Sevilha: o que fazer e visitar (roteiro para 2 ou 3 dias)

Caso procure dicas sobre o que fazer em Sevilha, a bela capital da Andaluzia, está no sítio certo. Recentemente fui visitar Sevilha e explorar os seus incríveis palácios, assistir a um espetáculo de flamenco, tapear, caminhar pelo bairro de Triana e passear junto ao Rio Guadalquivir – e adorei! É uma cidade monumental e há mesmo muito o que visitar em Sevilha, incluindo no roteiro de 2, 3 ou 4 dias a icónica Praça de Espanha, da Catedral de Sevilha ou da sua incontornável Giralda.

Mas, para além do património, uma das coisas que senti é que Sevilha é uma cidade vibrante, com alma e garra. Nesse aspeto impressionou-me bastante, e fez-me até lembrar a cidade italiana de Nápoles. Pode não ter nada a ver, mas ao visitar Sevilha foi essa garra napolitana que me veio à memória. Um pouco à imagem do flamenco, tão característico de Sevilha.

Eis, então, as minhas sugestões sobre o que fazer em Sevilha, incluindo os principais pontos turísticos da cidade como museus, monumentos e mercados. Talvez se surpreenda com o facto da oferta turística ser mesmo muito vasta e diversificada, mas este guia completo para viagens a Sevilha foi feito precisamente para ajudar a escolher o que ver e fazer. Depois de chegar a Sevilha, o que visitar? Vamos a isso.

Caso esteja a planear um roteiro de carro na Andaluzia, veja também os artigos sobre visitar Ronda, os Pueblos Blancos da Andaluzia ou até visitar Málaga; ideias sobre o que fazer em Granada e o que visitar em Córdoba. Tudo somado, a Andaluzia é provavelmente a comunidade autónoma mais fascinante de toda a Espanha.

O que fazer em Sevilha

Real Alcácer de Sevilha

É impossível começar este roteiro para visitar Sevilha sem destacar desde logo o Real Alcácer de Sevilha, tido como “o mais antigo palácio real da Europa ainda em uso”. Na prática, trata-se de vasto conjunto de palácios vistosos e jardins rodeados por uma muralha – pelo que, se procura o que fazer em Sevilha, tem aqui visita para duas ou três horas.

Segundo a literatura oficial, Pedro I “reedificou o antigo edifício almôade para habilitá-lo como residência real no século XIV”, com contribuições estilísticas “de todas as épocas, embora predominem os estilos mudéjar e renascentista”. Isso é tudo verdade mas, para mim, foram os azulejos, os tetos de madeira e toda a atmosfera a fazer lembrar os ambientes de Marrocos que mais me fascinaram no Real Alcácer de Sevilha.

Tal como em Alhambra, creio ser difícil colocar em palavras tudo o que ali vi. É lindo e elegante, frágil e imponente, com decorações de azulejos e estuque indescritíveis.

Quanto aos jardins, são o exemplo perfeito do estilo mudéjar, uma “expressão muçulmana adaptada ao mundo cristão” muito comum na Andaluzia. Vale a pena dedicar algum tempo do roteiro em Sevilha para explorar não só o palácio como os seus jardins, onde pontificam fontes e chafarizes, azulejos decorativos e espaços como a chamada horta da Alcoba, a Galeria do Grutesco e os bem cuidados jardins da Dança, das Damas e das Galeras, entre outros recantos. Imperdível.

Dica Alma de Viajante. Para evitar perder tempo, deve comprar o ingresso para o Alcácer de Sevilha com antecedência na GetYourGuide. Dessa forma poderá cancelar até 24 antes sem perder dinheiro. Note que o bilhete do Alcácer Real permite o acesso gratuito ao Museu da Cerâmica e à Casa Fabiola – basta mostrar o ingresso à entrada.

Catedral de Sevilha

Não há volta a dar: visitar Sevilha implica, inevitavelmente, conhecer a sua catedral. Tida como “a maior catedral gótica do mundo”, a igreja integra a lista de Património Mundial da UNESCO em Espanha. Ao que consta, foi construída sobre a antiga mesquita da cidade e, para além da sua monumentalidade, impressiona pela opulência da decoração, em tons dourados; pelos vitrais coloridos; por todas as capelas laterais; e, claro está, pela presença do túmulo de Cristóvão Colombo.

Assim, se está a planear um roteiro em Sevilha reserve tempo para explorar a catedral com calma. Não precisa de tantas horas como para visitar o Real Alcácer de Sevilha, mas não subestime o tamanho e interesse da catedral.

Pela minha parte, confesso que não me impressionou tanto como a maravilhosa Mesquita-Catedral de Córdoba – seguramente um dos templos religiosos mais espetaculares do mundo! -, mas ainda assim é paragem obrigatória na lista com o que fazer em Sevilha. É lá que fica o minarete transformado em torre sineira conhecido como La Giralda, de que falo a seguir.

Dica Alma de Viajante. Recomendo vivamente comprar o ingresso para a Catedral de Sevilha e Giralda com antecedência na GetYourGuide. Só assim poderá cancelar até 24 antes caso os planos se alterem.

Subir à Torre da Catedral (Giralda)

A Giralda é, sem dúvida, um dos ícones incontornáveis de Sevilha. Trata-se de um antigo minarete que foi adaptado para campanário da Catedral e é um dos ex-libris da cidade. Ora, subir à Giralda é tida como uma experiência obrigatória em qualquer roteiro em Sevilha por causa das vistas sobre o centro histórico, mas eu sou obrigado a discordar. Para mim, foi uma desilusão.

É certo que o acesso ao topo é feito em rampa e, por isso, a subida é fácil e acessível a todos. Mas, infelizmente, uma vez chegado ao topo, não há forma de ter vistas desimpedidas sobre o centro histórico de Sevilha, o Rio Guadalquivir ou o que quer que seja. No fundo, creio ser mais bonito ver a Giralda de baixo, pelo exterior.

Dito isto, estando em Sevilha, o que visitar depois do Alcácer e seus jardins? Passe pela catedral, suba à Giralda e tire as suas conclusões – mas modere as expectativas para não se desiludir. Essa seria a minha dica.

Dica Alma de Viajante. Como referido, recomendo comprar o ingresso para a Catedral de Sevilha e Giralda com antecedência na GetYourGuide. Só assim poderá cancelar até 24 antes caso os planos se alterem.

Hospital los Venerables

Situado no populoso bairro de Santa Cruz, em Sevilha, o antigo Hospital los Venerables foi fundado no século XVII pelo Cónego Justin de Neve para acolher e cuidar padres idosos. Uma espécie de lar para clérigos, portanto.

O hospital estava instalado num edifício barroco maravilhoso onde atualmente se exibe obras de arte do pintor Diego Velázquez – e de outros pintores sevilhanos -, para além de colecção de arte sacra. Há, também, um belo pátio interior, claustros lindíssimos e painéis de azulejos a que vale a pena prestar toda a atenção.

Em suma, para quem procura o que fazer em Sevilha para lá dos pontos mais óbvios e turísticos, o Hospital los Venerables é, sem dúvida, um local de visita obrigatória. Creio, aliás, que foi um dos meus locais preferidos na cidade. Fica a sugestão.

Palácio Condessa de Lebrija

Bem mais conhecido é o Palácio Condessa de Lebrija, uma casa do século XVI de quem se diz albergar “os melhores mosaicos romanos da Europa”. Ora, reza a história que a condessa era grande apreciadora dos mosaicos e, dada a degradação desses painéis da antiga cidade romana de Itálica, os mandou retirar para serem preservados. Ao ponto de, ao que consta, algumas divisões do palácio terem sido desenhadas em função do tamanho dos painéis de mosaicos.

Sendo eu um apreciador confesso de mosaicos romanos, não poderia deixar de incluir o Palácio Condessa de Lebrija no meu roteiro para visitar Sevilha. São verdadeiros tesouros arqueológicos.

A capela é lindíssima e, no seu altar-mor, há uma figura de Cristo de marfim “oriunda das Filipinas”. Pelo menos foi o que disse a guia que orientou a visita. E há também os azulejos, os pátios andaluzes e os salões decorados com mobiliário elegante e peças da Roma Antiga.

Mas a mim chamou-me a atenção uma pequena sala marroquina (era comum os palácios terem uma sala de outras culturas e a condessa tinha estado em Marrocos várias vezes). E, na zona mais antiga do palácio pontifica uma biblioteca com 4.000 livros e um teto original em madeira não pintada. É a sala mais bonita do palácio.

Nota: não é permitido fotografar no piso superior, razão pela qual não tenho imagens das divisões referidas.

Fotografar a Varanda de Rosina

Se há atração irrelevante nesta lista com o que visitar em Sevilha é esta varanda. Fica perto da catedral e, ao que consta, terá inspirado Rossini na criação da afamada ópera O Barbeiro de Sevilha.

A protagonista da ópera, de seu nome Rosina, é uma jovem sevilhana cujo amor e charme inspiraram Rossini a “criar uma das heroínas mais memoráveis ​​da música clássica”. E terão sido os cenários no centro de Sevilha, com as suas ruas de paralelepípedos e pátios repletos de flores de laranjeira, que deram vida à personagem. Em concreto, esta será, então, a inspiração para a varanda de onde Rosina canta as suas árias de amor na ópera.

Em suma, é um local simbólico para uma pausa fotográfica, a caminho da catedral ou da Praça de Espanha de Sevilha. Vale pela referência artística – nada mais.

Caminhar junto às Muralhas de Macarena

Localizadas a norte do centro histórico, as Muralhas de Macarena são um dos poucos vestígios da antiga fortificação islâmica de Sevilha. Eu não imaginava que fossem tão grandes. Para quem procura o que fazer em Sevilha longe das multidões que povoam o casco viejo, as muralhas oferecem um passeio tranquilo numa zona da cidade nada turística. Absolutamente recomendável.

Dica Alma de Viajante: perto das muralhas fica a Basílica de Santa María Esperanza Macarena e uma loja muito especial de que falo adiante. Fica a sugestão, caso tenha interesse em acrescentar outras atrações ao plano com o que fazer em Sevilha.

Loja Carbonería Parras

Quem acompanha o meu trabalho sabe que adoro artesãos e ofícios tradicionais. Tenho conhecido muitos em Portugal, incluindo em reportagem para o projeto Rostos da Aldeia, e costumo tentar encontrar essas preciosidades nos destinos que visito.

Ora, em Sevilha tomei conhecimento da existência de um espaço que era a última loja de venda de carvão em Sevilha. Reza a história que as carvoarias eram tão comuns como as padarias, pelo que havia muitas delas espalhadas pela cidade. Mas, atualmente, o que resta do negócio da venda de carvão é feito quase exclusivamente online ou nos hipermercados. Naturalmente, tinha de ir visitar a Carboneria Parras.

Cheguei de manhã cedo e, assim que cruzei a porta de entrada, dei de caras com Luis Aguilar Astola, atual proprietário. Mostrou-me a loja, incluindo peças de museu como uma antiga dispensadora de petróleo. Falou-me da associação cultural que integra o espaço. E disse-me que era a terceira geração à frente do negócio familiar e que, quando ele parar, o negócio acabará.

Deixo, pois, a sugestão fora da caixa para visitar em Sevilha: a caminho das Muralhas de Macarena, passe pela Carboneria Parras, compre uma lembrança e dê um abraço ao Luís. É um daqueles resistentes que vale a pena apoiar.

Visitar a Casa de Salinas

Situada na zona monumental do centro histórico de Sevilha, a poucos passos da catedral, da Giralda e dos Alcázares Reais, a Casa de Salinas era parte integrante de um conjunto de grandes mansões, propriedade de pessoas ilustres e ricas, que formava um dos bairros mais nobres do casco viejo sevilhano.

Visto de fora, e apesar das dimensões generosas da casa e do vermelho forte da fachada, creio que ninguém imagina a riqueza arquitetónica e decorativa do palacete. A esse respeito, dizem os entendidos que na Casa de Salinas “os melhores estilos renascentistas combinavam-se com os estilos gótico e mudéjar, numa harmonia de estilos única no mundo”. Eu, pelo menos, adorei.

Em suma, se procura o que visitar em Sevilha e tem 2 ou 3 dias na cidade não deixe de conhecer a Casa de Salinas. É uma casa histórica com um pátio interior maravilhoso e uns interiores incrivelmente elegantes. Infelizmente, o acesso ao piso superior está vedado, mas isso acontece por uma nobre causa: os proprietários ainda vivem na Casa de Salinas.

Igreja de Santa Maria La Blanca

Pequena por fora, grandiosa por dentro: Santa Maria La Blanca é uma igreja católica ornamentada de forma exuberante. Um dos mais belos templos religiosos de Sevilha que tem uma particularidade curiosa.

Na sequência de um “restauro recente descobriu-se que Santa María la Blanca contém os vestígios de três religiões”. Já foi uma mesquita, posteriormente transformada em sinagoga e depois, já em finais do século XIV, convertida em templo cristão. É, por assim dizer, um testemunho das diferentes camadas religiosas da história de Sevilha.

Em 1661, toda a igreja foi demolida, com exceção da Capela-Mor. Os pilares de pedra originais foram substituídos por cinco pares de colunas, sem bases nem capitéis, em mármore vermelho de Antequera. E, na minha opinião, essas colunas austeras contrastam com os delicados das abóbadas. É maravilhoso.

Tudo somado, parece-me um lugar obrigatório nos planos com o que fazer em Sevilha. Mesmo não sendo eu uma pessoa religiosa.

A igreja está aberta para visitas entre segunda e quinta-feira.

Barrio de Santa Cruz (antigo bairro judeu)

Se é daquelas pessoas que gostam de explorar um destino urbano a pé, o antigo bairro judeu de Santa Cruz é um excelente lugar para visitar em Sevilha. Conte encontrar um bairro pitoresco com um labirinto de ruelas estreitas, pequenas praças com muito caráter – como a Praça da Aliança -, fachadas coloridas e uma peculiaridade que chamou a minha atenção: as rodas de pedra no exterior das casas.

Fui indagar qual a função das mós de moinhos nas fachadas e, pelo que me explicaram, o motivo não era decorativo. Pelo contrário, as rodas serviam como proteção para as carroças e afins que, ao passar pelas ruas estreitas do centro de Sevilha, colidiam com as paredes das casas e, desse forma, as deterioravam.

Em suma, o Bairro de Santa Cruz é outro belo local para se deixar perder em Sevilha. Fica a sugestão.

Palácio de Las Dueñas

Procura o que visitar em Sevilha para conhecer a sua tradição aristocrática? Pois bem, o Palácio de Las Dueñas, outrora residência da famosa Duquesa de Alba, é outro dos palácios senhoriais da cidade cuja visita recomendo.

Não é a minha casa senhorial favorita – esse lugar está reservado para a Casa de Pilatos, de que falarei adiante -, mas é sem qualquer dúvida a incluir na sua lista com o que fazer em Sevilha.

Conte encontrar um pátio interior com as tradicionais arcadas, jardins bem cuidados, azulejos de influência mudéjar e salões decorados com arte e mobiliário de época. Infelizmente, os interiores pareceram-me todos demasiado encenados, por assim dizer, pelo que o Palácio de Las Dueñas não causou em mim o mesmo efeito de outras atrações de Sevilha do mesmo género.

Parque María Luisa

Tendo em conta que a cidade de Sevilha pode ser mesmo muito quente, ter na sua malha urbana um parque como o María Luisa só pode ser elogiado. Um jardim exuberante, com fontes, lagos e muitas árvores, que é o pulmão verde da cidade.

Assim sendo, nada como relaxar incluindo um passeio pelo Parque María Luisa no seu roteiro em Sevilha. Não dará o tempo por mal empregue, até porque, para além dos vastos espaços verdes, no interior do parque pontifica a icónica Praça de Espanha de Sevilha.

Praça de Espanha

Estando a visitar Sevilha, não há como ignorar aquela que é unanimemente considerada como uma das praças mais impressionantes do país. Fica no interior do Parque María Luisa – um dos grandes pulmões verdes de Sevilha! – e foi projetada para a Exposição Ibero-Americana de 1929.

Ora, o que mais me surpreendeu na Praça de Espanha de Sevilha foi precisamente as suas dimensões. É claro que a literatura oficial alega que “o formato semielíptico é um símbolo do abraço entre a antiga metrópole e as suas colónias” e que “o edifício que o rodeia tem vista para o Guadalquivir, local a partir do qual começa a viagem para a América”. Mas é o seu tamanho que, de facto, impressiona.

São cerca de 50.000 metros quadrados, um edifício longo e imponente com “torres gémeas”, um lago semicircular, quatro pontes que “representam os antigos reinos de Espanha” e um canal com meio quilómetro de comprimento percorre todo o perímetro da praça.

Tudo somado, quem procura o que fazer em Sevilha não pode mesmo ignorar a Praça de Espanha.

É possível passear de barco no canal, mas não experimentei essa atividade turística.

Outra das áreas de Sevilha boa para passear são as margens do Rio Guadalquivir. Não me vou alongar muito sobre esta sugestão porque não há nada de específico para sugerir – mas, quando visitar Sevilha, não deixe de caminhar junto ao rio e apreciar a paisagem. É especialmente agradável de manhã bem cedo ou ao final da tarde.

Ao planear o que fazer em Sevilha, este passeio ribeirinho oferece uma perspetiva lado tranquilo, relaxante e fotogénico da cidade. É possível vislumbrar praticantes de desportos náuticos a treinar, performances de artistas de rua ou, simplesmente, apreciar a luz dourada que cobre os edifícios históricos junto ao rio. Vale bem a pena.

… e apreciar a Torre del Oro

Um dos edifícios que encontrará nesses passeios por Sevilha junto ao rio é a chamada Torre del Oro, “uma atalaia que remonta ao século XIII” localizada na margem do rio. Por outras palavras, é uma das torres defensivas que outrora protegiam Sevilha e serviam como ponto de vigia junto ao Guadalquivir.

Que eu saiba, é possível visitar o interior da torre, até porque lá dentro está instalado o chamado Museu Marítimo Torre del Oro de Sevilla. Mas quando planeei o que fazer em Sevilha não prestei muita atenção a esse museu – até porque, honestamente, não é das temáticas que mais me interessa. Ainda assim, gostei de apreciar o exterior da torre.

Cruzeiro no Rio Guadalquivir

Para quem planeia visitar Sevilha e procura o que fazer na capital andaluz, um passeio no Rio Guadalquivir é tida como daquelas atividades imperdíveis. Não estou certo que seja de facto algo que tem mesmo de fazer.

É claro que o passeio permite observar Sevilha de uma perspectiva diferente, admirando o bairro de Triana e monumentos como a Torre del Oro e o bairro de Triana a partir do rio Guadalquivir.

Dito isto, e para além de passar por baixo da histórica Ponte de Triana, talvez o mais interessante seja a oportunidade de apreciar a arquitetura revolucionária da Expo ’92 de Sevilha. Lembro-me de ter ido visitar Sevilha nessa altura e de ficar absolutamente fascinado com os pavilhões dos países que participaram nessa Exposição Universal – algo que, indiretamente, terá contribuído para o meu fascínio pelas viagens.

Em suma, não deixe de fazer o cruzeiro por causa das minhas reticências, mas modere as expectativas. Tanto pode adorar como achar dispensável.

Dica Alma de Viajante. Caso prefira o conforto de ter lugar assegurado no cruzeiro, pode reservar o passeio de barco pelo Rio Guadalquivir com antecedência na GetYourGuide. Pode cancelar até ao dia anterior.

Explorar o bairro de Triana

Confesso que não tinha grandes expectativas sobre o Bairro de Triana e isso, já se sabe, é meio caminho para se ser surpreendido. Foi o que me aconteceu nesta zona da cidade de Sevilha.

Cruzando a Ponte de Triana sobre o Rio Guadalquivir chega-se a um bairro castiço e orgulhoso, berço de toureiros, artistas de flamenco e ceramistas.

Vale, pois, a pena explorar esse lado mais ligado à produção de cerâmica, seja apreciando os muitos painéis de azulejos que se encontram nas fachadas, seja entrando em lojas que vendem cerâmica; ou ainda fazendo uma visita ao Centro Cerámica Triana, um pequeno museu onde pode aprender mais sobre a história local da cerâmica de Sevilha. Fica a dica.

Mercado de Triana

Junto à ponte que une as duas margens do rio encontra-se o Mercado de Triana. É um mercado coberto com algumas bancas de produtos hortícolas, peixe fresco, queijos da Andaluzia, para além de pequenas tascas para degustar os pratos típicos da gastronomia tradicional da região.

É porventura o mercado mais interessante da cidade – e visitar Sevilha é também provar os seus sabores. Passe por lá e experimente!

Nota: também visitei o Mercado de Arenal, na outra margem do rio, mas não achei tão interessante como o Mercado de Triana.

Real Parroquia de Santa María Magdalena de Sevilla

Menos conhecida do outras igrejas de Sevilha, a Real Parroquia de Santa María Magdalena é uma igreja barroca deslumbrante. Já escrevi várias vezes que não sou especialista em arte sacra, mas tenho por hábito visitar templos religiosos. E a riqueza da decoração do interior desta igreja chamou a minha atenção.

Para os mais interessados, reza a história que a igreja foi construída para servir um mosteiro dominicano onde outrora havia uma construção medieval. Após o encerramento do mosteiro, algures no século XIX, Santa Maria Madalena tornou-se numa igreja paroquial. Quando visitar Sevilha passe por lá – fica muito perto do Museu de Belas-Artes de Sevilha.

Museu de Belas-Artes de Sevilha

Instalado no antigo Convento de la Merced Calzada, do princípio do século XVII, o Museu de Belas-Artes de Sevilha alberga uma das mais importantes coleções de pintura barroca espanhola. É, aliás, tido como uma das pinacotecas mais importantes de Espanha – e um verdadeiro tesouro para os amantes de arte. Conte encontrar obras de artistas como Murillo, Zurbarán e Valdés Leal.

Pela minha parte, como é natural, não apreciei algumas das inúmeras salas de exposição (não se pode gostar de tudo!). Mas reconheço que, tendo 3 ou 4 dias na cidade, vale a pena incluir o Museu de Belas-Artes no seu roteiro em Sevilha.

De resto, não deixe de prestar atenção ao próprio edifício, incluindo o claustro, os tetos e até uma cúpula maravilhosa. Fique atento.

Plaza del Cabildo

Par quem gostar de arquitetura, tenho outra sugestão para incluir no roteiro para visitar Sevilha. Refiro-me à Plaza del Cabildo, localizada no bairro de Arenal, no centro histórico da cidade.

Em concreto, trata-se de uma praceta com um edifício semicircular com uma série de arcadas com colunas de mármore e frescos do pintor sevilhano José Palomar. Ao que consta, o edificado foi construído no local onde existia o antigo Colégio de San Miguel, pela mão do arquiteto Joaquín Barquín y Barón.

Referência ainda para um pequeno troço da muralha de Sevilha, com 50 metros ou assim, que funciona como limite da praça.

Casa de Pilatos

Wow! Poucas palavras conseguirão fazer jus à magnificência da Casa de Pilatos, tido como o maior palácio privado de Sevilha e considerado protótipo perfeito do típico palácio andaluz. Será a Casa de Pilatos a mais espetacular atração de Sevilha? Eu creio que sim.

A afirmação é discutível, naturalmente, mas nada me tinha preparado para o deleite visual que é visitar o Palácio dos Adelantados Mayores da Andaluzia, mais conhecido por Casa de Pilatos.

Construído essencialmente entre os séculos XV e XVI mesclando os estilos renascentista italiano e mudéjar espanhol é, nas palavras oficiais, “uma delicada síntese da tradição gótico-mudéjar do final da Idade Média e das inovações do Renascimento”. Para mim, é fundamental em qualquer roteiro para visitar Sevilha, porque tudo aquilo que se pode ver na Casa de Pilatos é maravilhoso.

Desde logo o pátio central, rodeado por uma bela galeria com arcos sustentados por colunas renascentistas e paredes decoradas com azulejos inacreditavelmente bonitos. Fiquei ali tempos infinitos a contemplar os painéis de azulejos.

Mas também os diferentes salões do palácio e uma escadaria monumental decorada com azulejos sevilhanos e um teto de madeira esculpida mesmo muito bonito, que leva ao piso superior – os aposentos da família Medinaceli. Tudo somado, é uma atração absolutamente imperdível no coração de Sevilha. A visitar, portanto.

Dica Alma de Viajante. Caso prefira ter o roteiro para visitar Sevilha bem planeado, pode comprar o ingresso para a Casa de Pilatos (piso térreo). Para fazer visita guiada ao piso superior necessitará de pagar uma taxa adicional.

Espetáculo de Flamenco em Sevilha (Casa da Memória)

Declarado Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO, o flamenco terá nascido por volta do século XV ou XVI, na Andaluzia, com raízes antigas e diversas, “nomeadamente mouras, ciganas e judias”. É, hoje em dia, uma das expressões artísticas mais conhecidas da Espanha.

Assim sendo, para quem está a visitar Sevilha faz todo o sentido assistir a um espetáculo de flamenco – a questão é onde? Eu recomendo um pequeno tablado chamado Casa da Memória que, ao contrário do mais conhecido Teatro Flamenco de Sevilha, é um espaço com ambiente verdadeiramente familiar.

Não sei se tem os melhores intérpretes – músicos, cantores e dançarinos – de flamenco de Sevilha, mas eu gostei do facto da Casa da Memória ser despretensioso. Tem turistas, naturalmente, mas a ideia é simplesmente assistir a um show de flamenco, por oposição a espaços tipo cabaret com mesas e empregados a servir bebidas a preços inflacionados. Fica a sugestão.

Dica Alma de Viajante. Recomendo vivamente a comprar bilhete para o espetáculo de flamenco na Casa da Memória com antecedência na GetYourGuide (22€). Dessa forma poderá cancelar até 24 antes caso os planos se alterem. Mas note que, para algo ainda mais tradicional, pode também tentar assistir a espetáculos informais de flamengo em bares como o La Carbonería. Se preferir, assista ao show no vizinho e mais comercial Teatro Flamenco de Sevilha ou no Museu de Dança Flamenca.

Setas de Sevilha (Metropol Parasol)

O Metropol Parasol, conhecido localmente como Las Setas (os cogumelos), é uma construção de madeira desenhado pelo arquiteto alemão Jürgen Mayer-Hermann e instalada na praça La Encarnación, no centro histórico de Sevilha. Tida como uma das maiores estruturas de madeira do mundo (dizem ser “a maior”, mas pelo menos em 2025 isso já não é verdade!), é sem dúvida um dos ícones arquitetónicos mais reconhecidos de Sevilha.

É, no fundo, uma edificação modernista inserida em contexto histórico – facto que requer um olhar despido de preconceitos. Pela minha parte, adoro este tipo de diálogos arquitetónicos entre novo e velho, futurista e tradicional – se está a pesquisar sobre o que fazer em Sevilha já sabe: visitar o Metropol Parasol é para mim obrigatório.

Mas, para o visitante, o grande apelo do Metropol Parasol são os passadiços existentes no telhado, de onde se tem vistas abrangentes sobre toda a cidade. Para quem gosta de fotografia – e descontando o excesso de gente! -, visitar as Setas de Sevilha ao início do anoitecer é garante de uma experiência visual inesquecível.

Dica Alma de Viajante. Recomendo vivamente comprar o ingresso para o Metropol Parasol com antecedência na GetYourGuide. Não só garante vaga nos melhores horários, como poderá cancelar até 24 antes caso os planos se alterem.

Igreja Colegiada do Divino Salvador

Localizada na Praça do Salvador, a dois passos do “meu” hotel Room Select Tetuán – um dos melhores locais onde ficar em Sevilha! -, a Igreja Colegiada do Divino Salvador é outro local que merece fazer parte do seu roteiro para visitar Sevilha. Ora, se o destaque imediato vai para a sua fachada imponente, é lá dentro que se encontram as maiores preciosidades.

Dela dizem ser, aliás, “o cenário ideal para descobrir o mundo barroco sevilhano”. Em concreto, “destacam-se o retábulo-mor e a capela sacramental, as imagens do Nosso Pai Jesus da Paixão e de São Cristóvão, de Juan Martínez Montañez, e o Sagrado Cristo do Amor, do artista cordovês Juan de Mesa”, para além do belíssimo órgão do século XVIII.

Dica Alma de Viajante: o bilhete da Catedral de Sevilha permite o acesso gratuito à Igreja Colegiada do Divino Salvador. Basta mostrar o ingresso na app da GetYourGuide à entrada da igreja.

Mercado Lonja del Barranco

Porventura demasiado gourmetizado, o Mercado del Barranco vale nem que seja pelo edifício em ferro galvanizado do século XIX, originalmente concebido para ser um mercado de peixe. E, nesse aspeto, não há como negar a sua beleza arquitetónica.

No site oficial do mercado escreve-se o seguinte: “Com vista para o Rio Guadalquivir, é ideal para quem pretende saborear o melhor da gastronomia tradicional e moderna, usufruindo de uma experiência completa de gastronomia e lazer durante todo o dia, distribuídos por mais de 2.500 metros quadrados e com cozinhas em funcionamento ininterrupto”. Pode ser.

Eu gostei muito do edifício mas confesso que não fiquei fã do local – precisamente por me parecer que lhe falta alguma alma e tradição. Quem sabe se ali continuassem a existir algumas bancas de peixe o mercado não seria mais interessante…

Outras coisas a ver ou fazer em Sevilha

Como é evidente, há outras coisas que pode ver e fazer em Sevilha, caso disponha de mais tempo para explorar a cidade. Deixo aqui algumas e sugestões de atrações a visitar e atividades a fazer:

• Ver as exposições no Centro Cultural CaixaForum Sevilla.
• Apreciar o edifício da Real Fábrica de Tabaco, atual reitoria da Universidade de Sevilha.
• Explorar a ilha La Cartuja, onde decorreu a Expo ’92.
• Beber um copo no Bar Garlochí.

Passeios na região da Andaluzia, a partir de Sevilha

Caso vá visitar Sevilha, saiba que é possível aproveitar para montar um Roteiro na Andaluzia que permita conhecer outros destinos de inegável interesse – até porque é uma região recheada de atrativos. E não falo apenas das grandes cidades de Málaga, Córdoba ou Granada.

• Visitar Ronda e a sua incrível ponte de pedra.
• Roadtrip pela Rota dos Pueblos Blancos, incluindo a icónica aldeia de Setenil de las Bodegas.
• Visitar Cádis e o enclave de Gibraltar.
• Explorar os trilhos do Parque Nacional de Doñana.

Mas, dispondo de pouco tempo, pode valer a pena integrar excursões de grupo organizadas para otimizar os dias disponíveis. Nesse sentido, deixo aqui três opções de tours muito elogiados que permitem visitar outras cidades da Andaluzia.

• De Sevilha: Viagem de 1 dia a Ronda e Setenil de las Bodegas.
• De Sevilha: Excursão de 1 dia a Córdoba e à Mesquita-Catedral.
• De Sevilha: Viagem de 1 dia a Alhambra e Albaycin em Granada.

Mapa dos lugares a visitar em Sevilha

Se procura o que visitar em Sevilha, nada como visualizar a localização exata dos lugares referenciados no artigo. É, para mim, uma das cidades mais espetaculares de Espanha, e seguramente não falta o que ver e fazer em Sevilha.