Omã foi um destino de viagem que me surpreendeu pela positiva. Desde logo, pela simpatia e boa disposição do seu povo, sempre pronto a ajudar com um sorriso no rosto. Depois, por alguns dos lugares que tive oportunidade de visitar em Omã. E o melhor é que (ainda) há pouco turismo.
Para ajudar outros viajantes a escolher o que visitar no país, compilei uma lista de recomendações baseada no meu roteiro de viagem em Omã. Se anda à procura de uma lista com o que fazer em Omã, comece por estes 19 locais.
Note que eu não fui à região sul de Salalah, pelo que não refiro lugares a visitar nessa zona do país. A ordem é aleatória.
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O que visitar em Omã (lugares de que gostei)
- 1.1 Fiordes de Musandam
- 1.2 Forte de Khasab
- 1.3 Mercado de cabras de Nizwa
- 1.4 Wadi Shab
- 1.5 Bimmah Sinkhole
- 1.6 Quryat
- 1.7 Wadi Bani Khalid
- 1.8 Souk Mutrah, em Muscat
- 1.9 Mesquita Sultan Qaboos, em Muscat
- 1.10 Fábrica de barcos dhow, em Sur
- 1.11 Trekking Balkony Walk (W6), em Jebel Shams
- 1.12 Misfat Al Abriyeen
- 1.13 Al Hamra
- 1.14 Trekking W9
- 1.15 Castelo de Jabreen (ou Jibreen)
- 1.16 Forte de Nizwa
- 1.17 Forte de Bahla
- 1.18 Birkat Al Mouz
- 1.19 Praia Qurum – Al Shati (ao entardecer), em Muscat
- 2 Guia prático
O que visitar em Omã (lugares de que gostei)
Fiordes de Musandam
Um cruzeiro de dhow pelo fiorde Khor Sham, a que chamam de “Noruega das Arábias”, é sem qualquer dúvida a atividade mais atraente que se pode fazer em Khasab. É também a mais popular entre os turistas, sejam eles habitantes do Dubai ou viajantes independentes.
Foi precisamente isso que me levou a Musandam. Impressionado por fotografias de cenários belíssimos misturando águas tranquilas com montanhas desoladoras, não resisti ao apelo de Musandam. Até porque adoro ambientes aquáticos e viagens de barco. No final do passeio, estava tão satisfeito que não me importaria de repetir.
Forte de Khasab
Como parte da tentativa de dominar o estreito de Ormuz, as forças portuguesas colonizaram Khasab e construíram um forte no início do século XVII. A fortaleza está localizada praticamente em frente ao imponente hipermercado Lulu, que atualmente domina a paisagem da zona portuária de Khasab. Vale a pena visitar.
Mercado de cabras de Nizwa
Não era um acaso estar em Nizwa a uma sexta-feira; tinha montado o meu roteiro em Omã de forma a conseguir visitar o mercado de cabras de Nizwa – que acontece todas as sextas-feiras de manhã cedo.
Visualmente, o mercado de cabras explica-se em poucas palavras. No meio de um descampado de terra batida, existe um círculo semelhante a um coreto, coberto. À sua volta, centenas de homens ficam de pé, deixando um corredor circular – qual passagem de modelos – por onde os vendedores exibem as cabras. E os potenciais compradores não tiram os olhos dos animais.
Foi das experiências mais marcantes que vivi em Omã.
Wadi Shab
A palavra wadi significa vale. Mas o termo é muitas vezes utilizado para indicar o leito seco de um rio, regra geral entre escarpas, no qual as águas correm apenas na estação das chuvas. Ora, em Omã há alguns wadis que nunca deixam de ter água durante o ano; é o caso de Wadi Shab.
Para lá chegar, é preciso atravessar o rio para a outra margem, de barco, até ao ponto a partir do qual se começa o trekking de Wadi Shab. Depois, são pouco mais de 45 minutos a caminhar, sem qualquer dificuldade. E vale bem a pena. A recompensa é poder tomar banho num wadi no final do trek; e é uma sensação maravilhosa.
Bimmah Sinkhole
O Bimmah Sinkhole é uma depressão geológica formada devido ao colapso das camadas subterrâneas de calcário. O quase-círculo não terá mais que 50 ou 60 metros de diâmetro; mas consta que a profundidade das águas chega aos 20 metros. E é fantástico para nadar. O mais curioso é que o pequeno lago de águas esverdeadas está localizado a pouco mais de meio quilómetro do mar.
Para quem viajar entre Muscat e Sur, aconselho o pequeno desvio para conhecer o Bimmah Sinkhole.
Quryat
Para mim, Quryat foi uma bela surpresa. Não passei muito tempo naquela vila piscatória, mas foi o suficiente para ficar encantado.
A grande “atração” de Quryat é o seu forte omanita, recentemente restaurado. À semelhança de outros fortes e castelos que visitei em Omã, pareceu-me restaurado em excesso, com um ar plástico e nada tradicional. Talvez por isso, optei por não entrar no forte.
Preferi permanecer junto à marginal, apreciar à distância o chamado “forte velho”, ou forte português, uma pequena ruína completamente decadente que repousa abandonada num braço de terra mar adentro.
Seja como for, Quryat é mais uma paragem excelente no trajeto entre Muscat e Sur.
Wadi Bani Khalid
Tomar banho em Wadi Bani Khalid era outras das coisas que queria fazer em Omã. Depois de percorrer uma estrada sinuosa pelas montanhas Jebel Khadar cruzando algumas pequenas aldeias tradicionais, o asfalto terminou num pequeno parque de estacionamento. Deixei o carro e caminhei uns cinco minutos ao longo de um canal de irrigação, até que o wadi apareceu diante dos meus olhos.
O contraste visual era enorme. Levantando a cabeça, tudo era montanhas e acastanhado, seco como uma maçã desidratada. Olhando em frente, água cor verde-esmeralda, muitas palmeiras, tudo verde. Parecia um oásis em ambiente desértico.
O silêncio era quase total; e o ambiente era de paz absoluta. Por uma boa meia hora, tive o wadi quase só para mim (antes de chegarem os turistas). Recomendo vivamente!
Souk Mutrah, em Muscat
Um dos souks mais interessantes de Omã é o de Mutrah, localizado na zona velha da capital Muscat. Descontando algum assédio dos vendedores, tentando atrair a atenção dos poucos turistas para as dishdasha masculinas, t-shirts ou bugigangas, caminhar pelas ruelas do Souk Mutrah é uma atividade aliciante. Mesmo que não queira comprar nada!
Mesquita Sultan Qaboos, em Muscat
Edifício incontornável da capital de Omã, a Grande Mesquita Sultan Qaboos consegue ser enorme mas intimista, imponente mas acolhedora e muito, muito bonita.
Nos pátios exteriores e nas fachadas, predominam os tons da pedra, simples e luminosos, que contribuem para a sensação de paz que um visitante, mesmo não muçulmano, seguramente sente assim que entra no complexo da mesquita.
Mas é no interior que mais facilmente o viajante se surpreende. Na principal sala de oração, por exemplo, há dois elementos cuja grandiosidade salta à vista: o tapete persa e o lustre alemão.
Tudo somado, a Mesquita Sultan Qaboos é, sem qualquer dúvida, um dos lugares que tem mesmo de visitar em Muscat.
Fábrica de barcos dhow, em Sur
A construção de barcos dhow da forma tradicional é uma arte em vias de extinção. Sur é, aliás, o único local em Omã onde ainda se produzem os barcos dhow em madeira. Atualmente, a maioria dos barcos são feitos em fibra de vidro e os poucos que se fabricam em Sur seguem diretamente para o estrangeiro. Visite enquanto é tempo.
Trekking Balkony Walk (W6), em Jebel Shams
O Balkony Walk (W6) é um trekking que segue um antigo trilho de burros ao longo da garganta An Nakhur, um desfiladeiro conhecido como “Grand Canyon das Arábias”.
Quando planeei o meu roteiro de viagem em Omã, o trekking W6 era uma das atividades obrigatórias em Jebel Shams, uma lindíssima área de paisagem natural que pertence à cadeia montanhosa de Al Hajar, na região de Nizwa. Tem, sem dúvida, de fazer parte da lista do que fazer em Omã.
Misfat Al Abriyeen
Misfat Al Abriyeen é uma pequena povoação montanhosa localizada a 1.000 metros de altitude, com uma interessante fusão entre os velhos tempos e a modernidade.
É uma aldeia muito fértil, porventura fruto do incrível sistema de irrigação tradicional, denominado falaj, que a UNESCO integrou na lista de Património Mundial em Omã.
Apesar da proximidade de Nizwa, o ambiente é totalmente rural. Para além do palmeiral, das plantações de bananas, papaias, romãs e mangas e dos pequenos becos e vielas de Misfat Al Abriyeen, o que mais me fascinou foi a serenidade da aldeia. Isso e, claro está, as casas de adobe e tijolos de argila abandonadas.
Al Hamra
Confesso que não tive muito tempo para explorar Al Hamra. Estava muito cansado, depois de fazer o trekking Balkony Walk e de visitar Misfat Al Abriyeen; por isso, não me detive muito tempo na aldeia, mas pareceu-me verdadeiramente encantadora (para quem gosta de aldeias abandonadas).
Trekking W9
O W9 é um percurso linear que liga Misfat Al Abriyeen ao ponto onde se encontram os trekkings W8 e W10a. O desnível ronda os 1.050 metros positivos, até atingir o topo do planalto, no alto dos seus 2.000 metros. O grau de dificuldade é, por isso, relativamente elevado.
Infelizmente, não tive tempo para fazer a totalidade do W9, seguramente um dos melhores trekkings de Omã. Mas, estando em Misfat Al Abriyeen, local onde o percurso começa, não resisti a percorrer o início do trilho. Se puder, dedique um dia inteiro da viagem para esta atividade.
Castelo de Jabreen (ou Jibreen)
Omã tem centenas de fortes e castelos espalhados pelo seu território. Entre eles, o Castelo de Jabreen é, muito provavelmente, o mais espetacular castelo de Omã. Para além da estrutura do edifício, aquilo que mais me marcou, pela diferença, foram os tetos de madeira com frescos pintados que encontrei numa das divisões.
Recomendo vivamente. Fica muito perto do Forte de Bahla mas, se só tiver tempo para visitar um castelo, opte pelo de Jabreen.
Forte de Nizwa
Provavelmente o mais turístico dos fortes omanitas, o Forte de Nizwa está restaurado de uma forma que me pareceu artificial, demasiado plástica; facto que lhe retira as rugas da história. Vale, ainda assim, a visita, especialmente se a puder combinar com a passagem pelo mercado de cabras da cidade.
Forte de Bahla
O Forte de Bahla está classificado pela UNESCO como Património Mundial e isso será porventura motivo suficiente para despertar interesse na sua visita. Nas palavras da organização, “as ruínas do imenso forte, com as suas paredes e torres de tijolos de adobe e fundações de pedra, são um exemplo extraordinário deste tipo de fortificações e atestam o poder dos Banu Nebhan”, a tribo dominante na região entre os séculos XII e finais do século XV.
Apesar disso, e tal como outros fortes de Omã, também o Forte de Bahla me pareceu demasiado restaurado.
Birkat Al Mouz
A velha Birkat Al Mouz é hoje uma aldeia abandonada. Mas, tal como em muitos outros casos em Omã, uma nova povoação foi construída nas suas imediações. Gostei tanto da envolvência que acabei por lá ficar hospedado durante três noites. Foi, por isso, a minha base para explorar as montanhas envolventes, incluindo fazer o já referido trekking no Balkony Walk.
Toda a zona está mergulhada em enormes plantações de tâmaras e bananas, que proporcionam um ambiente parecido ao de um oásis. É muito bonito.
Mesmo que fique hospedado mais próximo de Nizwa, aconselho vivamente uma visita a Birkat Al Mouz.
Praia Qurum – Al Shati (ao entardecer), em Muscat
Combinei com a Maria João, uma portuguesa a viver em Muscat, encontrarmo-nos junto à praia Qurum – Al Shati. A ideia era conhecer uma praia de Muscat ao final da tarde, altura em que omanitas e expatriados afluem ao litoral da cidade para caminhar, correr, jogar futebol na praia ou, simplesmente, relaxar.
Pode até haver praias mais bonitas, mas este foi um dos momentos mais descontraídos da minha passagem por Omã.
Guia prático
Visto para Omã
Criei um artigo específico sobre a obtenção do visto de Omã à chegada ao aeroporto de Muscat. Caso esteja a planear entrar no país por via aérea, recomendo a leitura do post.
Como se deslocar
Eu aluguei um carro, e julgo que é a melhor forma de conhecer Omã, uma vez que os transportes são escassos – ou inexistentes – em muitas regiões do país.
Onde ficar
Se seguir este roteiro de viagem em Omã – ou semelhante -, vai necessitar de pernoitar em Muscat, Khasab, Sur e Nizwa. Recomendo ainda uma paragem adicional no deserto. Vamos a isso.
Muscat
A não ser que o seu objetivo primordial seja fazer praia em Muscat, julgo que Mutrah, a zona velha da capital de Omã, é a mais aconselhável para quem viaja em turismo. Aí, o hotel mais recomendado é o Hotel Mutrah, onde fiquei hospedado. O preço é justo, os funcionários prestáveis e a localização é aceitável.
Caso queira pernoitar junto à praia (e pagar mais por isso), recomendo o Grand Hyatt Muscat ou o Crowne Plaza Muscat. Para algo mais recôndito, igualmente junto à praia mas mais afastado da cidade, o Shangri-La Barr Al Jissah Resort & Spa é imbatível. Por fim, se é luxo que pretende, o supra-sumo da hotelaria de Muscat dá pelo nome de The Chedi; se ficar lá alojado, depois conte como foi!
Sur
Sur não é uma cidade turística, pelo que a oferta hoteleira não é muito vasta. Eu optei por um hotel central e barato chamado Sur Hotel, que tem a vantagem adicional de contar com a presença de Nasser, um omanita incrivelmente prestável e bem disposto. Não tão barato mas igualmente muito recomendado é o Al Ayjah Plaza Hotel. Para opções de maior conforto, veja o Sur Grand Hotel e o Sur Plaza.
Nizwa
Os hotéis de Nizwa ficam quase todos afastados da cidade. Entre os mais recomendados encontram-se o Al Diyar Hotel; o Golden Tulip Nizwa (com piscina, o que é sempre agradável no fim de um dia de calor intenso); ou o Nizwa Hotel Apartments, no caso de preferir um aparthotel.
Khasab
Não há muitos hotéis em Khasab, pelo que a escolha é limitada e os preços elevados para o que oferecem. Os hotéis mais recomendáveis são o Khasab Hotel, localizado perto do aeroporto, e o requintado Atana Musandam Resort, que fica junto ao porto (uma boa escolha caso o seu orçamento seja generoso). O hotel Diwam Al Amir foi-me também recomendado por um habitante local, como sendo um bom hotel de categoria média, mas a localização não me convenceu.
Pela minha parte, fiquei na Al Taif Villa, uma casa muito simples e mais barata, construída a pensar nas viagens de fim de semana dos árabes do Dubai. Recomendo para quem dispensar luxos e quiser poupar dinheiro.
Seguro de viagem
A IATI Seguros tem um excelente seguro de viagem, que cobre COVID-19, não tem limite de idade e permite seguros multiviagem (incluindo viagens de longa duração) para qualquer destino do mundo. Para mim, são atualmente os melhores e mais completos seguros de viagem do mercado. Eu recomendo o IATI Estrela, que é o seguro que costumo fazer nas minhas viagens.