtam estas distâncias e ajudam a camuflar as saudades. Mas não as impedem – nem poderiam. Tal é válido tanto para os que ficaram em Portugal e que não vamos ver e tocar durante um ano, como para a curta ausência do pai. Se era algo a que estávamos habituadas em Portugal, depois destes quase três meses de presença permanente a ida ao Irão parece um pouco mais estranha. A Pikitim resolve essa saudade com uma facilidade relativa: a presença do pai nos desenhos é uma constante. Aliás, nos desenhos da Pikitim a família está sempre presente, com a nuance de que nos seus desenhos há sempre um “irmão” a acompanhar-nos, revelando a vontade que nela mora de ter crianças por perto.

Mulher Bali
Nos meios rurais de Bali, a vida é fisicamente exigente para todas as idades

De resto, a Pikitim sente que o ano está “ao contrário”. Se antes passava a maior parte dos meses entre a casa e a escola e só nas férias é que ia viajar, em 2012 passa o ano em viagem e as “férias” estão a ser agora, “estacionada” durante três semanas em Bali a usufruir da presença dos avós e da visita de amigos como a Patrícia, ex-colega de trabalho na redação do Público.

É delicioso ouvir a Pikitim relatar-lhes “as muitas coisas” que já fez na viagem, socorrendo-se do seu diário gráfico para desfiar o seu próprio calendário de eventos. O momento em que lhe caiu o primeiro dente, em Koh Jum, ou o corte num pé provocado por um coral morto numa praia da Malásia tem a mesma dignidade e importância da visita ao Zoológico de Singapura ou ao Museu Pambata em Manila; do encontro com o Rafael e a Tânya e do seu primeiro snorkelling; das brincadeiras com a Margarida num night market de Langkawi ou com o Lincoln em Koh Muk; ou da visita ao rio subterrâneo de Puerto Princesa com a Astrid.

São experiências e contactos que ela já gravou na memória e, parece-me bem, no coração.

No seu discurso de “menina crescida que já tem cinco anos”, vai referindo que “nós, os viajantes” temos muita sorte por estar a ver tantas coisas diferentes, e por ainda irmos a tantos sítios. Não fala nunca de voltar para Portugal, nunca pediu para regressar a casa. Diz que desta vez não vamos ao Brasil nem à Índia (“Mas eu quero lá ir, e a mãe já me prometeu que havemos de ir lá”!), mas que ainda vamos à Austrália e à América. Nota-se que, de algum modo, está a mimetizar o que vai ouvindo da boca dos pais.

Arrozais em Penestanan, Ubud, Bali
Um homem planta arroz perto de Penestanan, Bali

Mas tem outras coisas totalmente genuínas; como reparar “na vida difícil” que têm os trabalhadores dos arrozais, com os pés enterrados na lama sob um sol ardente. “O arroz dá muito, muito trabalho, e é um grão tão pequenino”, disse um destes dias. Ou nas mulheres que, à porta da nossa casa temporária nos arredores de Ubud passam o dia a acartar bacias de areia à cabeça para uma obra, para trás e para a frente, qual formigas num carreiro.

“Obrigada, mãe e pai, por esta viagem, e por me estarem a mostrar tantas coisas diferentes”, ouvimos da boca da Pikitim. As sementes estão lançadas; os frutos vão nascer ao longo da sua vida.

Guia prático

Onde ficar (em Ubud)

Ubud é um deleite para os amantes da boa hotelaria. É o lugar para esquecer os grande hotéis e escolher pequenas pousadas com muito charme, instaladas em complexos de arquitetura tradicional e rodeadas de arrozais. Entre elas, recomendo sem reservas as baratíssimas KT. Kuaya Homestay, Ayu Homestay e Dekwah Homestay (entre outras).

Noutro segmento, as belíssimas villas do romântico Samkhya Villas e do Kano Sari Ubud, ou ainda o excelente Alam Pracetha Bali Ubud (afastado do centro, o que pode ser visto como uma vantagem ou uma desvantagem) são excelentes escolhas a um preço aceitável.

Para quem procura o luxo com bom gosto, dificilmente encontrará melhor do que o Natya Resort Ubud. Trata-se de um dos melhores hotéis de Ubud, perfeito para uma estadia a dois. Para outras opções de boa qualidade, veja o link abaixo.

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Sobre o Diário da Pikitim

Este post pertence a uma série que relata uma volta ao mundo em família, com 10 meses de duração. Um projeto para descomplicar e mostrar que é possível viajar com crianças pequenas, por todo o mundo. As crónicas da viagem foram originalmente publicadas em 2012 na revista Fugas e no blog Diário da Pikitim.

Veja também o post intitulado Viajar com crianças: 7 coisas que os pais devem saber.

Saiba mais sobre: Volta ao Mundo em Família Ásia Bali Indonésia

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Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 52 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Mais recentemente, abracei um novo desafio chamado Rostos da Aldeia, onde se contam histórias positivas sobre as aldeias de Portugal e quem nelas habita.

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