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A minha visita (guiada) ao Palácio Imperial de Tóquio

Por Filipe Morato Gomes
Porta Oeste do Palácio Imperial
Porta Oeste do Palácio Imperial

Não tinha planeado visitar o Palácio Imperial. De todo. Era o meu primeiro dia na capital japonesa. Manhã cedo, visitei o Mercado Tsukiji, percorri o luxuoso bairro de Ginza em direção ao Parque Hibiya, e atravessei o canal para o complexo do Palácio Imperial com o objetivo de passear pelos jardins do palácio.

A minha ideia era atravessar os jardins e depois procurar um bom ramen na Tokyo Station mas, por uma incrível coincidência, no momento em que passei junto à entrada do complexo estava prestes a começar uma visita guiada gratuita ao Palácio Imperial. Sem certezas daquilo em que me estava a meter, pensei e porque não? e juntei-me às pessoas que aguardavam ordens para rumar ao palácio.

Visita guiada ao Palácio Imperial (a minha experiência)

Portão de acesso ao Palácio Imperial
Portão de acesso ao Palácio Imperial

Ao fim de alguns minutos, mandaram entrar os visitantes. Eram talvez duas centenas de pessoas, em fila, rumando até uma sala dentro do complexo. Aí, cada um tinha de preencher um papel com o seu nome, e sentar-se à espera. Ou visitar a loja, indicou-me um funcionário.

Quando finalmente recebi ordem para sair da sala, estava já receoso de que conhecer o Palácio Imperial numa visita guiada tinha sido uma decisão precipitada. E isso viria a confirmar-se.

Seguindo um homem fardado e acompanhado por duas centenas de pessoas, comecei a percorrer a rua do complexo imperial. Passei defronte de uma bela construção de três andares, chamada Fujimi-yagura, tida como um dos mais antigos edifícios que restam do período Edo.

Palácio Imperial de Tóquio
A antiga torre de observação Fujimi-yagura, um edifício reconstruído em 1659 no que resta do Castelo Edo.

Logo a seguir, surgiu um grande edifício moderno sem qualquer interesse visual, antes de chegar com o grupo à Praça Kyoden Totei. A espaços, o mestre de cerimónias ia dando explicações, mas apenas em japonês. A certa altura, já defronte dos aposentos imperiais, disse algo bastante engraçado, a avaliar pela reação dos japoneses. Começaram todos a acenar em direção ao Palácio Imperial, como se o Imperador e a Imperatriz estivessem ali, a acenar à multidão, tal como fazem em dois dias muito especiais do calendário – no dia de Ano Novo e no dia de aniversário do Imperador.

Por esta altura, já estava com a certeza de ter empregado mal o meu tempo nesta decisão impulsiva de visitar o Palácio Imperial. Acontece. Antes de regressar ao ponto de partida, o mestre de cerimónias levou o grupo a espreitar a Ponte Nijubashi; mas eu já só queria que a visita terminasse; até porque ainda tinha tanto para fazer em Tóquio!

Visitar o Palácio Imperial de Tóquio: Kunaicho Chocha
Edifício Kunaicho Chocha, temporariamente usado como Palácio Imperial após a II Guerra Mundial

Em suma, não gostei da experiência. O dia estava cinzento, não percebi nada do que foi explicado (em japonês) e, acima de tudo, tenho pouca paciência para viajar com duas centenas de pessoas ao meu lado, sem liberdade de movimentos, qual rebanho nas mãos do seu pastor. É uma questão de feitio.

A boa notícia é que os jardins adjacentes – chamados East Gardens -, cuja entrada se faz por outra parte do complexo, são de facto muito atrativos. Incluí-os numa lista de coisas imperdíveis para fazer em Tóquio, mas não o palácio propriamente dito.

É apenas uma opinião, claro; que o melhor é mesmo cada um ajustar o seu roteiro em Tóquio em função dos seus interesses e estilo de viagem.

Bairro Marunouchi
O bairro Marunouchi visto do interior do complexo do Palácio imperial de Tóquio

Guia para visitar o Palácio Imperial de Tóquio

Como organizar a visita

Assumindo que viaja de forma independente (os grupos têm tratamento especial), terá de se apresentar junto a um dos acessos do complexo (entrada kykyo-mon), onde lhe será entregue um papel com um número de visitante.

Regra geral, há duas visitas guiadas por dia, com início às 10:00 e às 13:30. Durante a época alta do turismo, apareça pelo menos meia hora antes.

Mais informações no site oficial do Palácio Imperial de Tóquio

Hospedagem em Tóquio

Eu julgo que o triângulo Shibuya / Harajuku / Omotesando é uma excelente base para se hospedar em Tóquio; embora a zona de Marunouchi, onde se localiza o Palácio Imperial, seja muito vantajosa em termos de transportes.

Em todo o caso, para perceber melhor a cidade, recomendo a leitura do post sobre onde ficar em Tóquio. Se procura luxo, o Park Hyatt Tokyo (onde foi filmado o filme Lost in Translation) é uma escolha quase imbatível; fica em Shibuya. Para outras alternativas, pesquise diretamente no botão abaixo.

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Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.

1 comentário em “A minha visita (guiada) ao Palácio Imperial de Tóquio”

  1. Muito interessante esta viagem, realmente um lugar para ser colocado na nossa lista de lugares a visitar.

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