Matsumoto e o seu castelo (o mais antigo do Japão)

Por Filipe Morato Gomes
Castelo de Matsumoto, Japão
Vista do castelo de Matsumoto, Japão

Tal como o espetacular castelo de Himeji, também a fortificação de Matsumoto é uma das mais belas do Japão; e merecedora de uma visita atenta. Na verdade, visitar o Castelo de Matsumoto foi a principal razão que me levou a parar naquela cidade da prefeitura de Nagano.

Construído há mais de 400 anos, trata-se do mais antigo castelo do Japão; e um dos cinco classificados como Tesouro Nacional em todo o país.

Rua de Matsumoto
Rua no centro de Matsumoto

Antes de o visitar, porém, e uma vez que cheguei a Matsumoto ao final da tarde, tive ainda tempo para apreciar a cidade ao anoitecer, bela e iluminada. E foi uma primeira impressão maravilhosa.

Matsumoto pareceu-me uma cidade agradável e cheia de vida; com inúmeros cafés, bares e restaurantes. Dei uma volta pelas ruas do centro, jantei tranquilamente e preparei-me para madrugar no dia seguinte e visitar o castelo.

Castelo de Matsumoto

Castelo de Matsumoto
O belíssimo castelo de Matsumoto

Chamado de hirajiro por ser construído numa planície (e não no topo de uma colina ou montanha), o castelo de Matsumoto é ainda especial pelo uso de característicos lambris pretos, que lhe conferem um ar equilibrado e grandioso e justificam a alcunha de “Corvo”. Visualmente, é uma obra-prima – e isso percebe-se à distância, mesmo antes de entrar no complexo e avistar Mitsuto!

Funcionário público reformado, sorriso contagiante e um cartão de “voluntário” pendurado no pescoço, Mitsuto ofereceu-se para fazer uma visita guiada ao castelo de Matsumoto totalmente gratuita. Não queria mesmo dinheiro (no cartão lia-se “Free tour. No tips accepted“), fazia aquilo para se entreter; e, mais do que isso, entristecia-o haver turistas que fugiam dele com receio que os fosse enganar ou cobrar pela visita guiada.

Guia da visita guiada
Mitsuto, guia por prazer

Já dentro do belíssimo edifício do castelo de Matsumoto, fiquei então a saber um pouco mais sobre a estrutura, enquanto me ia deliciando com os seus pormenores arquitetónicos.

Desde logo, o facto do interior ser inteiramente de madeira (o chão, as colunas, as paredes, os tetos…). Havia até uma escada de madeira muito íngreme, projetada para diminuir o movimento dos inimigos em caso de ataque, e aberturas para arqueiros e atiradores se defenderem dos invasores.

Visitar Castelo de Matsumoto
Escadaria de madeira no interior do castelo de Matsumoto

E curiosidades como a existência de um piso escondido (vista de fora, a torre do castelo parece ter cinco pisos, mas na realidade são seis), onde aparentemente se guardariam mantimentos ou munições.

Mitsuto fez ainda questão de falar das armas de fogo, porque “quem apresentou as armas aos japoneses foram os portugueses”; e assim ter-se-á passado talvez hora e meia de visita.

De regresso ao exterior, despedi-me de Mitsuto, agradecendo a companhia e a visita.

Janela da fortificação com vista para o jardim
Vista a partir do interior do castelo

Cruzei o lago junto ao castelo em direção à malha urbana e, à medida que me fui afastando, não resisti a um último olhar junto a um passadiço de madeira ladeado por uma proteção de um vermelho vivo, que pontilhava de cor a paisagem acinzentada.

Por essa altura, a visita a Matsumoto estava prestes a terminar. Faltava apenas um almoço retemperador antes de seguir para Okuhida, onde iria ter uma das experiências mais extraordinárias do meu roteiro no Japão: ficar no maravilhoso ryokan Minshuku Takizawa.

Vista do Castelo de Matsumoto, Japão
Vista do castelo de Matsumoto, na prefeitura japonesa de Nagano

Guia para visitar Matsumoto

Como chegar a Matsumoto

Uma vez que tinha comprado o Japan Rail Pass, acabei à ultima hora por decidir visitar os macacos das neves de Jigokudani, a caminho de Matsumoto, sem custos adicionais. Por causa disso, fui de Tóquio para Nagano e só depois segui de Nagano para Matsumoto. Foram duas etapas (com os macacos pelo meio), sempre de comboio.

Não precisa de planear o horário ao minuto porque há muitas partidas por dia; mas, se quiser parar em Nagano, aconselho sair de Tóquio o mais cedo possível (antes das 07:00).

Como é evidente, pode ir direto de Tóquio até Matsumoto.

Como visitar o Castelo de Matsumoto (localização, horários e preços)

O castelo de Matsumoto está localizado no coração da cidade, pelo que é impossível enganar-se (veja a localização exata no Google Maps). No que toca aos horários, é possível visitar o castelo em qualquer dia do ano, com exceção dos dias 29, 30 e 31 de dezembro, entre 8:30 e as 17:00. O ingresso custa ¥700 (menos de 6€) por pessoa.

Uma última dica: certifique-se que leva meias quentes no inverno, uma vez que o piso de madeira é bastante frio e não são permitidos sapatos no interior do castelo.

Mais informações no site oficial.

Onde ficar em Matsumoto

Desta vez, acertei em cheio. Fiquei alojado no moderno e limpíssimo Hotel M Matsumoto e dificilmente consigo imaginar hotel com melhor relação qualidade/preço para ficar hospedado em Matsumoto. É um misto de hotel-cápsula com hostel, novo, bonito e com design contemporâneo.

Eu optei por um quarto duplo e posso garantir que foi um dos melhores onde pernoitei em todo o Japão. O pequeno-almoço, em estilo buffet japonês, custou ¥500 por pessoa e valeu bem a pena.

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Seguro de viagem para o Japão

Os cuidados de saúde no Japão são extremamente caros, pelo que é fundamental ter um seguro de viagem com boas coberturas para diminuir o prejuízo em caso de doença ou uma eventual hospitalização.

Eu recomendo o IATI Estrela, que é o seguro que costumo fazer nas minhas viagens. Tem cobertura para COVID-19, não tem limite de idade nem franquias, cobre até 1.000.000€ (um milhão) em gastos médicos e não é preciso adiantar dinheiro em consultas ou hospitalização. Para mim, são atualmente os melhores e mais completos do mercado, ideais para viajar no Japão.

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Outros destinos a visitar no Japão

Se está a pensar visitar Matsumoto, talvez tenha interesse em saber um pouco mais sobre o que ver e fazer noutras cidades japonesas.

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Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.

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