Estocolmo: espelho meu, existe cidade na Europa mais bela do que eu?

Visitar Estocolmo, Monteliusvägen
Vista a partir de Monteliusvägen, um trilho muito cénico em Estocolmo

Não tenho tido hábito de viajar demoradamente pela Europa. Seja porque a qualquer altura se pode ir, seja pelo apelo de destinos mais inóspitos, seja porque o que procuro em viagem é a diferença, o choque cultural e emocional, o confronto com o desconhecido, a verdade é que não tenho feito longas viagens no “velho continente”.

Ando, por exemplo, há bastante tempo a querer explorar melhor a região dos Balcãs – da Albânia à Roménia, passando pela Macedónia, Bulgária e Kosovo – mas, por um motivo ou por outro, vou adiando a decisão e quase sempre acabo a optar por viajar para outras paragens.

Entretanto já voltei aos Balcãs – veja este Roteiro de viagem ao Kosovo, Macedónia e Albânia

Até que, por vezes, dou uma oportunidade à Europa e sou surpreendido.

Aconteceu recentemente quando viajei para Bérgamo, no norte de Itália, tal como já tinha acontecido, ainda com maior intensidade, com Estocolmo.

Canais de Estocolmo
Canais de Estocolmo

Vem isto a propósito do fascínio que Estocolmo me desperta desde que visitei a capital sueca no ano passado. É uma cidade bonita e limpa, com água por todos os lados, agradável e tranquila. Qual loira voluptuosa, Estocolmo é uma cidade incrivelmente linda e atraente. Pelo menos na primavera, altura em que a visitei.

Creio até que, não fora a escuridão e o rigor do inverno, Estocolmo seria uma das melhores cidades do mundo para viver. Ou, pensando melhor, talvez o seja mesmo, apesar do clima. E tudo se resume a uma expressão banal: “qualidade de vida”. Alguns exemplos.

Em Estocolmo, não há prédios demasiado grandes, nem poluição, nem caos no trânsito, nem buzinas a infernizar a vida dos transeuntes.

Centro histórico de Estocolmo
Fachada no centro histórico de Estocolmo

A água e o verde dão-lhe um ambiente de paz total, o centro histórico tem charme arquitetónico e a parte moderna não agride. Há imensas praças e ruas pedonais, mercados de rua com produtos frescos, esplanadas, bancos de jardim e relvados para lagartar. E é tudo relativamente perto.

Há centenas de pessoas a caminhar, a correr, a passear nos inúmeros espaços verdes com a água sempre presente. Numa cidade tão agradável como Estocolmo num dia soalheiro, dá mesmo vontade de fazer o mesmo. E os suecos sabem como aproveitar cada raio de sol.

Há milhares de pessoas a andar de bicicleta com os seus fatos de desporto ou de negócios. Li uma vez uma frase que se aplica a Estocolmo como uma luva: “país desenvolvido não é aquele onde pobre anda de carro, mas sim aquele onde rico anda de transporte público”. As diferenças sociais são pouco vincadas.

Estocolmo old town, Suécia
Vista espetacular sobre gamla stan, a cidade velha de Estocolmo

Há centenas de pessoas a passear os seus filhos em carrinhos de bebé. Carrinhos duplos. Sim, os suecos têm filhos – 2, 3, 4… – e têm-nos enquanto são jovens. A família é acarinhada. A educação e a maioria dos cuidados de saúde, incluindo os dentários, são gratuitos ou generosamente apoiados. As creches também. A licença de maternidade corresponde a 80% do salário para quem tem emprego, ou o equivalente a sensivelmente 900€ por mês para quem não tem, e tem a duração de 18 meses. E se o casal tiver o segundo filho com menos de dois anos de intervalo, a licença aumenta para 110% do salário.

Quem me contou estes pormenores foi uma brasileira que simpaticamente me acolheu em sua casa na minha curta viagem à Suécia. Tinha marido, filhos e não pensava em regressar.

Sim, Estocolmo é sinónimo de qualidade de vida.

Estive em Estocolmo menos de uma semana, mas foi o suficiente para ficar rendido à capital sueca. Gosto de Praga, gosto de Roma, simpatizo com Copenhaga e muitas outras capitais europeias e, claro, adoro a nossa Lisboa, mas Estocolmo tem algo de muito especial.

Visitar Estocolmo: Skansen
Skansen, um muito educativo museu ao ar livre em Estocolmo

Como qualquer paixão, não é fácil verbalizar as razões deste amor à primeira vista. É um bem-estar que se sente, não se explica. No fundo, é como se Estocolmo fosse uma cidade cuidadosamente pensada para o bem-estar das pessoas – não para os carros. E não é assim que todas deveriam ser?

Guia prático

Onde ficar em Estocolmo

O alojamento em Estocolmo não é barato, mas ainda assim é possível encontrar hotéis com boa relação preço – qualidade. Para além da minha opinião sobre a melhor área para ficar em Estocolmo, deixo aqui algumas sugestões de hotéis e guesthouses muito recomendados, para carteiras de diferentes recheios:

  1. Rica Hotel Stockholm
  2. Scandic Kungsgatan
  3. Nobis Hotel
  4. Radisson Blu Waterfront Hotel
  5. Lydmar Hotel
  6. City Backpackers Hostel
  7. Skanstulls Hostel
  8. Motel L
  9. Hotel Hornsgatane

Reservar Hotéis em Estocolmo

Seguro de viagem

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Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.