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Harajuku, a zona mais cool de Tóquio

Por Catarina Costa
Cosplay em Harajuku, Tóquio
Cosplay em Harajuku, bairro de Shibuya, Tóquio ©iStock.com

Harajuku, no bairro de Shibuya, foi um dos primeiros lugares que visitei em Tóquio e foi, literalmente, amor à primeira vista. O passeio desde Shinjuku fez-se pela Meiji Dori, por entre edifícios residenciais e ruas quase desertas, mas a chegada ao bairro foi bem marcante: ruas cheias, coloridas e ruidosas, lojas das marcas mais conhecidas entre os jovens japoneses e luzes vibrantes que anunciam ter chegado à zona mais cool da cidade.

Depois de conhecer razoavelmente bem Harajuku, é possível dividir a zona em três áreas mais ou menos distintas: Takeshita Street; Meiji Dori e Ometosando Street; e Harajuku Street e Ura-Harajuku (ou Cat Street). É sobre cada uma dessas áreas que escrevo, para o ajudar na hora de visitar Harajuku.

As zonas de Harajuku, Tóquio

Takeshita Street

Takeshita Street é uma das muitas ruas paralelas à Meiji Dori. Mas não é só mais uma rua. É em Takeshita Street que encontramos a cultura pop japonesa mais bem representada. Por aqui, os cabelos pintam-se de cores garridas, as mochilas são de pelo ou com os padrões mais bizarros que possa imaginar, caminha-se em cima de plataformas altíssimas, em sapatos de solas bem grossas e, de preferência, brilhantes, os gorros têm focinhos de animais e as camisolas têm estampados que vão desde onigiris e peças de sushi até ao padrão da roupa das personagens de ficção.

Takeshita street em Harajuku
Takeshita street, Harajuku ©iStock.com

As roupas não combinam, mas ninguém se preocupa com isso. Em Harajuku, ninguém olha nem julga. Também os cos players (aqueles que se vestem como os seus personagens favoritos de manga e anime) se passeiam por Takeshita como se nada fosse e, do meu lado, se a vergonha, a dificuldade em comunicar e o medo que possam levar a mal já tivessem sido ultrapassados, as fotografias destas personagens da vida real já se acumulariam nos meus registos.

Apesar de Takeshita Street ser apenas uma rua, as suas paralelas continuam este “mundo à parte” de lojas que despertam a curiosidade dos turistas. Mas, se a ideia é visitar Takeshita com pouca gente, então o melhor é ir cedo, ainda antes das lojas abrirem, porque o mais certo é que, por volta das 10:00 – 10:30 da manhã, já seja difícil circular. E atenção, a circulação em Takeshita faz-se tal e qual como na estrada no Japão: pela esquerda.

O ideal será descer a rua e voltar a subi-la, para garantir que não fica nenhuma loja por explorar, nem nenhum recanto por conhecer. Vale e pena perder tempo a conhecer estas ruas de Harajuku que nos mostram como é, de facto, a cultura pop japonesa.

Paragens obrigatórias serão a Daiso, onde (quase) todos os produtos custam 108 ienes (com taxas incluídas) e onde se encontra papel de origami bonito, bom e barato, a Tutu Anna para meias bem diferentes e tipicamente japonesas e, antes de sair da Takeshita Street em direção à Meiji Dori, visitar a creperia Santa Monica para um delicioso crepe enrolado – a mistura de crepe, bolo, gelado e frutas nunca deixou ninguém ficar mal, pois não?

Harajuku Street e Ura-harajuku

Do outro lado da rua fica Harajuku Street. Mais uma vez não é apenas uma rua, mas sim várias ruelas que acolhem um género de pessoas totalmente diferente daquele que se encontra em Takeshita Street.

Loja vintage em Harajuku Street, bairro Shibuya
Loja vintage em Harajuku Street, bairro Shibuya

Em Harajuku Street o ambiente é muito mais casual e moderno, mais da moda, repleto de jovens cheios de estilo. Eles de casaco de cabedal, calças curtas, meias coloridas e um ar muito rockabilly. Elas de oxford shoes, calças de padrões variados – sempre com cair perfeito e quase sempre curtas – e bomber jackets.

As lojas são decoradas ao pormenor, ao melhor estilo nórdico, onde menos é sempre mais, e amontoam-se as lojas de artigos em segunda mão, quase sempre de qualidade inegável e de marcas que, mesmo nas mãos de segundos donos, prometem durar uma vida. O ritmo calmo e descontraído e a decoração com base nos neutros que se encontra em Harajuku Street contrasta de forma vincada com a agitação e as cores vibrantes de Takeshita Street.

Obrigatório visitar são o café Deus Ex Machina, onde se comem sandes divinais e onde os empregados têm o ar mais cool de sempre, a loja Kinsella – cuja montra vale a pena apreciar para quem é fã de E.T. – e as várias lojas de artigos em segunda mão.

Loja em Harajuku Street
Loja em Harajuku Street

Caminhando na direção de Shibuya, e atravessando Ometosando Street, encontra-se Ura-Harajuku – ou Cat Street. Para os amantes de lagosta é obrigatório parar no Luke’s Lobster. A cadeia é americana, mas as sandes são deliciosas e as filas bem longas enchem-se de japoneses e turistas, gulosos e esfomeados. Parar também na S.K.U. (Save Kakhi United) para peças bonitas, minimalistas e de boa qualidade e na Book Marc, a livraria por Marc Jacobs que vende livros de arte, cultura e moda de artistas que inspiraram o estilista.

Ometosando Street e Meiji Dori

Meiji Dori e Ometosando são as ruas que imaginaríamos mais tradicionais para uma tarde de compras, passada algures entre a Avenida da Liberdade e a Baixa de Lisboa.

Em Meiji Dori encontram-se as lojas habituais que fazem as delícias de qualquer jovem. Desde a Forever 21 à Levi’s, passando pela giríssima Nikoand. É paragem obrigatória a Asoko, com artigos a preços baixos mas design jovem, colorido e apelativo, de todos os artigos e mais alguns, como os essenciais para qualquer casa, ou para rechear o escritório de coisas bonitas e baratas, e o centro comercial La Foret.

Já Ometosando Street procura distinguir-se e apelar a um público-alvo com carteiras mais recheadas. Há quem lhe chame Champs Elysées de Tóquio, e a ideia que possam criar na vossa cabeça não ficará aquém das expectativas – se ignorarmos previamente a ausência do Arco do Triunfo. Aqui vale a pena não perder a Chanel (para os fãs da marca), a Shu Uemura, e a MAC Cosmetics, que é difícil encontrar como loja de rua e com tanta variedade de produtos. Para quem se queira dedicar a um shopping spree, nada como visitar Ometosando Hills e aproveitar para, ao mesmo tempo, apreciar um belo exemplar de arquitetura moderna.

Veja também o que fazer em Tóquio.

Roteiro para visitar Harajuku com calma

Rapariga cosplay junto ao templo Meiji-jingu, perto de Harajuku
Rapariga cosplay junto ao templo Meiji-jingu, perto de Harajuku ©iStock.com

Harajuku tem muitas lojas, mas o mais marcante é o estilo de vida sem igual em toda a cidade de Tóquio. Um dia não será suficiente para visitar toda a zona com atenção ou, pelo menos, para mim não foi.

Mas fica a sugestão: tire um dia e, com calma, comece por visitar Takeshita Street, desça até Harajuku Street e perca-se um bocadinho. Depois siga até Ometosando Street – explore-a um pouco – e continue para Ura-Harajuku. Quando as pernas já não aguentarem o cansaço, pare num café bonito, relaxe e prepare-se para subir a Meiji Dori, novamente na direção de Harajuku Street.

Um dia em cheio e a sensação, bem real, de que acabou de conhecer o verdadeiro Tóquio: o dos japoneses (não dos turistas).

Veja também Um domingo no parque Yoyogi.

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Catarina Costa

Nascida e criada em Lisboa, considera-se (quase uma) crazy cat lady e sempre apaixonada pela vida.