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15 coisas imperdíveis para fazer em Tóquio

Por Filipe Morato Gomes

Estando em Tóquio, o que visitar? Pois bem, elaborar uma lista com as coisas essenciais para fazer em Tóquio é uma tarefa inglória. Isto porque a capital japonesa é uma metrópole tão gigante e populosa, com tantas e tão diversificadas atrações turísticas que, qualquer lista, por mais longa que seja, será sempre incompleta. E, pior do que isso, subjetiva.

Apesar disso, decidir o que fazer em Tóquio foi uma das partes mais difíceis do planeamento da viagem ao Japão, pelo que pretendo ajudar outros viajantes nessa tarefa hercúlea. E assim nasce esta minha lista – convém vincar o minha – com 15 coisas que considero imprescindíveis fazer em Tóquio.

Sendo a minha experiência, contém apenas coisas que eu fiz ou visitei. Por exemplo, não subi à Tokyo Tower nem ao deck de observação da Tokyo Metropolitan Government Tower; não visitei o Museu Ghibli; nem tampouco passeei no Parque Gyoen, em Shinjuku. E, mesmo alguns bairros de Tóquio como Nakameguro ou Odaiba, acabaram por passar praticamente ao lado da minha visita.

O que fazer em Tóquio

Visitar o Mercado Tsukiji

Zona exterior do Mercado Tsukiji
Banca de ostras na zona exterior do Mercado Tsukiji

O Mercado Tsukiji é tido como o maior mercado grossista de peixe do mundo. Fica no centro de Tóquio, junto ao exclusivo bairro de Ginza, onde pontuam as principais marcas de luxo do planeta. Foi a primeira coisa que fiz na capital japonesa. E não me desiludiu.

O Mercado Tsukiji tem duas grandes áreas completamente distintas. Uma área interna, coberta, originalmente apenas dedicada aos negócios grossistas (incluindo o famoso leilão de atuns). E uma área exterior, composta por ruelas cheias de restaurantes especializados em sushi e “frutos do mar”; casas de chá verde; lojas com equipamento de cozinha; e um sem fim de pequenos negócios tendo a gastronomia e o mar como denominadores comuns.

Eu fiquei especialmente fascinado com a zona exterior do mercado. Deve estar no topo de qualquer lista sobre o que fazer em Tóquio.

O mercado Tsukiji foi definitivamente encerrado em outubro de 2018, e a sua atividade transferida para a região de Toyosu. O novo mercado grossista de Tóquio chama-se precisamente mercado Toyosu.

Passear no Parque Ueno, em Taito

Parque Ueno, Tóquio
Ueno, um dos maiores parques de Tóquio

Muito popular para as festas hanani (quando os japoneses se juntam para contemplar as cerejeiras em flor), o Parque Ueno é igualmente agradável nas outras estações do ano.

Trata-se de um enorme e muito agradável parque público, de entrada gratuita, que inclui no seu perímetro um jardim zoológico e variadíssimos templos e museus. Fica no distrito Taito, e é um passeio ideal para combinar com a ida ao Templo Sensoji, no vizinho bairro de Asakusa.

Visitar o Santuário Meiji Jingu

Santuário Meiji Jingu
Santuário Meiji Jingu, no Parque Yoyogi

Meiji Jingu é um santuário xintoísta localizado em pleno Parque Yoyogi. É um dos templos mais visitados em Tóquio e, pela minha experiência, vale especialmente a pena ao domingo. O motivo? É dia de casamentos.

Com isso, toda a área em torno do templo ganha vida e cor. As noivas, vestidas de forma tradicional, a serem preparadas para o casamento. Cortejo de noivos e convidados a entrarem nas salas do templo. E muitas mulheres envergando belíssimos kimonos. Especialmente para quem gosta de fotografia, Meiji Jingu aos domingos é mesmo fascinante.

E é um passeio perfeito para combinar com a passagem pela Rua Takeshita, no bairro Harajuku.

Passear em Harajuku (ao domingo)

Cosplay em Harajuku, Tokyo
Cosplay em Harajuku, Tóquio

Harajuku é território cosplay, zona de criatividade infinita, da afirmação identitária dos jovens japoneses, de todos os excessos. Vale a pena passear pela Rua Takeshita e absorver o ambiente, sem julgar ou tentar compreender tudo o que vê. Porque Harajuku é um microcosmos dentro de Tóquio, recheado de personagens, digamos, estranhas, e onde tudo é aparentemente permitido.

Comer yakitori no Piss Alley

Comer yakitori no Piss Alley, Shinjuku
Comer yakitori no Piss Alley é uma experiência fundamental

O nome oficial é Omoide Yokocho (Memory Lane), mas a rua é mais conhecida pela sua pouco elogiosa alcunha: Piss Alley. É, muito provavelmente, o melhor sítio de Tóquio para comer yakitori.

As yakitori são pequenas espetadas de galinha grelhadas na hora, tradicionalmente em fogareiros a carvão. São servidas em estabelecimentos muito simples chamados yakitori-ya (semelhantes aos tascos portugueses), muito frequentados pelos assalariados japoneses para um jantar rápido e barato no final de um dia de trabalho.

É outras das experiências fundamentais, especialmente se, tal como eu, dispensa os luxos e é apreciador das coisas simples da vida

Sair à noite em Golden Gai

O que fazer em Tóquio: noite em Golden Gai
Menu à entrada de um bar em Golden Gai

A área de Golden Gai é um dos raros lugares de Tóquio que não foi arrasado por bulldozers para ser modernizado. Permanece, por isso, uma espécie de gueto no coração de Tóquio, como se fosse um bairro de lata mais arranjado, transformado em local de culto da noite underground da capital.

É um lugar excelente para sair e conhecer uma noite mais alternativa na capital japonesa. São mais de 200 bares minúsculos, porta-sim-porta-sim, espalhados por seis ou sete ruas contíguas no meio da hiper-moderna Shinjuku.

Tenha só em atenção que alguns bares não aceitam estrangeiros. E, se está apreensivo sobre o custo da viagem ao Japão, saiba que quase todos cobram entrada.

Visitar os jardins do Palácio Imperial (East Gardens)

Visitar Palácio Imperial, Tóquio
Muros do complexo do Palácio Imperial, centro de Tóquio

Fiz uma visita guiada ao Palácio Imperial e não gostei da experiência. Dei por mal empregue o meu tempo. Talvez seja defeito meu, que detesto andar em carneirada, mas estar integrado num grupo de 200 pessoas foi demasiado para mim.

Dito isto, integrados no complexo do Palácio Imperial, é possível visitar de forma livre e gratuita os chamados East Gardens. Num dia em que passe nas proximidades da Tokyo Station ou decida explorar o bairro Marunouchi, aproveite para um passeio nos jardins imperiais.

Entrar numa pachinko (em Akihabara)

O que fazer em Tokyo: Pachinko, Akihabara
Interior de uma loja pachinko

Poucas coisas haverá tão estranhas como abrir as portas de uma pachinko e entrar. Do lado de fora, silêncio; assim que as portas se abrem, o inferno. Um barulho ensurdecedor saído de centenas de máquinas de jogo, alinhadas, frequentadas por homens de olhar alucinado e ar cansado.

São espaços de alienação coletiva, difíceis de entender. Não joguei, até porque, por mais que olhasse, não conseguia compreender, depois porque o ambiente é assustador e não dá para aguentar muito tempo. Mas que é uma experiência única, disso não tenho dúvidas.

Visitar uma loja pachinko é uma das coisas que recomendo fazer em Tóquio. Faça-o em Shinjuku, Shibuya ou, muito especialmente, em Akihabara – o paraíso para os amantes da eletrónica, da manga e do anime.

Explorar Shibuya (e atravessar o cruzamento)

Cruzamento de Shibuya, Tóquio
By Guwashi from Tokyo, Japan (Shibuya Night (HDR)) [CC BY 2.0], via Wikimedia Commons

Shibuya é provavelmente a área da Tóquio que melhor personifica a imagem preconcebida que temos da capital do Japão. Muita gente, muitos arranha-céus espelhados, néons por todo o lado, painéis vídeo com publicidade, tudo muito luminoso, consumista e pós-moderno.

Não por acaso, muita gente chama à zona central de Shibuya a “Times Square de Tóquio”. É precisamente aí que fica o mais famoso cruzamento do planeta. E vale de facto a pena cirandar pelas ruas de Shibuya, absorver o ambiente jovem e cosmopolita da área. Bate certo com a imagem Lost in Translation da cidade.

Provar petiscos japoneses numa depachika

As depachika são áreas onde se vende todo o tipo de comida japonesa – com estilo. Das bento box aos doces, da baguete francesa aos pickles japoneses, passando pelo chá verde e outras especialidades, de tudo um pouco se encontra nas depachika.

São espaços de algum requinte, mas onde é possível provar algumas das iguarias (mesmo que não compre) – razão mais que suficiente para visitar pelo menos uma depachika durante a sua estadia em Tóquio. Ficam na cave dos grandes armazéns comerciais; especialmente nas áreas de Ginza, Shibuya e Shinjuku.

Apreciar as lojas vintage em Shimokitazawa

Bairro Shimokitazawa, Tóquio
Loja vintage, a imagem de marca do bairro Shimokitazawa

Shimokitazawa é um pequeno bairro com alma vintage, pejado de lojas com roupa e outros artigos usados, alguns cafés e nada de arranha-céus. O oposto de Ginza e Shibuya.

É fantástico para passar um par de horas a caminhar, espreitar as lojas e observar as gentes de aspeto alternativo que povoam o bairro. Apesar de não fazer compras, Shimokitazawa foi um dos locais que mais gostei de Tóquio. Aconselho vivamente.

Comer ramen no Chuka Soba Inoue

Chuka Soba Inoue, Tsukiji
Restaurante de rua Chuka Soba Inoue, em Tsukiji

Gostei tanto do ramen que comi no Japão que preparei inclusive um pequeno guia onde comer ramen em Tóquio. Ora, se tivesse que escolher um restaurante – e apenas um – para sugerir, teria de ignorar o Afuri (com muita pena, porque adorei o Afuri) e sugerir o Chuka Soba Inoue, junto ao Mercado Tsukiji.

Não porque o ramen seja o melhor de Tóquio (até porque isso é muito subjetivo), mas porque toda a experiência de comer na rua, de manhã, junto ao mercado, é extraordinária.

Experimentar um restaurante de sushi automático

Os conveyor belt sushi (“correia transportadora”, na tradução literal) são restaurantes nos quais os comensais se sentam num balcão por onde vão passando pratinhos com duas ou três porções de shushi, sashimi e ngiris, entre outros. Cada pessoa pega nos pratos que quiser e, no final, paga em função do que comeu (os pratos têm um sistema de cores, e a cada cor corresponde um preço).

Ora, uma inovação em relação a estes restaurantes conveyor belt mais tradicionais, são aqueles onde os pedidos são feitos em ecrãs táteis. Nesses, ao invés dos pratos de sushi percorrerem o balcão à espera que alguém pegue neles, são preparados na hora e entregues de forma automática em frente a cada comensal.

É uma experiência diferente e divertida. Aconselho.

Tomar café no Little Nap Coffee Stand

Little Nap Coffee Stand, Tokyo
Little Nap Coffee Stand

Para quem gosta da cultura do café, o Little Nap Coffee Stand é uma pequena pérola; uma espécie de lugar de culto entre os amantes de bom café. Fica numa zona residencial a norte de Shibuya, junto ao Parque Yoyogi, e vale bem o desvio. Está no topo da lista dos meus cafés preferidos de Tóquio.

Visitar o Templo Senso-ji, em Asakusa

Templo Senso-ji, em Asakusa
Senso-ji, em Asakusa, um dos templos mais visitados de Tóquio

Apesar de não ter ficado particularmente atraído pelo Templo Senso-ji, decidi incluí-lo nesta lista sobre o que fazer em Tóquio pela simples razão de que é um dos mais emblemáticos templos budistas da cidade.

O que eu não gostei em Senso-ji foi o circo comercial em que a rua de acesso ao templo se transformou. Pela positiva, a Kaminari Gate, à entrada do templo, é verdadeiramente imponente e atrativa. E o próprio Senso-ji vale a visita – assim se consiga abstrair das multidões.

Guia prático

Mapa: o que fazer em Tóquio

Excursão a pé

Caso tenha pouco tempo ou prefira a companhia de um guia local para explicar as particularidades da cultura japonesa e explorar algumas destas atrações emblemáticas, considere fazer esta excelente Excursão Particular a Pé. Pode escolher o número de horas do passeio (2, 4, 6 ou 8 horas) – quanto mais longo, melhor.

Hospedagem em Tóquio

Eu julgo que o triângulo Shibuya / Harajuku / Omotesando é uma excelente base para se hospedar em Tóquio. Em todo o caso, para perceber melhor a cidade, recomendo a leitura do post sobre os melhores bairros para se hospedar em Tóquio. Se o que procura é luxo, o Park Hyatt Tokyo (onde foi filmado o filme Lost in Translation) é uma escolha quase imbatível; fica em Shibuya. Para outras alternativas, pesquise diretamente no botão abaixo.

Pesquisar hotéis em Tóquio

Seguro de viagem

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Filipe Morato Gomes
Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.