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Su Nuraxi de Barumini, visita ao património UNESCO da Sardenha

Por Filipe Morato Gomes | Viagens Europa Itália Sardenha UNESCO
Atualizado em 21.08.2022 | Tempo de leitura: 5 minutos

Su Nuraxi de Barumini
Su Nuraxi de Barumini, Património Mundial da UNESCO

Estando de viagem na Sardenha, não poderia deixar de visitar Su Nuraxi de Barumini, um complexo arqueológico classificado como Património Mundial pela UNESCO. Trata-se de uma vila fortificada com epicentro num nuraghe (ou nurago), construído por volta do século XVI a.C. com uma função estritamente militar. E com a particularidade dessas estruturas megalíticas apenas existirem na Sardenha!

A civilização nurágica recebe o nome do monumento mais característico daquele período: os nuraghe, palavra que significa ‘pilha de pedras’ e ‘cavidade’, indicam um tipo de arquitetura militar com paredes torreadas. Até agora, em toda a ilha da Sardenha, mais de 7.000 nuraghes (torres únicas e nuraghes complexos) foram identificados. Su Nuraxi é o mais representativo dos nuraghes complexos – aqueles que consistem em mais do que uma torre.

in site oficial do complexo arqueológico Su Nuraxi
Património Mundial UNESCO na Sardenha
Turistas em Su Nuraxi, Sardenha

Ao que consta, a civilização nurágica prosperou na Sardenha durante um milénio, “dando origem a uma estrutura social muito complexa, caracterizada por comunidades divididas em diferentes classes sociais às quais pertenciam famílias ou clãs”. Ora, o facto de fazer parte da lista de Património UNESCO em Itália chamou a minha atenção ao planear o meu roteiro na Sardenha, razão principal que me fez visitar Su Nuraxi de Barumini.

No meu caso, combinei a passagem por Barumini com a visita ao Jardim Sonoro Pinuccio Sciola, um dos museus mais incríveis que já conheci. E, tirando o facto de chegar a Barumini na pior hora de calor, resultou muitíssimo bem.

Visitar Su Nuraxi de Barumini

Visitar Su Nuraxi de Barumini
Vista de Su Nuraxi de Barumini, classificado como Património Mundial pela UNESCO

À hora certa, uma guia apareceu e deu início à visita guiada a Su Nuraxi. Entrámos no complexo debaixo de um calor tórrido, recebemos algumas explicações sobre a civilização nurágica e começámos a visitar o complexo.

Em torno do nuraghe, em razoável estado de conservação, havia vestígios de antigas habitações circulares que compunham a povoação. Aparentemente, o principal material de construção utilizado era o basalto, uma rocha vulcânica que se encontra nas encostas do planalto de Giara. Atualmente, não há muitas casas com paredes de pé, mas ainda assim deu para perceber a estrutura da antiga vila.

Caminhámos, serpenteando, por entre antigas habitações, até que chegámos junto à principal torre defensiva, no centro da povoação. Ao visitante, é permitido subir o nuraghe por umas escadarias ali colocadas para esse efeito; e, no topo, tem-se uma vista desafogada sobre todo o vale. É lindo… mas o melhor estava para vir.

Visitar Su Nuraxi de Barumini
Complexo arqueológico de Su Nuraxi

Quando eu pensava que teria de regressar, a guia deu indicação de que poderíamos descer pelo interior do nuraghe para conhecer as suas entranhas. E assim fiz.

Lá em baixo, achei particularmente curiosa a existência de várias salas relativamente amplas, interligadas por “corredores” de pedra que desaguavam invariavelmente no pátio central em forma de meia-lua. Segundo a literatura oficial, cada uma das quatro torres era “composta por duas salas, que tinha também uma base circular e uma falsa cobertura em forma de cúpula”.

Visitar Su Nuraxi de Barumini
No interior da torre principal de Su Nuraxi de Barumini

Por essa altura, estava apenas com o meu filho Tiago, de 8 anos, que, qual mini Indiana Jones, fez questão de abrir caminho entre as salas escuras para explorar os espaços. Segui-lhe as pisadas, igualmente fascinado com Su Nuraxi de Barumini. Ele estava visivelmente satisfeito com a descoberta; e eu também.

No regresso, já de novo junto ao guichet de entrada, tempo para um piquenique improvisado e seguir viagem para o norte da Sardenha. Tinha valido a pena parar em Barumini.

Se não tiver transporte e preferir conhecer Su Nuraxi acompanhado por um guia desde Cagliari, veja esta excelente excursão.

Dicas para visitar Su Nuraxi de Barumini

Como chegar

Na ausência de muitos transportes públicos, a melhor forma de chegar a Su Nuraxi de Barumini é, sem qualquer dúvida, alugar um carro na Sardenha. Fora da época alta o custo é acessível (no verão nem tanto). No meu caso, para uma viagem em pleno mês de julho, paguei 955€ por 15 dias de aluguer através da Discovercars, incluindo seguro com cobertura total. Não foi barato, por isso tente reservar com meio ano ou mais de antecedência. Se viajar fora do verão, pagará uma pequena fração desse valor.

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Horário e preço

O complexo arqueológico de Su Nuraxi de Barumini está aberto todos os dias, sendo que o horário de funcionamento varia bastante ao longo do ano – encontra informações atualizadas no site oficial. Note que não é possível visitar de forma independente, havendo entradas com guia a cada 30 minutos – a visita guiada demora sensivelmente uma hora. O ingresso tem um custo de 15€ por pessoa, valor que dá também acesso ao Museu Casa Zapata, em Barumini.

Onde ficar em Barumini

Caso queira pernoitar perto de Barumini (em vez de dormir em Cagliari), saiba que há excelentes unidades de agroturismo e bed & breakfast nas proximidades das ruínas. Em concreto, o turismo rural Il Borgo dell’Arcangelo é, muito provavelmente, a opção mais charmosa para pernoitar na região. É lindo, lindo!

Alternativamente, considere dormir no B&B Casa Piras, no B&B Su Strintu ou no B&b Ventuno. Ficará muito bem hospedado em qualquer um deles; mas, para ver outras alternativas de alojamento em Barumini, pesquise diretamente no link abaixo.

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Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 51 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Mais recentemente, abracei um novo desafio chamado Rostos da Aldeia, onde se contam histórias positivas sobre as aldeias de Portugal e quem nelas habita.

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