Visitar Florença: o que fazer num roteiro de 3 dias

Por Filipe Morato Gomes
O que fazer em Florença, Itália
Vista do centro histórico de Florença, capital da Toscana

Procura o que fazer em Florença, a sumptuosa capital da região italiana da Toscana? Pois bem, recentemente tive oportunidade de visitar Florença mais uma vez, e de explorar o seu incrível património artístico e arquitetónico. A cidade continua linda e cheia de arte, embora com mais turistas. Sim, há muita gente a viajar para Florença por estes dias, mas já lá vamos.

Durante a minha estadia, fui visitar museus, igrejas, mercados e bairros tradicionais, e posso garantir que não falta o que visitar em Florença em 2 ou 3 dias de viagem. Ou mais. Basta que o visitante não se contente em ver os lugares mais turísticos da cidade, como a Ponte Vecchio, a Galleria Uffizi, o Palazzo Vecchio, a estátua de David e a Catedral Santa Maria del Fiore. São todos lindos, mas Florença é muito mais do que isso!

Florença, capital da Toscana
Rua do centro histórico de Florença, capital da Toscana

Neste artigo, vou ajudar a organizar a viagem, com muitas dicas sobre o que ver e fazer em Florença, as obras do omnipresente Michelangelo, os museus imperdíveis, os melhores mercados tradicionais para visitar, mapa com todas as atrações de Florença, bons restaurantes onde comer bem e, claro, onde encontrar os mais saborosos gelados de Florença.

Sendo Florença a base de qualquer roteiro na Toscana, é de facto uma cidade perfeita para uma escapadinha de 2 ou 3 dias.

Florença, berço do Renascimento italiano

Visitar Florença: Sala de Júpiter no Palácio Pitti
Pormenor da Sala de Júpiter no Palácio Pitti

Quem visitar Florença pode contar com uma cidade vibrante, que combina património histórico com modernidade. E para quem gosta de arte é o paraíso. Todo o centro histórico integra a lista de Património Mundial da UNESCO e, na verdade, há centenas de tesouros artísticos e arquitetónicos de relevo mundial, resultado da cidade ter sido o berço do Renascimento italiano.

Eis, pois, sugestões sobre o que fazer em Florença e onde comer bem numa escapadinha à maior cidade da Toscana. Inclui referência às principais atrações turísticas e a bons restaurantes para aconchegar o estômago. Depois de chegar a Florença, o que visitar? É disso que trata este artigo, uma espécie de guia completo para viagens à capital da Toscana. Vamos a isso.

Piazza della Signoria, Florença o que visitar
Piazza della Signoria

Dica Alma de Viajante: Se preferir visitar algumas das atrações de Florença com um guia especializado, veja a Excursão Galeria Uffizi, David e Accademia Tour para grupos pequenos, com 3 horas de duração; ou então este Passeio a pé de dia inteiro com David e Galeria Uffizi, que passa por muitos dos pontos referidos neste roteiro de Florença. Os ingressos estão incluídos no preço, mas deve reservar o tour com a máxima antecedência (pode cancelar até 24 horas antes).

Conteúdos do Artigo

O que fazer em Florença

Visitar o Palazzo Vecchio

O que fazer em Florença: visitar Palazzo Vecchio
Salão dos Quinhentos do Palazzo Vecchio

O Palazzo Vecchio é um dos monumentos mais emblemáticos da cidade e sede do governo de Florença há mais de sete séculos. Era por isso mesmo a esta praça que acorriam os florentinos sempre que o sino da torre os chamava para um parlamento (uma reunião pública).

Na literatura oficial é destacado que entre as obras-primas conservadas no Palazzo Vecchio se incluem a Judith de Donatello, pinturas de Bronzino na Capela de Eleonora de Toledo, e o Génio da Vitória de Michelangelo. É verdade. Mas eu devo confessar que o que mais me impressionou no palácio foi mesmo a sua ostensiva opulência.

Afinal, o Palazzo Vecchio era a residência dos Medici, família que dominou a política e a economia da região durante séculos. As salas de audiência e os aposentos privados são verdadeiramente soberbos e impressionantes.

Palazzo Vecchio Florença
Parede de uma das salas do Palazzo Vecchio

É, sem dúvida, um daqueles lugares de visita obrigatória em qualquer roteiro com o que fazer em Florença. Note que também é possível subir à Torre de Arnolfo – no mesmo complexo, acessível com outro bilhete – mas eu acabei por não o fazer. Preferi subir ao Duomo, a cúpula da catedral, que é o edifício mais alto da cidade. Imperdível!

Recomendo vivamente que compre bilhete para o Palazzo Vecchio com antecedência (com áudio-guia) na GetYourGuide. Também pode comprar no site oficial, mas se seguir a minha sugestão pode cancelar até ao dia anterior.

Ver as obras de arte da Galeria Uffizi

Galeria Uffizi, Florença
Interior da Galeria Uffizi, Florença

Tida como a primeira galeria de arte do mundo, a Galeria Uffizi era o local onde a família Medici expunha a sua vasta coleção de obras de arte. E tem, por isso mesmo, um acervo impressionante. Conte encontrar quadros de Gioto, Rafaello, Michelangelo e Da Vinci, entre outros.

Visitá-la permite ver a evolução do período gótico até ao Renascimento, mas eu confesso que fiquei rendido a dois quadros do Botticeli: a muito aclamada obra “O Nascimento de Vénus”, claro está, mas também o belíssimo quadro “A Primavera”. Não sou entendido na matéria, mas chamaram-me a atenção.

A Galeria Uffizi distribui-se por dois andares e tem mais de vinte de salas de exposição. Entre elas, tenho de destacar uma que me impressionou verdadeiramente – até pela surpresa. Falo do Terrazzo delle Carte Geografiche (ou A Sala dos Mapas), uma sala onde se exalta o poder político, militar e económico da sua família, com as paredes pintadas por frescos comissionados por um afamado cartógrafo da época, Stefano Bonsignori. É maravilhosa!

O Nascimento de Vénus, de Botticelli
O Nascimento de Vénus, de Botticelli, em exibição na Galeria Uffizi

Tudo somado, é impossível não incluir a Galeria Uffizi de qualquer roteiro para visitar Florença. Para ver com calma.

É melhor comprar o bilhete para a Galeria Uffizi com hora marcada na GetYourGuide. Também pode comprar no site oficial, mas se seguir a minha sugestão pode cancelar até ao dia anterior. É o que eu costumo fazer. Caso queira visitar também o Palácio Pitti e os Jardins Boboli pode compensar comprar o bilhete combinado “Passepartout 5 days” no site oficial. Custa 38€, mas nesse caso não pode cancelar ou alterar.

Visitar a Catedral de Santa Maria del Fiore…

Catedral de Florença
O deslumbrante exterior da Catedral de Florença

E de resto, o que fazer em Florença? Pois bem, não há como fugir à popularidade: a Catedral de Santa Maria del Fiore é, provavelmente a par com a ponte Vecchio, o primeiro lugar que vem à cabeça quando alguém decide visitar Florença. É ela a Duomo que dá o nome à praça e ao magnífico complexo de construções onde, para além da catedral propriamente dita, há também o Campanário (a torre do relógio) e o Batistério (onde se acredita terem sido baptizados notáveis da cidade de Florença, como o poeta Dante Aghlieri).

É difícil ficar indiferente à beleza e sumptuosidade da fachada da Catedral de Florença. E ao jogo cromático dado pelos diferentes tons de mármore, trazidos de regiões italianas bem próximas. O branco de Carrara, o vermelho de Siena e o verde de Pádua. Talvez por encontrar tanta exuberância do lado de fora, os visitantes mais incautos poderão ficar surpreendidos com a relativa modéstia das paredes interiores. Mas claro que vale a pena incluir na sua lista com o que fazer em Florença.

Pintura na cúpula da Catedral de Florença
Pintura na cúpula da Catedral de Florença

A título de curiosidade, a Catedral de Florença demorou cerca de 150 anos a construir, e só foi concluída em 1436. É um edifício majestoso e verdadeiramente impressionante. Para mim, é do interior da catedral que melhor se percebe a grandiosidade do monumento. O trabalho feito pelo arquiteto Brunelleschi, que conseguiu projectar e concretizar aquela que é considerada a maior abóbada de alvenaria do mundo, é magnífico. E, qual cereja no topo do bolo, é do interior que se pode apreciar os frescos de Vasari que decoram a abóbada. Lindo. Não deixe de incluir no seu roteiro para visitar Florença.

Dica Alma de Viajante. A entrada na Catedral de Florença é gratuita, mas há sempre uma fila enorme. Na verdade, a fila anda relativamente rápida, mas melhor ainda é entrar pela lateral, que tem sempre menos gente. É a porta que fica junto ao Campanário de Giotto – a torre campanária de Santa Maria del Fiore.

… e subir à Cúpula de Brunelleschi (Duomo)

Vista de Florença do Duomo de Brunelleschi
Vista de Florença a partir do topo do Duomo de Brunelleschi

Subir ao Duomo de Brunelleschi é outra das coisas que considero imperdível fazer em Florença. Não apenas porque tal significa que vai subir ao ponto mais alto da cidade, mas também porque lhe permite apreciar o engenho daquela construção.

A subida implica a conquista de 446 degraus mas, apesar dos avisos sobre vertigens, claustrofobia ou problemas cardíacos, a verdade é que não achei a subida difícil. Até porque os degraus são arejados e o piso regular. Mas claro que cansa.

Felizmente, lá de cima o esforço será esquecido quando estiver a apreciar uma das melhores vistas sobre o centro histórico de Florença. Portanto, não deixe de incluir a subida ao Duomo quando planear o que fazer em Florença. Não sei vai arrepender.

Dica Alma de Viajante. Para subir ao Duomo, a entrada faz-se pela lateral da catedral (no lado oposto à torre campanária). Ou seja, quem está na praça a olhar para a porta principal da catedral é do lado esquerdo. Esteja lá uns 10 minutos antes do horário indicado. Importante: não pode levar bolsas nem mochilas para o Duomo, pelo que as deve deixar gratuitamente no local indicado para o efeito, nas traseiras da catedral (ver localização exata).

É melhor comprar o bilhete para subir à Cúpula de Brunelleschi (Duomo) com hora marcada na GetYourGuide. E faça-o com muita antecedência. Também pode comprar no site oficial, mas se fizer como eu pode cancelar até ao dia anterior.

Apreciar a fonte de Neptuno

Fonte de Neptuno, na Piazza della Signoria, Florença
Fonte de Neptuno, na Piazza della Signoria, Florença

A Piazza della Signoria é umas das praças mais bonitas da cidade de Florença. E é uma das importantes, há já mais de sete séculos. Era ali que acorriam os florentinos de cada vez que o sino da torre os chamava para um parlamento (uma reunião pública). É também uma espécie de galeria pública, onde é possível contemplar várias estátuas de relevo.

Algumas são apenas réplicas, como a de David, de Michelangelo, que saiu dali para a Galeria dela Accademia, construída para o efeito, em 1873. Mas também há conjuntos escultóricos impressionantes, como a fonte de Neptuno, assinada por Bartolomeu Ammanatti e que data de 1575.

Neptuno é o rei dos mares e nesta fonte surge inesperadamente a puxar uma carroça. A quase provocação, dizem os entendidos, deve-se ao facto de ela ser uma encomenda de Cosimo I Medici para o casamento de um membro da família com Joana de Áustria. E também para lembrar que Florença tinha acabado de vencer Pisa, numa batalha que lhe franqueou o acesso seguro ao Mediterrâneo e a continuidade das prosperas atividades comerciais.

Provocações à parte, certo é que é uma escultura a que não se fica indiferente, sobretudo agora que já foi integralmente recuperada depois de alguns atos de vandalismo. Um dos ex-libris da cidade de Florença.

Admirar as estátuas da Loggia dei Lanzi

Visitar Florença: Loggia dei Lanzi
Estátuas na chamada Loggia dei Lanzi

Numa das esquinas da Piazza della Signoria, mesmo defronte ao Palazzo Vecchio, encontra-se uma estrutura que é uma verdadeira galeria de arte. Foi construída entre 1376 e 1382, com arcos amplos assentes em pilastras com capitéis coríntios, para servir de local onde seriam realizadas cerimónias públicas da dinastia florentina.

O mais interessante, porém, são as inúmeras esculturas em mármore ali expostas. Entre elas, há uma que sobressai não apenas por causa da cor (é de bronze) mas pela figura que representa. Trata-se de Perseus, o Deus grego, que segura na mão a cabeça de um medusa. É da autoria de Benvenuto Cellini e merece bem a atenção do visitante.

Florença é, como digo, uma cidade das artes. Onde não falta o que ver e fazer para todos os amantes das diversas formas de expressão artística.

Atravessar a Ponte Vecchio

Visitar Florença: Ponte Vecchio
Cores quentes do entardecer na afamada Ponte Vecchio de Florença

Estando em Florença, o que visitar? A Ponte Vecchio, naturalmente. É seguramente uma das pontes mais fotografadas do mundo, mas é incontestável que tem um magnetismo especial. Não há como negar a beleza daquele casario encavalitado nos arcos da ponte sobre o rio Arno.

Ora, apesar de atravessar a Ponte Vecchio ser, de facto, obrigatório (por ser um ícone da cidade, não pelas ourivesarias que tomaram conta da ponte!), confesso que prefiro contemplá-la das margens ou das outras pontes que, tal como ela, ligam os dois lados do rio Arno. Até porque, ao nascer do dia e ao pôr do sol, aquele casario é mesmo muito fotogénico.

Dica Alma de Viajante. Para os amantes de fotografia, recomendo que fotografe a Ponte Vecchio a partir da Ponte Santa Trinita (ao entardecer) ou da Ponte alla Grazie (de manhã bem cedo). E há uma janela na Galeria Uffizi que proporciona um ângulo diferente e muito bonito.

Ver a estátua de David (de Michelangelo) na Galeria da Academia de Belas Artes de Florença

Roteiro Florença: visitar David, Michelangelo
A estátua de David, obra-prima de Michelangelo, em exibição na Galeria da Academia de Belas Artes de Florença

Na Piazza della Signoria é possível apreciar uma réplica da estátua de David, assinada por Michelangelo. Mas isso não substitui a incrível sensação de estar diante da original, exposta na Galeria da Academia de Belas Artes de Florença, um museu construído propositadamente para o efeito. A incluir em qualquer roteiro com o que fazer em Florença.

Manda a verdade dizer que foi neste museu que eu mais senti a pressão do turismo (ver texto sobre o excesso de grupos em Florença, mais abaixo). Mas também aqui, com um sistema de entradas definido por janelas horárias, as coisas acabam por estar bem organizadas. Só não vale a pena pensar que conseguirá contemplar esta obra de arte tranquilamente e sem uma multidão a mexer-se à sua volta. Ainda assim, creio que o vislumbre da estátua de David foi das coisas que mais me impressionou em toda a vida. E não estou a exagerar!

Giorgio Vasari tentou definir as razões por detrás da maravilha que a visão de David provoca no observador. “Nunca se viu uma pose tão fluente, ou uma graciosidade igual a esta, ou dentes, mãos e cabeça tão bem relacionadas entre si com qualidade, habilidade e design”. Vasari, ele próprio um artista, dizia que a estátua de David supera tanto em beleza quanto em técnica toda a estatuária antiga e moderna e que ninguém precisa de se “preocupar em ver outro trabalha em escultura”. A perfeição, portanto.

Eu não diria tanto, e continuo sem palavras. Li as de Vasari nas paredes, junta à estatua. E ouvi uma mãe a dizer a um filho, mesmo ao meu lado: “É tão bonito. Não consigo sair de ao pé dele”. Estando a Florença, o que visitar? A estátua de David, evidentemente. Absolutamente imperdível.

Para conseguir ver a estátua de David, tem mesmo de comprar o bilhete com muita antecedência, e eu recomendo que o faça na GetYourGuide. Dessa forma, caso os planos mudem pode cancelar sem custos até ao dia anterior. Foi isso que eu fiz. Também pode comprar no site oficial, mas nesse caso não pode alterar.

Batistério de São João e Portão do Paraíso

Roteiro Florença: Batistério de São João
Batistério de São João, em Florença

O Batistério de São João é considerado o edifício mais antigo de Florença. É uma construção octogonal que simboliza o oitavo dia, o templo da Ascensão de Cristo. Ou seja, simbolizava a vida eterna, que é dada pelo batismo. Na altura em que fiz a visita, o interior do batistério estava parcialmente em obras de recuperação e restauro, pelo que não deu para apreciar a sua beleza na sua real magnitude.

Mas, na verdade, o elemento mais marcante deste edifício vê-se do exterior, o chamado “portão do paraíso”: são as portas que Lorenzo Ghiberti demorou 21 anos a esculpir, com figuras do Antigo Testamento, banhadas depois a folha de ouro.

Portão do Paraíso
Pormenor do Portão do Paraíso

As portas também não são as originais – essas estão guardadas no Museu Opera del Duomo (o passe Brunelleschi também dá acesso a este museu), preservadas em nitrogénio: demoraram 27 anos a restaurar depois das grandes cheias de 1966. A réplica que está nas portas do batistério permitem, ainda assim, apreciar uma obra de arte com 5,20 metros de altura por 3,10 de largura e 11 centímetros de espessura. Brutal.

O Batistério de São João está em obras, pelo que, de momento, não se conseguem ver os magníficos mosaicos do teto. Para os visitantes é uma pena, mas tudo tem solução: basta regressar a Florença daqui a alguns anos!

Tabernáculo da igreja Orsanmichele

Tabernáculo da igreja Orsanmichele
Tabernáculo da igreja Orsanmichele, Florença

Pinturas em tela, frescos, estátuas, verdadeiras jóias do renascimento pontuam por várias igrejas e monumentos de Florença. É difícil ter tempo para as visitar a todas – talvez só vivendo na cidade. Ainda assim, há daqueles acasos em que vamos a passar numa rua e há uma porta entreaberta que nos permite vislumbrar um tesouro. Foi, literalmente, o que me aconteceu com o edifício de Orsanmichele. Só vi uma estrutura imponente no interior da igreja e não pensei duas vezes: tinha que entrar. E ainda bem que o fiz.

Afinal, tratava-se de um impressionante tabernáculo em mármore com uma imagem de Madona e o menino. Lindíssimo. Mas foi depois de já estar no interior da igreja que percebi que o complexo de Orsanmichele começou por ser um mercado e armazém de cereais, e só mais tarde foi transformado em igreja.

Hoje em dia o complexo é também um museu, cujo bilhete de acesso permite entrar também noutros edifícios: Bargello, Capela dos Medici, o Palácio Davanzati e a Casa Martelli. O museu do Orsanmichele tem um bom espólio de esculturas, mas eu recomendo vivamente que, para além da igreja, se apreciem as esculturas que decoram o exterior da igreja e que representam as atividades comerciais mais emblemáticas de Florença. Mais uma coisa a incluir no planeamento com o que fazer em Florença.

Basílica de Santa Cruz

Basílica de Santa Cruz, Florença
Pormenor da porta frontal da Basílica de Santa Cruz, Florença

A imponente Basílica de Santa Cruz é a principal igreja franciscana de Florença. Devoções à parte, é também, e muito justamente, apelidada de Panteão das Glórias Italianas. No chão da basílica podem ser encontradas cerca de 250 sepulturas, mas são os túmulos monumentais de figuras como Galileo Galilei (o cientista), Nicolau Maquiavel (o filósofo político), Dante Aligherio (o poeta), Gioachino Rossini (o músico) ou Michelangelo (o pintor e escultor) que justificam o epíteto de Panteão.

São túmulos impressionantes – o de Dante, com a estátua de três mulheres a chorar o poeta é particularmente notável, mesmo sendo apenas um jazigo vazio em sua homenagem, já que os restos mortais estão depositados em Ravena. A história de Dante e da forma como foi condenado ao exílio dava para muitos capítulos. Certo é que nem depois de morto regressou a Florença, a cidade onde nasceu. Mas a capital da Toscana presta-lhe tributo.

Túmulo de Galileu Galilei
Túmulo de Galileu Galilei, no interior da Basílica de Santa Cruz

A beleza destes túmulos rivaliza com outros elementos a não perder na visita à catedral, como o Crucifixo de Donatello; a capela Pazzi, da autoria de Brunelleschi; ou as frescos de Giotto. Note que os frescos da capela Bardi, dedicados à vida de Santo António estão actualmente a ser restaurados, pelo que a visibilidade está diminuída.

Vale a pena ir até ao Cenáculo para ver a belíssima Última Ceia de Giorgio Vasari (não é tão famosa como a do Leonardo da Vinci, mas é igualmente impressionante). O escritor norte-americano Ralph Waldo Emerson escreveu: “Quando caminho na Piazza di Santa Croce, sinto que não se trata de uma igreja florentina ou europeia, mas de uma igreja construída por e para toda a humanidade”. Creio que percebo bem o que ele quer dizer. Verdadeiramente imperdível em qualquer roteiro para visitar Florença.

Basílica de São Lourenço

Florença o que visitar: Basílica de São Lourenço
Nave central da Basílica de São Lourenço, em Florença

Lembra-se no nome do arquiteto que conseguiu a proeza de construir a maior abóbada do mundo – o Duomo da Catedral de Santa Maria de Fiori? Pois foi esse mesmo, Filippo Brunelleschi, o responsável pela Basílica de São Lourenço, a igreja da paróquia da família Medici.

Na verdade, esta basílica é considerada como uma das mais antigas de Florença, mas quando a família Medici convidou Brunelleschi a restaurá-la e ampliá-la que nasceu o magnífico complexo que é possível visitar hoje, considerado um dos primeiros em estilo renascentista na história da arte. Entre as muitas obras de arte que podem ser apreciadas no interior da igreja, dou destaque aos dois púlpitos da nave central, esculpidos por Donatello.

Apesar de ser dentro da Basílica de São Lourenço que está a chamada Capela Medici, a verdade é que os dois monumentos precisam de ingressos diferentes para serem visitados.

Capela Medici

O que fazer em Florença: visitar Capela Medici
Interior da exuberante Capela Medici, no centro de Florença

Wow! A Capela dos Medici é mesmo imperdível, e seguramente um dos monumentos religiosos mais importantes de toda a Toscana.

Em resumo, é uma construção octogonal, com cerca de 60 metros de altura e uma imensa cúpula, feita para abrigar os túmulos dos membros da família Medici, o que é o mesmo que dizer as figuras mais proeminentes da história de Florença.

A Capella dei Principe, assim se chama, é decorada a mármore e pedras preciosas num trabalho de Buontalenti. Mas a história desta capela estará também ligada a Michelangelo. Ao que consta, chegou a enfrentar uma ordem de prisão e escondeu-se numa sala da capela, onde foram encontrados esboços de desenhos que lhe são atribuídos e estão agora abertos ao público (ver abaixo, em “Outras coisas a visitar em Florença”). Mas é preciso reservar com meses de antecedência e eu já não consegui bilhetes.

Explorar o bairro tradicional de Sant’Ambrogio

Piazza dei Ciompi, Sant’Ambrogio, Florença
Vista da Piazza dei Ciompi, no tradicional bairro de Sant’Ambrogio

Bem vistas as coisas, o bairro de Sant’Ambrogio fica a apenas dez minutos a pé da Praça da Duomo e de todas as suas atrações. Mas, de facto, parece uma outra faceta de Florença.

Passear por Sant’Ambrogio permite ter uma agradável sensação de autenticidade, com menos multidões e mais florentinos a ocuparem-se do seu dia a dia. O Mercado de Sant’Ambrogio é, naturalmente, o polarizador deste dinamismo, até porque é na sua sua envolvente que se vão encontrando todos os bens e serviços necessários para a vida quotidiana dos seus habitantes. Seja comprar frescos no mercado, deixar umas botas num sapateiro, arranjar a moldura de um quadro de madeira que se quebrou ou outra coisa qualquer.

Curioso é o facto de Sant’Ambrogio ser também um lugar multicultural e multi-étnico. Por exemplo, é lá que fica uma das maiores e mais antigas sinagogas de Itália. Se ainda não decidiu o que fazer em Florença, não deixe de visitar o Sant’Ambrogio – incluindo, naturalmente, o seu mercado.

Mercado de Sant’Ambrogio

O que fazer em Florença: visitar Mercado de Sant’Ambrogio
Mercado de Sant’Ambrogio, Florença

Tido como o mercado mais antigo de Florença (funciona desce 1873), o Mercado de Sant’Ambrogio é um dos ex-libris do bairro. Um local que permanece animado, colorido, tradicional.

Lá encontrará o forno (para pão), lapredottario (para comer lampredotto, uma iguaria florentina, feita com tripas e vaca), macellaria (talho) e formaggeria (para comprar queijos, claro). É o sítio certo para comprar cogumelos, vegetais, fruta, arroz para todo o tipo de risottos e claro, pastas frescas. É verdade que o Mercado de Sant’Ambrogio não tem muitas bancas, mas tem um pouco de tudo.

Pela minha parte, o que mais gostei foi do facto de se sentir que continua a ser um espaço vivo, frequentado por florentinos que lá vão às compras para o dia a dia, e não apenas por turistas a tirar fotografias. Essa saudável miscelânea pode ser sentida, por exemplo, numa das mesas da pequena Trattoria Da Rocco. É a próxima paragem neste roteiro em Florença.

Visitar o MAD – Murate Art District

MAD - Murate Art District Florença
MAD – Murate Art District

A dois passos do Mercado de Sant’Ambrogio, outra sugestão imperdível para quem procura o que fazer em Florença é visitar o MAD – Murate Art District, um complexo de arte que surgiu nas instalações de uma antiga prisão.

Atualmente, o espaço está transformado em pequenas oficinas e galerias de arte, onde há exposições temporárias de artistas de diversas proveniências. Incluindo exibições com o resultado do trabalho de artistas que ali estiveram, convidados a fazer residências artísticas.

Visitar Florença: MAD - Murate Art District
O MAD – Murate Art District está instalado numa antiga prisão

No perímetro do Murate Art District há também um aprazível café literário que é tão eclético quanto o complexo onde se situa. Ele é café, bar, biblioteca, espaço de concertos e apresentação de livros, galeria de pintura e exposição de fotografia. No dia da minha visita, por exemplo, tinha uma curiosa coleção de pinturas do artista Riccardo Salusti.

Fica a sugestão. Não deixe Florença sem conhecer o Murate Art District e o seu agradável café.

Mercado Central de Florença

Mercado Central de Florença, o que visitar
Mercado Central de Florença

O Mercado de San Lorenzo é uma obra de Giuseppe Mengoni, arquiteto italiano que se notabilizou por obras de ferro e vidro, como o mercado de Sant’ Ambrogio e a Galleria Vittorio Emanuele em Milão. Este mercado inaugurou em 1874, e 140 anos depois sofreu obras de remodelação e ampliação que o dotou de uma praça de alimentação moderna, onde nos dia de hoje é possível ter uma ampla experiência gastronómica.

Um pouco à imagem do que acontece nos mercados de frescos tradicionais um pouco por toda a Europa. Em sumam, mistura mistura bancas de frutas e legumes com sítios para comer. Vale a pena.

Mercado Porcellino

Mercado Porcellino
Produtos de couro à venda no Mercado Porcellino, em Florença

Também chamado de Mercato Nuovo, para se distinguir do “velho mercado” situado mais próximo da Praça da República, é um dos mercados de rua mais famosos de Florença. O nome Porcellino – que quer dizer pequeno porco, ou javali – deve-se à estatueta de bronze que ornamentava a fonte mandada construir por Cosimo de Medici para que não faltasse água aos vendedores.

Originalmente, o mercado destinava-se à venda de flores e artigos feitos em seda. Atualmente, são vendidos produtos de couro teoricamente artesanais e feitos na Toscana (não tenho como o comprovar!), artigos de seda italiana, lenços, tapeçarias e todo o tipo de camisolas, bonés e lembranças.

Em suma, atualmente parece ser mais um mercado para turistas do que outra coisa, mas fica a referência.

Dedicar tempo aos bairros de Oltrarno

Praça Espírito Santo, Florença
Praça Espírito Santo, coração do bairro homónimo em Florença

Conhecidos conjuntamente como Oltrarno – que significa “do outro lado do Arno” -, os bairros de San Frediano e Santo Spirito estão repletos de bares, lojas vintage, ateliers e restaurantes. Toda a região de Oltrarno é magnífica, mas o bairro tradicional de Espírito Santo, concretamente, surpreendeu-me bastante. Com um ambiente tradicional, vida de bairro e por enquanto fora dos roteiros dos grandes grupos de turistas é, sem dúvida, o meu bairro preferido em Florença.

No fundo, é um regresso aos pequenos prazeres da vida. Passear pelas suas ruas estreitas, apreciar as fachadas dos velhos palácios residenciais, percorrer as pequenas praças e descobrir os recantos mais escondidos, apreciar as esplanadas e a animação de florentinos e visitantes que comem, bebem e brindam um pouco por todo o lado. Como não gostar de Itália? Como não gostar de Florença?

Palácio Pitti

O que fazer em Florença: visitar o Palácio Pitti
Interior do majestoso Palácio Pitti, em Oltrarno, Florença

Mandado construir em meados do século XV pelo banqueiro florentino Luca Pitti, do outro lado da margem do Arno e bem junto à colina de Boboli, o Palácio Pitti marca um período de exuberância financeira de Florença. O palácio acabou na posse da inevitável família Medici e, hoje em dia, alberga cinco diferentes museus temáticos.

Embora estivesse já um pouco cansado de museus e galerias de arte (nesse aspeto, visitar Florença é ua atividade exigente!), gostei particularmente da Galeria de Arte Moderna. No caso, refere-se aos movimentos artísticos que surgiram na pintura e na escultura logo a seguir ao Renascimento.

Ou seja, para além da beleza opulenta das salas do palácio propriamente ditas, pode-se ir percebendo como a passagem do tempo vai moldando as técnicas da pintura, assistindo-se ao emergir do iluminismo e do pontilhismo, por exemplo.

Em suma, na sua lista com o que fazer em Florença tem de constar o Palácio Pitti. Mas, para não se saturar, vá espaçando os museus e galerias de arte ao longo do roteiro. Fica a dica.

Para visitar o Palácio Pitti, recomendo que compre o ingresso com antecedência na GetYourGuide. Dessa forma, caso os planos mudem pode cancelar sem custos até ao dia anterior. Foi isso que eu fiz. Como referido, pode compensar comprar o bilhete combinado “Passepartout 5 days” no site oficial. Custa 38€, mas nesse caso não pode cancelar ou alterar.

Jardins de Boboli

Jardins de Boboli, Florença
O Palácio Pitti visto a partir dos Jardins de Boboli, Florença

Situados nas traseiras do Palácio Pitti, os enormes Jardins de Boboli fizeram escola nos paisagismo europeu. Ao que consta, o arquitecto Niccolò Pericoli, autor do projeto, acabou por ditar o nascimento do estilo do Jardim Italiano que havia de inspirar o desenho de inúmeros jardins em todo o mundo.

E é de facto um prazer caminhar pela vasta extensão dos Jardins de Boboli. Até porque eles são também uma galeria ao ar livre, estando povoados de grutas, fontes, pérgulas e inúmeras estátuas de mármore. A visitar com calma, portanto.

Atravessar a Porta Romana

O que visitar em Florença: Porta Romana
Pormenor da Porta Romana, em Florença

Assinalo este ponto monumental como testemunho de um passado em que Florença era uma cidade completamente murada. Ao que consta, a Porta Romana era a porta principal entre um conjunto de seis portas de entrada, e a única que sobreviveu até aos dias de hoje.

Não é, naturalmente, algo imperdível nos planos para visitar Florença, mas fica a referência hist´roica, caso se aventure para aquela zona de Oltrarno.

Visitar a Igreja de San Miniato al Monte

Igreja de San Miniato al Monte, Florença o que visitar
Interior da igreja de San Miniato al Monte, em Florença

Situada no topo de uma colina, alcançável depois de muitos lanços de escadas que me deixaram sem fôlego, a Igreja de San Miniato al Monte é um dos locais de maior beleza e tranquilidade que é possível visitar em Florença. Mais ainda se for ao pôr do sol e puder assistir ao cântico gregoriano entoado pelos monges que, diariamente, ali vão rezar as “vespertinas”.

Eu, que fui fora desse horário mas tive a sorte de ouvir um pianista a tocar no silêncio da igreja já fiquei deveras impressionado. Imagino com o cântico dos monges. De facto, ainda há monges a viver em São Miniato – da congregação dos monges beneditinos olivetanos -, e são eles também os responsáveis pela produção e venda de alguns dos produtos à venda numa pequena loja contígua ao mosteiro.

Além do enquadramento ser incrível, a igreja é mesmo muito bonita (é tida como umas das igrejas românicas mais bem preservadas da Toscana). Foi construída em 1018, em nome daquele que se considera ser o primeiro mártir cristão de Florença: São Miniato, um comerciante arménio que estava a fazer uma peregrinação a Roma e foi decapitado na altura em que o imperador Décio mandou perseguir os cristãos. Reza a lenda que Miniato pegou na própria cabeça e se refugiou naquele monte.

Outra curiosidade é que numa das paredes está a capela funerária de Jaime de Portugal, cardeal, neto de D. João I de Portugal, antigo embaixador de Florença. Mais uma coisa a incluir no roteiro para visitar Florença.

Dica Alma de Viajante. Todos os dias, ao final da tarde (na última vez que visitei Florença era às 18:30), há canto gregoriano. Não é um espetáculo, apenas parte das orações diárias dos monges olivetanos. Fica a dica. A entrada na igreja é gratuita.

Jardim das Rosas

Jardim das Rosas florença
Vista do Jardim das Rosas na região de Oltrarno, em Floreçna

O chamado Jardim das Rosas é porventura um dos melhores locais onde fazer um passeio ao fim da tarde em Florença. Ou na subida desde a Ponte Vechio, a caminho da Igreja de San Miniato al Monte; ou na descida, no regresso à zona histórica de Florença.

O jardim fica logo abaixo da Praça Michelangelo e, tal como esta, oferece vistas privilegiadas sobre a cidade. Neste caso, são vistas acompanhadas pelo doce odor das rosas – há mais de 350 espécies plantadas neste jardim. Ao longo do percurso pode apreciar onze obras do escultor belga Michel Folon – ou ainda visitar o jardim japonês, oferta da cidade geminada de Kyoto.

Se é apreciador de jardins, saiba que não muito longe do Jardim das Rosas fica o igualmente interessante Jardim Bardini.

Apreciar as vistas de Florença a partir da Praça Michelangelo

Florença vista a partir da Praça Michelangelo, em Oltrarno
A cidade de Florença vista a partir da Praça Michelangelo, em Oltrarno

É uma das praças mais famosas de Florença, e os créditos são justamente atribuídos. Tem umas das localizações mais incríveis para apreciar a cidade histórica. Foi construída em 1869, quando Florença era a capital de Itália, e foi feita em honra de um dos seus mais aclamados pintores e escultores.

Eu confesso que apreciei mais a paisagem do que as réplicas das obras de Michelangelo, deliciando-me com a forma como as nuvens iam criando jogos de sombras sobre as torres de Arnolfo e do Campanário, sobre o Duomo ou sobre a Basílica de Santa Cruz – porventura os quatro elementos arquitetónicos mais impactantes num horizonte repleto de cores e recortes icónicos.

Tudo somado, visitar a Praça Michelangelo é uma atividade imperdível em qualquer viagem a Florença.

Ver o tabernáculo da Basílica do Espírito Santo

Tabernáculo da Basílica do Espírito Santo
Tabernáculo da Basílica do Espírito Santo, em Floreçna

Depois de passear no centro histórico de Florença e ver igrejas e catedrais finamente ornamentadas no seu exterior, é normal deixar-se enganar pela fachada austera da Basílica do Espírito Santo.

É, na verdade, a igreja mais importante do Oltrarno e, tal como o nome indica, é consagrada ao Espírito Santo. Anote o seguinte: o tabernáculo onde está exposto o santo sacrário é nada menos do que maravilhoso. De resto, na sacristia há outra verdadeira surpresa e preciosidade: um crucifixo de madeira que Michelangelo esculpiu quando tinha apenas 18 anos.

Ao contrário de muitos monumentos em Florença, a basílica é de entrada gratuita e nela poderá apreciar obras como Madonna e il bambino, de Filippino Lippi ou a Santa Monica atribuída a Botticini. Só para apreciar o crucifixo de Michelangelo, que está exposto numa capela lateral, é que lhe pedirão 2€ pela entrada. Assumindo que estas verbas servem para as obras de conservação da igreja, é um valor mais do que justificado.

Il Papiro

O que visitar em Florença: Il Papiro
Alessandra demonstrando a arte tradicional de marmorizar papel na Il Papiro, Florença

Num registo totalmente distinto neste roteiro para visitar Florença, a loja Il Papiro é daquelas preciosidades que eu gosto de encontrar quando ando a deambular pelas ruas. Foi o que aconteceu com a montra de uma pequena loja no centro da cidade. Chamou-me a atenção o papel de carta e os postais finamente decorados exibidos na montra. E ainda bem que decidi entrar porque o que fui encontrar foi uma verdadeira surpresa.

Alexandra, membro da família que decidiu recuperar técnicas ancestrais na decoração de papel, abriu a primeira loja e oficina em Florença no final de 1976. E, desde essa altura, ali se usam métodos e técnicas de processamento artesanal na “marmorização” de papel ou na xilografia.

No passado, a “marmorização” servia apenas para decorar as páginas interiores da capa e contracapa de um livro. Mas na Il Papiro rapidamente pensaram que essa decoração poderia ser usada em muitas outras utilizações. E por isso juntou à tradição uma componente de inovação, e a verdade é que agora já tem quatro lojas em Florença, uma em Veneza, outra em Melbourne (Austrália) e em Palm Beach, Flórida (Estados Unidos).

Com uma insuperável simpatia, e em resposta à minha curiosidade, Alexandra quis mostrar-me um pouco dessa velha prática da marmorização em plena loja. Foi aí que me mostrou como se misturavam as cores, como as “penteava” e como conseguia fazer a “cauda de pavão” tão característica. Fiquei absolutamente rendido. É mais um lugar a incluir na lista com o que visitar em Florença numa escapadinha de 2 ou 3 dias.

Conhecer a Farmácia de Santa Maria Novella

O que ver em Floreçna: Farmácia de Santa Maria Novella
Pormenor da antiquíssima Farmácia de Santa Maria Novella | Roteiro para visitar Florença

Tida como uma das perfumarias mais antigas do mundo em funcionamento contínuo, a Farmácia de Santa Maria Novella é outros dos locais imperdíveis a visitar em Florença. O nome é algo pomposo – Officina Profumo-Farmaceutica di Santa Maria Novella -, mas deve-se a um local que tem mais de 800 anos de história.

Foram os frades que ali começaram a cultivar um jardim e a desenvolver remédios e mezinhas. Foram séculos de experiência em preparações naturais, que em determinada altura entrou também no mundo da cosmética, da fragrância e dos produtos de bem-estar. Uma das primeiras fragrâncias a ser criada foi a Acqua della Regina ( a “Água da Rainha”), criada para a jovem Catarina de Medici levar para Paris por altura do seu casamento.

Para além das salas da Farmácia de Santa Maria Novella serem muito bonitas, gostei muito de ouvir as suas histórias. Como aquela em que me contam que foi nesta farmácia que os monges descobriram as benesses da “Água de Rosas”, quando a começaram a aplicar às pessoas doentes para as “limpar da peste”.

Tudo somado, é um lugar impressionante – até para pessoas que, como eu, têm dificuldades em se conectar com o mundo da moda e dos perfumes.

Atelier Aqua Flor

Compras em Florença: Aqua Flor
A Aqua Flor tem uma das lojas mais bonitas de Florença

Na mesma senda da perfumaria, com muito menos história mas com igual quantidade de charme, o Atelier Aqua Flor também merece uma visita. Fica muito próximo da igreja de Santa Cruz, num edifício histórico – o palácio Corsini Antinori Serristori – onde chegou a funcionar uma oficina de automóveis! Em suma, apesar do atelier ter sido fundado há menos de duas décadas, o certo é que se respira história por todos os lados – e se mergulha num mundo de cheiros e sensações cheios de beleza. A visitar.

Lanchar no La Ménagère

Café La Ménagère
Um recanto do café La Ménagère, em Florença

Continuando o périplo pelos lugares de Florença que me impressionaram pela sua beleza, recomendo uma pequena paragem no La Ménangère. Para um brunch, um almoço rápido ou um chá da tarde.

O espaço é multifuncional, distribui-se por várias salas onde se encontram jovens de computador aberto a trabalhar, no mesmo espaço onde alguém vai comprar flores frescas ou uma toalha de mesa ou um bule de chá. Ou um livro.

É chique demais para o meu gosto, mas o espaço La Ménagère é tão maravilhoso que vale a referência e a inclusão neste roteiro para visitar Florença.

Procurar as “janelas do vinho” de Florença

O que ver em Florença: janelas de vinho
Uma das várias “janelas do vinho” existentes em Florença, no café Vivoli

É uma das curiosidades históricas que vale a pena procurar em Florença. Os pequenos buchetta del vino (buraquinhos do vinho) possuem a altura de uma garrafa de vinho e encontram-se sobretudo nas paredes das construções medievais. E a explicação é simples.

Foi nessa altura que surgiram, quando a peste bubónica assolou a cidade de Florença e os taberneiros podiam assim vender vinho sem ter de contactar com o comprador. O dinheiro era depositado numa bandeja de metal que depois era desinfectada com vinagre e, em resposta, o cliente recebia uma garrafa de vinho. Hoje em dia há cerca de 150 “janelas do vinho” espalhadas por toda a cidade de Florença.

Provar a gastronomia criativa do Cucina

Onde comer em Florença: Cucina
Interior do Restaurante Cucina, em Florença

A oferta gastronómica de Florença é muita e variada. Mas, entre os vários restaurantes que experimentei (muito na base das trattorias familiares), há um que se distingue de todos pela originalidade da proposta e pela qualidade dos pratos.

Refiro-me ao Cucina, um pequeno restaurante de autor num segmento mais inovador e criativo que é difícil de catalogar. A começar pelo próprio espaço, muito longe do convencional. Fica em Oltrarno relativamente afastado do centro mais turístico de Florença, numa rua residencial, num edifício tão despojado e simples que dir-se-ia ser uma garagem. Transposta a porta de ferro, encontra-se uma sala ampla, e luminosa, com decoração minimalista, contemporânea, uma cozinha aberta, ao fundo do restaurante, onde é possível ver Giuseppe ou Simonetta – o casal de arquitetos mentor deste espaço! – à volta dos fogões.

A proposta gastronómica é bem diferenciada, com um menu diário muito dinâmico, em função dos produtos frescos da época disponíveis nos mercados. No dia em que lá fui almoçar, foi o próprio Giuseppe quem veio à mesa explicar as suas nove propostas. Optei por um passattelli ao brodo e uma caponata com la polenta crocante.

A título de curiosidade, referir que o passattelli é uma massa formada por pão ralado, ovos, queijo parmesão ralado, cozida num caldo diferente de tudo o que já tinha experimentado. Quanto à caponata, trata-se de uma receita à base de beringelas e alcaparras que rapidamente saltou para o topo das experiências gastronómicas de Florença. Foi sem dúvida uma das refeições mais surpreendentes que fiz em Florença.

Tenho a certeza que o Cucina não é para todos, mas seguramente agradará aos palatos mais aventureiros. No fundo, a todos os que não se importam de experimentar ciosas novas.

Outras coisas a visitar em Florença

Como é evidente, esta não é uma lista exaustiva com o que fazer em Florença. Até porque, como disse, a capital da Toscana é bastante grande e, só entre igrejas, museus e galerias poderia facilmente preencher um roteiro de 5 ou 7 dias (ou mais!) a visitar Florença. Dito isto, além das atrações referenciadas no artigo (e no mapa), eis outras coisas que pode fazer em Florença. A saber:

  • Visitar o Museu Bargello.
  • Conhecer a “Sala secreta” de Michelangelo. Ninguém sabe ao certo se os desenhos existentes nas paredes são mesmo de Michelangelo a National Geographic dá conta disso -, mas é muito difícil conseguir bilhetes. Tente comprar com muita antecedência no site oficial.
  • Subir à Torre de Arnolfo. Depois de subir ao Duomo de Brunelleschi, optei por não ir até ao topo da Torre de Arnolfo. Mas fica a dica, caso queira incluir no seu roteiro em Florença mais um ponto de vista elevado. A esse respeito, se a fotografia for uma prioridade, saiba que no topo de torre há uma “rede” de arame que não deixa fotografar a paisagem convenientemente.
  • Fazer uma aula de culinária de massas e tiramisú (com vinho ilimitado).

Mapa dos lugares a visitar em Florença

Se procura o que visitar em Florença, nada como visualizar a localização exata dos lugares referenciados no artigo. Como vê, entre igrejas, museus e bairros interessantes não falta o que ver e fazer em Florença.

Cruzeiros e excursões em Florença: um problema sério

Depois de falar de coisas positivas e mostrar o que fazer em Florença, há um assunto a que não posso fugir: o excesso de turismo em Florença. É claro que o problema é comum a outras cidades europeias, como Veneza, Barcelona e até Lisboa, mas o que me surpreendeu verdadeiramente não foi o número de turistas per se. Foi, isso sim, o número de grandes grupos em excursão, oriundos dos cruzeiros que atracam em Livorno ou outros programas organizados.

Sim, há imensos grupos em simultâneo em qualquer praça, museu ou atração turística. São às dezenas. Em todo o lado! Para quem procura visitar Florença com tranquilidade, é um pavor. Não me recordo de outro lugar onde a presença de grupos numerosos fosse tão vincada. E não creio haver grandes dúvidas de que o impacto – a todos os níveis, incluindo poluição sonora! – de grupos é muito maior do que o de viajantes individuais. Até porque, em grupo, toda a gente se comporta de forma diferente.

Em suma, não sei explicar nem tenho dados estatísticos para comprovar esta minha sensação. Mas a verdade é que foi das primeiras vezes em que me senti verdadeiramente incomodado com a quantidade de grandes grupos de turistas. O truque acabou por ser levantar o mais cedo possível e desfrutar de Florença antes dos grupos invadirem as ruas. Fica a dica.

Em suma, visite Florença de forma independente e de preferência fora das épocas altas. E, já agora, evite viajar nos cruzeiros para não se tornar parte maior do problema.

Roteiro de 3 dias em Florença

Vou então sugerir o melhor roteiro para visitar Florença em 3 dias bem preenchidos, de acordo com a minha experiência na capital da Toscana. É, melhor dizendo, uma forma possível de dividir tudo o que quer ver em Florença pelos diferentes dias do roteiro.

Note que este é um exercício praticamente inútil, já que tudo depende não só dos dias de semana em que visitar Florença mas, principalmente, do seu ritmo de viagem, do tempo que demora em cada atração e, não menos importante, do cansaço acumulado em cada dia. Ainda assim, aqui fica um hipotético roteiro para servir de base ao seu planeamento.

Roteiro para visitar Florença | Dia 1

Visitar Florença: Capela Medici
Interior da exuberante Capela Medici, no centro de Florença

Como é evidente, a ordem da visita às atrações referidas neste artigo sobre o que ver e fazer em Florença não é o mais importante. Mas, honestamente, creio não haver melhor forma de começar o roteiro em Florença do que visitar o Duomo (Catedral Santa Maria del Fiore) e explorar todas as atrações do centro nevrálgico da cidade.

Dito isto, eis um possível primeiro dia de viagem em Florença, com foco no coração do centro histórico. Inclui a subida à Cúpula de Brunelleschi; a visita à Galeria da Academia de Belas Artes de Florença para ver a estátua de David, e ainda a Capela Medici. É, por assim dizer, o dia mais turístico deste roteiro.

  • Visitar a Catedral de Santa Maria del Fiore
  • Subir à Cúpula de Brunelleschi (Duomo)
  • Apreciar a fonte de Neptuno
  • Batistério de São João e Portão do Paraíso
  • Mercado Central de Florença
  • Basílica de São Lourenço
  • Capela Medici
  • Lanchar no La Ménagère
  • Ver a estátua de David (de Michelangelo) na Galeria da Academia de Belas Artes de Florença

Roteiro para visitar Florença | Dia 2

Visitar Florença Ponte Vecchio
Ponte Vecchio, um dos maiores ex-libris de Florença

Para este dia do roteiro em Florença, sugiro dividir o passeio em duas partes. A primeira, mais exigente, inclui as obras de arte do Palazzo Vecchio e da Galeria Uffizi, bem como algumas atrações nas proximidades. A segunda, implica uma caminhada até ao maravilhoso bairro de Sant’Ambrogio, onde poderá conhecer uma outra faceta de Florença.

  • Visitar o Palazzo Vecchio
  • Piazza della Signoria
  • Admirar as estátuas da Loggia dei Lanzi
  • Ver as obras de arte da Galeria Uffizi
  • Ponte Vecchio
  • Mercado Porcellino
  • Tabernáculo da igreja Orsanmichele
  • Mercado de Sant’Ambrogio
  • Explorar o bairro tradicional de Sant’Ambrogio
  • Visitar o MAD – Murate Art District
  • Atelier Aqua Flor
  • Basílica de Santa Cruz

Roteiro para visitar Florença | Dia 3

Florença vista a partir da Praça Michelangelo, em Oltrarno
A cidade de Florença vista a partir da Praça Michelangelo, em Oltrarno

Dia para explorar a outra margem do rio Arno, dedicando tempo aos bairros de Oltrarno neste roteiro para visitar Florença. Eis o que ver, fazer e visitar:

  • Palácio Pitti
  • Jardins de Boboli
  • Atravessar a Porta Romana
  • Jardim das Rosas
  • Apreciar as vistas de Florença a partir da Praça Michelangelo
  • Visitar a Igreja de San Miniato al Monte
  • Ver o tabernáculo da Basílica do Espírito Santo, na Piazza Santo Spirito
  • Provar a gastronomia criativa do restaurante Cucina

Dicas para visitar Florença

Qual a melhor época para visitar Florença

Não como esconder: a cidade de Florença tem, atualmente, demasiados turistas. Há dezenas de grupos (oriundos dos cruzeiros e não só) a visitar as principais atrações do centro histórico, pelo que deve ter isso em mente ao marcar a viagem. Não deixe de ir, mas se possível evite as épocas de maior concentração de turistas, como as férias de verão e a Páscoa.

Assim, na minha opinião, as melhores épocas para visitar Florença são o início da primavera (abril e maio) e o outono (fim de setembro e outubro). As temperaturas são mais amenas, há menos turistas e, consequentemente, os preços dos hotéis em Florença são menos altos.

Ou, se não se importar com dias mais curtos, arrisque visitar Florença no novembro ou mesmo dezembro – quem sabe não tem sorte com o tempo.

Quantos dias são necessários para visitar Florença

Já aqui escrevi mas nunca é demais relembrar: não falta o que fazer em Florença. Relembro que se trata do berço do Renascimento e, por isso mesmo, a cidade tem muitos pontos de interesse ligados às artes – incluindo religiosa. Por isso, sugiro que dedique pelo menos 3 dias completos (ou 4!) para visitar Florença. É o mínimo dos mínimos. E, se for particularmente interessado em arte e gostar de ver museus e galerias demoradamente, então considere pelo menos 5 dias para o seu roteiro em Florença.

Dito isto, se a estadia em Florença fizer parte de um roteiro na Toscana, é natural que viaje mais rápido e não tenha tanto tempo. Mas fique pelo menos três noites em Florença (2 dias completos).

Como chegar a Florença

Atualmente, há voos diretos entre Portugal e o Aeroporto Florença-Peretola (FLR) operados pela TAP, com partida de Lisboa. Alternativamente, pode voar para Pisa com a Ryanair (do Porto) e a easyjet (de Lisboa), aeroporto com fácil acesso a Florença de comboio e autocarro.

Pesquisar voos para Florença

Como ir do aeroporto de Florença até ao centro da cidade

Esquecendo o autocarro, que não creio tenha alguma vantagem em relação ao elétrico (bonde), restam três opções para ir do Aeroporto Florença-Peretola até ao centro da cidade. Abaixo, explico cada uma delas em pormenor, mas em resumo:

  • Use o carro elétrico Tramvia se procura a opção mais barata.
  • Vá de táxi caso aterre fora de horas.
  • Reserve um transfer privado se preferir o conforto de ter alguém à sua espera no aeroporto.

De elétrico (bonde)

Atualmente, a melhor forma de ir do Aeroporto Florença-Peretola até ao centro de Florença é a bordo dos elétricos Tramvia. As viagens ao longo da linha T2 são incrivelmente frequentes (partidas a cada 4 ou 5 minutos), duram cerca de 20 minutos e custam apenas 1,70€. No que toca aos horários, as partidas começam às 05:00 e terminam às 00:30 (sextas e sábados à noite vão até às duas da manhã). Veja o mapa das linhas e demais informações no site oficial da Tramvia.

De táxi

Se aterrar no Aeroporto Florença-Peretola depois da última partida, resta-lhe apanhar um táxi oficial. Os táxis são tabelados e tarifa fixa para o centro da cidade é de 28€ durante o dia (30€ se for feriado) e 32€ à noite. Por cada mala paga um suplemento de 1,20€; e ainda um extra de 3€ pela partida ser do aeroporto.

De transfer privado

Alternativamente, para uma logística descomplicada e não ter de lidar com taxistas, pode combinar um transfer privado para o centro da cidade. Este é muito bem cotado, pode confiar.

Como se deslocar em Florença

A melhor forma de se locomover em Florença é, sem qualquer dúvida, a pé. A cidade é relativamente compacta, pelo que raramente necessitará de utilizar transportes motorizados. Caso seja necessário, por exemplo para subir ou descer da Igreja de San Miniato al Monte, saiba que os autocarros são uma forma prática e barata. Os bilhetes podem ser comprados dentro do autocarro com um cartão bancário contactless, mas fica mais barato se comprar os bilhetes antecipadamente.

Note que não existe Uber em Florença e que os táxis são muito caros. Eu não utilizei nem recomendo – a não ser em último caso.

Entenda os bilhetes para as atrações de Florença

Quando estava a planear a minha viagem a Florença, senti que a questão dos bilhetes era um pouco confusa. Venho por isso tentar ajudar a esclarecer. Assim, para visitar as atrações de Florença referidas neste artigo, precisa pelo menos de comprar quatro ingressos. A saber:

Excursões de grupo a partir de Florença

Caso o seu tempo seja limitado ou não tenha conseguido bilhetes para visitar alguma das principais atrações de Florença, pode valer a pena contratar antecipadamente uma excursão privada. Ou, se quer uma sugestão para ocupar um dia do roteiro, fazer um excelente passeio a pé de dia inteiro com David e Galeria Uffizi, organizado pela The Tour Guy. Se não sabe o que fazer em Florença e procura algo fora da caixa, aproveite.

Alternativamente, pode aproveitar o tempo para viajar para outros destinos na região da Toscana, como Chianti ou as localidades de Siena e San Gimignano. Nesse caso, veja estes dois excelentes tours com partida e chegada a Florença.

Onde ficar em Florença

Antes de mais, veja o artigo sobre onde ficar em Florença para todas as dicas dos melhores hotéis onde se hospedar na cidade. Em resumo, vou-me focar no bairro de Santo Spirito, em Oltrarno, pois julgo ser a melhor região para pernoitar em Florença.

Assim, o Oltrarno Splendid é seguramente um dos melhores hotéis de Florença no seu segmento. Pode não ser o estilo preferido de muita gente, mas vale a pena considerar para sua base em Florença. Só é pena não ser mais barato!

Mais em conta são o quase vizinho B&B Stupido Hotel (nome curioso!) e também o Spirit of Florence Boutique Rooms, um excelente bed & breakfast localizado perto da animada Piazza Santo Spirito. Para os viajantes de exigência média que preferem o ambiente de Oltrarno, o Spirit of Florence é talvez o melhor hotel de Florença. Para outras opções de hospedagem, pesquise no link abaixo.

Pesquisar hotéis em Florença

Gastronomia e onde comer

Talvez se surpreenda se lhe disser que boa parte dos pratos mais icónicos de Florença são pratos de carne. Desde logo, o lampredotto, comida de rua que consiste em abomaso (uma parte do estômago) de vaca cozido com ervas aromáticas. Para quem está habituado a comer tripas, não tem nada de assustador, mas confesso que o sabor não me apaixonou (ver abaixo!).

Felizmente, há outros pratos regionais que pode – e deve! – provar. Entre eles, destaco as trippa alla fiorentina; as coccoli (umas bolinhas de massa frita, normalmente com fiambre e queijo); a ribollita (uma espécie de sopa com pão); e a suculenta bistecca alla Fiorentina, porventura a maior surpresa gastronómica da minha viagem a Florença. Trata-se de um prato de carne muito tradicional na região da Toscana, e consiste numa posta de carne com osso (tipo t-bone) muito alta e mal passada. Se é apreciador de carne, não hesite.

No que toca aos restaurantes de Florença, e para além do já referido Cucina, entre aqueles onde tive oportunidade de almoçar ou jantar o destaque vai para quatro restaurantes tradicionais. A saber:

  • Il Giova. Uma tasca com pouquíssimas mesas junto ao Mercado de Sant’Ambrogio.
  • Osteria Antica Casa Torre. Entrei por acaso, e foi onde tive uma das melhroes surpresas gastronómicas de Florença. Foi lá que provei os melhores raviolis de que me lembro, com manteiga e sálvia.
  • Trattoria da Rocco. Um pequeno restaurante familiar, onde se pode provar alguns típicos pratos de Florença. Eu experimentei o lampredotto. Mas não me convenceu, as nossas tripas são mais saborosas. O que lhe dá um gosto mais inusitado é o molho de pesto que é servido como guarnição. Talvez em sandes, como é servida um pouco por toda a cidade de Florença, a mistura de sabores funcione melhor. Mas na Trattoria da Rocco é servida em prato, e não achei a combinação brilhante. O mesmo com a ribollita, que nos explicam ser uma espécie de sopa seca, feira com pão, vegetais, couve kale da Toscana e feijões. Encontrei semelhanças com as nossas migas alentejanas – mas a ribollita é menos rica. Dizer também que o restaurante tem muita rotatividade, as mesas são comunitárias, mandam-nos sentar onde há lugar. Gosto disso. E tanto se senta o turista como o homem que está a trabalhar nas obras, ou a vizinha de meia idade de saia travada e saltos altos que vai passear o cão e entra com ele para o mercado. Experimente.
  • Osteria Santo Spirito. Um pequeno restaurante com uma esplanada deliciosa em plena Piazza Santo Spirito, em Oltrarno. Pelo que me foi dado a perceber, o prato assinatura são os gnocchi com queijo e azeite de trufa (era o que toda a gente pedia), mas eu preferi outra massa igualmente saborosa. Um bom restaurante para almoçar ou jantar em Florença.

Outros restaurantes que tinha referenciados mas onde acabei por não ir são os tradicionais La Fettunta e Alla Vecchia Bettola (mesa comprida comunitária); o restaurante Il Santo Bevitore (mais chique) e o vizinho bar de vinhos Il Santino; e o Fishing Lab Alle Murate, especialista em peixe e marisco..

Para lanchar, e para além do já referido La Ménagère, não deixe de considerar o café-livraria Brac. É maravilhoso! Ou, se estiver em Oltrarno, passe pela padaria S. Forno – vai gostar. De resto, não deixe de comer gelados em locais como a La Gelatiera ou a Gelateria dei Neri. E, claro, de provar o afamado afogato (gelado com um café) no café Vivoli. Tem sempre uma fila de turistas, mas não se vai arrepender (vá logo de manhã ou já de noite que tem menos gente).

Não se esqueça que, tendo tempo, nada melhor do que fazer uma aula de culinária de massas e tiramisú para compreender melhor estas dois ícones gastronómicos dos italianos.

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Outros destinos a visitar em Itália

Se está a pensar visitar Florença, talvez tenha interesse em saber um pouco mais sobre o que ver e fazer noutros destinos italianos.

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Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.