Apesar de Menorca ser principalmente conhecida como um destino de verão (ao ponto de muitos negócios fecharem assim que o outono toma conta da ilha), a verdade é que viajei para as ilhas Baleares durante o mês de outubro e no meu roteiro de viagem a Menorca incluí muito mais do que belos areais.
Menorca não é muito grande – quando comparada, por exemplo, com a vizinha Maiorca -, mas há muito a visitar na ilha. Vale por isso a pena investir algum tempo a pensar o que fazer em Menorca, tentando distribuir essas atrações pelos vários dias de viagem para aproveitar ao máximo a estada. Não fique só pelas praias e talvez se surpreenda!
A esse respeito, partilho neste artigo o meu roteiro em Menorca, dia a dia, para que possa adaptar o itinerário aos seus gostos pessoais e objetivos da viagem. Foram apenas cinco dias, mas muitíssimo bem aproveitados; incluindo passeios pedestres, monumentos megalíticos, atrações urbanas e, claro, bastantes calas e praias.
Dito isto, encare este roteiro de viagem a Menorca como um ponto de partida para elaborar o seu próprio itinerário, de acordo com os seus interesses e tempo disponível. Vamos a isso!
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O meu roteiro em Menorca
- 1.1 Dia 1: Ciutadella de Menorca
- 1.2 Dia 2: Velha Binibeca, praias, ruínas e Fornells
- 1.3 Dia 3: Caminho dos Cavalos e praias da Costa Sul (de Cala Turqueta a Cala Galdana)
- 1.4 Dia 4: Caminho dos Cavalos e praias da Costa Sul (de Cala Mitjana a Cala Escorxada)
- 1.5 Dia 5: Ruínas Talayóticas, norte de Menorca e a capital Mahón
- 1.6 Outras coisas a visitar em Menorca
- 2 Dicas para visitar Menorca
O meu roteiro em Menorca
Dia 1: Ciutadella de Menorca
Aterrei em Menorca de manhã cedo, após um voo madrugador oriundo de Santiago de Compostela. Fui imediatamente pegar no carro alugado e segui para Ciutadella de Menorca, o local onde escolhi pernoitar na ilha.
De seguida, comecei a explorar as atrações de Ciutadella de Menorca, incluindo o centro histórico, a Catedral de Santa Maria de Ciutadella, o Convento de Santo Agostinho e o Porto Antigo, entre muitos outros locais.
A tarde já ia a meio quando decidi espreitar duas praias das proximidades – Son Saura, Bellavista e a Cala Playa des Talaier – e percorrer um pequeno troço do Caminho dos Cavalos, um percurso pedestre com 185 km de extensão que circunda a ilha na totalidade (e de que falarei mais adiante).
De regresso a Ciutadella de Menorca, tempo ainda para espreitar o Castelo de São Nicolau, antes de um jantar numa das esplanadas da Plaça dels Pins. Era o final de um primeiro dia do roteiro em Menorca muito bem aproveitado.
Veja também o artigo sobre onde ficar em Menorca para perceber qual a melhor região da ilha onde se hospedar em função dos objetivos da viagem.
Dia 2: Velha Binibeca, praias, ruínas e Fornells
De manhã cedo, fui visitar o Mercado Municipal de Cuitadella, onde vários produtores da região vendiam verduras, queijos e outros produtos locais (no exterior), além de peixe fresco (no interior). Foi aí que fiquei a saber que, tal como no mercado da minha cidade (Matosinhos), é possível comprar peixe fresco no mercado e levar a um restaurante vizinho para ser cozinhado.
Era então altura de sair de Cuitadella de Menorca, à procura da necrópole megalítica Naveta des Tudons – um dos locais mais emblemáticos da chamada Menorca Talayótica. Devo dizer, aliás, que visitar estas estruturas megalíticas, espalhadas por toda a ilha, é um excelente programa para quem não quiser ficar os dias a lagartar nas belas praias de Menorca. Foi o que fiz neste roteiro em Menorca, intercalando praias com outras atividades, e resultou na perfeição.
A propósito, o itinerário levou-me então às enseadas Cala Binidali, Cala Biniparratx e Cala Blanco, onde dei um primeiro mergulho aproveitando as águas sem ondulação, tépidas e transparentes. Passei ainda pela Praia Binisafuller, antes de me embrenhar nas ruelas da belíssima Velha Binibeca. Trata-se de um antigo vilarejo de pescadores, muito bem cuidado, com ruelas estreitas e labirínticas e as casas todas pintadas de branco. No meu bloco de apontamentos escrevi: “por momentos parecia estar numa pequena aldeia de uma ilha grega”.
Antes de abandonar Binibeca, fui ainda espreitar a homónima praia, com um grande areal (para o padrão da ilha), fácil acesso e um bar de praia que me pareceu muito agradável.
Ao final da tarde, e já depois de visitar Talatí de Dalt e o povoado talayótico de Trepucó, decidi ir espreitar o famoso bar Cova d’en Xoroi, em Cala en Porter, para ver o pôr-do-sol e tomar um gin. Lá chegado, deparei-me com uma enorme fila de pessoas à entrada (era sábado), razão que me fez de imediato dar meia volta. Bem sei que é um dos principais pontos turísticos de Menorca, mas confesso que a quantidade de gente me desmotivou.
Passei ainda noutro local megalítico, mas estava fechado, pelo que, depois de ponderar as hipóteses, decidi aproveitar o que restava do dia para conhecer a povoação costeira de Fornells, onde – dizem! – se come a melhor caldeirada de lagosta de Menorca. Lá chegado, acabei também por resistir à vontade de provar a lagosta menorquina, não só pelos preços absurdamente altos (65€ a 75€ por pessoa) mas também pelo facto de, em outubro, não ser a época ideal [ver abaixo].
Estava quase a regressar a Ciutadella quando avistei um café-restaurante despretencioso e barato, e decidi sentar-me na esplanada. E foi assim que descobri um local espetacular para comer em Fornells, chamado Sa Nansa. A classificação no Tripadvisor não é a melhor, mas no menu encontram-se saladas espetaculares, uma “massa à marinheiro” deliciosa, peixe grelhado e pizzas de qualidade, entre outras opções. Em suma, pode até nem ser o melhor restaurante de Fornells, mas, a avaliar pela minha (excelente) experiência, tem uma relação qualidade/preço difícil de igualar.
Foi a forma perfeita de terminar um dia em cheio neste roteiro de viagem a Menorca.
Nota sobre a Caldeirada de Lagosta, especialidade gastronómica de Menorca
A época da pesca da lagosta em Menorca decorre entre maio e agosto, pelo que, fora dessa janela temporal, a lagosta servida nos restaurantes “ou é congelada, ou vem de viveiros, ou não é de Menorca”. As palavras são de um habitante local que, a meu pedido, indicou os melhores sítios onde comer a famosa caldeirada de lagosta em Fornells. Anote aí: restaurante Es Port e restaurante Es Cranc. De preferência entre maio e agosto, claro! Fica a dica.
Dia 3: Caminho dos Cavalos e praias da Costa Sul (de Cala Turqueta a Cala Galdana)
Este foi o primeiro de dois dias focados em fazer trechos do trilho Caminho dos Cavalos, unindo diversas praias da costa sul da ilha. É lá que, indubitavelmente, se encontram as praias mais bonitas de Menorca.
Assim, de calçado apropriado, fiz-me ao caminho. A ideia era percorrer vagarosamente a totalidade da Etapa 13 do Caminho dos Cavalos, com apenas 6,4 km de extensão, entre Cala Turqueta e Cala Galdana, para conhecer todas as praias e enseadas que aparecessem no caminho. Entre elas, a Cala Macarelleta (provavelmente a minha praia favorita em Menorca) e a vizinha Cala Macarella.
À chegada a Cala Galdana – que detestei! -, tempo para almoçar, retemperar energias e fazer todo o caminho de volta até Cala Turqueta, onde havia deixado o carro.
Antes de regressar a Ciutadella de Menorca, e como já não era hora para visitar monumentos megalíticos, decidi ainda espreitar a Praia de Son Xoriguer. Fica na turística Cala en Bosch e, talvez por isso, também não me encheu as medidas. Mas nada como ver com os meus olhos para formar opinião.
E assim dei por terminado mais um dia recheado de paisagens bonitas. Quase sempre a caminhar. E durante o qual vi as praias mais arrebatadoras da ilha.
Dia 4: Caminho dos Cavalos e praias da Costa Sul (de Cala Mitjana a Cala Escorxada)
Para este dia, o plano era continuar o Caminho dos Cavalos, sensivelmente a partir do final do trecho anterior, fazendo parte da Etapa 14 que liga Cala Galdana a Sant Tomás (eu iria apenas até Cala Escorxada, regressando depois pelo mesmo caminho).
Carro estacionado, caminhei até Cala Mitjaneta, uma pequena baía localizada ao lado da mais procurada Praia Mitjana. A partir daí, iria verdadeiramente começar o percurso pedestre litoral que me haveria de levar às praias Cala Trebalúguer, Cala Fustam e Cala Escorxada.
Depois de uma paragem para descansar, era então tempo de regressar a Cala Mitjana, onde deixara o carro estacionado. Lá chegado, e como o anoitecer ainda estava longe, rumei a norte para espreitar o Farol do Cabo Cavalleria e a praia homónima.
Já cansado (mas feliz), regressei então ao conforto de casa em Ciutadella de Menorca, não sem antes passar no chamado Hipogeu de Torre del Ram e fotografar as piscinas da vizinha Cala en Brut. A luz não estava nas melhores condições, pelo que me obriguei a voltar na manhã seguinte.
Com um banho, um jantar e duas cervejas terminava mais um dia em cheio a explorar as belezas de Menorca.
Não há absolutamente nenhum bar ou apoio de praia entre Cala Mitjana e Cala Escorxada. Leve muita água e alguns snacks, além de um chapéu e protetor solar.
Dia 5: Ruínas Talayóticas, norte de Menorca e a capital Mahón
No último dia deste roteiro em Menorca, e uma vez que o voo de regresso era apenas ao final da tarde, pude ainda aproveitar para conhecer outras atrações de Menorca. Incluindo uma praia na costa norte, dois locais da rota Talayótica e, claro, a capital Mahón.
Antes disso, comecei o dia com uma paragem matinal na Cala en Brut, localizada nos arrabaldes de Ciutadella de Menorca; onde, apesar da temperatura matinal ainda não ser elevada, já havia gente a tomar banho nas águas da enseada.
Segui depois para norte, rumo à Praia des Tancats, localizada na Cala d’Algaiarens, antes de me dedicar a dois monumentos megalíticos de grande relevo histórico. Refiro-me a Torre d’en Galmés e Torralba d’en Salort, cuja visita recomendo vivamente (sim, Menorca não é só praia!).
Era então tempo de explorar um pouco de Mahón, a principal cidade de Menorca, onde visitei o Mercado de Peixe e o adjacente Mercado Sa Plaça, instalado no claustro do antigo Convento del Carme – onde almocei tardiamente. Queria ainda visitar a imponente Igreja de Santa Maria de Mahón mas, infelizmente, estava de portas fechadas. A solução foi seguir para a importante Fortaleza La Mola, mandada edificar por ordem da Rainha Isabel II para defender a ilha. Como curiosidade geográfica, ali se encontra o ponto mais oriental de Espanha.
Em jeito de despedida das ilhas Baleares, fui ainda espreitar um último areal para ficar com um vislumbre das praias da região de Mahón. Escolhi Sa Mesquida, a apenas 8 km da fortaleza; mas já não havia muito tempo para banhos, pelo que me dediquei apenas à arte da fotografia.
Para terminar o roteiro em Menorca, ainda pensei ir até ao Poblat Talaiòtic de Sa Torreta de Tramuntana, outro dos sítios megalíticos da Menorca Talayótica, mas a prudência imperou e decidi não arriscar. Fui então entregar o carro alugado, antes de seguir até ao aeroporto de Mahón para apanhar o voo de regresso a Santiago de Compostela. Era o final desta viagem de cinco dias em Menorca, nas ilhas Baleares espanholas, que me permitiu conhecer boa parte das suas principais atrações. Em suma, valeu muito a pena!
Outras coisas a visitar em Menorca
De resto, há um conjunto de outras coisas que eu tinha ponderado fazer no meu roteiro em Menorca, mas que, por um motivo ou por outro, acabei por não concretizar. O tempo nunca dá para tudo! Eis, pois, algumas atividades que devem valer a pena:
- Tomar um copo no referido Cova d’en Xoroi (preferencialmente num dia de semana);
- Conhecer o interior da Catedral de Mahón;
- Visitar a Pedreiras de s’Hostal (Líthica)
- Fazer um pequeno percurso pedestre no Parque Natural S’Albufera des Grau;
- Visitar o Poblat Talaiòtic de Sa Torreta de Tramuntana;
- Fazer um passeio de barco (ver abaixo).
No que toca a excursões, saiba que pode valer a pena fazer alguma atividade de grupo ou participar em visitas guiadas, intercalando com a exploração das praias de Menorca. Especialmente os passeios de barco ao largo da ilha (eu não fiz, mas vi muitos pequenos barcos com turistas). Assim, entre as atividades e excursões organizadas disponíveis em Menorca, recomendo:
- Viagem de Barco por Enseadas e Praias c/ Almoço;
- Passeio de Barco pela Costa Sul (a partir de Cala Galdana);
- Passeio Turístico de Barco pela Costa Sul (a partir de Cala’n Bosch);
- Cala Galdana: 2 horas de barco com fundo de vidro;
- Cruzeiro pelas Praias da Costa Norte.
Dicas para visitar Menorca
Como chegar
A ilha de Menorca está relativamente bem servida de ligações aéreas, especialmente durante o verão, embora não tenha tantas rotas quanto a vizinha Maiorca. No caso de Portugal, as opções mais comuns são as ligações aéreas da Vueling, Air Europa ou Iberia desde o Porto ou Lisboa, com escala em Madrid ou Barcelona.
Dito isto, e uma vez que moro em Matosinhos e os preços compensavam imenso, optei por apanhar um voo direto da Ryanair em Santiago de Compostela (custou cerca de 30€, ida e volta). Em Menorca, o aeroporto fica próximo de Mahón, a sensivelmente 45 km de Ciutadella.
Note que, caso queira combinar Menorca e Maiorca na mesma viagem, poderá compensar voar para uma das ilhas e regressar pela outra – é uma questão de pesquisar no Skyscanner ou no Google Flights. Alternativamente, veja os horários dos barcos que ligam as ilhas Baleares, nomeadamente das empresas Balearia e Transmediterránea.
Quanto tempo ficar em Menorca
Ao contrário do que possa imaginar, Menorca não é assim tão pequena. Basta ver esta lista com o que fazer em Menorca ou o texto sobre as praias de Menorca para perceber que poderá passar uma semana na ilha sempre ocupado e sem repetir locais ou atividades. Dito isto, cinco dias completos é a estada mínima que recomendo, sendo que sete ou oito permitirão conhecer melhor todos os recantos da ilha. Portanto, opte por ficar uma semana em Menorca e não se arrependerá.
Como se deslocar em Menorca
A ilha de Menorca é daqueles destinos onde alugar um carro é, de longe, a alternativa mais segura. Fora da época alta o custo é acessível (eu paguei 10€ por dia em meados de outubro), e só assim se consegue aceder a muitos dos melhores locais da ilha. Também considerei alugar uma scooter, mas o perigo de acidentes graves é sempre mais elevado, razão pela qual evitei esta opção.
Em alternativa, existem os autocarros da TMSA, mas os horários são naturalmente limitados. Seja como for, a não ser que recorra também à boleia ou à bicicleta, não vai conseguir visitar em tempo útil muitos dos locais referidos no roteiro se viajar apenas de autocarro.
Simule na caixa abaixo os preços para alugar carro em Menorca.
Onde dormir em Menorca
Para entender um pouco melhor as diferentes regiões da ilha, veja o guia completo sobre onde ficar em Menorca. Em jeito de spoiler, posso adiantar que, na minha opinião, a Ciutadella de Menorca é a melhor base para se hospedar (explico porquê no artigo) – é lá que fica o excelente Cheap & Chic Hotel, por exemplo. Mas tudo depende dos objetivos da viagem.
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