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O meu roteiro de 3 dias em Viena (tão imperial quanto hipster)

Por Filipe Morato Gomes
Catedral de Viena
Vista a partir do topo da Catedral de Viena

Sempre imaginei Viena demasiado burguesa para o meu gosto; e, talvez por isso, nunca a capital austríaca esteve entre os meus destinos prioritários. Não poderia estar mais equivocado. Desde há pelo menos uma década que Viena se tenta libertar do rótulo redentor de cidade imperial. E está a conseguir.

Como é evidente, continua a haver o Palácio Schönbrunn, a Ópera de Viena, os aburguesados bailes de Viena e museus magníficos em edifícios apalaçados. E ainda bem. São testemunho de uma Viena antiga e orgulhosa que teima em ser isso mesmo, uma Viena antiga e orgulhosa. Mas, felizmente, a cidade é, hoje em dia, muito mais do que Mozart e Sissi, Strauss e Klimt, palácios e valsas.

Ora, foi essa mistura entre a burguesia imperial e a modernidade alternativa que procurei no meu roteiro em Viena. Foram apenas quatro noites de estadia (três dias completos em Viena); manifestamente insuficientes para absorver tudo o que a cidade tem para oferecer.

Ao planear a minha visita a Viena tentei distribuir os grandes museus e palácios pelos dias disponíveis (quase sempre logo de manhã), por forma a equilibrar a viagem e não sobrecarregar em demasia um ou outro dia com museus. E assim fui intercalando museus com cafés e mercados, e ainda algumas lojas fora da caixa. Vamos a isso.

Dica: veja o mapa do roteiro em Viena, no final do artigo, para melhor entender a que áreas da cidade dediquei cada um dos dias.

Roteiro em Viena (o que fazer em 3 dias completos)

Dia 1

Roteiro em Viena: Catedral de Santo Estêvão
Nave Central da Catedral de Santo Estêvão, Viena

Comecei o dia a visitar a magnífica Catedral de Santo Estêvão. Segui depois para o Museu Albertina, um dos museus de Viena cuja visita recomendo sem reservas. É, muito provavelmente, o meu museu favorito na capital austríaca.

Depois de sair do Albertina ainda passei em frente ao Palácio Imperial de Hofburg, mas optei por não entrar; até porque, por essa altura, o estômago já pedia almoço. A escolha recaiu no Der Wiener Deewan, um restaurante buffet paquistanês onde o comensal paga literalmente o que quiser. E o melhor de tudo é que a comida é deliciosa. O Der Wiener Deewan integra por mérito próprio a minha lista sobre onde comer em Viena (bom e barato). Imperdível!

De tarde, fui espreitar o Mercado Karmelitermarkt, antes de tomar café no Balthasar Kaffee Bar e, na mesma avenida, de visitar o incrível projeto Supersense (mistura de loja, galeria, café). São seguramente dois dos melhores cafés de Viena; mas, para terminar o dia em beleza, ainda fui conhecer o provocador Museu KunstHaus Wien e apreciar a fachada da Hundertwasser House, onde me lembrei naturalmente de Antoní Gaudí.

Para jantar, optei por um restaurante de comida tradicional austríaca chamado Gasthaus Kopp (sim, fui comer panados de porco!).

Dia 2

Roteiro Viena: Palácio Schönbrunn
Palácio Schönbrunn, Viena

Dediquei a manhã do segundo dia em Viena a visitar o Palácio Schönbrunn, um palácio imponente que integra a lista de Património da UNESCO na Áustria.

Segui depois para o Naschmarkt (Mercado Central de Viena), que explorei calmamente antes de entrar no adjacente Kijoro Sushi para um delicioso almoço de sushi. Para sobremesa, fui tomar café ao Kaffeefabrik, não muito longe dali.

A tarde prosseguiu com uma visita à Igreja de São Carlos (Karlskirche) para, entre outras coisas, apreciar os seus frescos. Fui também conhecer outras das lojas mais criativas de Viena, como a Gabarage Upcycling Design e a Freitag (malas feitas de lonas de camião reutilizadas), mas também a Vintagerie (móveis vintage) e a Habari, esta última uma loja com produtos artesanais de todo o mundo, com especial incidência em África, Europa e Japão.

Entretanto, aproveitei para descansar no fantástico café Phil (outra opção seria o Kaffemik – que também visitei), antes de passar pela Praça dos Museus, onde me sentei a apreciar o movimento de jovens e turistas.

Por fim, acabei por regressar ao restaurante paquistanês para poupar dinheiro. Se estivesse acompanhado e quisesse gastar mais na refeição, provavelmente teria ido experimentar o Tian – sobre o qual tinha lido maravilhas.

Dia 3

Kunsthistorisches
Kunsthistorisches, seguramente um dos melhores museus de Viena

A manhã foi dedicada a visitar o Palácio Belvedere, outro dos grandes edifícios apalaçados de Viena. Para o almoço, optei pelo vegetariano Hase Und Igel (é também uma loja biológica) e, de tarde, nova surpresa. Tinha reservado algum tempo para visitar o Museu de História da Arte de Viena (Kunsthistorisches), mas não sabia que era tão fascinante. A começar pela maravilhosa ala egípcia. Na verdade, não conheci todas as coleções porque, às tantas, e apesar do interesse, já sentia uma espécie de overdose de museus.

Estive também para ir depois conhecer o mercado Kutschkermarkt; mas tinham sido dias muito intensos em Viena e eu estava verdadeiramente cansado. Regressei, por isso, ao café Phil para descansar e trabalhar um pouco no blog, antes de voltar ao hotel Ruby Marie. A caminho, reparei por mero acaso numa festa de rua chamada Zollergassen-Fest – uma forma de terminar a tarde diferente do previsto.

Era o final do meu roteiro de 3 dias em Viena. Foi intenso e cansativo, mas valeu a pena. Seja como for, saí da capital austríaca com uma certeza: havendo próxima, terei de ir com mais tempo. Porque Viena merece (há tanto para ver e fazer…)! Foi uma grande, grande surpresa.

Mapa do roteiro em Viena

Legenda do roteiro de Viena: Dia 1 (Azul); Dia 2 (Amarelo); Dia 3 (Verde).

Guia prático

Roteiro Viena – Bratislava – Brno – Viena

Olhando para o mapa, é fácil reconhecer potencial na localização de Viena (Áustria), Bratislava (Eslováquia) e Brno (República Checa) para um roteiro triangular a partir da capital austríaca. Foi exatamente o que eu fiz, e resulta muito bem. É uma forma eficaz de conhecer três cidades completamente diferentes em outros tantos países da Europa Central.

Quanto tempo é necessário para conhecer Viena

Dada a profusão de atrativos de grande qualidade, Viena precisa de bem mais que três dias para ser visitada com tranquilidade. Eu diria que cinco dias será o mínimo para fazer justiça à cidade.

Dica: Para poupar tempo nas filas (e poupar dinheiro), considere comprar o Viena Pass (válido para 1, 2, 3 ou 6 dias de estadia).

Como chegar a Viena

A partir de Portugal, a TAP tem voos diretos de Lisboa para Viena (cerca de três horas e meia de viagem). É a forma mais prática de chegar à capital da Áustria.

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Onde dormir em Viena

Não é assim tão difícil encontrar hotéis relativamente acessíveis em Viena, desde que esteja disposto a abdicar um pouco em termos de localização. Seja como for, escrevi um artigo sobre onde ficar em Viena onde explico as vantagens e desvantagens de cada bairro; e as melhores opções dentro de cada um.

Optando por ficar em Neubau (para mim, o melhor distrito para se hospedar em Viena), recomendo sem reservas o excelente Ruby Marie (onde eu fiquei). Mas também o agradável Rosa Linde – Comfort B&B, o elegante NH Collection Wien Zentrum e o luxuoso (mas com muito estilo) Hotel Altstadt; ou ainda a mais económica Pension Primavera. São todos excelentes hotéis para dormir em Viena. Caso prefira um apartamento, é difícil encontrar algum mais elogiado do que os 7th Heaven Vienna Center Apartments.

Para outras opções de alojamento na capital austríaca, utilize o link abaixo.

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Seguro de viagem

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Filipe Morato Gomes
Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.