Depois de explorar Recife Antigo e de fazer quase tudo o que queria fazer em Olinda, optei por dedicar um dia a visitar Cabo de Santo Agostinho, num bate-volta (gosto desta expressão muito usada no Brasil) a partir de Olinda.
Trata-se de um promontório localizado a sul de Recife, numa região ainda considerada parte integrante da Região Metropolitana de Recife; e onde, a 26 de janeiro de 1500, o navegador espanhol Vicente Yáñez Pinzón terá atracado – naquela que, segundo alguns historiadores, é “a mais antiga viagem comprovada a território brasileiro”.
Dúvidas históricas à parte, Cabo de Santo Agostinho é, a par com a região de Porto de Galinhas e a Praia dos Carneiros, um dos principais destinos turísticos do litoral pernambucano.
Manda a verdade dizer, no entanto, que estive até ao último momento indeciso entre visitar a Ilha de Itamaracá, a norte de Recife, ou Cabo de Santo Agostinho. Foi uma conversa com Yolanda e Sebastian, os anfitriões da casa Cama e Café Olinda, que contribuiu para a decisão. Iria para sul. E assim, sem grandes certezas sobre a opção tomada, decidi fazer um bate-volta a Cabo de Santo Agostinho com a minha filha. Neste post, partilho um pouco dessa experiência. Vamos a isso.
A minha visita a Cabo de Santo Agostinho
Praia de Gaibu
Manhã cedo e Filipe, o motorista com quem no dia anterior combinara o serviço, apareceu à porta da pousada em Olinda para nos levar a Cabo de Santo Agostinho. O céu estava cinzento, com ameaça de chuva, mas decidimos arriscar; até porque o calor, esse, mantinha-se bem presente por todo o litoral de Pernambuco.
A viagem fez-se tranquila, apenas com uma paragem em Boa Viagem para cambiar dinheiro; pelo que não tardou muito para chegar a Cabo de Santo Agostinho. Pedi ao Filipe para me deixar na Praia de Gaibu e combinámos uma hora para o regresso. Ponto de encontro? O mesmo local.
Atravessámos a Praia de Gaibu, apreciando algumas das melhores pousadas de Cabo de Santo Agostinho, pé na areia como as melhores férias pedem. Já havia um delicioso cheiro a peixe grelhado no ar, mas o objetivo era chegar à Praia de Calhetas, tida como a mais bonita da região.
Para isso, ultrapassámos a chamada Pedra de Gaibu e, num ápice, estávamos numa estrada de terra a caminho da Praia de Calhetas. Pouco depois, apareceu a entrada para a tirolesa. Ainda perguntei o preço do slide mas, uma vez que a opção de terminar na água estava indisponível, pareceu-me pouco interessante (e confesso que não me inspirou muita confiança).
Praia de Calhetas
Um par de lojas com roupa de praia e algum “artesanato” anunciou a proximidade da Praia de Calhetas. Descemos à praia pelo afamado Bar do Artur; pedi o menu para ver os preços… e assustei-me. Não estava à espera que Cabo de Santo Agostinho fosse tão absurdamente caro.
Optei por não ficar no Bar do Artur e caminhei pelo areal até uma pequena barraca de praia. Meti conversa com o rapaz, negociei o preço para uma refeição de peixe para os dois, sentámo-nos numa das poucas cadeiras do bar de praia e fomos tomar banho.
A água, essa, estava deliciosamente quente. Ao ponto de não apetecer sair de lá.
E assim, entre banhos de mar, um almoço de peixe, mais banhos de mar e um par de cervejas geladas passei um belo dia de praia em Cabo de Santo Agostinho, na companhia da minha filha.
Antes de irmos embora, ainda desafiei a minha filha para seguirmos a pé até ao vilarejo de Nazaré para apreciar as ruínas junto à igreja. Mas, por esta altura, muito por culpa das altas temperaturas, estava tão cansada que nem queria ouvir falar de caminhadas.
Regressámos então à Praia de Gaibu, a tempo de tomar uma água de coco bem gelada e re-encontrarmos Filipe, o motorista, para regressarmos a Olinda. Escusado será dizer que o trânsito infernal de Recife fez com que a viagem de regresso demorasse quase três horas.
Chegámos a casa cansados mas felizes. Apesar do calor excessivo, visitar Cabo de Santo Agostinho tinha sido uma boa aposta – e isto apesar das inevitáveis comparações com o que aí vinha. No dia seguinte iríamos começar a explorar as praias de Fernando de Noronha.
Guia prático
Como chegar
Em teoria, é possível chegar a Cabo de Santo Agostinho de autocarro a partir de Recife. É a forma mais barata de o fazer mas, na prática, pode não ser a melhor opção.
Assim, especialmente se tiver com quem dividir a despesa, considere contratar um motorista de táxi ou Uber para fazer a viagem. Eu acertei R$200 para uma viagem de ida e volta de Olinda para Cabo de Santo Agostinho, com regresso a uma hora combinada. Tendo em conta os quase 60km de distância (em cada sentido), acho que foi um bom negócio.
Onde ficar
Eu visitei Cabo de Santo Agostinho num bate-volta desde Recife, o que não é naturalmente ideal para explorar as potencialidades da região. Assim, caso queira fazer umas férias tranquilas em Cabo de Santo Agostinho, recomendo alguns dos melhores hotéis e pousadas junto às praias de Gaibu e Enseada dos Coqueiros (na Praia de Calhetas não há hospedagem).
Eu gosto especialmente do ambiente intimista da Namoa Pousada, mas as instalações do Hotel Arrecife dos Corais não lhe ficam atrás. Para o meu gosto, a guesthouse Águas Marinhas é outra das pousadas de Cabo Santo Agostinho mais recomendáveis. Caso prefira um hotel no sentido mais tradicional do termo, o resort Canarius D’Gaibu é uma opção de quatro estrelas a considerar (apesar de não ser o meu estilo).
Por fim, note que um dos mais elogiados hotéis de Cabo de Santo Agostinho – o Intercity Suape Costa Dourada – não é um hotel de praia. Fica no Shopping Costa Dourada e está mais orientado para viajantes em negócios.
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O que fazer
Praia, praia e mais praia. E descansar. Cabo de Santo Agostinho é um destino para férias de praia. Para relaxar, para brincar no areal com as crianças da família; para desligar dos problemas do trabalho.
É evidente que os mais ativos podem andar de tirolesa; fazer uma caminhada para visitar a histórica Igreja de Nazaré; tomar um banho de argila em Itapuama; ou fazer snorkelling na Praia da Enseada dos Corais. Mas Santo Agostinho é, na sua essência, sinónimo de praia. Desfrute!
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