Visitar Guimarães: roteiro com o que fazer na Cidade Berço

Por Filipe Morato Gomes
Visitar Guimarães
Centro histórico de Guimarães, classificado pela UNESCO como Património Mundial

Procura o que fazer em Guimarães, uma das mais belas cidades do norte de Portugal? Pois bem, se está a pensar visitar Guimarães posso garantir que faz muitíssimo bem. Eu próprio sou um apaixonado pela Cidade Berço da nação portuguesa, ao ponto de já ter ponderado a possibilidade de ir para lá viver. É verdade!

Mas haverá muito o que ver e fazer em Guimarães em 2 ou 3 dias? É disso que trata este artigo, um guia completo com tudo o que precisa de saber para visitar Guimarães.

Na verdade, do Paço dos Duques de Bragança ao Castelo de Guimarães, passando pelo Centro Internacional das Artes José de Guimarães, os maravilhosos Tanques de Couros e todo o centro histórico (que a UNESCO inclui na lista de locais classificados como Património Mundial em Portugal), atrativos é o que não falta na cidade.

O que fazer em Guimarães
Malha urbana vimaranense vista a partir do edifício do Centro Ciência Viva

Seguem-se dezenas de sugestões sobre o que ver e fazer em Guimarães e restaurantes onde comer bem e barato numa escapadinha de fim de semana, com referência às principais atrações, museus e passeios. Depois de chegar a Guimarães, o que visitar?

Eis, então, o meu guia completo para visitar Guimarães, a belíssima Cidade Berço de Portugal. Vamos a isso.

Conteúdo deste Artigo

O que fazer em Guimarães

Visitar o Paço dos Duques de Bragança

O que fazer em Guimarães: visitar o Paço dos Duques de Bragança
Sala do Paço dos Duques, um dos monumentos mais visitados de Portugal

O Paço dos Duques de Bragança é um monumento nacional tido como a principal atração turística da cidade de Guimarães. Tinha conhecimento desse facto, mas confesso que fiquei surpreendido quando soube que era o terceiro monumento mais visitado em Portugal. Não fazia ideia que o ex-libris da cidade de Guimarães tinha tantos visitantes (portugueses e estrangeiros) – incluindo muitos grupos de turistas espanhóis e excursões oriundas dos navios de cruzeiros que atracam no Porto de Leixões.

Mas, na verdade, não é difícil perceber o sucesso daquele que tem, por todas as razões, de constar do topo da lista dos lugares a visitar em Guimarães. Vejamos a sua história, em versão resumida.

Paço dos Duques de Bragança, em Guimarães
Paço dos Duques de Bragança, em Guimarães

Palácio de vastas dimensões, com características arquitectónicas de casa fortificada, coberturas de fortes vertentes e inúmeras chaminés cilíndricas que denotam a influência da arquitectura senhorial da Europa Setentrional.

in site da Câmara Municipal de Guimarães

O Paço dos Duques de Bragança é uma “majestosa casa senhorial do século XV, mandada edificar por D. Afonso – futuro Duque de Bragança, filho bastardo do Rei D. João I – a qual lhe serviu de residência e à sua segunda mulher, D.Constança de Noronha”. As palavras são do município de Guimarães.

O palácio foi entretanto transformado em museu e aberto ao público. Para o visitante, o edifício já valeria a visita – o teto de madeira em forma de casco de navio, por exemplo, é magnífico. Mas o Paço dos Duques tem um acervo valioso e muito interessante.

Do espólio, destaque para cópias das tapeçarias de Pastrana, que narram alguns dos passos das conquistas do norte de África; para as tapeçarias flamengas; o mobiliário português do período pós-descobertas; uma grande coleção de porcelanas da Companhia das Índias e faianças portuguesas das principais fábricas da época; e ainda uma coleção de armas e armaduras dos séculos XV a XIX.

Capela do Paço dos Duques de Bragança
Capela do Paço dos Duques de Bragança

Dito isto, há para mim um outro espaço que merece referência: uma capela lindíssima no piso superior do palácio, cuja visita recomendo vivamente. Por tudo isso, o Paço dos Duques de Bragança é outro dos locais a incluir na lista com o que visitar em Guimarães. Sem qualquer dúvida.

A terminar, de referir que eu fiz uma visita guiada ao Paço dos Duques absolutamente maravilhosa. O guia, cujo nome infelizmente não me recordo, era mesmo fantástico!

O Paço dos Duques está aberto diariamente entre as 10:00 e as 18:00 (última entrada às 17:30). O ingresso custa 5€ por pessoa, mas existe também um bilhete combinado com o Castelo de Guimarães, que custa 6€. Note que, desde meados de 2024, os cidadãos portugueses não pagam para visitar um conjunto de monumentos nacionais, entre eles o Paço dos Duques de Bragança. Basta mostrar o Cartão de Cidadão.

Conhecer o Castelo de Guimarães

Castelo de Guimarães
Interior do Castelo de Guimarães

A curta distância do edifício do Paço dos Duques fica o Castelo de Guimarães. Classificado como Monumento Nacional desde 1908, o Castelo de Guimarães encontra-se “ligado à fundação do Condado Portucalense e às lutas da independência de Portugal”.

A cidade é, aliás, popularmente designada como berço da nacionalidade, sendo um dos locais mais prováveis onde terá nascido D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal.

Visitar Guimarães: Batalha de São Mamede
Elemento comemorativo do oitavo centenário da Batalha de São Mamede, no exterior do Castelo de Guimarães

Para o visitante, sem dúvida que vale a pena entrar no castelo e percorrer as suas muralhas. Não há, naturalmente, muito que ver no seu interior. E nem as vistas são as melhores da cidade. Mas, ainda assim, acho que é ponto de paragem obrigatória em qualquer roteiro para visitar Guimarães.

A título de curiosidade, note que no interior do castelo é possível ver um filme de oito minutos com a recreação histórica em realidade virtual a 360º da chamada Batalha de São Mamede (ver Campo da Ataca, abaixo). Não achei espetacular, mas também não é péssimo. Fica ao critério de cada um, até porque ver o filme custa 6€ por pessoa.

O Castelo de Guimarães está aberto todos os dias das 10:00 às 18:00 (última entrada às 17:30). O ingresso custa apenas 2€ e deve ser comprada na bilheteira do Paço dos Duques. Há um bilhete combinado para as duas atrações que custa 6€. Sendo português, basta apresentar o Cartão de Cidadão, como explicado acima.

Igreja de São Miguel do Castelo

Igreja de São Miguel do Castelo, Guimarães
Interior da modesta Igreja de São Miguel do Castelo

A dois passos do Castelo de Guimarães encontra-se a Igreja de São Miguel do Castelo, pelo que, estando ali, seria uma pena não aproveitar para conhecer. Trata-se de uma igreja românica austera, em pedra e de pequenas dimensões, construída na primeira metade do século XIII.

A título de curiosidade, e a acreditar nas palavras do Turismo de Portugal, consta que no seu interior há “várias sepulturas de guerreiros nobres”. Há de facto uns túmulos ao fundo da igreja, mas desconheço quem serão tais personalidades.

Com toda a honestidade, não é para mim daquelas coisas imperdíveis a visitar em Guimarães. Mas, estando na região a conhecer o Paço dos Duques e o Castelo de Guimarães, porque não visitar a Igreja de São Miguel do Castelo, que fica a meio caminho entre eles? Fica a dica.

Calcorrear a Rua de Santa Maria

Rua de Santa Maria, em Guimarães
Rua de Santa Maria, em Guimarães

Tida como uma das ruas mais antigas de Guimarães, a medieval Rua de Santa Maria é, muito provavelmente, a artéria mais icónica da cidade. Já perdi a conta às vezes que por ali passei, e não me canso de admirar as casas de pedra, o chão de pedra, as plantas nas varandas, o ambiente tão austero quanto acolhedor da Rua de Santa Maria.

É, para mim, junto com a Praça de Santiago e a Praça da Oliveira, o ícone maior do centro histórico de Guimarães – classificado pela UNESCO como Património da Humanidade.

Dito isto, é claro que não é uma atração turística no sentido mais estrito do termo. Não há nada para ver, por assim dizer. Mas eu acho mesmo que é um ponto obrigatório nesta minha compilação com o que visitar em Guimarães. Vale o que vale.

Apreciar o Largo da Oliveira…

Largo da Oliveira
Largo da Oliveira, coração do centro histórico de Guimarães

Ao que consta, o burgo de Guimarães cresceu em torno do Largo da Oliveira, outrora chamado de Praça Maior. Atualmente, deve o nome a uma oliveira ali plantada, e é o epicentro turístico do centro histórico da cidade. O local por onde todos os visitantes passam. E não é para menos.

Para além do simbolismo histórico e a beleza da praça, é lá que ficam as lindíssimas arcadas dos Antigos Paços do Concelho, bem como a Igreja Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira (ver abaixo). Mas porventura o elemento mais espetacular, para o olhar do visitante, é o chamado Padrão do Salado.

Padrão do Salado, Guimarães
Pormenor decorativo no topo do Padrão do Salado, no Largo da Oliveira, Guimarães

Nas palavras oficiais, trata-se de um “alpendre gótico” que “terá sido mandado construir para comemorar a vitória obtida pelo rei D. Afonso IV na batalha do Salado, em 1340”. É um monumento único, que “alberga no centro um cruzeiro com Cristo crucificado numa das faces e na outra face Nossa Senhora”. É de facto algo pouco comum.

Tudo somado, tem mesmo de incluir o Largo da Oliveira na lista com o que fazer em Guimarães. Imperdível!

… e a Igreja Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira

Órgão de tubos da Igreja Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira
Pormenor do histórico órgão de tubos da Igreja Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira

Diante do Padrão do Salado fica a porta de entrada da Igreja Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira. Ao que consta, a igreja teve origem num mosteiro “criado pela Condessa Mumadona Dias na primeira metade do século X”, que acolhia tanto monges como monjas.

Embora não seja a minha igreja de Guimarães favorita, não deixe de a visitar. Principalmente por causa do órgão de tubos neoclássico existente no coro alto. Ao que consta, terá sido construído por volta de 1835, sendo que ainda hoje funciona. Aliás, os visitantes são muitas vezes presenteados com música tocada ao vivo no órgão de tubos – eu já tive essa sorte!

Dito isto, é no exterior do edifício que se encontra algo muito procurado pelos turistas nacionais e estrangeiros. Falo de uma gárgula tida como “exibicionista” que está na torre da igreja. Procure-a.

Desfrutar da Praça de Santiago

Visitar Guimarães: Praça de Santiago
Pormenor do casario na Praça de Santiago, centro histórico de Guimarães

Vizinha do mais famoso Largo da Oliveira, a Praça de Santiago é porventura a minha praça favorita do centro histórico de Guimarães. Os prédios que a circundam mantêm a alma de um lugar habitado e com vida, com gente à varanda e estendais com roupa a secar. É o coração vimaranense a pulsar com intensidade.

E o melhor é que quem visitar Guimarães tem oportunidade de desfrutar tranquilamente deste maravilhoso espaço urbano. Isto porque na Praça de Santiago há cafés com esplanada para se sentar, descansar e tomar uma bebida refrescante a meio de um dia intenso a explorar a cidade.

Praça de Santiago
Santiago, uma das praças mais icónicas de Guimarães

Com a vantagem de, se levantar a cabeça e olhar em redor, observar o tal quotidiano local numa praça que, por agora, ainda não foi totalmente tomada pelo negócio do Alojamento Local.

Em suma, quando estiver a planear o que fazer em Guimarães, não deixe de alocar tempo para desfrutar da Praça de Santiago. Deixar-se estar e sentir o pulsar da cidade. É, sem dúvida, dos meus lugares preferidos do centro histórico de Guimarães. A visitar!

Ver as exposições do CIAJG – Centro Internacional das Artes José de Guimarães

Centro Internacional das Artes José de Guimarães
Arquitetura do CIAJG – Centro Internacional das Artes José de Guimarães

Outras das coisas a fazer em Guimarães é, sem qualquer dúvida, visitar o CIAJG – Centro Internacional das Artes José de Guimarães. Resumidamente, trata-se de um centro de arte contemporânea instalado num edifício belíssimo e que tem por base a coleção do artista vimaranense José de Guimarães. Nas palavras oficiais, a coleção é “composta por arte africana, arte pré-colombiana, arte antiga chinesa, e um conjunto representativo da sua obra”.

Há, no entanto, uma problemática associada às máscaras em exibição que, como em muitas outras coleções espalhadas pelo mundo – com particular ênfase em colecionadores europeus – é natural que tenham sido, na sua origem, literalmente roubadas aos seus legítimos proprietários. Por mais que o colecionador diga que comprou numa qualquer feira da ladra por essa Europa fora, alguém, antes disso, a subtraiu a uma aldeia.

CIAJG - Centro Internacional das Artes José de Guimarães
Pormenor da exposição no CIAJG

E o problema é que muitas dessas máscaras – assumindo que são autênticas! – não são apenas um pedaço de madeira decorativa. Ao invés, representam muitas vezes divindades que habitam a própria máscara, o que significa que, aos olhos dos aldeões, legítimos proprietários das máscaras, são as próprias divindades que lhes foram roubadas. E isso é uma perda cultural violentíssima para muitas comunidades indígenas pelo mundo fora.

Em suma, na qualidade de visitante que simplesmente aprecia o lado artístico do que lhe é mostrado, gostei naturalmente de ver o espólio de José de Guimarães. Mas é impossível ficar indiferente ao problema. Especialmente quando se visita o CIAJG na companhia de uma amiga indiana de cuja aldeia foram muitas vezes roubadas máscaras e que me pergunta, de olhos humedecidos, à entrada: “Como é que queres que me sinta se encontrar aqui uma máscara roubada da minha aldeia?”. Confesso que só me apetecia chorar…

Fazer o percurso pedonal no adarve da Muralha de Guimarães

Muralhas de Guimarães
Caminhando pelas Muralhas de Guimarães

Junto ao Museu de Alberto Sampaio encontra-se a entrada para um jardim que poderá passar despercebido ao visitante. Ora, é precisamente nesse jardim que se encontra o acesso ao topo do que resta das muralhas de Guimarães.

O percurso tem apenas 300 metros e faz-se em poucos minutos, mas na minha opinião vale bem a pena. É uma forma diferente de chegar ao extremo norte da Avenida Alberto Sampaio, junto ao Largo Condessa Mumadona, e às traseiras da Câmara Municipal de Guimarães. É lá que fica a chamada Porta do Burgo, local onde os visitantes deverão descer das muralhas.

O percurso pedonal pode ser feito diariamente, entre as 10:00 e as 22:00. A entrada é gratuita, sendo que as crianças se devem fazer acompanhar por adultos. O local de acesso aparece referenciado no Google Maps como “Percurso Pedonal no Adarve – Oliveira do Castelo”, como é possível comprovar no mapa de Guimarães abaixo.

Visitar a Igreja de São Francisco…

Igreja de São Francisco, visitar Guimarães
Música na Igreja de São Francisco, Guimarães

Provavelmente a igreja de Guimarães com o exterior mais bonito, a Igreja de São Francisco fez originalmente parte do homónimo convento edificado junto à muralha medieval.

Esta igreja do século XIII tem um interior barroco brilhantemente dourado e ornamentado, juntamente com um encantador claustro renascentista e azulejos do século XVIII (azulejos pintados à mão) representando cenas da vida do santo.

in Lonely Planet

Não sou entendido em arte sacra, pelo que não me vou alongar muito em explicações teóricas. Mas repare nos azulejos; nos frescos; na imponente nave única da igreja; na capela-mor gótica; e até na “decoração dos capitéis e molduras dos janelões” que, ao que consta, mostram influências do Mosteiro da Batalha.

Tudo somado, creio não haver qualquer dúvida de que vale muito a pena entrar e visitar. Até porque pode ter a sorte – como eu tive – de encontrar alguém a tocar o órgão da igreja. A incluir no seu roteiro de 1 ou 2 dias em Guimarães, portanto.

… e o Largo do Toural

Guimarães o que visitar: Largo do Toural
Largo do Toural, Guimarães

Tida como a principal praça de Guimarães, o Largo do Toural fica junto ao que resta da antiga Porta da Vila, a mais importante das portas que davam acesso ao interior da muralha do burgo vimaranense. Atualmente, continua a ser uma das portas de entrada no centro histórico de Guimarães.

Para mim, confesso que o Largo do Toural é pouco mais do que um ponto de passagem. Gosto, ainda assim, do pequeno espaço público adjacente chamado Jardim da Alameda, onde se encontra um coreto e vários bancos de jardim perfeitos para descansar. Mas fica a referência ao Toural, seguramente uma das praças mais conhecidas e visitadas de Guimarães.

Subir a Torre Alfândega

Torre Alfândega, Guimarães
Vista do topo da Torre Alfândega, Guimarães

Inaugurada em agosto de 2024 após um longo período de reabilitação, a Torre Alfândega permite aos visitantes um ponto de vista distinto – mais elevado! – sobre o centro histórico de Guimarães. É, por isso mesmo, uma das mais recentes atrações turísticas da cidade que eu recomendo.

Assim, estando no Largo do Toural não há nenhum motivo para não subir à vizinha Torre Alfândega e desfrutar das vistas. A título de curiosidade, é lá que se encontra a célebre e muito fotografada inscrição “Aqui nasceu Portugal”, pelo que a sugestão é não apenas fotografar a Torre Alfândega mas também subi-la. Fica a dica!

A entrada na Torre Alfândega faz-se pelas traseiras e é por enquanto gratuita.

Fotografar o Largo República do Brasil a partir da Igreja Santos Passos

O que fazer em Guimarães: visitar Igreja Santos Passos
O Largo República do Brasil visto do coro alto da Igreja Santos Passos

É certo e sabido que o jardim do Largo República do Brasil é dos locais mais fotografados de Guimarães. E com razão – é muito bonito e bem arranjado. Mas raramente a fotografia é feita do local que permite a perspectiva mais bonita do jardim. Pelo menos é essa a minha opinião.

Ora, deixo-lhe então um desafio. Em vez de apreciar o jardim a partir da zona da muralha e tendo a Igreja Santos Passos como pano de fundo, experimente atravessar o jardim, entrar na igreja, subir ao coro alto e olhar pela janela central. Que tal? Wow!

A subida ao coro alto da igreja custa 1€ por pessoa. Há uma máquina no local para fazer o pagamento.

Tanques de Couros

Tanques de Couros
Tanques de Couros, recentemente adicionados à lista de Património Mundial da UNESCO

A área de Couros é outra das minhas regiões preferidas da cidade de Guimarães. Trata-se de uma extensão da área intramuros do centro histórico, já inscrita na lista de Património Mundial, que inclui um par de complexos monásticos e, mais importante, uma zona industrial. E é esse o principal motivo de interesse para quem visitar Guimarães e quiser explorar Couros.

Ora, é fácil deduzir que o nome Tanques de Couros remete para os tanques de pedra usados no ofício tradicional de curtimenta das peles. Mal comparado, espere ver tanques parecidos com os de Fez, em Marrocos. Mas numa área muito mais reduzida e, naturalmente, sem atividade nem odores.

O que visitar em Guimarães: Tanques de Couros
Tanques de Couros

No caso de Guimarães, consta que o ofício tenha deixado de ser praticado em meados do século XX. Mas vale muito, muito a pena passear pela região, visitar os tanques e desfrutar do ambiente do bairro. Como digo, a zona de Couros é das minhas preferidas em Guimarães.

Se tem interesse no ofício, veja também o artigo sobre o que fazer em Fez, Marrocos, onde se fala da Tanaria Chaouwara.

Fotografar o túnel da Escola de Artes Visuais

Escola de Artes Visuais
Túnel de acesso à Escola de Artes Visuais, em Guimarães

Seguramente uma das sugestões mais fora da caixa desta lista com o que fazer em Guimarães, a verdade é que, para quem gosta de fotografia, há um recanto pouco conhecido e muito fotogénico que gostaria de recomendar. Já lá passei imensas vezes, incluindo com fotógrafos profissionais estrangeiros, e o fascínio é sempre uma constante. Falo do túnel sob a Avenida Dom Afonso Henriques que dá acesso à Escola de Artes Visuais (perto do Teatro Jordão, numa ruela perpendicular rebaixada).

Na verdade, desconheço se aquele espaço tem nome. Mas duvido. É apenas uma passagem escura que une duas áreas da cidade. Chamemos-lhe, pois, túnel da Escola de Artes Visuais. Se aprecia fotografia, não deixe de incluir no seu roteiro para visitar Guimarães.

Apreciar a sacristia da igreja do Convento de Santo António dos Capuchos

Sacristia Convento de Santo António dos Capuchos
A estonteante sacristia da igreja do Convento de Santo António dos Capuchos, em Guimarães

Wow! Talvez nunca tenha ouvido falar na sacristia da igreja do Convento de Santo António dos Capuchos mas, para mim, é das maiores surpresas que Guimarães tem para oferecer. Nem sei o que dizer!

Confesso que só soube da sua existência pela boca de uma querida amiga vimaranense, que me mostrou fotografias e com isso me deixou boquiaberto e me fez voltar a Guimarães para conhecer aquele recanto gerido pela Santa Casa da Misericórdia de Guimarães.

Talha dourada numa igreja de Guimarães
Pormenor em talha dourada na sacristia

A instituição criou um Percurso Museológico que permite visitar os pátios e claustro do edifício, para além da igreja propriamente dita, onde se encontra a sacristia do séc. XVIII.

Palco de recentes e profundas obras de conservação e restauro, a talha dourada e policromada da sacristia é de uma beleza estonteante. Diz-se que “reune, no mesmo espaço, todas as técnicas decorativas”, criando um conjunto realmente único”.

Referência também para os painéis do teto da sacristia, igualmente restaurados. Não há como ficar indiferente. Se tem dúvidas sobre o que visitar em Guimarães, não hesite. Não é dos locais mais visitados da cidade, mas vai ver que vale a pena.

De acordo com a Santa Casa da Misericórdia de Guimarães, a igreja está aberta ao público diariamente nos horários 10:00-13:00 e 14:00-18:00, integrada no Percurso Museológico. A entrada para o custa 2€ por pessoa.

Conhecer a Roda dos Expostos no Convento das Dominicas

O que ver em Guimarães: Roda dos Expostos
À direita, a Roda dos Expostos, Guimarães

As Rodas dos Expostos, também conhecidas como Rodas dos Enjeitados, são cilindros giratórios que eram, na sua essência, uma forma dos conventos comunicarem com o exterior. Peguemos nas palavras da infopédia para melhor explicar o conceito.

As rodas eram cilindros giratórios com uma grande cavidade lateral que se colocavam junto às portarias dos conventos. As rodas existiam sobretudo nos mosteiros de clausura mas também em alguns conventos. Inicialmente serviam de meio de comunicação entre o interior e o exterior do convento. Na abertura lateral, eram colocados objetos pelas pessoas que se encontravam no exterior do convento. Após a colocação do objeto, aquele que se encontrava no exterior tocava uma sineta e a irmã “rodeira”, no interior do convento, aí fazia girar a roda, retirando de seguida os objetos aí colocados.

in Infopédia


Apesar dessa origem, reza a história que, mais tarde, estes mecanismos começaram a ser usados para colocar crianças enjeitadas ou fruto de ligações, digamos, inconvenientes ou “proibidas”, para serem criadas pelas freiras do convento. A Roda dos Enjeitados, portanto.

Ora, há no Convento das Dominicas, em pleno centro histórico de Guimarães, uma dessas rodas que vale a pena conhecer. Eu, pelo menos, gostei muito de ver, até porque está em excelentes condições.

É provável que o portão de ferro esteja fechado. Caso isso aconteça e tenha mesmo interesse em visitar, indague junto do Posto de Turismo sobre eventual possibilidade de visita.

Conhecer o antigo sistema de alarme do centro histórico

O que ver em Guimarães: antigo sistema de alarme
Uma das caixas do antigo sistema de alarme do centro histórico de Guimarães

Tal como no centro histórico do Porto, também em Guimarães encontrei um antigo sistema de alarme.

Trata-se de pequenas caixas de ferro colocadas nas torres sineiras das várias igrejas da cidade, usadas para “chamar a população a acudir à ocorrência de incêndios ou outros incidentes nos bairros da área de influência de cada igreja”. A cada bairro estava atribuído um número, sendo utilizado um código de toques com esses números que permitia localizar o local da ocorrência.

Ora, se é certo que não é das principais atrações turísticas de Guimarães, eu pelo menos gosto destas curiosidades históricas. Fica a referência, caso queira dedicar algum tempo a procurar estes elementos arquitetónicos.

Centro Ciência Viva de Guimarães

Roteiro Guimarães: Centro Ciência Viva
Centro Ciência Viva de Guimarães

Não sei se posso considerar uma atração turística, mas o Centro Ciência Viva de Guimarães (CCVG) é mesmo interessante. Fica nas instalações maravilhosas do antigo edifício da Fábrica de Curtumes Âncora que, nas palavras oficiais, “recebeu obras de reabilitação que conservaram a sua identidade arquitectónica singular, deixando intacto o legado associado à transformação das peles dos diferentes animais em couros”. É lindo!

Quanto ao conteúdo, a exposição permanente é “composta por 17 módulos interativos que abrangem várias áreas do conhecimento – Eletrónica e Instrumentação, Robótica, Reciclagem, História ou Comunicações”.

Placa no Centro Ciência Viva de Guimarães
Placa no Centro Ciência Viva de Guimarães

Sem desprimor para o acervo tecnológico e conteúdo educativo, o CCVG atrai-me principalmente pela reabilitação arquitetónica da antiga fábrica de curtumes. Adoro!

O Centro Ciência Viva de Guimarães está aberto de segunda a sexta-feira nos horários 09:30-13:00 e 14:00-18:00.

Apreciar a arte urbana de Guimarães

Arte urbana de Guimarães
Mural de arte urbana de Guimarães, junto ao Centro Ciência Viva

Qualquer que seja o destino, procuro sempre encontrar murais de arte urbana ou outras instalações criativas. E Guimarães não poderia ser exceção. Deixo, por isso, o desafio aos leitores-viajantes, para que se deixem perder nas ruas e bairros de Guimarães à procura desse exemplares.

O mural retratado na imagem está junto ao Centro Ciência Viva e serve apenas como exemplo. mas há muitos mais. Assim, se procura o que ver e fazer em Guimarães, já sabe: do centro histórico ao mural de Creixomil de Nelson Xize, parta à descoberta da arte urbana de Guimarães.

Fazer os trilhos da Penha…

Percursos pedestres Penha
Trilhos na Penha, Guimarães

Para quem aprecia espaços verdes e Natureza, há imensos passeios que se podem fazer na Penha, a pequena montanha localizada às portas de Guimarães. Caso esteja bem fisicamente, pode inclusivamente fazer o PR3 GMR – Rota da Penha, um trilho circular com 8 km de extensão, início e término na cidade de Guimarães e passagem pela Penha.

Dado o desnível, não é, naturalmente, um trilho fácil. Mas pode sempre subir de teleférico e descer caminhando, para desfrutar do ar fresco da Penha e das vistas desafogadas sobre a cidade de Guimarães. Seja durante a descida ou até, antes disso, do chamado Miradouro da Penha. Ora veja.

… e apreciar as vistas do Miradouro da Penha

Visitar Guimarães: Miradouro da Penha
Vistas da cidade de Guimarães a partir do Miradouro da Penha

Ora, estando na Penha, é impensável não aproveitar para apreciar as melhores vistas sobre a cidade de Guimarães. Assim, nas traseiras do Santuário da Penha encontra um miradouro a partir de onde, especialmente com as cores quentes de um final de tarde soalheiro, pode desfrutar de uma paisagem urbana lindíssima. Aproveite.

Visitar a Citânia de Briteiros

Visitar Citânia de Briteiros
Final de tarde na Citânia de Briteiros, Guimarães

Tido como “um dos mais expressivos povoados proto-históricos da Península Ibérica”, a Citânia de Briteiros impressiona pela dimensão e monumentalidade das suas muralhas, bem como a beleza da localização. Isto porque o povoado fortificado da Idade do Ferro foi instalado no alto do Monte de São Romão, a apenas 15km da cidade de Guimarães e com vistas para o vale do Rio Ave.

No que toca ao complexo arqueológico propriamente dito, atentemos nas palavras oficiais do Turismo de Guimarães.

Protegida por quatro diferentes linhas de muralhas e integrando vários bairros habitacionais, zonas de utilização pública, áreas para acomodação de rebanhos, arruamentos lajeados e duas estruturas de banhos, a Citânia de Briteiros é uma das primeiras formas de cidade conhecidas no Noroeste da Península Ibérica. O sítio arqueológico abrange uma área total de 24 hectares, tendo a zona visitável, correspondente à área escavada, uma área de 7 hectares de ruínas a descoberto.

in site Visit Guimarães

Ora, apesar do muito que já foi escavado, permanecem no subsolo muitos segredos e ruínas por revelar. Será seguramente fascinante acompanhar o resultado de futuras escavações. Tudo somado, se tem interesse por sítios arqueológicos não deixe de visitar a Citânia de Briteiros. É outra das principais atrações de Guimarães.

A Citânia de Briteiros está aberta diariamente durante o verão (sensivelmente de inicio de abril a fim de outubro), no horário 09:30-12:30 e 14:00-18:00. Nos restantes meses encerra à segunda-feira, sendo que da parte da tarde o horário termina às 17:00.

Ver as estátuas do Campo da Ataca

O que visitar em Guimarães: Campo da Ataca
Campo da Ataca, em São Torcato, arredores de Guimarães

Tido como o local onde ocorreu a Batalha de São Mamede em junho de 1128, terá sido ali, na freguesia de São Torcato, que Afonso Henriques levou de vencida os inimigos espanhóis, conquistando assim a soberania do Condado Portucalense.

Nesse contexto, o Campo da Ataca é um local simbólico, considerado pelos vimaranenses como origem da nação Portuguesa. No local foram erigidas sete estátuas esguias e muito bonitas, simbolizando essa importante batalha para a independência de Portugal. Fica nos arredores de Guimarães, a sensivelmente 5km do centro da cidade.

Se tiver tempo, inclua este local no seu roteiro com o que fazer em Guimarães. Não diria que é uma atração imperdível – até porque fica fora de mão! -, mas vale principalmente pelo simbolismo.

Visitar uma quinta vinícola

Fazer vindimas em Guimarães
Vindimas na Quinta dos Encados, em Guimarães

Sou apaixonado pelas vindimas no Douro, mas a verdade é que não é preciso rumar ao Douro Vinhateiro para ter esse tipo de experiência. Também em Guimarães é possível ver e participar nas vindimas – e muitas outras atividades numa quinta produtora de vinhos. Sim, talvez se surpreenda se lhe disser que há muitas quintas vinícolas nos arredores da cidade, e que produzem vinhos de grande qualidade.

Uma delas é a Quinta dos Encados, um projeto familiar a escassos 8km do centro da cidade que organiza múltiplas atividades ao longo do ano. São disso exemplo as habituais provas de vinho, mas também eventos mais distintivos como sessões de cinema no meio das vinhas.

Vinhas em Guimarães
Pormenor de uma videira na Quinta da Cancela, em Guimarães

Visitei também a Quinta da Cancela, em São Lourenço de Sande, que, para além de um alojamento de turismo rural muito bom, oferece também experiências vínicas, nomeadamente refeições caseiras. Quando a fui visitar, as vindimas estavam a terminar, mas não sei dizer se organizam atividades para turistas durante a época das vindimas.

Oque sei é que o fim de tarde na varanda da casa e o jantar caseiríssimo são dois momentos impagáveis. Se não sabe o que fazer em Guimarães depois de visitar o centro histórico e os museus, aqui fica a sugestão.

Para reservar qualquer experiência, veja em www.quintadacancela.pt.

Fazer um piquenique junto das vinhas

Piquenique numa quinta vinicola
Piquenique numa quinta vinícola em Guimarães

Para além das originais sessões de cinema nas vinhas, uma das atividades mais distintivas que fiz nas vinícolas de Guimarães foi um piquenique. Sim, um piquenique. E foi na já referida Quinta dos Encados.

“Para além de ser uma atividade divertida e relaxante os piquenique são ótimos para desfrutar da natureza e do ar livre. Reunir a família, os amigos ou parceiro num picnic pode melhorar o humor, reduzir o stress e aumentar a sensação de bem-estar. Aqui, a natureza torna-se o palco para uma experiência gastronómica que vai desde o menu tradicional, com os seus enchidos, queijos e salgadinhos até ao menu vegetariano, com produtos naturais frescos, saudáveis e igualmente deliciosos”. As palavras são dos organizadores, e creio que resumem bem o espírito da atividade.

A título de curiosidade, de referir que o piquenique tanto pode ser feito no meio das vinhas como no bosque da quinta, com vista para as vinhas. Eu fiz no bosque, e adorei!

É fundamental reservar o piquenique com pelo menos 24 horas de antecedência. Visite o site oficial da Quinta dos Encados, em www.quintadosencados.com.

Sentir o ambiente criativo do Ramada 1930

Vida noturna em Guimarães: Ramada 1930
Espaço interior do Ramada 1930, no IDEGUI – Instituto de Design de Guimarães

Localizado nas instalações do IDEGUI – Instituto de Design de Guimarães (parceria entre o município vimaranense e a Universidade do Minho), o Ramada 1930 é, para mim, um pretexto para voltar àquele espaço estilo garagem onde se respira arte e criatividade e é possível encontrar instalações artísticas.

Nas palavras oficiais, com a criação do IDEGUI “pretendia-se enfatizar as ligações entre o Design, a Arquitetura e a Engenharia e tornar possível uma articulação entre criatividade e tecnologia, estimulando um ambiente de inovação, afirmando-o como uma plataforma para o desenvolvimento do conhecimento, colaboração e experimentação no domínio do Design”. E creio que os objetivos foram conseguidos.

Assim, passe pelo IDEGUI para apreciar o que estiver exposto no momento e aproveite para beber um copo no Ramada 1930.

Comer no restaurante Cor de Tangerina

Onde comer em Guimaraes: Cor de Tangerina
Prato maravilhoso no restaurante vegetariano Cor de Tangerina, em Guimarães

Não há que ter medo das palavras: o restaurante Cor de Tangerina é um dos melhores restaurantes vegetarianos onde eu já comi em todo o mundo. Sim, não estou a falar apenas de Guimarães. É mesmo muito bom.

Na verdade, tirando o tempo de espera (bem sei que o conceito é slow food, mas às vezes é um exagero!), não sei o que podem os chefs Álvaro Dinis Mendes e Liliana Duarte fazer para melhorar. É tudo perfeito. O empratamento é lindo, a comida deliciosa e o restaurante fica num edifício muito acolhedor e decorado com bom gosto. Recomendo sem reservas!

Provar as Tortas de Guimarães (e outra doçaria conventual)

Tortas de Guimarães
Tortas de Guimarães da Divina Gula

A Divina Gula é uma das pastelarias mais afamadas para provar doçaria conventual em Guimarães. Assim, entre os doces mais emblemáticos da cidade, referência para as chamadas Tortas de Guimarães. Trata-se de um doce alegadamente criado pelas freiras do Convento de Santa Clara, em Guimarães, e que hoje é sem qualquer dúvida uma das especialidades da doçaria vimaranense.

Em resumo, o doce conventual é feito com “massa folhada recheada com geleia de gema de ovo, açúcar, amêndoas moídas e abóbora”, mas cada confeitaria tem o seu toque especial. Em qualquer caso, a massa costuma ser dobrada em forma de lua crescente e frisada nas bordas.

Experimente e faça bom proveito – eu gosto muito das Tortas de Guimarães!

Se gosta de doçaria tradicional, não deixe também de passar na Padaria das Trinas. Fica a dica.

Outras coisas a fazer em Guimarães

O que fazer em Guimarães: ver Passos da Via Sacra
Um dos Passos da Via Sacra existentes na cidade de Guimarães

Como é evidente, esta não é uma lista exaustiva com o que fazer em Guimarães. Até porque, como disse, a cidade está em acentuada mudança e a todo o momento podem aparecer novos projetos interessantes e atrações turísticas a recomendar. Dito isto, além das atrações referenciadas no artigo (e no mapa), eis outras coisas que pode fazer numa viagem a Guimarães. Vai gostar.

  • Participar nas Festas Nicolinas, incluindo a Noite do Pinheiro.
  • Espreitar o Edifício Muralha, para apreciar como a estrutura preserva e expõe a própria muralha de Guimarães (sim, é um edifício com partes da muralha no seu interior!).
  • Visitar o museu Casa da Memória de Guimarães.
  • Ver os Passos (ou Estações) da Via Sacra, demonstrações populares de religiosidade e devoção à Paixão de Cristo espalhadas pela cidade. Atualmente, existem em Guimarães cinco dos sete passos originalmente construídos.
  • Ir à Pousada Santa Marinha da Costa tomar um café e aproveitar para conhecer os claustros, os jardins relaxantes e uma varanda com azulejos belíssimos.
  • Assistir a espetáculos de música e teatro no magnífico Centro Cultural Vila Flor, incluindo o Festival Guimarães Jazz.

Mapa dos lugares a visitar em Guimarães

No mapa acima, encontra a localização exata de todos os lugares referenciados no artigo. Como vê, entre o centro histórico classificado pela UNESCO, o verde da Penha e o acervo de alguns museus, não falta o que ver e fazer em Guimarães. Em qualquer altura do ano!

Roteiro com o que visitar em Guimarães em 1 dia

Citânia de Briteiros, Guimarães
Citânia de Briteiros

Apesar de achar que o ideal é visitar Guimarães em 2 ou 3 dias, bem sei que nem sempre é possível dispor de tanto tempo, pelo que muitas pessoas têm apenas 1 dia para conhecer a cidade. Assim, deixo aqui um roteiro com o que ver e fazer em Guimarães em 1 dia.

  • Se acordar bem cedo, passeie pelo centro histórico de Guimarães para um primeiro contacto com esta zona da cidade. Encontrará as ruas com pouca gente e seguramente ainda despidas dos grupos turísticos. É um prazer enorme ver a cidade acordar debaixo dos primeiros raios de sol.
  • Às 10:00 (hora de abertura), esteja pronto para visitar o Paço dos Duques de Bragança.
  • Siga depois para o Castelo de Guimarães e a adjacente Igreja de São Miguel do Castelo, que fica nas proximidades.
  • Na mesma região, aproveite para visitar a belíssima sacristia da igreja do Convento de Santo António dos Capuchos.
  • A dois passos fica o restaurante Cor de Tangerina, excelente opção vegetariana para almoçar em Guimarães.
  • De tarde, entre na Igreja de São Francisco e depois aproveite para visitar a zona dos Tanques de Couros, recentemente adicionada à lista de Património da Humanidade.
  • Depois, aprecie as coleções da CIAJG – Centro Internacional das Artes José de Guimarães.
  • Ao final da tarde regresse ao centro histórico de Guimarães para explorar mais ruas e praças, incluindo a Praça da Oliveira, a Rua de Santa Maria e tantas outras.
  • E, se ficar para a noite, passe pela Praça de Santiago para um copo e dois dedos de conversa.

Estou certo de que será um dia muito bem passado na cidade de Guimarães. E, se incluir o destino num roteiro de viagem pelo Minho, considere visitar também a vizinha cidade de Braga.

Dicas para visitar Guimarães

Onde fica Guimarães

A cidade de Guimarães está situada na região Norte de Portugal, mais concretamente no distrito de Braga, parte da antiga província do Minho. Em termos práticos, fica a pouco mais de 50km da cidade do Porto e a 25km de Braga.

Qual a melhor época para visitar Guimarães

Honestamente, Guimarães é um destino visitável durante todo o ano, mas para mim as épocas mais bonitas são os meses da primavera e do outono. Em todo o caso, se possível evite os fins de semana dos meses de verão, já que a cidade é atualmente um destino muito popular para escapadinhas de fim de semana, incluindo entre os vizinhos espanhóis.

Como chegar a Guimarães desde o Porto

Se tiver tempo disponível e preferir visitar os destinos de forma independente, saiba que há muitos autocarros e comboios a unir as cidades do Porto e Guimarães. Veja os sites da Rede Expressos e da CP; ou então pesquise num agregador como a Omio, que apresenta todas as hipóteses de transportes disponíveis para Guimarães.

Se, ao invés, tiver os dias contados ou preferir o conforto de uma visita guiada a partir do Porto, considere estas duas excelentes excursões (com ou sem almoço incluído):

Por fim, se preferir a flexibilidade de ter transporte próprio, pode simular os preços dos carros de aluguer no link abaixo. Apesar de mais dispendioso do que os transportes coletivos, não há dúvida de que ter carro proporciona muito maior flexibilidade para visitar Guimarães, ir até à Penha e visitar uma quinta vinícola nos arredores da cidade.

Calcular preço do aluguer de um carro

Onde ficar em Guimarães

Para entender um pouco melhor as diferentes regiões onde ficar hospedado, veja o guia completo sobre onde ficar em Guimarães. Em jeito de spoiler, entre os hotéis vimaranenses mais populares, destaque para o muito elogiado Hotel Toural (4 estrelas); para o incrivelmente bem localizado Hotel da Oliveira (também de 4 estrelas); e ainda para a moderna e elegante Casa do Juncal (um dos meus alojamentos preferidos).

Mas há muitos outros, como o recentemente remodelado Hotel Fundador (3 estrelas), onde já fiquei a dormir várias vezes; e o seu vizinho Hotel de Guimarães (4 estrelas). Pertencem ao mesmo grupo hoteleiro e estão convenientemente localizados a dois passos da estação de caminhos-de-ferro de Guimarães.

Caso não se importe de ficar fora da cidade, já fiquei hospedado na The Grove Houses, a caminho da Penha, e só tenho elogios a fazer. Acolhedor e com anfitriões maravilhosos, é daqueles lugares que rima com casa da avó. Recomendo vivamente – é seguramente uma das melhores hospedagens de Guimarães. E não deixe de explorar os jardins da propriedade – são magníficos!

Alternativamente, a referida Pousada Mosteiro de Guimarães (também conhecida como Pousada de Santa Marinha) é outro hotel incrível. Mas pode também dormir em quintas vinícolas, como a Quinta Pousada de Fora, que recomendo vivamente (já lá dormi). Ou então a Quinta da Cancela, que conheço bem e é igualmente maravilhosa.

Seja como for, encontra no link abaixo dezenas de hotéis em Guimarães de excelente qualidade e para todos os orçamentos. Experimente!

Procurar hotéis em Guimarães

Restaurantes em Guimarães

Talvez se surpreenda com a quantidade de excelentes restaurantes que a cidade de Guimarães oferece. Do tradicional ao mais sofisticado, come-se mesmo muito bem em Guimarães.

Em concreto, comecemos pelo Cor de Tangerina, um restaurante vegetariano instalado numa casa antiga maravilhosa (fez-me lembrar a saudosa Casa Independente, em Lisboa), que é muito provavelmente o meu restaurante de Guimarães favorito – e eu não sou vegetariano! A esse respeito, o vegetariano daTerra de Guimarães é também bastante bom, embora num conceito distinto.

Num registo mais exclusivo, referência inevitável para o restaurante de alta gastronomia A Cozinha, do chef António Loureiro, com uma estrela Michelin. Mas há muitos outros restaurantes de qualidade, como o Solar do Arco, a pequena Taberna Trovador (adoro!), o Histórico by Papaboa, o Buxa ou o Oriental.

Por casualidade, passei num espaço que prometia muito chamado Tasca Expresso, mas a antipatia do proprietário fez-me vir embora. Foi pena, porque a um petisco e um copo de vinho nunca se diz que não.

Fora da cidade, é justo referir uma excelente refeição que fiz na Quinta da Cancela, uma quinta de enoturismo que organiza almoços e jantares vínicos (comida caseira deliciosa!). Igualmente superlativo foi o delicioso bacalhau com broa que comi no Restaurante Dan José, na Penha (onde provei também dos melhores bolinhos de bacalhau de que tenho memória).

De resto, não deixe de provar os doces conventuais na Divina Gula e n’A mercearia do Zé. E gosto muito do café-livraria Rimas e Tabuadas para um chá e dois dedos de conversa com amigos. Fica a dica, para quando visitar Guimarães num roteiro com alguma calma.

Seguro de viagem

A IATI Seguros tem um excelente seguro de viagem, que cobre COVID-19, não tem limite de idade e permite seguros multiviagem (incluindo viagens de longa duração) para qualquer destino do mundo. Para mim, são atualmente os melhores e mais completos seguros de viagem do mercado. Eu recomendo o IATI Estrela, que é o seguro que costumo fazer nas minhas viagens.

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Outros destinos a visitar em Portugal

Se está a pensar visitar Guimarães, talvez tenha interesse em saber um pouco mais sobre o que ver e fazer noutras aldeias, cidades e ilhas portuguesas.

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Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.