
Visitar Pompeia é das atividades turísticas mais populares da região da Campânia. Na verdade, o Parque Arqueológico de Pompeia é um dos locais mais visitados de toda a Itália e os motivos estão à vista de todos. Uma cidade milenar soterrada pelas nuvens de cinzas do vulcão Vesúvio, preservada durante quinze séculos por ação dessas mesmas cinzas assassinas.
E isso faz dela, juntamente com as vizinhas ruínas de Herculano (ou Ercolano), um exemplar ímpar à escala planetária. É como se Pompeia tivesse sido congelada no tempo, esquecida debaixo das cinzas, até ao momento em que um acaso – e posteriores escavações arqueológicas – a trouxe de novo à superfície.
Assim, integrado no meu roteiro de viagem à Campânia, fui então visitar Pompeia com o objetivo de conhecer melhor essa história e ver de perto a antiga e pujante cidade de Pompeia. E posso confirmar que é um lugar especial.
Neste post, partilho a minha experiência, incluindo um roteiro, sugestões sobre o que ver e fazer em Pompeia, e muitas dicas práticas para desfrutar ao máximo da visita às ruínas de Pompeia.
Veja também o que fazer em Nápoles, onde incluo as visitas a Pompeia e Herculano.
- Contexto histórico (e a erupção do Vesúvio)
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O que ver em Pompeia (visita guiada seguindo o meu itinerário)
- Centro de Visitantes
- Basílica
- Fórum Civil
- Templo de Júpiter
- Templo de Augusto Fortuna
- Thermopolium
- Casa do Poeta Trágico
- Casa da Fonte Grande
- Casa do Fauno
- Casa do Príncipe de Nápoles
- Casa dos Vettii
- Padaria de Popidio Prisco
- Casa do Urso Ferido
- Lupanar (o bordel)
- Quadripórticos dos teatros (ou Quartel dos Gladiadores)
- Odeon de Pompeia (Teatro Pequeno)
- Teatro Grande
- Templo de Ísis
- Lavandaria de Stephanus
- Casa de Paquius Proculus
- Giulia Felice
- Anfiteatro de Pompeia
-
Dicas para visitar Pompeia
- Como chegar a Pompeia
- Onde estacionar em Pompeia
- Onde ficar em Pompeia
- Quanto tempo é preciso para visitar Pompeia
- Horário, bilhetes e portas de acesso
- Visitar Pompeia e Herculano no mesmo dia é boa ideia?
- Atenção aos horários de cada atração
- Descarregue e imprima o mapa de Pompeia
- Evite mochilas grandes
- Leve calçado confortável
- Leve água e snacks
- Não leve carrinhos de bebé
- Não fume
- Seguro de viagem
- Outros destinos a visitar em Itália
Contexto histórico (e a erupção do Vesúvio)
Os historiadores crêem que a cidade de Pompeia foi fundada por um povo indo-europeu originário do norte da Campânia – os oscos -, por volta do século VIII a.C. Passou depois pelas mãos dos samnitas, mas foi apenas em meados de I a.C., sob domínio Romano, que Pompeia atingiu o seu auge, muito por causa da estratégica localização como entreposto comercial e da fertilidade dos solos em redor do vulcão Vesúvio.
Foi nessa altura que uma violenta erupção do vulcão Vesúvio, haveria de destruir Pompeia em apenas dois dias. Corria o ano de 79.
Primeiramente, pela ação de uma chuvada de pequenos piroclastos que, por ter durado umas 18 horas, permitiu que a maioria dos 20.000 habitantes de Pompeia escapasse (foram até agora encontrados 1.150 corpos). Ao início do segundo dia, com a passagem de nuvens de cinzas de alta velocidade, densas e muito quentes, a paisagem foi sendo destruída e a população que não tinha ainda fugido foi queimada ou sufocada, enterrando Pompeia por muitos e muitos séculos.
Ao que consta, só em finais do século XVI Pompeia foi redescoberta – e por mero acaso. O incidente terá acontecido quando, durante as obras de escavação para a construção de um aqueduto subterrâneo, foram encontradas paredes pintadas e cobertas de inscrições: Pompeia. Apesar disso, porventura pelo carácter “obsceno” dos frescos, a cidade voltou a ser coberta e só em meados do século XVIII se iniciaram escavações profissionais para estudar a cidade enterrada de Pompeia.
Quando por fim voltaram as escavações a Pompeia, os arqueólogos encontraram uma cidade pujante e em grande parte preservada debaixo de camadas de cinzas vulcânicas. Era como se Pompeia tivesse sido congelada no momento em que foi soterrada, proporcionando um raro instantâneo da vida nos tempos romanos.
De então até hoje, as escavações foram prosseguindo, tendo sido criado o Parque Arqueológico de Pompeia com acesso ao público em geral. Faz parte do Património UNESCO em Itália e é, como disse, um dos locais mais visitados do país.
Os corpos de Pompeia
Muita gente pensa que vai encontrar corpos dos habitantes de Pompeia preservados (como se fossem múmias). Não é verdade.
O que acontece é que, com a solidificação das cinzas e a decomposição dos corpos, os investigadores descobriram buracos na massa de cinzas, correspondentes aos espaços outrora ocupados pelos corpos carbonizados, na exata posição em que estavam quando pereceram. Ora, descobriram também que, se colocassem gesso nesses buracos, usando-os como moldes, poderiam obter cópias quase perfeitas dos corpos dos habitantes nesses últimos segundos de vida.
São essas “estátuas” de gesso que hoje é possível conhecer – não os corpos propriamente ditos.
O que ver em Pompeia (visita guiada seguindo o meu itinerário)
No mapa acima encontra-se desenhado, em traços gerais, o roteiro que fiz no parque arqueológico. A ideia era percorrer as ruas de Pompeia de uma forma mais ou menos lógica; e, para concretizá-la, decidi começar pela Porta Marina e terminar na Praça do Anfiteatro.
Para prevenir uma eventual frustração, estava ciente de que, fosse pela dimensão do parque, pelo calor ou pelo cansaço, dificilmente conseguiria ver tudo. Sim, Pompeia é imensa. Por mais horas que um visitante passe dentro do complexo, é humanamente impossível ver tudo de um só fôlego.
Como tal, e até pela ausência de um trajeto pré-definido, é importante identificar antecipadamente alguns lugares que quer mesmo visitar. Sob pena de, uma vez em Pompeia, não passar por eles.
Fazer visita guiada com um arqueólogo
Centro de Visitantes
Logo após passar a Porta Marina, pretendia dirigir-me ao Centro de Visitantes (também chamado de Antiquário) para assistir às projeções 3D que permitem andar virtualmente pelas ruas de Pompeia.
Infelizmente, por um azar de todo o tamanho, no dia em que decidi visitar Pompeia o Antiquário estava excecionalmente fechado ao público. Gostaria de ter visto os filmes antes de explorar o parque arqueológico. Recomendo que o faça, preferencialmente antes de começar a explorar o complexo arqueológico de Pompeia propriamente dito.
Basílica
A Basílica era o edifício mais sumptuoso do Fórum de Pompeia, e seu espaço era usado para realizar negócios e administrar a justiça. Datada de 130-120 a.C., é um dos exemplos mais antigos deste tipo de construção em todo o mundo romano. Foi o primeiro edifício que visitei em Pompeia.
O seu interior está dividido em três naves, com duas fileiras de colunas imponentes. Ao que consta, as paredes eram ricamente decoradas com estuque, simulando grandes blocos de mármore.
Com alguma imaginação e de olhos fechados, talvez consiga imaginar os juízes de então sentados no centro da basílica, enquanto os assuntos judiciais eram resolvidos, está localizado no centro do pequeno lado ocidental.
Ao fundo da Basílica fica o Fórum Civil de Pompeia, para onde me dirigi de seguida.
Fórum Civil
O Fórum Civil era o núcleo da vida quotidiana de Pompeia; epicentro dos principais edifícios públicos para administração e justiça da cidade, administração de negócios e atividades comerciais, incluindo mercados, e ainda os principais locais de culto.
A praça do Fórum sofreu várias modificações ao longo dos tempos, tendo sido significativamente modificada entre os séculos III e II a.C., altura em que a praça foi cercada por pórticos e o fundo pavimentado com lajes de tufo. O eixo do Fórum de Pompeia tornou-se a fachada do Templo de Júpiter, alinhada com o Monte Vesúvio. Foi para lá que me dirigi de seguida.
Templo de Júpiter
O Templo de Júpiter domina o lado norte do Fórum de Pompeia, tendo o vulcão Vesúvio em pano de fundo. Por volta de 80 a.C. tornou-se um verdadeiro capitólio, ao que consta inspirado no Capitólio de Roma, tendo três estátuas de culto – Júpiter, Juno e Minerva – parecidas às de Roma; e colocadas numa base alta para serem visíveis pelos transeuntes da praça do Fórum.
Na atualidade, enquanto atração turística, o zona do Fórum (incluindo a Basílica e o Templo de Júpiter) é o lugar onde se concentram mais pessoas, muito por causa da sua localização no início da visita (para quem entra pela Porta Marina). A partir daí, os visitantes dispersam pelas ruas do vasto complexo arqueológico. Pela minha parte, fui espreitar o Templo de Augusto Fortuna.
Nas traseiras do Templo de Júpiter ficam os banhos romanos. Julgo que não estavam abertos (ou então não dei com a entrada), mas a verdade é que acabei por não os visitar.
Templo de Augusto Fortuna
Como muitos outros locais de culto em todo o Império Romano, o pequeno Templo de Augusto Fortuna não se dedicou apenas à celebração de rituais em homenagem ao imperador Augusto, mas também à propaganda a favor da casa imperial pela elite local – no caso, Marcus Tullius, filho de Marcus, duúnviro de Pompeia, que construiu o templo a expensas próprias. Era, digamos, uma forma de cair nas boas graças do imperador.
Thermopolium
Um pouco por toda Pompeia foram encontrados dezenas de pequenos locais que serviam comida quente. Eram frequentados sobretudo pelas classes mais baixas, incluindo artesãos e comerciantes cujas casas raramente tinham cozinha – e que, por isso mesmo, comiam nos thermopolium.
Não muito longe, fica a Casa do Poeta Trágico, para onde me dirigi de seguida.
Casa do Poeta Trágico
Uma das casas particulares mais famosas de Pompeia, a Casa do Poeta Trágico destaca-se pelo mosaico colocado à entrada onde se lê “CAVE CANEM” (“cuidado com o cão”).
Infelizmente, não era possível entrar na casa. Consta que a decoração da sala de estar incluía grandes pinturas mitológicas retratando episódios da Ilíada. Mesmo o mosaico da entrada está protegido por um vidro que, dadas as condições de luz no momento da minha visita, não me permitiram ver com atenção (nem fotografar).
Nota: os mosaicos e as pinturas originais da Casa do Poeta Trágico estão no Museu Arqueológico Nacional de Nápoles.
Casa da Fonte Grande
A Casa da Fonte Grande abriga uma das fontes mais espetaculares entre as que resistiram ao passar dos tempos. Está instalada na parede dos fundos do pequeno jardim, tem a forma de nicho e está revestida por mosaicos de vidro multicolores com padrões apelativos. O que mais chama a atenção é, no entanto, a expressão das máscaras de mármore que decoram as laterais do nicho. Imperdível!
Casa do Fauno
Não muito longe, ainda na secção VI de Pompeia (ver mapa, abaixo), fica a Casa do Fauno – uma das maiores casas particulares de Pompeia. A riqueza e o nível social do proprietário são evidentes: a calçada ostenta a inscrição de boas-vindas em latim; a porta é majestosa e emoldurada por pilares com capitéis decorados; e o piso de entrada é incrustado com triângulos de mármore multicoloridos.
No centro do implúvio (uma espécie de tanque retangular usado para recolher água da chuva) do átrio principal, existe uma cópia da famosa estátua de Fauno.
Nota: os mosaicos originais e a estátua de Fauno estão no Museu Arqueológico Nacional de Nápoles.
Casa do Príncipe de Nápoles
A Casa do Príncipe de Nápoles tem uma configuração estranha, visto resultar da união de duas casas independentes. A área do átrio preserva, em boa medida, a decoração original (que data do último período da cidade de Pompeia). Há também algumas paredes pintadas mas, pessoalmente, não achei os frescos especialmente interessantes.
Não muito longe fica a extraordinária Casa dos Vettii. Foi nesta altura que me apercebi que não poderia visitar tudo o que queria conhecer em Pompeia.
Casa dos Vettii
Confesso que fiquei irritado e desgostoso quando descobri que as atrações de Pompeia têm horários distintos do horário geral de visita ao complexo (ver dicas úteis no final deste post).
A Casa dos Vettii, por exemplo, um dos locais mais espetaculares da cidade e um dos que eu queria mesmo visitar em Pompeia, estava fechada. Não pude, por isso, conhecer algumas das mais afamadas pinturas eróticas de Pompeia.
Padaria de Popidio Prisco
Passei na Padaria de Popidio Prisco por acaso, a caminho do Lupanar. Mas fui atraído pelos seus moinhos de lava, visíveis a partir da rua, onde o trigo era moído com recurso a trabalho escravo. O pão era cozido no grande forno existente no centro da padaria.
Casa do Urso Ferido
Ainda antes de chegar ao Lupanar, passei pela Casa do Urso Ferido, uma das mais espetaculares de Pompeia (na minha opinião, claro!). É datada de meados do século I e deve o seu nome ao belo mosaico com um urso ferido colocado na entrada, ladeado por uma inscrição de boas-vindas.
A casa sofreu grandes obras de restauro nos últimos anos, incluindo os mosaicos e frescos, facto que permite admirá-los novamente em todo o seu esplendor.
Logo a seguir, fui visitar o Lupanar de Pompeia.
Lupanar (o bordel)
Instalado num edifício com dois andares, o bordel é um dos edifícios de visita obrigatória em Pompeia.
No rés-do-chão são visíveis vários quartos sem porta (aparentemente, havia apenas uma cortina) e equipados com uma cama embutida. Nas paredes do corredor, encontram-se várias pinturas com representações eróticas e posições sexuais, alegadamente funcionando como uma espécie de cardápio dos serviços oferecidos no bordel pelas prostitutas, maioritariamente de origem grega e oriental.
Quanto ao piso superior, referente aos aposentos do proprietário do bordel, não estava aberto ao público.
Do Lupanar, prossegui depois caminho até chegar à zona dos teatros de Pompeia.
Quadripórticos dos teatros (ou Quartel dos Gladiadores)
A primeira paragem que fiz foi no chamado Quartel dos Gladiadores. Outrora usado como átrio onde os espetadores poderiam estar durante os intervalos, a área foi convertida após o terramoto de 62 a.C. num espaço para os gladiadores de Pompeia.
Atravessei o pátio, sem entrar nos aposentos, lá ao fundo, direto para o Odeon de Pompeia – ou, melhor dizendo, para nova desilusão.
Odeon de Pompeia (Teatro Pequeno)
Assim que cheguei ao Odeon, um tabique de madeira anunciava a triste notícia: estava fechado. Havia partes de um sistema de som a serem desmontadas, pelo que deduzi ser esse o motivo para o encerramento temporário do pequeno teatro de Pompeia.
Diz a literatura oficial que este edifício foi dedicado à representação de mímica, o género teatral mais popular da época, sendo por vezes usado para apresentações musicais e de canto.
Era um teatro opulento, decorado com mármores multicoloridos e grandes estátuas de tufo junto aos degraus. Ao que consta, a estrutura do teatro foi completamente coberta para melhorar a acústica.
Infelizmente, não pude ver o que resta do Odeon de Pompeia.
Teatro Grande
Tal como o Odeon, também o Teatro Grande de Pompeia, onde outrora se representavam comédias e tragédias da tradição greco-romana, estava encerrado no dia em que visitei o parque arqueológico. Foi o primeiro grande edifício público a ser totalmente limpo do material depositado pela erupção do vulcão Vesúvio.
Templo de Ísis
Quando o Templo de Ísis foi descoberto durante as escavações arqueológicas, a mobília e decoração estavam praticamente intactas.
O culto da deusa egípcia Ísis espalhou-se por todo o Mediterrâneo a partir do século III a.C. Reza a lenda que Ísis recupera as partes do corpo do seu marido Osíris, ressuscitando-o. O culto era particularmente popular entre as classes mais baixas de Pompeia, dada a mensagem de esperança para uma vida além da morte.
É, para mim, um dos templos mais espetaculares de Pompeia. Não deixe de o visitar.
Nota: a mobília e as estátuas originais do Templo de Ísis estão em exibição no Museu Arqueológico Nacional de Nápoles.
Lavandaria de Stephanus
Por esta altura, estava já verdadeiramente cansado, pelo que dei por mim a entrar em menos casas e a ver tudo mais a correr. O objetivo final era visitar o anfiteatro de Pompeia e sair do parque arqueológico pela porta adjacente; mas havia ainda alguns lugares para visitar entre os que mantinham a porta aberta.
Entre eles, a Lavandaria de Stephanus, um espaço adaptado de uma antiga casa e em cujo átrio foi colocado um grande tanque. Ao que consta, os colaboradores de Stephanus eram quase todos escravos, e tinham de pisar durante horas os tecidos e roupas sujas colocados num líquido que continha urina humana e animal.
Não é, seguramente, a imagem mais espetacular de Pompeia; mas eu gostei de conhecer.
Casa de Paquius Proculus
A Casa de Paquius Proculus foi uma das últimas que visitei em Pompeia. No chão, um mosaico representando um cão acorrentado, agachado em frente a uma porta aberta chamou-me a atenção. Todo o átrio é, aliás, inteiramente coberto com coloridos mosaicos com imagens de animais – facto que, segundo a literatura oficial do Parque Arqueológico de Pompeia, alude à prosperidade.
Continuei a pé em direção a leste, dando com boa parte das casas já fechadas, até que cheguei ao complexo residencial de Giulia Felice.
Giulia Felice
O grande complexo residencial de Giulia Felice foi implementado no final do século I a.C. através da conjugação de vários edifícios numa “vila urbana”. A propriedade está dividida em quatro núcleos diferentes e, ao contrário da maioria das casas de Pompeia que visitei, era caracterizada pela existência de grandes áreas verdes.
Atravessei o jardim e saí pelas traseiras da casa, direto para o Anfiteatro de Pompeia.
Anfiteatro de Pompeia
O dia ia já longo, mas queria ainda visitar o Anfiteatro de Pompeia, tido como o mais antigo anfiteatro romano conhecido. É um edifício de generosas proporções, capaz de albergar 20.000 espetadores no seu interior.
Apesar da importância do anfiteatro para a cidade de Pompeia, confesso que fiquei muito mais impressionado com o seu exterior do que com a arena propriamente dita. Talvez fechando os olhos fosse possível visualizar os gladiadores de outrora e a multidão em êxtase, mas o cansaço era tanto que, por esta altura, só pensava em abrigar-me do calor.
Foi a desculpa perfeita para ver uma exposição muitíssimo interessante sobre a construção do edifício instalada nas mais frescas entranhas do anfiteatro.
Era então tempo de dar por terminada a minha visita a Pompeia. Saí pela Piazza Anfiteatro – onde é possível ver alguns dos “corpos de Pompeia” – e caminhei de regresso à estação de caminhos-de-ferro Pompei Scavi-Villa dei Misteri.
Nota: a maioria das referências históricas e arquitetónicas sobre as casas, templos e espaços públicos de Pompeia foi recolhida no site oficial do Parque Arqueológico de Pompeia, acessível em pompeiisites.org. Para os mais interessados na questão arqueológica, a organização disponibiliza um guia sobre as escavações em pdf.
Dicas para visitar Pompeia
Como chegar a Pompeia
Pompeia fica a apenas 25km do centro de Nápoles. Assim, a melhor forma de chegar a Pompeia a partir de Nápoles é, sem qualquer dúvida, de comboio, seguindo a linha Circumvesuviana que liga a capital da Campânia a Sorrento, com paragem em Pompeia. Há múltiplas partidas por dia desde a estação Napoli Garibaldi; e o bilhete custa pouco mais que 2€. Tudo somado, é prático, eficiente e barato. Ou seja, honestamente não creio que se justifique alugar carro para visitar Pompeia.
Como é natural, pode também visitar Pompeia a partir de Sorrento, na outra extremidade da linha Circumvesuviana. Por uma questão de organização do meu itinerário na Campânia, foi isso que eu acabei por fazer.
Onde estacionar em Pompeia
Caso opte por ir de carro até Pompeia, anote este endereço: Pompei Parking Zeus (Google Maps). É um dos melhores locais para estacionar, a cinco minutos a pé da Porta Marina.
Nota: se visitar Pompeia a meio da viagem entre Nápoles e a Costa Amalfitana, saiba que é possível deixar a bagagem guardada na estação de comboios ou junto à entrada do parque arqueológico.
Onde ficar em Pompeia
O mais comum é visitar Pompeia a partir de Nápoles, pelo que recomendo a leitura do post sobre onde ficar em Nápoles. Dito isto, caso queira fazer tudo com mais calma e pernoitar em Pompeia, não faltam opções de qualidade na povoação. Entre elas, o bed & breakfast Civico 29 é um sério candidato ao título de hotel de Pompeia com melhor relação qualidade/preço.
Outras alternativas acolhedoras incluem o hotel Pompei Be Green, o B&B Rectina Pompei ou os apartamentos do Palazzo Archeo. Por fim, num segmento um pouco mais luxuoso, o quatro estrelas Hotel Forum é provavelmente a melhor opção. Encontrará outros bons hotéis em Pompeia usando o link abaixo.
Quanto tempo é preciso para visitar Pompeia
A maioria das pessoas deve contar com pelo menos três ou quatro horas para visitar Pompeia. Para os viajantes com muito interesse em locais históricos, no entanto, é possível passar um dia inteiro em Pompeia tentando conhecer todas as casas e recantos do complexo.
Note que, na minha opinião, é melhor visitar Pompeia de tarde. Sempre tem algumas sombras e, para quem gosta de fotografar, a luz é melhor. Além de que a maioria dos grupos chega de manhã, sendo por isso a altura do dia em que Pompeia está mais cheia. É uma opinião muito pessoal – vale o que vale!
Horário, bilhetes e portas de acesso
Os bilhetes podem ser adquiridos nas bilheteiras oficiais localizadas nas entradas do parque arqueológico ou comprados online antecipadamente (com entrada prioritária). Os ingressos normais custam 16€ por pessoa; apenas 2€ para cidadãos da União Europeia com idades entre 18 e 25 anos não completos; e bilhete gratuito para menores de 18 anos.
Quanto aos horários, durante os dias de semana de abril a outubro são permitidas entradas das 9:00 às 18:00, e de novembro a março das 9:00 às 15:30. Aos sábados e domingos o complexo abre sempre às 8:30. Para mais informações visite o site oficial.
Note que há três portas de acesso às ruínas de Pompeia: Porta Marina, Piazza Esedra e Piazza Anfiteatro. Eu iniciei a visita pela Porta Marina, a mais próxima da estação de caminhos-de-ferro; e saí pela Piazza Anfiteatro.
Se preferir visitar Pompeia acompanhado por um guia especializado, recomendo recomendo que faça esta visita guiada com um arqueólogo. Vale muito a pena.
Visitar Pompeia e Herculano no mesmo dia é boa ideia?
Na minha opinião, visitar Herculano e Pompeia no mesmo dia é uma asneira de todo o tamanho. É evidente que, se quiser mesmo, consegue coordenar o tempo para visitá-los no mesmo dia. Mas vai ser tão cansativo que não recomendo. De todo!
Atenção aos horários de cada atração
Algumas casas e demais atrações em Pompeia têm horários não coincidentes com o horário do parque – abrem mais tarde ou fecham mais cedo. Ou seja, pode haver casas que abrem mais tarde de manhã; outras que fecham portas às 16:00 ou 17:00, apesar do complexo estar aberto até às 19:30 (horário de verão). Vá-se lá entender…
Seja como for, é um daqueles pormenores importantes a ter em conta, especialmente se tiver por objetivo visitar alguma atração específica de Pompeia. Eu nunca tinha lido esta informação em lado algum, pelo que não visitei tudo o que queria; mas a verdade é que o horário está disponível na seguinte página. Consulte-o antes de visitar Pompeia.
Descarregue e imprima o mapa de Pompeia
Para um sítio com a dimensão de Pompeia, acho inacreditável não fornecerem qualquer mapa em papel juntamente com o bilhete. A mim, mesmo após ter feito esse pedido na bilheteira da Porta Marina, foi-me dito que não havia mapas para os visitantes (apesar da informação oficial dizer o contrário).
A solução é fazer download do mapa de Pompeia (em pdf) com antecedência e imprimi-lo antes de ir. Acredite que vai ajudar a organizar a visita a Pompeia (quanto mais não seja para marcar o que vai visitando). O desdobrável sugere ainda quatro itinerários dentro do complexo.
Evite mochilas grandes
De acordo com as informações oficiais, “não é permitido introduzir no interior dos sítios arqueológicos bolsas, mochilas, bagagens, estojos cujas dimensões sejam superiores a 30 x 30 x 15 cm”. Nas portas de acesso existem espaços para guardar as mochilas gratuitamente.
Leve calçado confortável
Vai andar muitos quilómetros e em solo irregular, pelo que um calçado confortável é fundamental. Não cometa o erro de visitar Pompeia de havaianas nos pés.
Leve água e snacks
Praticamente não há sombras em Pompeia e, com o calor que se faz sentir na maior parte dos dias – especialmente no verão -, é fundamental levar água. Recomendo que transporte garrafas reutilizáveis e que as vá enchendo nas fontes espalhadas pelo complexo. Leve também alguns snacks (fruta, frutos secos, sandes ou barras de cereais, por exemplo) para ir comendo ao longo do dia.
Note que é proibido comer fora das áreas designadas para o efeito.
Não leve carrinhos de bebé
Mesmo que viaje com crianças pequenas, evite levar carrinhos de bebé para Pompeia. Isto porque o piso é muito irregular e será um pesadelo andar com o carrinho. Prefira outras opções como slings – ou, melhor ainda, se possível não leve crianças pequenas para Pompeia. Acredite!
Não fume
Apesar de ser um espaço ao ar livre, é proibido fumar dentro do complexo arqueológico, com exceção de alguns – poucos! – locais designados para o efeito. Respeite.
Seguro de viagem
A IATI Seguros tem um excelente seguro de viagem, que cobre COVID-19, não tem limite de idade e permite seguros multiviagem (incluindo viagens de longa duração) para qualquer destino do mundo. Para mim, são atualmente os melhores e mais completos seguros de viagem do mercado. Eu recomendo o IATI Estrela, que é o seguro que costumo fazer nas minhas viagens.
Outros destinos a visitar em Itália
Se está a pensar visitar Pompeia, talvez tenha interesse em saber um pouco mais sobre o que ver e fazer noutros destinos italianos.
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