Já aqui escrevi sobre o amanhecer no Rio de Janeiro e sobre as magníficas rodas de samba nas noites do centro histórico, mas nada ainda disse sobre os bairros da Lapa e de Santa Teresa. Conhecidos por serem bairros alternativos e boémios, voltados para a criatividade e animação noturna, há outras vertentes bem interessantes para explorar. E não estou a falar do Aqueduto da Carioca – mais conhecido por Arcos da Lapa – ou do acidentado bondinho de Santa Teresa…
Ao final da tarde do meu terceiro dia no Rio de Janeiro, decidi ir a Santa Teresa. Por um absoluto acaso, acabei conhecendo o Parque das Ruínas – e é sobre a caminhada urbana até ao parque que hoje vos escrevo.
Combinei encontro com o Fernando, um amigo brasileiro desde o tempo em que estudámos na mesma universidade (como o tempo passa!). Apanhámos um metro até à estação Cinelândia, na praça Floriano, admirámos a fachada do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e metemo-nos a caminho. Objetivo: conhecer o bairro de Santa Teresa.
Seguimos pela Rua do Passeio, virámos à direita para a Mem de Sá e ali estavam eles: os Arcos da Lapa que Fernando me queria mostrar. Para lá do aqueduto, a movida haveria de chegar às ruas da Lapa, pejada de bares e botecos com cerveja, petiscos e gente bonita. Continuámos rumo ao morro de Santa Teresa.
Tinha perguntado ao Fernando onde eram “aquelas escadas” muito coloridas e cheias de azulejos e enfeites que tinha visto inúmeras vezes em fotografias. Para passar por elas – a Escadaria Selarón -, subimos pela Joaquim Silva, a rua que marca a divisória entre os bairros da Lapa e de Santa Teresa. Logo adiante, chegámos ao delírio criativo do chileno Jorge Selarón.
Havia alguns artistas de rua tocando e cantando, algumas jovens locais à conversa, e turistas de máquina fotográfica em riste.
Fui subindo as escadas admirando o trabalho que Selarón deixara em Santa Teresa. Estava no topo da Escadaria Selarón a recuperar o fôlego, quando uma senhora simpaticamente me dirigiu a palavra: “Precisa de ajuda? Sou moradora aqui de Santa Teresa”.
Fomos conversando ladeira acima, falou-nos de algumas coisas que poderíamos ver em Santa Teresa, até que virou numa rua à esquerda a caminho de casa. Antes de se despedir, desafiou-nos sem abrandar o passo: “vão ao Parque das Ruínas, tem uma vista maravilhosa lá do alto”.
Nunca tinha ouvido falar de tal parque. “Porque não?”, pensei. E fomos.
Quando lá chegámos, encontrámos um Centro Cultural e uma casa em ruínas mantida propositadamente nesse estado. Subi, subi, subi até chegar a um ponto onde tinha o Rio de Janeiro literalmente aos meus pés.
O céu estava praticamente limpo. Via-se o centro financeiro do centro do Rio de Janeiro, o bairro da Lapa e o Teatro Municipal onde iniciáramos a caminhada urbana, e ainda a baía de Guanabara e, do outro lado, Niterói.
Uma visão perfeita e inesperada para um final de tarde que tinha por objetivo, apenas, conhecer um pouco de Santa Teresa. Foi uma bela caminhada.
Mapa da caminhada até ao Parque das Ruínas
Dá para perceber que não fomos pelo caminho mais direto para Santa Teresa, precisamente para passar nos Arcos da Lapa e subir a muito fotografada Escadaria Selarón. Se quiser repetir o passeio ao Parque das Ruínas quando visitar o Rio de Janeiro, aqui fica o mapa da caminhada.
- Trajeto: da Praça Floriano até ao Parque das Ruínas, em Santa Teresa, passando pelos Arcos da Lapa e pela Escadaria Selarón.
- Distância: 1,7 km
- Tempo: 25 minutos
- Preço: grátis
- Informações: Podes conferir a programação do Centro Cultural Parque das Ruínas na página do facebook, visto que o centro não dispõe de site oficial.
Seguro de viagem
A IATI Seguros tem um excelente seguro de viagem, que cobre COVID-19, não tem limite de idade e permite seguros multiviagem (incluindo viagens de longa duração) para qualquer destino do mundo. Para mim, são atualmente os melhores e mais completos seguros de viagem do mercado. Eu recomendo o IATI Estrela, que é o seguro que costumo fazer nas minhas viagens.