O que fazer em Salamanca (coisas que não pode mesmo perder!)

Procura o que fazer em Salamanca, a capital da homónima província na região espanhola de Castela e Leão? Pois bem, há muito tempo que ponderava visitar Salamanca, uma cidade vibrante e cosmopolita, com um ambiente alegre e muito jovem; fruto de uma Universidade que atrai alunos de todo o mundo ao abrigo de programas como o Erasmus.

Mas, por um motivo ou por outro, a viagem foi sendo adiada. Até agora. Isto porque descobri uns voos baratos para Lanzarote a partir de Madrid e, em família, decidimos ir de carro até à capital espanhola. Com isso, aproveitei para conhecer um pouco melhor a comunidade autónoma de Castela e Leão; nomeadamente as cidades de Ávila e Segóvia e, claro, Salamanca.

Eis, pois, uma pequena lista com o que fazer em Salamanca (com crianças), fruto da minha experiência de dois dias na histórica cidade espanhola.

Se preferir, pode também explorar a cidade numa excursão particular com guia local.

O que fazer em Salamanca

Visitar as catedrais de Salamanca

Seja ou não crente, visitar as catedrais de Salamanca é uma atividade incontornável durante a estadia na cidade.

E digo catedrais porque, apesar de poder não ser óbvio quando observadas do exterior, há duas catedrais interligadas. A Catedral de Santa Maria, popularmente conhecida como Catedral Velha, construída em estilo gótico e românico e em funcionamento desde finais do século XIV; e a mais recente e sumptuosa Catedral da Assunção da Virgem, apelidada de Catedral Nova, edificada entre os séculos XVI e XVIII e tida, ainda hoje, como a segunda maior catedral de Espanha.

Juntas, marcam de forma indelével a paisagem urbana do centro histórico da cidade. Sem dúvida a incluir na lista com o que fazer em Salamanca. Mesmo que viaje com crianças [veja no final do texto a secção sobre visitar Salamanca com crianças].

Site oficial: www.catedralsalamanca.org

Subir às torres da catedral

Estando nas catedrais, seria uma pena não aproveitar para subir às torres e contemplar Salamanca de um ponto de vista superior – assim o viajante não sofra de claustrofobia. Foi o que fiz.

Durante a subida, quais pontos para respirar fundo após os lanços infindáveis da estreita escadaria, há patamares com câmaras onde se exibem objetos alusivos à construção das catedrais. Confesso que não investi muito tempo a ler os documentos nem a apreciar os objetos, porque estava verdadeiramente entusiasmado com a ideia de chegar ao topo da catedral e passear pelo seu exterior.

Isto porque, quando lá chega, e já na companhia de gárgulas e pináculos imponentes, Salamanca desnuda-se perante o olhar, magnífica. É então que o esforço é totalmente recompensado e o cansaço da subida se dilui. Foi um dos pontos altos da minha escapadinha a Salamanca.

Visitar o Convento de Santo Estêvão

Fundado no século XVI pelo Cardeal Fernando Álvarez de Toledo, um dos filhos dos Duques de Alba, o Convento de Santo Estêvão, sede da Ordem dos Dominicanos, desde sempre chamou a atenção pela sua belíssima fachada, adornada com pedra de Villamayor, uma povoação da província de Salamanca.

As estruturas originais foram construídas em meados do século XIII, mas o que hoje se vê data de finais do século XVI. Para os entendidos em arquitetura, vale a pena saber que o convento é um “edifício plateresco”; apesar de apresentar “traços góticos e barrocos” – o retábulo, por exemplo, é obra do arquiteto espanhol José de Churriguera.

Dito isto, visitei o Convento de Santo Estêvão com os meus filhos e posso garantir que eles não se aborreceram. Foi como descobrir os tesouros de um palácio. Tudo somado, vale a pena incluir o Convento de Santo Estêvão no seu roteiro em Salamanca – mesmo estando com crianças.

Procurar a rã de Salamanca (e visitar a Universidade)

Bem sei que vai encontrar dezenas de pessoas de pescoço curvado defronte da fachada da Universidade de Salamanca – e que, provavelmente, se vai sentir um pouco estúpido a fazer o mesmo. Mas a rã é o símbolo de Salamanca e… por que não entrar no jogo?

Aviso desde já que, sem recorrer à internet ou a outras pessoas no local, é praticamente impossível encontrar a rã. Mas não desista. Apesar desta ser, com elevado grau de certeza, a dica mais irrelevante que lhe poderia dar sobre o que fazer em Salamanca… divirta-se!

Se tiver tempo, aproveite para visitar a Universidade de Salamanca por dentro. Trata-se da mais antiga universidade de Espanha e alberga várias pérolas no seu interior, entre as quais a belíssima Sala da Biblioteca Antiga.

Passar pela Torre del Clavero

Apontamento curioso na malha urbana de Salamanca, a Torre del Clavero é o que resta de uma casa senhorial da Ordem de Alcântara – e um dos monumentos mais emblemáticos da cidade.

Curiosamente, a torre é quadrada na base mas octogonal na parte superior, o que lhe confere uma graciosidade invulgar para um monumento defensivo.

Julgo não ser possível visitar por dentro (sempre que por lá passei estava de portas fechadas), mas fica a referência pela sua enorme importância histórica.

Desfrutar da Plaza Mayor de Salamanca

Epicentro da vida social de Salamanca, a Plaza Mayor é o ponto de encontro por excelência no casco viejo da cidade. Debaixo das suas arcadas encontram-se inúmeros cafés – incluindo o Café Novelty, o mais antigo de Salamanca – e bares de tapas com esplanadas.

A praça é, pois, o lugar perfeito para descansar depois de um dia a calcorrear a cidade, enquanto observa o quotidiano local.

Apreciar a fachada da Casa Lis (ou visitar o museu)

Confesso que não tive oportunidade de visitar o Museu de Arte Nova e Arte Déco. Até porque estive em Salamanca com crianças e, como é sabido, isso exige um ritmo mais pausado. Seja como for, o edifício onde o museu está instalado é, por si só, motivo para lá ir. Chama-se Casa Lis e tem uma fachada surpreendente. Definitivamente a incluir na lista com o que fazer em Salamanca!

Se puder, conheça o museu e depois partilhe como foi.

Atravessar a Ponte Romana de Salamanca

A Ponte Romana de Salamanca, também conhecida como Puente Mayor del Tormes, é uma bela estrutura que atravessa o Rio Tormes, nas margens da cidade de Salamanca, permitindo acesso à zona sul da cidade, menos visitada – mas nem por isso menos interessante. É um dos ícones mais importantes de Salamanca, ao ponto de fazer parte do brasão de armas da cidade.

Atravessei-a mais do que uma vez e reparei que ganha maior encanto quando pintada com as cores quentes do entardecer. Note que, atualmente, apenas os arcos mais próximos do centro de Salamanca são de origem romana; os restantes foram reconstruídos durante o século XVIII.

Descansar rodeado de flores no Huerto de Calixto y Melibea

Pedaço de tranquilidade e aromas de flores, o Huerto de Calixto y Melibea é um recanto de Salamanca para retemperar energias depois de horas a vaguear pelo centro histórico. Um refúgio de tranquilidade, para relaxar por entre árvores e outras plantas verdejantes, na companhia do doce aroma das flores.

Apesar da chuva, foi dos locais que mais gostei de conhecer em toda a cidade!

Fotografar a Casa das Conchas

O edifício da Biblioteca Pública de Salamanca tem uma particularidade curiosa. A sua fachada está decorada com três centenas de conchas, em tudo semelhantes à compostela representativa dos Caminhos de Santiago.

Não há como ignorar a originalidade do edifício, tido como “de estilo gótico tardio com elementos platerescos”. Seja. Vai ter mesmo de fazer de turista por um momento e fotografar a Casa das Conchas. Faz parte.

Explorar Salamanca à noite

Porventura fruto da existência de uma numerosa população universitária, Salamanca tem uma vida noturna muito vibrante. A cidade fez-me, aliás, lembrar os meus tempos académicos passados na Universidade do Minho, em Braga (julgo mesmo que há grandes semelhanças entre os ambientes de Braga e de Salamanca).

Ora, desta feita não fui conhecer ao pormenor a movida de Salamanca; mas, independentemente disso, percorrer as ruas pedonais do centro histórico de noite é das coisas mais agradáveis que pode fazer na cidade. Beba um copo de vinho por mim.

Dicas: visitar Salamanca com crianças

Caso leve os seus filhos para conhecer Salamanca, saiba que há atividades pensadas para os mais pequenos – e que tornarão a viagem muito mais interessante.

Primeiro, a Catedral de Salamanca disponibiliza áudio-guias criados especialmente para as crianças. Há versão em português e foi um sucesso tremendo com os meus filhos (de 12 e quatro anos). Nunca pensei que fosse eu a ter de esperar por eles para avançar na visita à Catedral de Salamanca. Benditos áudio-guias!

Segundo, o Turismo de Salamanca criou um pequeno folheto com cópias de algumas figuras esculpidas nas fachadas de edifícios como a Universidade e a Catedral de Salamanca. A ideia era os miúdos irem para a rua procurar as respetivas esculturas. Eu experimentei com os meus filhos e, acredite, para os miúdos é muito divertido brincar aos detetives.

Peça esses livrinhos no posto de turismo localizado na Plaza Mayor de Salamanca.