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Fernando de Noronha: guia completo para visitar a ilha

Praia do Americano, Fernando de Noronha
A quase deserta Praia do Americano, em Fernando de Noronha

Não falta quem garanta que o arquipélago de Fernando de Noronha já viveu dias mais felizes, quando o ecoturismo e o facto de ser um paraíso quase intocável eram as únicas razões por que muitos o visitavam.

Seja como for, é inegável que entre as praias de Fernando de Noronha estão algumas das praias mais belas do Brasil. No arquipélago encontram-se muitos dos melhores locais de mergulho do país – juntamente com Abrolhos. E que a UNESCO mantém o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha na lista de locais classificados como Património da Humanidade no Brasil.

Em suma, não há dúvida de que a paisagem de Fernando de Noronha, tanto à superfície como debaixo de água, continua a ser deslumbrante e a valer, por si só, a curta viagem de avião desde Recife.

Tem, no entanto, como óbice o facto de ser um destino demasiado caro para o comum dos viajantes. Até porque o número de visitantes que afluem a Fernando de Noronha é controlado – e bem! – por leis federais, para garantir a sustentabilidade ambiental do arquipélago, e é cobrada uma taxa diária com propósitos ecológicos.

Neste guia de Fernando de Noronha, e tendo por base a minha experiência na ilha, partilho todas as dicas para organizar uma viagem a Noronha sem sobressaltos.

Da Taxa de Preservação Ambiental ao custo de vida e às melhores praias de Fernando de Noronha, passando pelo agendamento das trilhas ou a melhor época para visitar, vou tentar explicar tudo com o máximo de pormenor. Espero que seja útil.

A pressão turística em Fernando de Noronha: um problema real

Sejamos claros: Fernando de Noronha não precisa de mais turistas. A ilha está cheia. Noronha está no limite – ou, provavelmente, já ultrapassou esse limite no que ao número de turistas diz respeito. Há buggies, barulho de motores a mais, demasiadas pousadas, turistas em excesso. Tudo porque o número de voos por dia aumentou muito nos últimos anos, e os turistas corresponderam à oferta.

Mas a ilha é pequena, o ecossistema frágil e os recursos limitados; e a falta de água é um problema real. Noronha não precisa de mais turistas – repito -, mas precisa que quem a visita seja ambientalmente consciente.

Posto isto, e numa altura em que o Presidente do Brasil aventa a possibilidade de eliminar a Taxa de Preservação Ambiental e de abrir Fernando de Noronha aos gigantes navios de cruzeiros, alimento a esperança de modestamente contribuir para que aqueles que sonham visitar a ilha tenham consciência do seu impacto real – e tudo façam para o minimizar.

Ter cuidado com os corais e respeitar as regras impostas pelo Parque Nacional; não alugar um buggy; limitar o lixo produzido e o desperdício ao mínimo; comprar garrafões de água em vez de garrafas menores; fazer uso consciente dos recursos hídricos. Estas são apenas algumas das coisas simples que pode fazer para minimizar o seu impacto em Fernando de Noronha.

Caso não esteja disposto a colaborar, simplesmente não vá! Noronha agradece.

Qual a melhor época para visitar Fernando de Noronha?

O arquipélago de Fernando de Noronha pode ser visitado durante todo o ano. A temperatura média na ilha, por exemplo, é de 28ºC, com pequenas variações ao longo dos meses. Há, no entanto, duas estações mais ou menos definidas: a estação seca (de setembro a março) e a estação das chuvas (de abril a agosto).

Ora, a melhor época para visitar Noronha depende do objetivo da viagem. Assim, para decidir quando visitar Fernando de Noronha, anote o seguinte:

Para viajar com crianças

Para quem viaja com crianças e gostaria de encontrar as praias com mar tranquilo e transparente, setembro é unanimemente considerado o melhor mês para visitar Fernando de Noronha. A segunda metade de agosto ou o mês de outubro são igualmente bons.

Para fazer mergulho

É também nessa época – setembro e outubro – que a visibilidade debaixo de água se torna mais impressionante (pode atingir 50 metros de visibilidade), sendo a altura ideal para quem quer mergulhar em Noronha.

Para praticar surf

Para quem pratica surf, ao invés, a melhor época vai de dezembro a março. É a chamada época das ondas grandes, quando o Mar de Fora fica muito agitado e ganha ondas que podem chegar aos seis metros. É nessa altura do ano que a Praia da Cacimba do Padre recebe competições de surf.

Para fazer caminhadas

Para caminhar e fazer as trilhas de Noronha qualquer época do ano é boa. Note no entanto que a vegetação da ilha fica mais exuberante na época das chuvas.

Para diversão e vida noturna

Por fim, as épocas festivas do réveillon e do Carnaval atraem uma multidão de devotos de Fernando de Noronha, especialmente viajantes brasileiros com carteiras bem recheadas, uma vez que nessa época as pousadas (e serviços como aluguer de buggies) chegam a quadruplicar os preços. Se é a sua onda, considere seriamente; caso contrário, fuja a sete pés.

Como chegar a Fernando de Noronha

Onde fica Fernando de Noronha

Pertencente ao estado de Pernambuco, Fernando de Noronha está localizado em pleno Oceano Atlântico, a nordeste do Brasil continental, distando 360 km de Natal e 545 km de Recife.

Voos para Noronha

Só há uma forma de chegar a Fernando de Noronha: de avião. A Azul e a Gol têm vários voos diários entre Recife e Noronha (pouco mais de uma hora de voo) – e há também voos de Natal. De Portugal para Recife, a forma mais direta é voar de Lisboa com a TAP.

Pesquisar voos para Fernando de Noronha

Como ir do aeroporto para a sua pousada

A maioria das pousadas de Fernando de Noronha oferece transfer gratuito para a sua pousada. Fosse um transfer privativo e desinteresseiro e estaria tudo bem. O problema é que, na maioria das vezes, são viagens partilhadas disponibilizadas pelas operadoras locais, usadas para vender passeios (ou pelo menos para apresentar passeios e motivar os recém-chegados a fazerem os passeios com a agência em causa). Pense duas vezes antes de aceitar.

Para mim, viajante independente por definição, a melhor forma – e mais barata – é apanhar um autocarro (R$ 5 por pessoa). Isto é válido caso a sua pousada fique perto da BR ou na Vila dos Remédios – era o meu caso. Pode ou não parar no Projeto Tamar a meio caminho, mas já lá vamos.

Alternativamente, um táxi direto para a sua pousada na Vila dos Remédios, Floresta Nova, Floresta Velha ou Vila do Trinta (preço tabelado de R$ 30).

Eu acho que qualquer das opções é melhor do que um transfer “gratuito” disfarçado de vendas. Assim, ainda dá para aproveitar para curtir uma praia como a da Conceição ou a do Cachorro, e apreciar o primeiro pôr do sol em Fernando de Noronha. Em resumo, à saída do aeroporto:

  • táxi (R$ 30) ou autocarro (R$ 5 por pessoa) para a pousada, deixar a bagagem e ir para uma praia;
  • em alternativa, autocarro para o Projeto Tamar e comprar logo o ingresso no parque (falo disso mais abaixo); meia hora depois, apanhar novo autocarro para a sua pousada, deixar a bagagem e ir para a praia. Eu aterrei por volta das 12:30 e foi esta a minha opção.

Como se deslocar na ilha

A forma mais ecológica de se deslocar em Noronha é usando o autocarro público (ônibus) e caminhando. Eu passei nove dias em Noronha dessa forma, e nunca senti falta de ter um carro alugado.

Aliás, imploro que resista à tentação de alugar um buggy em Fernando de Noronha. Na minha opinião, são uma praga que deveria ser eliminada da ilha – não só pelo consumo desnecessário de combustível, como também pelo barulho absurdo que fazem. Faça um favor a Fernando de Noronha e use o autocarro.

Hospedagem em Noronha (onde ficar)

Onde ficar em Fernando de Noronha: Pousada Maravilha
Pousada Maravilha, Fernando de Noronha © Foto: Pousada Maravilha

Para informações mais detalhadas sobre as diferentes regiões da ilha, veja o post específico sobre onde ficar em Fernando de Noronha, no qual explico as vantagens e desvantagens de cada localização.

Em resumo, a minha principal escolha para procurar hospedagem em Fernando de Noronha é a Vila dos Remédios, seguido da Floresta Nova e Floresta Velha. Note, no entanto, que o preço pode condicionar fortemente as suas escolhas.

Em concreto, na Vila dos Remédios gosto das pousadas Corveta e Flamboyant Residence; na Floresta Nova das pousadas Naiepe e Pedras Secas; e na Floresta Velha da Pousada Filó e da Noronha 350, entre outras. Alternativamente, a Casa da Conceição é uma rara pousada pé na areia e é um charme absoluto. Fica na Praia da Conceição.

Por fim, caso queira passar uns dias a dois inesquecíveis (e esteja disposto a pagar por isso), recomendo sem hesitações as extraordinárias Pousada Maravilha, Pousada Morena e Ecopousada Teju-Açu, três das mais luxuosas pousadas de Fernando de Noronha. Vai adorar!

Para outras opções de alojamento, para todos os gostos e preços, veja por favor no link abaixo. Com toda a certeza encontrará uma pousada em Noronha com a sua cara. Só não pense que será barato!

Pesquisar pousadas em Fernando de Noronha

Quantos dias ficar em Fernando de Noronha

Eu recomendo o mínimo de cinco dias mas, idealmente, sete dias (ou mais) para explorar a ilha com calma e poder verdadeiramente desfrutar da ilha, fazer alguns passeios e repetir as praias do Sancho e a Baía dos Porcos.

Caso queira fazer várias das trilhas que requerem agendamento junto do parque e estão sujeitas à disponibilidade, recomendo que fique ainda mais tempo em Fernando de Noronha.

Dinheiro

Em Fernando de Noronha há duas caixas de levantamentos automáticos: uma no aeroporto, e outra no Banco Santander na Vila dos Remédios. Ambas permitem uso de cartões internacionais para levantar dinheiro, mas cobram taxas pela operação (no meu caso, 20 reais).

A estratégia que eu recomendo é levantar algum dinheiro previamente, antes de viajar para Fernando de Noronha (no aeroporto de Recife tem várias caixas); ou em último caso à chegada, no aeroporto. O importante é saber que vai precisar de dinheiro, porque alguns restaurantes e serviços, como o autocarro e um ou outro minimercado, não aceitam pagamentos com cartão.

Use o cartão Revolut (caso não tenha conta bancária no Brasil)

De resto, usei sempre o meu cartão Revolut em Fernando de Noronha. Carreguei-o com dinheiro suficiente e, como a maioria dos serviços em Fernando de Noronha – pousadas, restaurantes, agências de viagens e lojas – aceita pagamentos com cartão, usei quase sempre o Revolut para fazer os pagamentos. Sem receio de pagar taxas e comissões exorbitantes.

Contas feitas, terei poupado largas dezenas de euros nos nove dias em que estive em Noronha. Mesmo para os levantamentos feitos em Recife e em Fernando de Noronha, compensou muito usar o Revolut (pela ausência de taxas e pelo uso do câmbio mais favorável).

Nota: à chegada a Recife, não consegui levantar dinheiro com o Revolut. O motivo foi o seguinte: por motivos de segurança, dado tratar-se do primeiro levantamento do meu cartão Metal em geografias diferentes, o sistema bloqueou os movimentos até eu confirmar ser o autor dessas tentativas de levantamento.

No início foi frustrante, porque pensei que o cartão não estava a funcionar; só quando cheguei à pousada e acedi à app percebi o problema, confirmei a autoria das tentativas e o cartão ficou automaticamente desbloqueado.

Dicas para economizar em Fernando de Noronha

  • Escolha uma pousada com pequeno-almoço (café da manhã) ou, porventura ainda mais barato, tome-o por conta própria (compre pão, ovos, leite, manteiga e queijo, por exemplo, num dos supermercados e padarias da ilha).
  • Faça as refeições em restaurantes locais bons e baratos como o Jacaré (Vila dos Remédios) ou o Valdénio (Vila do Trinta).
  • Evite as bebidas alcoólicas.

Procedimentos burocráticos à chegada a Fernando de Noronha

TPA – Taxa de Preservação Ambiental

Desde julho de 2023 que a Taxa de Preservação Ambiental deve ser paga online, com antecedência. Trata-se de um valor alto, que depende do número de noites que fica em Noronha e que é aplicado “na gestão dos serviços públicos da ilha”.

No que toca a valores, e a título de exemplo, três dias de permanência na ilha custam R$ 291,48; cinco dias fica por R$ 478,02; e uma estadia de uma semana implica o pagamento de R$ 617,93.

Ingresso no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha

O cartão não é obrigatório (mas é fundamental)

É teoricamente possível visitar Fernando de Noronha sem entrar na área protegida pelo PARNAMAR – Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha; mas isso implicaria não conhecer os locais mais emblemáticos da ilha, como a Praia da Atalaia, a Praia do Sancho ou a Baía dos Porcos.

Nas palavras do parque: “Você vai precisar comprar o ingresso do Parque Nacional que é único, pessoal, intransferível e válido por 10 dias, para visitar as praias, fazer trilhas, assim como fazer mergulhos e passeios de barco dentro do Parque Nacional. As praias e trilhas do Parque são: Sancho, Sueste, Baía dos Golfinhos, Baía dos Porcos, Praia do Leão, Piscina da Atalaia, trilha dos Golfinhos; do Abreu, do Capim Açu, da Pontinha Pedra Alta, do Forte São Joaquim, do Morro São José, assim como Ponta das Caracas e Caieira.”

Ou seja, depois de fazer o esforço financeiro de chegar a Fernando de Noronha, não faz sentido ver-se privado de ter acesso ao parque, que cobre 70% do território de Fernando de Noronha.

O ingresso tem outra diferença fundamental em relação à TPA: não é vendido no aeroporto. É preciso passar no Centro de Visitantes ou num Posto de Informação e Controlo (PIC).

Como comprar

O cartão pode-se adquirir online ou presencialmente em Fernando de Noronha. Eu não comprei online porque teria de o ir levantar presencialmente – pelo que daria o mesmo trabalho.

Ora, como o parque aconselha que a compra presencial seja feita no edifício do Projeto Tamar, a meio caminho entre o aeroporto e a Vila dos Remédios, pode sair do aeroporto e parar logo lá para comprar o cartão (a alternativa é dirigir-se ao PIC Sancho, PIC Sueste ou PIC Leão).

A minha estratégia foi a seguinte: como dispensei o transfer partilhado e escolhi ir por conta própria, apanhei um autocarro do aeroporto para o Projeto Tamar (tem uma paragem do outro lado da rua), tratei do cartão, e meia hora depois apanhei o autocarro seguinte até Vila dos Remédios, onde fiquei hospedado.

O cartão custa R$ 106 para cidadãos brasileiros e R$ 212 para estrangeiros; e vale por 10 dias corridos a partir da retirada do cartão. As crianças com menos de 12 anos e os maiores de 60 estão isentos do pagamento.

Agendamento de trilhas

O terceiro passo é agendar trilhas. Há cinco trilhas em Fernando de Noronha que têm limitação de vagas diárias “em função da fragilidade do meio ambiente e também das condições da maré”. Essas trilhas só podem ser visitadas mediante agendamento prévio. São elas:

  • Trilha do Morro São José (16 vagas por dia);
  • Trilha dos Abreus (24 vagas);
  • Trilha Pontinha-Caieira (40 vagas);
  • Trilha da Atalaia (6 grupos de 16 pessoas, num total de 96 pessoas por dia – número que pode variar em função da maré e do assoreamento da piscina natural);
  • Trilha do Capim-Açu (40 vagas).

Caso queira fazer qualquer uma delas, tem então de agendar no Centro de Visitantes ICMBio, que divide as instalações com o Projeto Tamar, num processo pouco eficiente e que obriga a perder algumas horas preciosas.

Regras gerais

  • O agendamento tem que ser feito presencialmente (não pode ser feito online), nos três totens disponíveis para o efeito, diariamente entre as 17:00 e as 20:00. Note que a partir das 16:00 são distribuídas senhas por ordem de chegada, havendo posteriormente uma palestra sobre os atrativos da ilha;
  • As trilhas podem ser agendadas com, no máximo, seis dias de antecedência;
  • Cada pessoa pode agendar as trilhas que quiser, desde que haja vagas disponíveis, para um máximo de seis pessoas (desde que tenha consigo os cartões do parque de todos eles);
  • Algumas das trilhas – as chamadas Trilhas Longas – só podem ser feitas “com condução obrigatória” (ou seja, acompanhado por um guia credenciado). São elas a Pontinha-Caieira (Atalaia Longa), o Morro São José (na versão a nado) e Capim-Açu. Note que o guia tem naturalmente de ser pago, pelo que considere essa despesa extra na hora de agendar as trilhas.

Em suma, o processo de agendamento tem a seguinte dinâmica:

  • 16:00: distribuição de senhas para o agendamento no Auditório do Projeto TAMAR e projeção de vídeos sobre Fernando de Noronha;
  • 16:30: palestra sobre os atrativos agendados com um Guarda-Parque;
  • 17:00: início do agendamento, seguindo a ordem das senhas distribuídas
  • 20:00: término do agendamento.

Eu fiz apenas a Trilha da Atalaia.

Passeios em Fernando de Noronha

Ilha Tour: vale a pena fazer?

Para quem tem apenas três ou quatro dias em Fernando de Noronha, acredito que fazer uma excursão como o Ilha Tour possa ser uma boa opção. Trata-se de um passeio que dura o dia inteiro e percorre os principais pontos da ilha; e acredito que possa funcionar muito bem como introdução à ilha para quem tem pouco tempo.

No meu caso, como fiquei nove noites na ilha, podia explorar as principais atrações de Fernando de Noronha ao meu ritmo, sem barulho, com tempo para contemplar a paisagem quando quisesse, e sem ter de ficar a assistir a inúmeras sessões de fotos e selfies. Por tudo isso, não fiz o Ilha Tour – o passeio mais famoso de Noronha.

Ou seja, julgo que valerá a pena numa viagem curta, e é dispensável para quem fica mais de uma semana em Noronha. A Atalaia Receptivo é uma das empresas mais populares – mas há várias.

Passeios de barco

Com tanta oferta, decidir o que fazer em Fernando de Noronha nem sempre é tarefa fácil. Mas vou ajudar. Pela minha experiência, uma das atividades mais interessantes da ilha são os passeios de barco com prancha.

Basicamente, é como fazer snorkelling puxado lentamente por um barco, regra geral entre a Praia do Porto e o Morro Dois Irmãos. Com a vantagem dos golfinhos seguirem muitas vezes a embarcação; ou, melhor ainda, como me aconteceu, com os golfinhos a juntarem-se a nós enquanto fazíamos snorkelling com a prancha, nadando literalmente connosco. Foi lindo – dos momentos altos de toda a viagem.

No final, como bónus, houve um delicioso churrasco de peixe e picanha a bordo.

Há várias empresas que oferecem o mesmo passeio. Eu reservei com a Reservas Noronha e correu tudo bem.

Passeio de “canoa havaiana”

Tinham-me recomendado fazer o passeio de “canoa havaiana”, especialmente ao pôr do sol; mas acabei por não o fazer. Consta que de manhã cedo é possível ver muitos golfinhos durante o passeio, ao largo de Fernando de Noronha; e que ao final da tarde a luz é inacreditavelmente bela. Fica a dica. Foi-me sugerida a empresa Noronha Canoe Clube.

Snorkelling

Não falta onde fazer snorkelling em Fernando de Noronha. Considero aliás, que é uma das melhores atividades aquáticas da ilha. Com a vantagem adicional de ser gratuita.

Entre os locais onde experimentei fazer snorkelling, destaque para a vida selvagem que encontrei na Praia do Porto, incluindo várias tartarugas e tubarões. De resto, tanto na Praia do Cachorro como na Praia do Sancho encontrei variadíssimas espécies de peixes, mas em nenhuma vi tubarões.

Quanto à Baía dos Porcos, é a minha praia favorita de Fernando de Noronha – e mesmo debaixo de água não desilude. Só não espere a exuberância cromática dos corais do Pacífico!

Por fim, quanto à afamada Praia da Atalaia, o snorkelling foi para mim uma desilusão. No dia em que visitei não havia muitos animais “aprisionados” na piscina natural – foi azar.

Mergulho

Fernando de Noronha é um lugar fantástico para fazer mergulho. Eu tenho o curso PADI Advanced, tirado durante a minha primeira volta ao mundo, mas há alguns anos que não mergulho. Por isso e por estar com a minha filha, acabei por não fazer mergulho em Noronha.

Dito isto, várias empresas oferecem mergulhos em diferentes dive sites ao largo do arquipélago; e ainda batismos de mergulho para mergulhadores inexperientes – regra geral nas águas pouco profundas da Praia do Porto. Experimente.

Onde comer em Fernando de Noronha

Onde comer em Noronha: All Natural
All Natural, Fernando de Noronha

Ao longo dos nove dias que passei em Fernando de Noronha, experimentei restaurantes de todo o tipo. Dos melhores restaurantes caseiros a restaurantes ao quilo, passando por ambientes mais biológicos e até um espaço dedicado ao sushi. Na verdade, não falta onde comer bem em Fernando de Noronha. Só não há é muitos restaurantes baratos.

Note que, com exceção de um sushi, não frequentei restaurantes caros e conceituados como o Xica da Silva, o Mergulhão, o Beijupirá, o Cacimba Bistrô, o Varanda ou o Zé Maria. Dito isto, eis alguns restaurantes de Noronha com preços aceitáveis que posso recomendar.

  • Restaurante do Jacaré. Provavelmente a melhor relação qualidade/preço de toda a ilha, com buffet livre ao almoço, por R$ 37. A comida é caseira e de qualidade. Fica no centro da Vila dos Remédios.
  • Restaurante do Valdénio. Outra das excelentes opções económicas, serve pratos generosos por R$ 35. Pode escolher uma proteína e três acompanhamentos, a que se junta salada. Excelente custo/benefício. A única crítica é a pouca variedade da oferta, pese embora um par de pratos especiais que mudam consoante o dia da semana. Fica na Vila do Trinta.
  • Manaka Sushi. Um dos melhores combinados de sushi e sashimi que tive oportunidade de experimentar, com preço aceitável para os padrões da ilha (combinado de 50 peças generosas por R$ 230). Fica na Floresta Nova. Escolha jantar num dia em que estejam disponíveis pelo menos dois “peixes da ilha” distintos (como atum e cavala, por exemplo).
  • All Natural. Fui ao All Natural especificamente para comer o açaí, tido como o melhor de Fernando de Noronha. Gostei bastante, apesar de ser um pouco caro. Consta que as refeições são igualmente deliciosas. Fica no Bairro Colina.
  • Açaí Raizes. Só provei o açaí e, apesar de batido com guaraná e banana, gostei bastante. O preço é simpático. Fica na Floresta Nova, à face da BR.

Por fim, dizer que tinha boas referências do Bio Bistrot Noronha, mas acabei por não experimentar.

Outras dicas

Seguro de viagem

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Outros destinos a visitar no Brasil

Se está a pensar visitar Fernando de Noronha, talvez tenha interesse em saber um pouco mais sobre o que ver e fazer noutras cidades, ilhas e destinos turísticos do Brasil.

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Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.