Com apenas duas noites na cidade e uma vontade imensa de visitar a Calçada do Gigante, não tive muito tempo para explorar Belfast com a devida profundidade. É verdade que a capital da Irlanda do Norte não tem muitas atrações turísticas – no sentido clássico da palavra; mas, ainda assim, há sempre muito que ver e descobrir, assim tivesse eu tido tempo para me embrenhar na alma da cidade.
Gostei, por exemplo, de passear pelo Bairro de Queens, onde fiquei hospedado. De conhecer igrejas e cafés. Da Waterfront. E, claro, de entender um pouco melhor a atribulada história da Irlanda do Norte.
O que visitar em Belfast
Muros da paz
Estando em Belfast, é impossível ignorar o conflito que opõe católicos e protestantes. Ele entra pelos olhos do visitante a cada esquina. Influencia o ambiente, como um “elefante na sala” da capital norte-irlandesa.
Das bandeiras do Reino Unido nos bairros protestantes, passando pelas cancelas fechadas que continuam a separar os bairros católicos dos protestantes e pelos ataques esporádicos que ainda hoje acontecem, é impossível ignorar que a ferida está muito longe de ficar cicatrizada.
Vale, pois, a pena fazer um tour aos Muros da Paz para tentar compreender um pouco melhor o conflito conhecido como The Troubles.
Waterfront
Já perto do final da tarde decidi caminhar pela região conhecida como Waterfront. É onde fica o Waterfront Hall, uma sala de espetáculos absolutamente extraordinária.
Não tinha por objetivo visitar nada em concreto. Apenas passear nas margens do Rio Lagan sentindo o frio na face; conhecer a famosa estátua de metal Beacon of Hope; e seguir a pé para o Albert Memorial Clock a caminho do Bairro da Catedral. E foi um belo passeio!
Bairro da Catedral
O Bairro da Catedral é como que uma extensão do centro de Belfast, para Norte. Trata-se de um dos bairros mais interessantes da cidade, com uma animada vida noturna e com as suas ruas estreitas cheias de restaurantes e típicos pubs irlandeses.
É uma zona muito agradável para explorar a pé, aquecer o corpo em espaços como o Established Coffee (já lá vamos!) ou beber uma cerveja num dos muitos pubs do bairro, que tem tanto de profano como de sagrado. A começar pela Catedral de Santa Ana, principal templo religioso de Belfast e epicentro do Bairro da Catedral. Fui visitar.
Catedral de Belfast
Localizada na Donegall Street, a Catedral de Santa Ana é de visita obrigatória. Não só pela beleza da fachada, a imponência da nave central ou a riqueza decorativa do altar-mor, mas também pelo magnífico órgão de tubos da catedral, tido como o segundo maior da Irlanda do Norte.
Em suma, mesmo para quem não é fã de arte sacra, vale a pena incluir na lista com o que fazer em Belfast.
Igreja St. Patrick
Fantástica, é o mínimo que se pode dizer da Igreja St. Patrick. Majestosa e delicada, a igreja é outra das mais importantes de Belfast. Quando lá cheguei não encontrei vivalma. Tive, pois, tempo para contemplar tranquilamente a nave central; para me sentar a admirar os tetos, enfim, para estar. Recomendo.
Mercado de St. George
Uma das coisas que mais queria fazer em Belfast era conhecer o Mercado de St. George em plena atividade. Infelizmente, o calendário trocou-me as voltas e não consegui estar em Belfast nos dias em que o mercado abre ao público.
Deu, ainda assim, para contemplar brevemente o edifício vitoriano, ainda que sem a alma de um fim de semana cheio de gente. Se puder, programe-se para estar em Belfast nessa altura.
O Mercado de St. George está aberto às sextas (6:00 – 15:00), sábados (9:00 – 15:00) e domingos (10:00 – 16:00).
Bairro de Queens
A área urbana em torno da Universidade de Queens é um dos bairros mais dinâmicos e criativos de Belfast. Foi onde eu fiquei hospedado, e confesso que era sempre uma agradável surpresa caminhar pela Botanic Avenue e zona envolvente.
Em Queens, nota-se o espírito jovem e irreverente, criativo e pacífico. Um bálsamo para todos os troubles de Belfast. Especialmente se montar lá a sua base e puder viver o bairro por dentro. Para mim, aliás, Queens é o melhor bairro para ficar em Belfast. Imprescindível.
Só não vá até Queen na expectativa de visitar grandes atrações turísticas. Ali, o epicentro é mesmo o pólo universitário!
Belfast City Hall
Localizado na Praça Donegall, o edifício da Câmara Municipal de Belfast (City Hall) é um dos mais emblemáticos da cidade. Foi construído no final do século XIX e começou a funcionar como Câmara Municipal em 1906.
Atualmente, é possível visitar o seu interior de forma gratuita, em tours abertos ao público sem marcação prévia. Tendo tempo disponível, aproveite.
Para visitar o Belfast City Hall, consulte os horários e apareça 15 minutos antes. Os lugares são limitados e atribuídos por ordem de chegada.
Crumlin Road Gaol
A HMP Belfast, também conhecida como Crumlin Road Gaol, é uma antiga prisão situada em Crumlin Road, na região Norte de Belfast. É a única prisão da era Vitoriana que ainda sobrevive na Irlanda do Norte.
Teria gostado muito de inclui-la no meu curto roteiro em Belfast, mas não foi possível fazê-lo. Isto porque, em boa parte do (pouco) tempo que tive, andei a explorar as ruas. E, como qualquer outra cidade, a capital da Irlanda do Norte precisa de tempo para ser desvendada.
Ainda assim, tenho a profunda convicção de que a visita à HMP Belfast vale a pena.
Museu do Titanic
Da mesma forma, não fui visitar o Museu do Titanic, tido como a principal atração turística de Belfast. À distância, arrependo-me de não ter tido mais um dia na Irlanda do Norte para o poder fazer.
A verdade é que não tinha tempo para visitar o Museu do Titanic, a Crumlin Road Gaol, os Muros da Paz e ainda ir à Calçada do Gigante; então optei por dar prioridade aos dois últimos.
Diz quem já visitou o Museu do Titanic que é absolutamente imperdível. Permite perceber tudo sobre o mais tristemente famoso navio de cruzeiros do planeta – da construção aos aposentos, passando pelo naufrágio. Como se isso não fosse suficiente, o edifício, por si só, vale a visita. Tudo somado, fica a dica: não deixe de incluir o Museu do Titanic nas coisas a fazer em Belfast.
Compre o ingresso no Museu do Titanic com antecedência (sem filas).
Café Established Coffee
Dos melhores cafés de Almaty aos meus cafés favoritos de Teerão, tenho por hábito procurar cafés acolhedores nos destinos que visito. Ora, mesmo não tendo muito tempo em Belfast, descobri um que me pareceu agradável. Chama-se Established Coffee e fica no Bairro da Catedral. Fica a dica para juntar à lista com o que fazer em Belfast!
Passeio a partir de Belfast: Calçada do Gigante
Estando em Belfast, não pode deixar de visitar a Calçada do Gigante. É um lugar único no mundo, classificado pela UNESCO como Património Mundial, e fica no litoral de Antrim, perto de Bushmills – a pouco mais de 90km de Belfast. Recomendo vivamente!
Mapa: o que fazer em Belfast
Guia prático
Como chegar a Belfast
Não há voos diretos de Portugal para a Irlanda do Norte. Apesar de haver ligações aéreas até Belfast (com escalas), o que eu recomendo é voar para o aeroporto de Dublin e, de lá, apanhar um autocarro direto até ao centro de Belfast. A Aircoach oferece esse serviço, e a viagem demora quase duas horas (12€).
Se essa for a sua opção, a TAP tem voos diretos de Lisboa para Dublin – foi o que eu usei nesta viagem. A Ryanair, uma das companhias low cost a operar em Portugal, voa do Porto para Dublin em alguns dias da semana; pode ser uma alternativa interessante para quem vive no norte de Portugal.
Se preferir pesquisar voos para Belfast, use o link abaixo.
Onde ficar
Para informações mais detalhadas, veja o texto sobre onde ficar em Belfast. Em resumo, bem no centro da cidade, o Jurys Inn e o The Flint são dois dos hotéis de Belfast com melhor relação qualidade/preço.
Eu prefiro, no entanto, o Bairro de Queens, onde ficam guesthouses mais baratas como The Crescent Townhouse; e hostels como o muito elogiado Vagabonds. Se puder pagar um pouco mais, pondere pernoitar nos fantásticos Dukes At Queens ou Tara Lodge.
Seguro de viagem
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