Chinatown, Greektown, Koreatown, Little Portugal, Little India e Little Italy são algumas das múltiplas comunidades estrangeiras que fazem de Toronto a sua casa. É extraordinário. A maior cidade do Canadá é, sem qualquer dúvida, uma das mais multiculturais onde já estive.
A minha visita a Toronto durou apenas cinco dias. Tempo suficiente para subir ao topo da CN Tower; conhecer a Casa Loma; caminhar debaixo dos tubarões do Aquário Ripley; comer uma sandes de peameal bacon no Mercado St. Lawrence; admirar as obras de arte da AGO – Art Gallery of Ontario e da The Power Plant; apreciar a arte urbana de Graffiti Alley, o ambiente criativo de Kensington Market, do novíssimo Distillery District e do irrotulável Evergreen Brick Works; ir de barco às ilhas de Toronto e visitar as Cataratas do Niagara; e até para assistir a um jogo de basquetebol (NBA) em casa dos Toronto Raptors.
Para quem esteja a planear visitar Toronto, estas atrações são um bom princípio para os primeiros dias a explorar a capital canadiana. Tendo mais tempo, não falta o que fazer em Toronto e arredores – para além de retemperar energias em alguns dos mais acolhedores cafés de Toronto. Eis, pois, o meu roteiro de cinco dias. Espero que ajude.
- 1 Resumo do roteiro em Toronto
-
2
O que visitar em Toronto: a minha experiência
- 2.1 AGO – Art Gallery of Ontario
- 2.2 Assistir a um jogo da NBA (ou de hóquei no gelo)
- 2.3 Visitar a Casa Loma
- 2.4 Subir à CN Tower
- 2.5 Explorar Kensington Market
- 2.6 Apreciar a arte urbana no Graffiti Alley
- 2.7 Usar e abusar dos parques de Toronto
- 2.8 Mercado St. Lawrence
- 2.9 Visitar o Ripley’s Aquarium of Canada
- 2.10 Distillery District
- 2.11 Uma manhã de sábado no Evergreen Brick Works
- 2.12 Passear no Harbourfront (a frente marítima de Toronto)…
- 2.13 … e visitar a galeria The Power Plant
- 2.14 Conhecer as ilhas de Toronto
- 2.15 Atravessar o Skywalk
- 2.16 Comer um ramen delicioso no Ramen Isshin
- 2.17 Aconchegar-se nos cafés de Toronto
- 2.18 E ainda… ROM – Museu Real de Ontário
- 2.19 Uma roda de samba para terminar a viagem a Toronto
- 3 Outras visitas a partir de Toronto
- 4 Mapa das principais atrações de Toronto
- 5 Guia prático
Resumo do roteiro em Toronto
Em jeito de resumo, e na esperança que seja útil para organizar a sua viagem, eis o meu roteiro de cinco dias em Toronto.
- Dia 0: Passado em viagem, com chegada a Toronto por volta das 21:00.
- Dia 1: Subir à CN Tower; aquário Ripley; passagem pelo Skywalk; AGO – Art Gallery of Ontario; assistir a um jogo da NBA.
- Dia 2: Graffiti Alley; visitar a Casa Loma; passagem pelo Berczy Park
e almoço no Mercado St. Lawrence; explorar o Distillery District. - Dia 3: Dia passado a visitar a Península de Niagara.
- Dia 4 (sábado): Manhã no Evergreen Brick Works; tarde no café Dark Horse Espresso Bar, a trabalhar no blog.
- Dia 5: Caminhada por Harbourfront; visita à galeria The Power Plant; passeio às ilhas de Toronto; avião de regresso.
Conheça o Toronto CityPASS
Caso planeie subir à CN Tower, visitar a Casa Loma, o Ripley’s Aquarium e o ROM – Museu Real de Ontário (e eventualmente ainda o Zoo de Toronto ou o Ontario Science Center), então considere adquirir o Toronto CityPASS. Pode fazê-lo poupar dinheiro, com a vantagem adicional de evitar as filas nas bilheteiras e na entrada das atrações. O passe tem a validade de nove dias e um custo a rondar os C$105 (cerca de 75€/R$330). Parece muito mas, se visitar tudo, compensa.
Alternativamente, pode também reservar muitas atividades na GetYourGuide, antes de viajar.
O que visitar em Toronto: a minha experiência
AGO – Art Gallery of Ontario
Visitar a AGO – Art Gallery of Ontario era algo que tinha no topo das prioridades durante a minha estadia em Toronto. Não que eu seja muito dado a museus – prefiro ruas e mercados – mas há alguns que tento não perder; nomeadamente museus de arte contemporânea.
Manda a verdade dizer que não raras vezes me questiono sobre o porquê de muitas obras de arte contemporânea serem consideradas arte e ganharem o direito de serem expostas em museus de topo, mas isso é algo que provavelmente nunca compreenderei.
Dito isto, continuo grande apreciador da chamada arte contemporânea. E de arquitetura. E, no caso da AGO, mesmo que as paredes estivessem todas vazias, valeria a pena visitar; nem que fosse só para conhecer a prodigiosa arquitetura do edifício.
Dicas: pode comprar o ingresso com antecedência para evitar as filas de entrada. Não paga para guardar a mochila no bengaleiro, mas sim para guardar o casaco (agora já sabe onde colocar o casaco antes de se dirigir ao bengaleiro). Note ainda que a AGO é gratuita às quartas-feiras das 18:00 às 21:00 (chegue cedo e não leve mochila).
Assistir a um jogo da NBA (ou de hóquei no gelo)
Dias antes de voar para Toronto lembrei-me de ver se haveria algum jogo dos Toronto Raptors durante a minha estadia na cidade. E havia. Procurei online um dos bilhetes mais baratos e, uma hora antes da hora marcada, lá estava eu às portas da Air Canada Arena pronto para assistir ao meu primeiro jogo da NBA. Os adversários eram os Sacramento Kings.
Entrei, dei uma volta pelo recinto, matei a fome com uma fatia de pizza a preços inflacionados e fui-me sentar. Rapidamente cheguei à conclusão de que, mais do que um jogo de basquetebol, aquilo é um grandioso espetáculo de entretenimento. Ou, visto de outro prisma, uma máquina de fazer dinheiro.
O jogo, esse, decorreu com pouca história tal a superioridade dos Raptors, beliscada apenas perto do final quando os Sacramento ousaram aproximar-se no marcador. Nas bancadas, com os espetadores sentados, havia menos animação do que eu imaginara. Sim, esperava mais emoção nas bancadas; mas talvez isso se devesse ao facto de a época estar no seu início e de o adversário não ser dos mais fortes.
Ainda assim, gostei muito da experiência. Ficou apenas a faltar ver um jogo de hóquei no gelo.
Visitar a Casa Loma
Corria o ano de 1911 quando Sir Henry Pellatt – tido como um “visionário” – contratou o arquiteto E.J. Lennox para que criasse um castelo ao estilo eduardino no topo de uma colina com vista para a cidade de Toronto. Três anos mais tarde, o sonho tornava-se realidade.
Uma vez construída, a Casa Loma foi uma casa familiar durante menos de uma década, até que o aumento dos impostos e as vicissitudes de um Canadá em tempo de guerra forçaram os Pellatt a abandonar o seu “castelo”.
Hoje em dia, a Casa Loma está transformada em museu e é uma das principais construções históricas da capital de Ontário. Para mim, pareceu-me um edifício fora do lugar. Como se alguém pegasse num castelo da Europa Central e o tivesse levado para Toronto.
Apesar disso, gostei de visitar a Casa Loma e de cirandar, na companhia de um áudio-guia, pela estufa da casa, pela biblioteca e salão, pelos incríveis aposentos de Sir Pellatt e (principalmente) de Lady Pellatt. E ainda de subir às duas torres do castelo, quais torres de menagem de brincar, e apreciar as vistas sobre o bairro envolvente.
No final, quando desci aos jardins na companhia de um sol muito tímido, deu ainda para apreciar as esculturas que embelezam os jardins da Casa Loma.
Se é estranho? Muito. Se valeu a pena conhecer? Sim, valeu.
Dica: quando se dirigir de metro para a Casa Loma, saia na estação de St. Clair West e, de lá, caminhe até ao “castelo” através de um bairro residencial de classe alta para apreciar um outro lado de Toronto. Vai gostar de conhecer. No regresso, aí sim, use a estação de Dupont (a que fica mais perto da Casa Loma).
Subir à CN Tower
Uma das primeiras coisas que fiz em Toronto foi subir à CN Tower. Trata-se de uma das estruturas mais altas do mundo, vocacionada simultaneamente para as comunicações e para o turismo, com vistas desafogadas sobre toda a área metropolitana de Toronto.
Cheguei à bilheteira minutos após a abertura, pelo que tive o privilégio de, por algum tempo, ter o piso de observação quase só para mim. Olhar através das enormes janelas, a toda a volta, ajudou a compreender um pouco melhor a organização urbana de Toronto: do distrito financeiro às ilhas, passando pelos bairros vibrantes (e quase sem prédios) de Kensington Market e da zona leste da cidade.
Conclusão, recomendo vivamente uma visita à CN Tower; especialmente no início do seu roteiro em Toronto para ficar com uma ideia global da metrópole.
Dica: existe um terceiro piso, a mais de 400 metros de altitude, que é possível visitar. O acesso obriga à compra de um bilhete adicional e, com toda a sinceridade, não vale a pena. Apesar de mais alto, a vista é pior do que no piso de observação “normal”.
Explorar Kensington Market
É seguramente um dos bairros mais vibrantes e irreverentes de Toronto (ou descolado, para usar uma expressão brasileira que muito aprecio). Foi, aliás, onde fiquei hospedado em Toronto, pelo que tive oportunidade de viver o bairro por dentro.
Na verdade, em Kensington Market tudo parece meio desconexo. Dependendo do olhar de cada um, as zonas frontais das habitações tanto podem revelar uma criatividade extrema como simbolizar um monte de lixo através da reutilização sem sentido de objetos velhos. É fácil adorar Kensington Market; tal como é fácil detestar Kensington Market.
Para mim, viajante que costuma apreciar a liberdade criativa e espaços fora da caixa – e que não se incomoda de todo com o cheiro da marijuana enquanto caminha pelos passeios -, o bairro tinha, à partida, tudo para me encantar. Mas cumpriu as expectativas? Ainda hoje não sei.
Apesar de – reconheço! – nada ter a ver com Kensington Market, dei por mim mais do que uma vez a recordar Christiania, a “cidade livre” de Copenhaga. Como se, mais do que liberdade criativa, houvesse no ar uma anarquia latente. E isso não me agrada tanto.
Tudo somado, gostei de Kensington Market, é certo. Mas não sei explicar esta sensação estranha, que me faz pensar que, por vezes, terá passado para lá da minha linha de conforto. Mas, em última análise, a liberdade que emana dos frontispícios das habitações compensa tudo. A visitar, portanto!
Apreciar a arte urbana no Graffiti Alley
Quando procurava o que fazer em Toronto, encontrei vários textos referindo-se ao Graffiti Alley como sendo de visita obrigatória. Trata-se de uma rua estreita e com ar abandonado – paralela à mais movimentada Rua Queen West – cujas paredes e muros estão quase totalmente cobertos por graffiti. Ora, sendo eu um amante de arte urbana, tinha de ir conferir.
Infelizmente, não demorou mais de dois minutos para ficar profundamente desiludido. Porque, na sua esmagadora maioria, as “obras de arte” assemelham-se mais a pichagens e tags do que a obras de valor criativo. Foi o que senti ao atravessar o “beco dos graffiti“. As exceções, pinturas bonitas e criativas – que também as há -, são o que compensa o tempo perdido.
Em resumo, caso esteja por perto, passe pelo Graffiti Alley e faça o seu próprio juízo. Só não vá com demasiadas expectativas para não se desiludir.
Usar e abusar dos parques de Toronto
Eu acabei por não passar grande tempo nos muitos parque de Toronto, principalmente porque o vento e o frio não convidavam a sentar-me num banco de jardim a contemplar a Natureza.
No entanto, se viajar para Toronto na primavera ou no verão, recomendo vivamente que conheça parques como o Trinity Bellwoods Park, um dos parques mais querido pelos habitantes de Toronto; ou o High Park, um dos maiores parques existentes dentro do perímetro urbano.
Mercado St. Lawrence
Uma habitante de Toronto tinha-me dito que ia sempre comer ostras ao Mercado St. Lawrence. Foi o que eu acabei por fazer (apesar do preço), provando uma meia dúzia de ostras de diferentes origens e espécies. E que delícia!
Já antes tinha decidido experimentar a afamada sandes Bacon Peameal on a Bun da Carousel Bakery, popularizada pelo inesquecível Anthony Bourdain. Por esta altura já adivinhou que a sandes é de porco, pois claro!
Está visto que um dos grandes prazeres de visitar o Mercado St. Lawrence é comer, mas nem só de petiscos vive o mercado. Há vendedores de fruta, vegetais, carne, peixe, cereais, pão e doces, bem como de produtos não comestíveis.
Eu gosto de mercados. Para mim, é sem qualquer dúvida um local a considerar na hora de decidir o que fazer em Toronto.
Visitar o Ripley’s Aquarium of Canada
Apesar dos oceanários e aquários manterem, em última análise, animais presos e fora do seu habitat, se forem bem concebidos podem ter um papel fundamental na consciencialização das populações – em especial dos mais novos – para as questões da biodiversidade, do respeito e da conservação dos habitats aquáticos. O Ripley’s Aquarium of Canada é um desses casos.
Fica ao lado da CN Tower e, com os seus 5,7 milhões de litros de água, é um dos maiores aquários da América do Norte.
Quando lá cheguei, o Ripley’s estava com bastantes visitantes, muitos dos quais crianças entusiasmadas. Eu queria apenas conhecer rapidamente, mas acabei por ficar mais tempo do que o previsto, observando os veterinários mergulhadores do aquário a tentarem proteger uma ferida na cauda de uma esquiva fêmea de tubarão-serra. Não dei por mal empregado o meu dinheiro. Pelo contrário.
Dicas: pode comprar o ingresso com antecedência no site oficial para evitar as filas. Tem de escolher uma hora de entrada mas, em épocas de muito movimento, pode compensar.
Distillery District
Em tempos uma importante destilaria de whisky, o Distillery District é uma enorme área pedonal localizada na zona leste de Toronto, atualmente abrigo de cafés e restaurantes, galerias de arte e lojas alternativas, boutiques indie e esculturas ao ar livre. Fez-me lembrar a LX Factory de Lisboa.
Tal como em Kensington Market, aqui respira-se criatividade; embora num ambiente que me pareceu mais hipster e elitista, por oposição à rebeldia grafitada nas ruas de Kensington. Ainda assim, gostei de conhecer.
Quando visitei o Distillery District, decorriam as montagens e preparativos para o grande Mercado de Natal de Toronto, que iria começar dentro de poucos dias. Imagino que as ruelas ganhem alma nova, tal como nos Mercados de Natal de Bruxelas que visitei com a minha filha.
Uma manhã de sábado no Evergreen Brick Works
O Evergreen Brick Works é um daqueles lugares difíceis de catalogar. Ainda hoje não sei muito bem o que dizer sobre ele, pelo que deixo aqui a referência ao espaço, sem mais explicações, em jeito de provocação e desafio: vá. Mas vá mesmo!
Digo apenas que optei por visitar o Evergreen Brick Works a um sábado de manhã, altura em que decorre um muito interessante mercado de produtores. Depois conte como foi.
Dica: há duas formas de chegar ao Evergreen Brick Works. Ou ir de metro pela linha amarela até à estação Davisville e de lá apanhar o autocarro 28 até ao recinto (foi o que eu fiz); ou apanhar a linha verde até Broadview e, no jardim ao lado, apanhar um shuttle privado gratuito do próprio Evergreen Brick Works (sensivelmente a cada 30 ou 45 minutos).
Passear no Harbourfront (a frente marítima de Toronto)…
Estava no meu último dia em Toronto e não tinha ainda passado tempo na zona de Harbourfront nem visitado as ilhas. O dia amanheceu frio, ventoso e cinzento mas, mesmo assim, decidi ir caminhar para a frente marítima da cidade. Wow!
Encontrei uma zona aparentemente bem revitalizada, que mistura prédios enormes com equipamentos de lazer e espaço para as pessoas desfrutarem do ambiente junto à água. É, nesse sentido, um pouco à imagem do Parque das Nações em Lisboa.
E o melhor é que, por entre a mistura de árvores e floresta urbana, ainda descobri uma galeria de arte para conhecer.
… e visitar a galeria The Power Plant
A The Power Plant é uma galeria de arte contemporânea de visita gratuita, que desconhecia por completo. Decidi entrar quando vi referências à arte contemporânea (e ao facto de ser gratuita durante todo o ano) e, no interior, havia realmente algumas exposições e filmes bem interessantes.
Foi um tempo bem passado, e onde aproveitei para recuperar o calor corporal após uma caminhada ao vento gélido de novembro, antes de prosseguir o meu passeio matinal ao longo do Harbourfront e apanhar um ferry rumo às ilhas de Toronto.
Conhecer as ilhas de Toronto
Quando caminhava pelo Harbourfront, decidi indagar sobre os ferries que unem a cidade às chamadas ilhas de Toronto. Como não faltava muito para a partida seguinte, comprei um bilhete e decidi visitar a ilha Ward (para onde ia o ferry). E ainda bem, porque foi das melhores coisas que fiz em Toronto.
Ir às ilhas foi a forma de ter a melhor vista sobre a cidade – para mim, mais bonita do que do topo da CN Tower. E, além disso, permitiu-me dar um passeio por entre as casas de madeira das ilhas de Toronto.
Não me demorei muito tempo, já que o vento se ia tornando cada vez mais desagradável, mas ainda assim foi das melhores decisões que tomei por impulso sobre o que fazer em Toronto.
Atravessar o Skywalk
Um dia deparei-me no Instagram com uma fotografia deste espaço e fiquei com muita curiosidade. Trata-se, na verdade, de um simples corredor de acesso à estação de comboios Union, sem qualquer interesse turístico. Mas achei a geometria simétrica e a cúpula envidraçada do espaço tão atraentes que não resisto a partilhar.
Uma recomendação para quem gosta de arquitetura e fotografia de interiores; se não é o seu caso, ignore.
Comer um ramen delicioso no Ramen Isshin
Sou fã de ramen. Quando visitei o Japão, fui tantas vezes a restaurantes de ramen que fiz um ranking com os melhores ramen que comi em Tóquio.
Depois disso, tenho feito algumas tentativas de comer outros ramen memoráveis, entre elas o do Ajitama, em Lisboa, uma das maiores desilusões dos últimos tempos. Talvez as expectativas fossem muito altas, mas o ramen do Ajitama pareceu-me banalíssimo.
Estava, pois, já descrente da possibilidade de encontrar ramen de excelência fora do Japão. Até que um acaso (na verdade, uma sugestão de uma habitante portuguesa em Toronto) me levou ao Ramen Isshin; e eu voltei a acreditar na humanidade!
Foi, sem dúvida, uma das melhores taças de ramen que já comi na vida. Ao ponto de ter lá jantado em três noites consecutivas!
Dicas: peça o Spicy Red Miso Ramen. Pode ver o menu completo em www.ramenisshin.com. O restaurante tem uma segunda morada, com menos fila de espera, no número 609 da Queen West.
Aconchegar-se nos cafés de Toronto
Há imensos cafés com grande pinta na cidade. Eu, apaixonado por cafés, não poderia deixar de conhecer alguns dos melhores cafés de Toronto. Fosse para descansar e recuperar energias, fosse para me aquecer um pouco nos dias frios e ventosos do outono canadiano.
Entre eles, referência para os Hot Black Coffee, o Forget Me Not ou o Dark Horse Espresso Bar. Experimente.
E ainda… ROM – Museu Real de Ontário
O Museu Real de Ontário, mais conhecido como ROM, é a única atração desta lista com o que fazer em Toronto que eu efetivamente não visitei. Trata-se de um dos principais museus do Canadá, com uma reputação de excelência, que aborda tópicos como a história natural, a arte e a cultura de vários períodos da humanidade.
Acredito que valha mesmo a pena visitar; mas este roteiro em Toronto acabou por me levar para outras paragens. Terá de ficar para uma próxima.
Uma roda de samba para terminar a viagem a Toronto
Quando pensava que a visita a Toronto estava terminada, ainda havia uma surpresa final. Saí do meu alojamento com bastante antecedência em direção ao aeroporto. Ao fundo da rua, numa esquina, vislumbrei o interior de um bar com gente muito animada; cá fora, ouvia-se a música ao vivo tocada e cantada no interior; numa lousa, escrito a giz, constava o seguinte: “3pm Roda de Samba; 7pm Flamenco”. Eram 17:30.
Apesar de levar uma mochila às costas, decidi entrar. Passei defronte dos sambistas até ao bar, pedi uma cerveja e ali fiquei a ouvir três ou quatro músicas. Não falei com ninguém, deixei-me sorrir, recordando as noites ouvindo a Roda de Samba da Ouvidor. Foi o final perfeito para uma viagem pela multiculturalidade de Toronto.
Outras visitas a partir de Toronto
Daytrip Niagara Falls
Apesar de o Rio Niagara ser bastante curto, forma diversas quedas de água ao longo do seu percurso. A maior de todas, aquela que é conhecida em todo o mundo como Cataratas do Niagara, foi batizada de Horseshoe Falls (Quedas da Ferradura) e tem uns impressionantes 800 metros de largura.
Ora, estando eu em Toronto, tinha mesmo de conhecer o lado canadiano das Cataratas do Niagara. Sabia que não ia para um paraíso natural isolado mas, ainda assim, fiquei um pouco desiludido com a disneyzação de Niagara. Seja como for, valeu a pena incluir a Península de Niagara na lista com o que fazer em Toronto.
Mapa das principais atrações de Toronto
Guia prático
Como chegar a Toronto
A TAP tem voos diretos de Lisboa para Toronto e é, por isso, a forma mais eficiente de chegar à capital de Ontário. Caso privilegie o preço, há outras companhias que voam de Portugal para Toronto com escala nos seus hubs europeus, como é o caso da Lufthansa ou da Air France. Naturalmente poupará algum dinheiro, mas o problema é que se perde muito tempo andando para trás.
Como ir do aeroporto de Toronto ao centro da cidade
A melhor forma de ir desde o Aeroporto Internacional Toronto Pearso (YYZ) até ao centro de Toronto é, sem qualquer dúvida, o comboio Union Pearson Express, mais conhecido como UP Express. O comboio parte junto do Terminal 1 e vai até à Union Station, a estação central de Toronto.
Assim, a não ser que o seu hotel seja muito longe do centro, o UP Express é tão eficiente que nem vale a pena considerar outras alternativas. Foi a forma que escolhi para chegar ao centro, apesar de ter aterrado às 22:00, e tudo correu tranquilamente.
Note que, apesar de ser possível comprar o bilhete online, com antecedência, no site da Union Pearson Express, compensa mais comprar o cartão Presto Card (C$6) à chegada ao aeroporto.
Com o Presto Card, não só a viagem no UP Express fica mais barata (C$9,25 por trajeto, em vez de C$12,35), como pode continuar a usá-lo no sistema de transportes públicos de Toronto para chegar ao seu hotel, sem custos adicionais – e depois durante a estadia.
O UP Express funciona sete dias por semana, das 5:00 à 1:00, com partidas a cada 15 minutos. A viagem demora 25 minutos.
Transportes em Toronto
Toronto está muito bem servido de transportes públicos. A rede inclui metro, autocarros e o elétrico de superfície, conhecido localmente como streetcar. Para melhor usufruir dos transportes, recomendo vivamente a utilização do já referido Presto Card – não só porque poupa dinheiro, mas principalmente pela conveniência.
Usando o Presto Card, uma viagem custa C$3 (contra C$3,25 sem o cartão) – o que, apesar de não ser barato comparado com a maioria dos países europeus, ainda assim é aceitável. O Presto Card tem ainda a vantagem de ficar válido durante duas horas – ou seja, pode combinar uma viagem de metro com uma de autocarro ou elétrico até ao destino final, sem custos adicionais. Ou ir visitar um lugar e voltar em menos de duas horas, gratuitamente. Muito útil.
Dicas para poupar dinheiro em Toronto
Comprar o Presto Card
Como já referi, o Presto Card torna as viagens nos transportes públicos de Toronto mais baratas. Mas não é tudo: o cartão oferece também descontos em algumas das melhores atrações de Toronto, como o Aquário Ripley e o ROM – Museu Real de Ontário. Regra geral, os descontos rondam os 20%.
Onde dormir em Toronto
Para informações mais detalhadas sobre os melhores bairros da cidade para se hospedar, veja o post onde ficar em Toronto. Note, no entanto, que dificilmente encontra hotéis baratos em Toronto.
Em resumo, caso opte por um bairro mais descolado, Kensington Market (e a vizinha Chinatown) é o local ideal para montar a sua base em Toronto. Nesse caso, o Super 8 by Wyndham Downtown Toronto é uma escolha muito elogiada. Caso queira poupar dinheiro e não se importe de ficar em quartos partilhados, os hostels Gosling’s Landing e Two Peas são muito bons e estão bem localizados.
Se preferir um ambiente mais convencional, o Entertainment District é provavelmente a melhor região para ficar em Toronto. Nesse caso, espreite a pousada The Clarence Park; ou, caso não se importe de pagar um pouco mais, os hotéis Le Germain Hotel Maple Leaf Square (ma-ra-vi-lho-so!) e Bisha Hotel – em qualquer um deles ficará muito bem hospedado.
Seguro de viagem
A IATI Seguros tem um excelente seguro de viagem, que cobre COVID-19, não tem limite de idade e permite seguros multiviagem (incluindo viagens de longa duração) para qualquer destino do mundo. Para mim, são atualmente os melhores e mais completos seguros de viagem do mercado. Eu recomendo o IATI Estrela, que é o seguro que costumo fazer nas minhas viagens.