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A magia de Petra, Jordânia

Petra, Jordânia
Vista geral da ambiência de Petra, Jordânia

Petra, Jordânia

Há um punhado de lugares no mundo que serão sempre especiais e emocionantes vistos e vividos de perto, não importa o número de reportagens, vídeos ou fotografias que já se tenha visto a respeito. O complexo arqueológico de Angkor Wat, por exemplo, a “cidade perdida” de Machu Picchu e a Grande Muralha da China são três das preciosidades que coloco nessa categoria de lugares especiais. A antiga cidade de Petra é outra.

Habitada desde tempos pré-históricos, esta cidade do Reino Nabateu situada entre o Mar Vermelho e o Mar Morto era uma importante encruzilhada entre a Arábia, o Egito e a Síria-Fenícia. Petra é metade construída e metade esculpida na rocha, e é cercada por montanhas cravadas de passagens e desfiladeiros. É um dos sítios arqueológicos mais famosos do mundo, onde antigas tradições orientais combinam com arquitetura helenística., in UNESCO

O Tesrouro, Petra
“O Tesouro”, à entrada de Petra ©iStock.com

Cheguei a Wadi Musa com as expectativas em alta oriundo do deserto Wadi Rum, outro espetacular destino jordano localizado a poucas dezenas de quilómetros da antiga capital do reino dos Nabateus.

A moderna povoação foi desilusão ao primeiro encontro. É desinteressante e interesseira e, talvez por isso, ninguém vai a Wadi Musa para visitar Wadi Musa: serve apenas de porta de entrada e porto de abrigo para quem visita Petra e os seus monumentos escavados nas rochas. Para mim, Wadi Musa era apenas isso mesmo: um local para dormir antes de explorar o legado Nabateu.

Tribunal, Petra
Fachada do “Tribunal”, Petra

Manhã cedo, segui para o sítio arqueológico de Petra, resmunguei pelo preço exorbitante cobrado à entrada e dirigi-me em direção ao Siq. É o nome dado ao longo e estreitíssimo corredor entre montanhas, à entrada de Petra, que termina com uma vista dramática do Al KhaznehO Tesouro. É seguramente uma das imagens mais conhecidas de Petra mas, ainda assim, surpreendente e impactante quando visto ao vivo, cara a cara, a fachada revelando-se a pouco e pouco entre os contornos imperfeitos da saída do desfiladeiro.

Dei comigo petrificado, de olho arregalado e quase sem reação, deleitando-me com a imagem mil vezes vista em fotos e filmes: a fachada do Al Khazneh, ali, diante dos meus olhos, perto e palpável. Foi o início de uma viagem no tempo extraordinária pela antiguidade de Petra. Mal sabia que ainda me estavam reservadas outras descobertas tão ou mais emocionantes.

Teatro de Petra
Vista do magnífico Teatro de Petra

Como o magnífico Teatro de Petra.

Como o Tribunal.

Como a Avenida das Colunas.

Como todos os momentos deambulando sem rumo pelas montanhas onde Petra foi escavada.

E, acima de tudo, como a visita a El Deir (“O Mosteiro“). É o monumento visitável mais afastado do atual complexo arqueológico da antiga cidade de Petra, alcançável através de um trilho sempre a subir que inclui uma escadaria com cerca de 800 degraus que, com o cansaço acumulado de muitas horas a caminhar pelos caminhos de Petra, parecem infindáveis. Mas vale a pena.

A subida é recompensada com a visão de um dos maiores e mais emblemáticos monumentos de Petra. Não há como negar a semelhança visual entre o Mosteiro e o Tesouro, que visitei à chegada a Petra, mas o Mosteiro tem a particularidade adicional de, ao que se julga saber, ter sido reutilizado como capela cristã (as cruzes escavadas no interior terão dado o nome ao monumento).

Caminho até ao Mosteiro, Petra
O extenuante caminho até ao Mosteiro

Lá no topo, beduínos impecavelmente vestidos serviam chá aos turistas numa esplanada muito apetecível improvisada mesmo defronte da fachada, mas eu tinha outros planos para descansar. Fiz-me ao caminho pelas escarpas de Petra e parei na casa de Bedoul Mofleh, um beduíno que criou uma casa de chá simples e acolhedora junto à sua casa escavada na pedra.

Era fim de tarde, hora de começar o regresso em direção ao Siq. O final perfeito para um par de dias a visitar Petra.

Petra, Jordânia
Avenida das Colunas com os túmulos reais ao fundo (os monumentos escavados na rocha)
Beduíno na Avenida das Colunas, Petra
Beduíno na Avenida das Colunas, Petra
Turista em Petra
Uma turista europeia visitando Petra de forma independente

Dicas para visitar Petra

  1. Para mais informações visite o site oficial em www.visitpetra.jo.
  2. Note que, dada a estrutura de custos do bilhete de entrada em Petra, compensa comprar bilhete para dois ou três dias (em vez de apenas um).
  3. Não cometa o erro de visitar Petra num day tour desde Amã. Fique alojado em Wadi Musa.
  4. Há guias credenciados para quem quiser informações históricas adicionais in situ, mas pode perfeitamente visitar Petra sozinho e desfrutar da experiência ao seu ritmo.
  5. Eu optei por não fazer a visita noturna a Petra porque me pareceu uma atividade demasiado encenada para o dólar do turista. Visto à distância, talvez tenha sido um erro – dizem-me que a visita noturna é encantadora.

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Filipe Morato Gomes
Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.

8 comentários em “A magia de Petra, Jordânia”

  1. Adorei revisitar Petra com este magnifico artigo. É sem dúvida um lugar de inexplicável beleza e magnetismo… assim como Wadi Rum. E apesar das expectativas que se possam criar, e eu levava muitas, mas superou todas.
    Conheci e senti Petra à noite, apenas iluminada pelas velas nos desfiladeiros… não retirou a magia quando a voltei a ver, no dia seguinte. Mas a versão nocturna, foi a que mais me marcou!

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  2. Obrigada por tudo partilhar.
    Gostaria de saber se é possível e seguro ir de forma independente do porto de navios a Petra na parada de um Cruzeiro que chega as 9 e sai às 18h.
    Obrigada.

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  3. Petra é sem duvida um dos destinos que fazem parte da minha wishlist! Que, pela leitura que habitualmente faço aqui, vai crescendo cada vez mais. :)
    Normalmente, prefiro as férias da Páscoa para fazer as “grandes” viagens, evitando assim o Agosto que é sempre mais concorrido. Gostaria da vossa ajuda para perceber se Abril é um mês ideal para visitar Petra.
    Obrigada.

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    • Sim. Para mim, abril/maio e setembro/outubro são provavelmente as melhores épocas para visitar Petra.

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    • Olá Teresa e Filipe,
      Vi este comentário e penso poder contribuir com uma opinião. Estive 15 dias na Jordânia (agora em Agosto) e se para a Teresa, o calor não for problema então Agosto até nem é uma má ideia para visitar a Jordânia! É época baixa, há menos turistas e os preços não são exorbitantes. ;)

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  4. Caro Filipe,

    Estivemos em Petra há 2 meses e uma boa alternativa é na entrada pedir a um dos motoristas que por lá andam que nos leve pelo caminho da montanha (eles levam num 4×4 que negociado pode custar uns 35 dinares).

    A vantagem é que contornam Petra, deixam-nos num percurso montanhoso escavado nas encostas da montanha, que é muito bonito, uma aventura e tem vistas absolutamente fantásticas.

    Nuns 45m/1h chega-se ao Mosteiro… e depois faz-se o caminho para o desfiladeiro a descer os 800 degraus e apenas se percorre uma vez todo o percurso até à entrada.

    É uma alternativa bastante menos cansativa e não se repete a ida e vinda (embora não se perca nada em fazer 2x o ir e vir da entrada oficial).

    Deixo a ideia para quem não tenha capacidade física para subir os 800 degraus; e para quem não tenha capacidade de aguentar tantas horas sob o sol para repetir o caminho.

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    • Obrigado pela dica. É de facto uma alternativa para visitar Petra de forma menos exigente. Perde-se é aquela entrada majestosa pelo desfiladeiro…

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  5. Excelente. Tenho a certeza que irei visitar este local. Tal como o Egito, que me maravilhou, a Jordânia e particularmente Petra, vai deixar-me de boa aberta, eu que adoro história e arqueologia.
    Abraço.

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