Procura um roteiro de viagem na Roménia? Pois bem, trata-se de um país fascinante, diversificado e geograficamente muito vasto. Especialmente fora das grandes cidades. É por isso que planear uma viagem à Roménia, tendo o tempo limitado, é tão difícil. O roteiro proposto tem 10 noites/11 dias de duração e centra-se nas regiões da Transilvânia (Triângulo Brasov – Sighisoara – Sibiu) e Bucovina.
Muito ficou de fora, é certo, mas posso dizer que este itinerário permite conhecer muito do melhor que a Roménia tem para oferecer, a um ritmo equilibrado. Só tenho mesmo pena de não ter ido à cidade de Iasi, ao Delta do Danúbio e à região de Maramures – lugares que, mesmo sem conhecer, aconselho vivamente a incluir no seu roteiro na Roménia. Especialmente se tiver mais de duas semanas para dedicar ao país.
Dito isto, encare este roteiro de viagem à Roménia como um ponto de partida para elaborar o seu próprio itinerário, de acordo com os seus interesses e tempo disponível. Vamos a isso!
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Roteiro na Roménia
- 1.1 Dia 1: Castelo de Peles
- 1.2 Dia 2: Prejmer e Brasov
- 1.3 Dia 3: Rasnov e Brasov
- 1.4 Dia 4: Hiking em Poiana Brasov
- 1.5 Dia 5: Sighisoara e Biertan
- 1.6 Dia 6: Medias e Sibiu
- 1.7 Dia 7: Sibiu
- 1.8 Dia 8: Alba Iulia
- 1.9 Dia 9: Mosteiros de Bucovina
- 1.10 Dia 10: Bucareste
- 1.11 (Dia 11: viagem de regresso)
- 2 O que mudaria no meu roteiro da Roménia
- 3 Roteiros alternativos (para quem tem mais tempo)
- 4 Guia prático
Roteiro na Roménia
Dia 1: Castelo de Peles
Depois de chegar a Bucareste num voo da TAP, segui imediatamente para a estação de comboios de Bucarest – Nord e comprei um bilhete para Sinaia. A ideia era visitar o Castelo de Peles, antes de seguir viagem para Brasov, onde iria dormir na primeira noite do meu roteiro de viagem na Roménia.
Situado no sopé das montanhas Bucegi, o castelo de Peles é uma obra-prima da chamada arquitetura nova-renascentista alemã, e considerado por muitos como o mais espetacular entre todos os castelos da Transilvânia. São mais de 160 quartos distribuídos por três mil metros quadrados edificados. É imponente, gigantesco e muito diverso. Uma das grandes riquezas de Peles é, aliás, a diversidade de estilos decorativos usados no interior do palácio, com muitas das divisões a serem inspiradas em distintas culturas do planeta. Como uma sala de inspiração turca, para fumar cachimbo de água.
Visitado o castelo, caminhei de novo até à estação de comboios de Sinaia, mas teria de esperar quase uma hora pelo próximo comboio. Apanhei, por isso, um minibus para chegar a Brasov.
À tarde, tive ainda tempo para um primeiro contacto com a belíssima zona histórica da cidade de Brasov.
Dormida em Brasov: Antler Boutique Hotel (maravilhoso)
Veja onde ficar em Brasov.
Dia 2: Prejmer e Brasov
Manhã cedo, fui visitar a igreja fortificada de Prejmer, localizada a uns escassos 20km de Brasov. Protegida pela UNESCO, Prejmer é uma das mais bem preservadas aldeias com igrejas fortificadas da Transilvânia. E é conceptualmente fascinante.
De uma forma simplista, é uma igreja em estilo gótico protegida por uma muralha circular com quatro metros de espessura, colada à qual estão construídas quase 300 divisões onde os habitantes viviam e guardavam víveres para sobreviverem em situações de cerco prolongado. Um sistema de aprovisionamento tido como um dos mais engenhosos e bem-sucedidos da Transilvânia.
À tarde, explorei com calma toda a zona do centro histórico de Brasov (no interior da antiga zona amuralhada da cidade) e do bairro Schei (no exterior das muralhas). Por esta altura, já estava apaixonado por Brasov.
Dormida em Brasov: Antler Boutique Hotel
Dia 3: Rasnov e Brasov
Na manhã do terceiro dia do meu roteiro na Roménia, fui visitar a cidadela de Rasnov, localizada sensivelmente a 20km de Brasov. A fortaleza foi “construída como parte de um sistema de defesa das aldeias da Transilvânia expostas a riscos de invasão estrangeira” – algumas das quais faziam parte do meu roteiro na Roménia. No dia anterior, por exemplo, tinha ficado fascinado com a igreja fortificada de Prejmer. Também por isso, as expectativas para Rasnov estavam em alta; mas o que encontrei não me seduziu.
O estilo arquitetónico da cidadela é simples, similar ao das casas comuns do seu tempo, adaptado para responder aos requisitos de fortificação. E isso agradou-me. O que não gostei foi da sensação de estar num local sem alma, despido de gente, recheado de lojas de souvenirs.
Não consegui criar empatia com Rasnov. Acontece. Mas não deixe de ir – talvez tenha mais sorte do que eu.
De regresso a Brasov, encontrei-me com uma amiga romena amante de montanha. Combinámos fazer uma caminhada em Poiana Brasov na manhã seguinte; mas ela queria também mostrar-me o lago Lacul Noua, nos arredores de Brasov. Foi a minha última atividade neste dia.
Dormida em Brasov: Antler Boutique Hotel
Dia 4: Hiking em Poiana Brasov
De manhã cedo, fui fazer uma caminhada até Poiana Brasov com Ioana.
Poiana Brasov é uma típica povoação de montanha, com refúgios de telhados inclinados, muitos deles de madeira, fundamentalmente frequentada por praticantes de esqui durante o inverno romeno. Não era o caso; mas durante o resto do ano Poiana Brasov permite caminhadas relativamente fáceis próximo das pistas de esqui. Era esse o nosso objetivo, antes de eu prosseguir o meu roteiro de viagem na Roménia.
Foi, na verdade, a única caminhada em ambiente natural que fiz na Roménia. E fiquei com pena. Principalmente depois de várias pessoas, romenos e não só, me terem dito a mesma coisa: “o melhor da Roménia está nas montanhas, não nas cidades”. É algo a ter em conta numa próxima viagem ao país.
De regresso a Brasov, apanhei um autocarro com destino a Sighisoara, próxima paragem do meu roteiro na Roménia. Trata-se de uma cidade belíssima, cuja cidadela tive oportunidade de visitar pela primeira vez ao fim da tarde (até porque estava alojado lá dentro!).
Dormida em Sighisoara: Casa Lia (hospitalidade genuína)
Dia 5: Sighisoara e Biertan
Dada a ausência de transportes públicos a partir de Sighisoara, visitar a igreja fortificada de Biertan foi uma verdadeira aventura. Entre azares e alguma falta de solidariedade, aquilo que poderia ter demorado um par de horas num dia normal de carro alugado, acabou por levar mais de seis horas a concluir.
Seja como for, a minúscula povoação de Biertan tem algo que me atraiu bastante. Talvez as cores, as casinhas, os telhados, a atmosfera rural – não sei explicar. Mas gostei mesmo muito de visitar Biertan. Foi o que fiz durante boa parte do quinto dia do roteiro na Roménia, antes de regressar a Sighisoara e voltar a explorar a cidadela local.
Dormida em Sighisoara: Casa Lia
Dia 6: Medias e Sibiu
Aproveitei o facto de Medias ficar no caminho entre Sighisoara e Sibiu para conhecer, ainda que fugazmente, a pequena mas agradável povoação. Já foi uma das mais importantes cidades da Transilvânia – epicentro das povoações habitadas por Saxões na região -, e ainda hoje preserva uma parte das suas muralhas medievais.
Aproveitei para conhecer a praça central de Medias, visitar a Igreja de Santa Margarida, vaguear pelas ruas do centro histórico e, no final, sentar-me numa esplanada a tomar um belíssimo café expresso. Tudo isso em menos de duas horas – o tempo até ao próximo comboio regional para Sibiu passar em Medias.
Quando cheguei a Sibiu, por volta das 14:30, estava bastante calor. Deixei-me por isso ficar um par de horas no meu pequeno apartamento, até que o centro histórico de Sibiu chamou por mim e eu entreguei-me à descoberta.
Por aqueles dias, vivia-se em Sibiu o Festival Internacional de Teatro e, por isso, a cidade estava ainda mais animada e com um ambiente internacional. Pela negativa, as muitas estruturas colocadas nas praças do centro histórico que lhe retiravam alguma beleza.
Dormida em Sibiu: Sibiu Residence ou Smart Hostel
Dia 7: Sibiu
Acordei muito cedo para fotografar o amanhecer em Sibiu. A luz estava mágica e dei por muito bem empregue a urgência matinal. Conscientemente, não visitei nenhum museu, igreja ou o que fosse. Vagueei, simplesmente, pelo ambiente medieval do centro histórico da belíssima cidade de Sibiu. Adorei! Sibiu tem mesmo de fazer parte de qualquer roteiro de viagem na Roménia!
À tarde, apanhei um autocarro de Sibiu para Alba Iulia, povoação sobre a qual tinha grandes expectativas e que acabou por ser uma das minhas maiores desilusões na Roménia.
Dormida em Alba Iulia: Pension Marylou
Dia 8: Alba Iulia
Como o tempo estava soalheiro, decidi ir visitar a cidadela de Alba Iulia, o principal ponto de interesse da povoação. Encontrei um lugar demasiado arranjadinho (embora cheio de obras), com pouca ou nenhuma gente a viver dentro das suas muralhas. Pareceu-me um daqueles locais sem alma, um pouco à imagem do que senti na fortaleza de Rasnov. Em poucas palavras, Alba Iulia não me conquistou.
No resto do tempo, desiludido que estava com Alba Iulia, acabei por ficar no hostel a trabalhar no blog. Por volta das 19:30, fui então apanhar o comboio noturno que me levaria até Suceava, principal cidade da região romena de Bucovina.
Dormida: comboio noturno
Dia 9: Mosteiros de Bucovina
Desde há muitos anos que os chamados mosteiros pintados de Bucovina – ou, melhor dizendo, as igrejas pintadas dos mosteiros da região da Moldávia – fazem parte do meu imaginário de viajante. Já cheguei a ter voos marcados para a Roménia mas acabei por adiar a viagem. Até agora. E, sem surpresa, decidi incluir as igrejas de Bucovina no meu roteiro de viagem à Roménia.
O dia começou cedo e chuvoso. Ainda não eram 8:00 quando o motorista da Hello Bucovina apareceu à porta do hostel onde me alojei em Suceava. Não me recordo do seu nome, mas vinha referenciado como sendo o meu “guia”. Explicou-me o roteiro previsto e os quatro mosteiros que iríamos visitar durante o dia: Humor, Voronet, Moldovita e Sucevita.
Quando regressei a Suceava, o meu principal objetivo na região de Bucovina estava cumprido e poderia ter aproveitado para viajar durante a noite para Bucareste. Mas, como a noite anterior tinha também sido passada a bordo de um comboio, decidi dormir em Suceava e partir na manhã seguinte.
Dormida em Suceava: Agropensiunea Ioana
Dia 10: Bucareste
Eram 4:00 da manhã quando o despertador tocou. Foi o tempo de me vestir, rumar à paragem de autocarro e apanhar o primeiro transporte público para a estação de comboios de Suceava. Esperava-me uma longa viagem de comboio até Bucareste, onde cheguei ao final da manhã.
Tinha combinado com o Davi Carneiro, um amigo brasileiro a viver na capital romena, que já tinha partilhado no Alma de Viajante uma lista de 5 coisas a fazer em Bucareste, dar um passeio pela “cidade velha”, a dois passos do hostel onde me alojei.
Ao fim de alguns anos de contactos virtuais, conhecemo-nos finalmente na vida real, e tive assim oportunidade de explorar o centro histórico de Bucareste, ainda que de forma fugaz, na companhia de quem conhece bem a capital romena. Foi a forma perfeita de terminar o meu roteiro na Roménia.
Dormida em Bucareste: Bread & Breakfast ou Antique Hostel
(Dia 11: viagem de regresso)
Como o meu voo era relativamente cedo e o trânsito para o aeroporto pode ser complicado, acabei por sair de Bucareste logo pela manhã. As horas seguintes foram passadas a bordo de um avião da TAP no regresso a Portugal.
Não visitei tudo o que queria na Roménia, mas deu para ficar com uma bela ideia do coração do país.
O que mudaria no meu roteiro da Roménia
Para um roteiro de 10-11 dias na Roménia, faria as seguintes alterações:
- Ir a Rasnov não se justifica, pelo que não teria perdido tempo.
- Dormir em Alba Iulia não vale a pena. Basta chegar ao início da tarde, visitar a cidadela e depois seguir para Cluj-Napoca, por exemplo, e dormir lá. Ou então apanhar logo o comboio noturno para Suceava, como eu fiz (mas um dia antes).
- Tentaria dar mais ênfase às montanhas e menos às cidades.
Roteiros alternativos (para quem tem mais tempo)
Sendo o tempo um bem limitado e a Roménia um país imenso, tive de fazer opções dolorosas. Entre as quais, não visitar toda a região rural de Maramures – e visitar as suas igrejas de madeira – nem explorar demoradamente o Delta do Danúbio. Gostaria também de ter visitado a cidade de Iasi, na região da Moldávia.
De Bucareste a Chisinau, via Iasi
Uma alternativa interessante de roteiro de viagem na Roménia (que eu cheguei a considerar), seria começar por Bucareste, ficar na capital romena um dia e meio, e depois seguir o meu roteiro normalmente até Suceava. De lá, seguiria para Iasi, e de Iasi para Chisinau, na vizinha Moldávia. Para quem não quiser regressar a Bucareste, há voos diretos Chisinau – Lisboa com a Air Moldava.
Roteiros com Ucrânia e Moldávia
O meu projeto de viagem original, antes de ter sido forçado a encurtar a duração da viagem, incluía não só a Roménia mas também a Ucrânia. Considerei dois cenários possíveis, consoante o tempo disponível. Para o primeiro, que incluía Lviv e Chernivtsi, precisaria de umas quatro semanas; para o segundo, que incluía Lviv, Kiev, Chernobyl, Odessa e ainda Chisinau (ou, em alternativa, o Delta do Danúbio), precisaria de um pouco mais. Ficam as sugestões.
Guia prático
Visto para entrar na Roménia
Os viajantes da União Europeia, Portugal incluído, não necessitam de qualquer visto de entrada na Roménia. Mas tenha em atenção que, apesar da Roménia pertencer à União Europeia, o seu território ainda não faz parte do espaço Schengen – o que quer dizer que a Roménia faz controlo de fronteiras.
Seja como for, os cidadãos da União Europeia não precisam de passaporte para entrar na Roménia (eu aconselho que leve). Eis a informação oficial, retirada do Portal das Comunidades Portuguesas: “Para os cidadãos portugueses é necessária a apresentação do Passaporte ou do Cartão do Cidadão/Bilhete de Identidade, não sendo necessário qualquer visto.”
Quantos dias são necessários para visitar a Roménia
Uma viagem de 10 dias dá para ficar com uma boa ideia da Transilvânia e fazer uma incursão a Bucovina, tal como o meu roteiro de viagem na Roménia. Mas não dá, naturalmente, para tudo.
Se tiver mais tempo – 15 dias -, considere incluir a boémia cidade de Cluj-Napoca e a região de Maramures (para ver as igrejas de madeira). O meu plano original incluía três semanas na Roménia mas, por questões familiares, tive de encurtar a viagem. Com esse tempo, iria tentar conhecer tudo aquilo, incluindo o Delta do Danúbio – classificado, tal como as igrejas de Maramures, como Património Mundial da UNESCO na Roménia.
Transportes na Roménia
Há autocarros e/ou comboios a unir as principais cidades da Roménia. Em jeito de dica útil, dizer que usei muito o site www.virail.pt para pesquisar horários. É uma excelente ajuda para planear a viagem na Roménia. O site oficial dos comboios romenos – CFR – é menos intuitivo mas uma alternativa igualmente fiável para verificar os horários.
Alugar carro na Roménia: sim ou não
Eu só costumo alugar carro em último caso mas, na Roménia, teria sido uma boa aposta. Na verdade, eu gosto do desafio de andar em transportes públicos e não tenho nenhuma paixão especial por conduzir.
Acontece que os transportes públicos (comboios e autocarros) não facilitam a visita a locais mais pequenos, pelo que eu, por não alugar carro, acabei por não visitar algumas coisas que poderia ter incluído no meu roteiro de viagem à Roménia; e, noutros casos, perdi bastante tempo para visitar algo a 20 ou 30 quilómetros da base onde estava instalado. Por tudo isto, julgo que alugar carro na Roménia deve ser uma boa opção.
Calcular preço do aluguer de um carro
Preços
A Roménia não é um destino caro, embora porventura possa ser menos barato do que a maioria das pessoas pensa. Digamos que os preços não são muito diferentes de Portugal. Pode fazer refeições na ordem dos 4€-5€, embora uma refeição completa num restaurante médio, com um copo de vinho, ronde normalmente os 10-15€.
Onde dormir na Roménia
Em resumo, as minhas recomendações para montar as suas bases na Roménia são:
- Brasov: três noites no magnífico Antler Boutique Hotel;
- Sighisoara: duas noites na simples mas acolhedora Casa Lia;
- Sibiu: uma noite na Sibiu Residence ou no Smart Hostel;
- Alba Iulia: uma noite na Pension Marylou;
- Suceava: uma noite na Agropensiunea Ioana;
- Bucareste: um noite no Bread & Breakfast ou no Antique Hostel;
Seguro de viagem
A IATI Seguros tem um excelente seguro de viagem, que cobre COVID-19, não tem limite de idade e permite seguros multiviagem (incluindo viagens de longa duração) para qualquer destino do mundo. Para mim, são atualmente os melhores e mais completos seguros de viagem do mercado. Eu recomendo o IATI Estrela, que é o seguro que costumo fazer nas minhas viagens.