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Roteiro de 16 dias na Arábia Saudita

Por Filipe Morato Gomes | Viagens Abha Arábia Saudita Jeddah Jizan Médio Oriente Riade Roteiros
Atualizado em 4.01.2023 | Tempo de leitura: 10 minutos

Roteiro na Arábia Saudita: Rijal Almaa
Rijal Almaa, um dos pontos altos do meu roteiro de viagem na Arábia Saudita

A Arábia Saudita é um país fascinante, diversificado e geograficamente muito vasto, e que só recentemente abriu as portas ao turismo não muçulmano. Já aqui partilhei um conjunto de dicas para viajar na Arábia Saudita, cuja leitura recomendo; até porque não há muita informação útil publicada em português.

Sobre o meu roteiro na Arábia Saudita, o itinerário proposto tem 16 noites / 18 dias de duração e centra-se no eixo Riade – Shaqra – Edge of the World – Riade – Abha (Rijal Almaa) – Jizan – Ilhas Farasan – Jeddah.

Note que todo o Norte do país ficou de fora, incluindo o extraordinário complexo arqueológico de Madain Saleh porque, na altura da minha viagem, estava encerrado ao público. Fiquei mesmo triste. Era o local que mais queria visitar na Arábia Saudita. Mas, mesmo sem lá ter estado, recomendo vivamente que o inclua em qualquer roteiro por terras sauditas.

Dito isto, encare este roteiro de viagem à Arábia Saudita como um ponto de partida para elaborar o seu próprio itinerário, de acordo com os seus interesses e tempo disponível. Vamos a isso!

Roteiro na Arábia Saudita (16 dias)

Dia 1: Riade

Nadj Village, Riade
Entrada do restaurante Nadj Village, Riade

O primeiro dia do meu roteiro na Arábia Saudita foi dedicado a conhecer um pouco de Riade – que, diga-se, não é um destino turístico. Pelo menos por enquanto. Até porque não é uma cidade feita a pensar nas pessoas; está recheada de auto-estradas e avenidas gigantes, os passeios são uma novidade e as distâncias são imensas, pelo que é muito difícil caminhar na capital da Arábia Saudita.

Fui visitar o Forte Masmak; tentei sem sucesso espreitar a Praça Deira e o distrito de At-Turaif; experimentei a gastronomia saudita no restaurante Nadj Village; e acabei o dia a contemplar uma vista noturna sobre a cidade a partir do nonagésimo nono andar da Sky Bridge na Kingdom Tower.

Dormida: OYO 150 Al Hamra Palace Al Aswaq, em Riade (não recomendo). Veja onde ficar em Riade.

Dia 2: Aldeias de adobe (Raghbah e Ushaiqer)

Casa de adobe em Ushaiqer, Arábia Saudita
Interior de uma casa tradicional de adobe, em Ushaiqer

Dia dedicado a explorar algumas das aldeias de adobe da Arábia Saudita, com o objetivo último de chegar a Ushaiqer. Depois de algumas horas de condução, conheci a velha Raghbah, onde um simpaticíssimo trabalhador sírio fez de cicerone. Foi uma bela surpresa mas, por isso mesmo, acabei por chegar a Ushaiqer já a tarde dava sinais de cansaço. Haveria de voltar no dia seguinte.

Dormida: Hotel Asfar, em Shaqra.

Dia 3: Shaqra e Ushaiqer

Pormenor do histórico Palácio Al-Subaie, em Shaqra

No dia seguinte, e após uma noite bem dormida no Hotel Asfar, na cidade de Shaqra, decidi voltar a Ushaiqer. Felizmente, como quase sempre acontece quando se dá espaço ao improviso, os planos mudaram minutos após arrancar. Vi uma placa a indicar “Shaqra Historical Town” e optei por ir verificar. E ainda bem que o fiz.

Depois de explorar lugares sobre os quais nunca tinha ouvido falar, como o Palácio Al-Subaie, dirigi-me de carro para a saída da cidade velha. Foi quando avistei um grupo de homens sauditas – apenas homens! – sentados debaixo de umas arcadas a conversar. Parei, meti conversa, e eles indicaram a casa de chá do outro lado da rua para tomar chá ou café – naquilo que acabaria por ser um dos momentos altos de todo o roteiro na Arábia Saudita.

Fui então visitar Ushaiqer, mas como os planos são sempre voláteis acabei enfiado em casa de sauditas a comer principescamente; quase não tendo tempo para a aldeia propriamente dita. Foi mais uma experiência extraordinária!

Dormida: Hotel Asfar, em Shaqra.

Dia 4: Edge of the World

Roteiro de viagem na Arábia Saudita: Edge of The World
O impressionante Edge of the World

Uma das principais razões para ter voado para Riade – em vez de Jeddah – era a oportunidade de visitar Jebel Fihrayn, mais conhecido como Edge of the World.

Saí de Shaqra às primeiras horas da manhã, a tempo de fazer uma curta paragem na aldeia de Al Qasab – outra das aldeias de adobe da Arábia Saudita – para visitar o interior da sua muralha defensiva.

A ideia era encontrar-me com um grupo de portugueses a viver em Riade na aldeia de Sadus; e a partir daí seguir até Jebel Fihrayn distribuídos por dois jipes.

Assim que chegámos ao Edge of the World, começámos a caminhar em direção ao precipício, os olhos brilhantes como o sol e fixos no infinito, os pés movimentando-se cautelosamente junto à escarpa para prevenir escorregadelas fatais, o corpo com vontade de voar sobre o deserto. E uma sensação de pequenez tremenda perante a magnitude da paisagem.

Foi um dos momentos altos do meu roteiro de viagem à Arábia Saudita!

Dormida: OYO 150 Al Hamra Palace Al Aswaq, em Riade (não recomendo). Veja outros hotéis em Riade.

Dia 5: Abha

Al-Muftaha Art Village, Abha, Arábia Saudita
Al-Muftaha Art Village, em Abha

Manhã cedo, apanhei um voo doméstico no aeroporto de Riade em direção a Abha. Apesar de não ser das mais emblemáticas atrações turísticas da Arábia Saudita, trata-se de uma excelente base para explorar as aldeias da região – como Rijal Almaa. Mas não só.

Sendo certo que não há muito o que fazer em Abha, o interior da malha urbana esconde duas preciosidades que vale a pena conhecer. Falo do hub artístico Al-Muftaha Art Village e da arquitetura original que sobrevive no bairro histórico de Al-Bastah.

Tudo somado, tenho por certo que valeu a pena incluir a região de Abha no meu roteiro na Arábia Saudita.

Dormida: Abha (apartamento que não recomendo).

Dia 6: Rijal Almaa

Roteiro Arábia Saudita: Rijal Almaa
Pormenor da arquitetura de Rijal Almaa

O dia foi integralmente dedicado a explorar a aldeia. Por vezes fico sem palavras perante a beleza que se desnuda diante dos meus olhos; e foi exatamente o que aconteceu em Rijal Almaa.

Encravada na região montanhosa de Asir, no Sul da Arábia Saudita, bem perto da fronteira com o Iémen, a aldeia histórica de Rijal Almaa é uma preciosidade visual.

A aldeia de xisto foi, em tempos, um ponto nevrálgico das rotas comerciais da região, e as influências iemenitas são evidentes. Desde logo, na arquitetura. Esse facto é imediatamente visível ao olhar para as seis dezenas de casas de Rijal Almaa – ou fortes, como os habitantes locais lhes preferem chamar -, integralmente construídas da forma tradicional, com recurso a pedra, barro e madeira.

Dormida: Abha (apartamento que não recomendo).

Dia 7: De Abha até Jizan (pelas montanhas)

Visitar Abha: Al Kalaf
Vista de Al Kalhaf

Os planos não estavam bem definidos. A ideia era conhecer algumas aldeias históricas – como Sarat Abidah, Al Kalhaf e Habala -; talvez passar no Wadi Lajab; e porventura ir dormir na região montanhosa de Fayfa. Esperava-me, pois, um dia longo e com muitos quilómetros de estrada.

A verdade, porém, é que depois de conhecer a bela Al Kalhaf decidi ignorar Sarat Abidah; acabei por optar por não fazer o desvio até Wadi Lajab para chegar a Fayfa com luz. Mas, uma vez lá, tive uma impressão tão negativa – que não consigo racionalizar em palavras – que optei por não ficar em Fayfa a dormir.

Segui, já de noite, até Jizan, onde pernoitei já com o pensamento nas Ilhas Farasan, outro dos grandes objetivos da passagem pelo Sul da Arábia Saudita.

Dormida: hotel Diamond Elite, em Jizan.

Dia 8: Jizan e ferry para as Ilhas Farasan

Al Qessar, Farasan, Jizan
Al Qessar, nas Ilhas Farasan

Depois de várias peripécias para conseguir um bilhete para o carro no ferry Jizan – Farasan, aproveitei o tempo restante para um vislumbre da pouco interessante Jizan, antes de me dirigir, à hora marcada, para o porto marítimo.

A viagem demorou cerca de hora e meia e, quando cheguei às ilhas Farasan, já a tarde ameaçava dar lugar às trevas, com um ar quente e abafado e um céu alaranjado.

Uma vez que a chamada Al Qessar Heritage Village ficava a caminho do hotel, aproveitei esses últimos raios de sol para a visitar. Segui depois para a principal povoação da ilha Farasan, onde me aguardava um épico jantar no mercado de peixe.

Dormida: Tasnim Palace Hotel Suites, em Farasan.

Dias 9 e 10: Ilhas Farasan

Roteiro Arábia Saudita: Ilhas Farasan
House of Riffai, Ilhas Farasan

Os dois dias seguintes foram integralmente dedicados a explorar as Ilhas Farasan, incluindo um passeio de barco até ao manguezal na chamada floresta Qandal; snorkelling; passagens por portos de pesca e pequenas aldeias como Sair; visitar a House of Riffai e outras casas senhoriais atualmente abandonadas; e ainda continuar a comer peixe grelhado delicioso.

Um destino por enquanto pouco conhecido na Arábia Saudita, mas com um imenso potencial.

Dormida: Tasnim Palace Hotel Suites, em Farasan.

Dia 11: Viagem de Farasan até Jeddah

Roteiro na Arábia Saudita: Jeddah
Cena de rua em Al-Balad, Jeddah

Dia dedicado à viagem desde as ilhas Farasan até Jeddah. Primeiro apanhei um ferry madrugador até Jizan; e depois conduzi 300 quilómetros até Abha, onde apanhei um voo doméstico para a incrível cidade de Jeddah.

Ao final da tarde, a primeira visita ao bairro histórico de Al-Balad. E aí começou o deslumbramento por Jeddah.

Dormida: hotel Mena Red Sea Palace, em Jeddah.

Dias 12 a 16: Jeddah

Rua de Al-Balad, Jeddah
Rua de Al-Balad, Jeddah

Cinco dias não é demasiado tempo para dedicar a Jeddah. A cidade é um mundo, as pessoas são incrivelmente hospitaleiras, alegres e liberais – não há como não amar Jeddah!

Sim, respira-se em Jeddah um ar mais liberal do que em qualquer outra cidade saudita. As pessoas são diferentes. E isso é como uma brisa refrescante num país que, apesar das grandes mudanças recentes, é ainda extremamente conservador.

Durante estes dias, beneficiei da localização privilegiada do hotel Mena Red Sea Palace para visitar múltiplas vezes o histórico bairro Al-Balad, que a UNESCO classifica – muito justamente! – como Património Mundial da Humanidade.

Nessas visitas, e sem planos definidos sobre o que fazer em Jeddah, fui basicamente andando ao sabor do vento. Incluí o Souk Al Alawi, o exterior do Museu Nassif House e até tive tempo para jogar matrecos e pingue-pongue com os miúdos locais, na rua, e beber os maravilhosos sumos de manga na loja de Saed.

Mas nem só do centro histórico se faz a cidade. A vibrante Corniche de Jeddah, por exemplo, mereceu um par de visitas; e até uma galeria de arte, de seu nome Athr, fui conhecer.

Tudo somado, não exagero se disser que Jeddah rapidamente se tornou numa das minhas cidades favoritas entre todas as que conheço no mundo.

Veja o texto O que fazer em Jeddah (de Al-Balad à Corniche).

Dormida: hotel Mena Red Sea Palace, em Jeddah.

Outros destinos que considerei visitar (mas onde não fui)

Sendo o tempo um bem limitado e a Arábia Saudita um país imenso, tive de fazer opções dolorosas. Entre as quais, não visitar Madain Saleh (em Al Ula) nem as pinturas rupestres de Hail, ambas a norte.

Gostaria também de ter conhecido as paisagens litorâneas de Umluj e, mais a sul, a região em torno da cidade de Najran, junto à fronteira com o Iémen. Terão de ficar para um eventual regresso. Inshallah!

Guia prático

Visto para visitar a Arábia Saudita

Veja um texto com todas as dicas da Arábia Saudita para mais informações sobre os novos vistos turísticos que permitem visitar o país. Eu consegui o meu em três minutos.

Onde dormir

Em resumo, as minhas bases na Arábia Saudita foram:

  • Riade: total de três noites num hotel que não recomendo (veja o post sobre onde ficar em Riade e escolha um alojamento melhor);
  • Shaqra: duas noites no muito bom Hotel Asfar;
  • Abha: duas noite num hotel que não recomendo (procure bons hotéis em Abha);
  • Jizan: uma noite no Diamond Elite;
  • Ilhas Farasan: duas noites no Tasnim Palace Hotel Suites;
  • Jeddah: cinco noites no Mena Red Sea Palace, junto ao bairro histórico de Al-Balad.

Destes, não aconselho os hotéis de Riade nem de Abha; todos os outros são boas escolhas.

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Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 52 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Mais recentemente, abracei um novo desafio chamado Rostos da Aldeia, onde se contam histórias positivas sobre as aldeias de Portugal e quem nelas habita.

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