
Procura o que visitar em Amarante? Pois bem, saiba antes de mais que Amarante é uma cidade pequena e frequentemente desvalorizada. Estando localizada entre o Porto e as paisagens únicas da Região Demarcada do Douro Vinhateiro ou de Trás-os-Montes, muita gente não encontra motivos suficientes para pernoitar em Amarante e visitar a cidade com calma. Eu próprio cometi esse erro durante muito tempo.
Dito isto, Amarante é terra de excelente gastronomia e doces de inspiração conventual; de património histórico e um rio que domina a paisagem; de museus como o de Amadeo de Souza-Cardoso, filho da terra; de praias fluviais e serras como o Marão ou a Aboboreira nas proximidades; e de gente afável e hospitaleira. Tudo somado, não falta o que fazer em Amarante, especialmente no seu centro histórico e na envolvência do rio Tâmega, para um par de dias bem passados.

Esta não foi a primeira vez que visitei Amarante, mas nunca o tinha feito com o atento olhar de viajante, dedicando tempo a explorar não só as igrejas e museus, mas também os espaços verdes junto ao rio Tâmega, muito utilizados pelos amarantinos.
Assim, partilho um pouco da minha experiência a visitar Amarante, com referências às principais atrações turísticas que conheci, incluindo toda a zona em torno da Ponte de São Gonçalo e da emblemática “Rua da Cadeia”, igrejas, museus, percursos pedestres e, claro, bons restaurantes. Eis, pois, o que visitar em Amarante numa estadia de dois ou três dias. Vamos a isso.
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O que fazer em Amarante
- Explorar o centro histórico de Amarante
- Apreciar a Ponte de São Gonçalo
- Visitar a igreja do Convento de São Gonçalo
- Visitar o Museu Amadeo de Souza-Cardoso
- Explorar a zona ribeirinha (margens do rio Tâmega)
- Fazer o Trilho das Azenhas
- Tomar o pequeno-almoço n’O Moinho…
- … e provar a doçaria tradicional na Confeitaria da Ponte
- Conhecer a Officina Noctua
- Dar um mergulho na Praia Fluvial de Várzea
- Percorrer a Ecopista do Tâmega
- Outras coisas a ver e fazer em Amarante
- Mapa com o que visitar em Amarante
- Dicas para visitar Amarante
O que fazer em Amarante
Para além da icónica igreja do Convento de São Gonçalo, há muitos lugares a visitar em Amarente. Incuindo património arquitetónico e espaços ligados às artes que vale a pena incluir num roteiro para uma escapadinha a Amarante. E, claro, lugares fora da cidade, nas serras do Marão e da Aboboreira, que, tendo tempo, merecem uma visita.
Eis, pois, as minhas sugestões sobre o que fazer em Amarante, um função da minha experiência de viagens à cidade.
Explorar o centro histórico de Amarante
Amarante tem uma zona histórica muito charmosa, em ambas as margens do rio Tâmega. Não só junto à Ponte de São Gonçalo, mas também subindo artérias como a chamada “Rua da Cadeia” que ladeia a Igreja de São Pedro.
É nessa malha central que se encontram alguns dos principais atrativos da cidade – como a Ponte de São Gonçalo, igrejas como a de São Pedro e o Museu Amadeo de Souza-Cardoso, por exemplo. A explorar, com calma e sem mapa!
Apreciar a Ponte de São Gonçalo
Ex-líbris da cidade de Amarante, a Ponte de São Gonçalo e o homónimo convento adjacente são o epicentro turístico da cidade. De acordo com o painel informativo instalado no local, trata-se de uma “ponte de arquitetura civil barroca e neoclássica, construída nos finais do século XVIII”, que teve um papel preponderante na defesa “contra o exército da segunda invasão francesa em fuga para Trás-os-Montes”.
Explicações históricas à parte, aquilo que mais me fascinou na ponte sobre o rio Tâmega foram os invulgares varandins semi-circulares com bancadas de cantaria instalados no tabuleiro da ponte “como coroamento superior dos contrafortes”. São lindos. E quase perfeitos para se sentar e observar o quotidiano amarantino desfilar diante dos seus olhos (para ser perfeito, falta apenas a ponte ser fechada ao trânsito automóvel).
Visitar a igreja do Convento de São Gonçalo
A implantação da igreja do Convento de São Gonçalo, no local da ermida onde se julga estar sepultado São Gonçalo, impõe o carácter religioso à cidade, fundido na riqueza e diversidade de elementos arquitetónicos que testemunham as diversas etapas da sua construção, iniciada em 1540, por ordem de D. João III, atravessando vários reinados e colhido influências renascentistas, maneiristas, barrocas e oitocentistas.
in site oficial da Câmara Municipal de Amarante
Construída junto à ponte, no centro de Amarante, a igreja do Convento de São Gonçalo é um dos principais locais de culto para o turismo religioso na região Norte de Portugal, “sobretudo pela devoção que muitos romeiros, dos vários pontos do globo, têm ao beato Gonçalo, que residiu na cidade no século XIII” – lê-se numa notícia recente sobre as obras de restauro.
É, naturalmente, presença incontornável em qualquer planeamento sobre o que fazer em Amarante.
Visitar o Museu Amadeo de Souza-Cardoso
Ocupando parte do edifício do Convento de São Gonçalo, em pleno centro de Amarante, intervencionado pelo arquiteto Alcino Coutinho para “restituir ao Convento a sua autenticidade, aceitando as contradições resultantes das suas múltiplas vivências”, o Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso é ponto de paragem obrigatória para quem visita Amarante.
Nele se podem encontrar muitas obras do pintor modernista Amadeo de Souza-Cardoso, natural de Manhufe, em Amarante, e um dos mais queridos filhos da terra. Vale a pena.
A entrada no museu custa 1€.
Explorar a zona ribeirinha (margens do rio Tâmega)
A zona ribeirinha de Amarante é talvez a área da cidade mais aprazível para passear.
Caminhar pelo chamado Parque de Merendas de Amarante até à Praia Fluvial Aurora, sempre junto ao rio a montante da Ponte de São Gonçalo; ou explorar essa mesma margem direita do Tâmega, a jusante, até ao futuro Trilho das Azenhas (ver abaixo), é uma atividade tranquila e prazeirosa. Especialmente de manhã bem cedo e ao final da tarde, na companhia visual das guigas, os pequenos barcos tradicionais amarantinos.
Ideal tanto para relaxar das visitas a igrejas e museus como para queimar as calorias dos doces tradicionais.
Fazer o Trilho das Azenhas
Apesar de não estar oficialmente pronto na sua totalidade, o Trilho das Azenhas vai ser um percurso pedestre com 5 km de extensão, que unirá Amarante a Vila Caiz – passando junto ao Parque Aquático – sempre ao longo da margem direita do rio Tâmega.
À data em que escrevo, foi apenas intervencionada uma pequeníssima parte do percurso, na zona mais perto da malha urbana – que, ao que parece, já atrai muitos amarantinos para passeios e prática desportiva.
Fica, pois, a referência para este novo atrativo da cidade à disposição dos visitantes; estando tudo concluído, estou certo que merecerá integrar esta lista com o que fazer em Amarante. Pelo menos para quem gosta de caminhar e de um turismo mais ativo.
Tomar o pequeno-almoço n’O Moinho…
Por vezes, quando menos se espera, lá aparece um espaço de onde emana um encantamento especial. Lugares pelos quais uma pessoa se apaixona assim que entra (e nem sempre sabe explicar os motivos). Ora, em Amarante tive essa sensação por duas vezes; e tudo num curtíssimo espaço de tempo. Na Officina Noctua (falo dessa espécie de loja mais abaixo) e, claro, na confeitaria O Moinho – Centro Histórico.
Além da simpatia de todo o pessoal, das fotos de viagem da minha amiga Tita Sorte penduradas nas paredes a iluminar o ambiente, das plantas, dos sumos de laranja naturais e do pão saboroso que me chegou à mesa, há algo naquela sala envidraçada, debruçada sobre o Tâmega, que me conquistou num abrir e fechar de olhos. Vá por mim!
… e provar a doçaria tradicional na Confeitaria da Ponte
Quanto aos doces, talvez saiba que Amarante é afamada pela sua doçaria regional de inspiração conventual. Registe estes nomes – Lérias, Brisas do Tâmega, Foguetes, Papos de Anjo e São Gonçalo – e vá à mais antiga casa de doces regionais de Amarante, criada em 1930, para os provar.
Chama-se Confeitaria da Ponte, está nas mãos da simpaticíssima Joana Machado desde janeiro de 2020, e não é aconselhável a quem não gostar de ovos ou de açúcar. Não se vai arrepender.
Conhecer a Officina Noctua
É raro recomendar lojas em artigos tipo O que fazer em Amarante. Mas, ao passar na Rua Miguel Pinto Martins (ou “Rua da Cadeia”), dei de caras com o trabalho que Nuno Ribeiro e Verena Basto fazem na sua Officina Noctua e creio que vale a pena espalhar a mensagem.
Do restauro de mobiliário ao design, serigrafia e ilustração, passando por discos em vinil e antiguidades, de tudo um pouco se encontra na loja – um projeto que não é fácil de definir -, sempre com muito bom gosto. Pegando nas palavras dos próprios, ali encontrará “pequeno mobiliário, peças decorativas, artesanato, re-design e eventualmente uma ou outra relíquia”. Passe por lá.
Dar um mergulho na Praia Fluvial de Várzea
Fora de Amarante, não faltam também locais de grande beleza que vale a pena conhecer. Entre eles, destaco a Praia Fluvial de Várzea, localizada a escassos 10 km da malha urbana amarantina.
Eu conheci a praia fluvial em pleno mês de agosto, altura em que o nível de água era muito baixo e as cascatas estavam com pouca força; mas nem por isso ficou menos aprazível. Na primavera deve ser ainda mais bonita, mas creio ser possível visitá-la em qualquer época do ano.
Visitei a Praia Fluvial de Várzea durante um passeio de jipe organizado pela boa gente da Inside Experiences.
Percorrer a Ecopista do Tâmega
Segundo o projeto ciclovia.pt, “a Linha do Tâmega – inicialmente denominada Caminho de Ferro do Valle do Tâmega – ligava a estação de Livração (Marco de Canavezes), da Linha do Douro, à estação de Arco de Baúlhe (Cabeceiras de Basto), numa extensão total de 51,7 km. No dia 1 de janeiro de 1990 foi desativado todo o serviço comercial entre Amarante e Arco de Baúlhe deste ramal ferroviário, dando assim lugar a uma via verde destinada a passeios pedestres, de bicicleta ou qualquer outro meio não poluente”.
A Ecopista do Tâmega é, pois, uma ciclovia com 39 km de extensão, construída no traçado da antiga Linha do Tâmega e que liga Amarante a Arco de Baúlhe. De permeio, permite “o contacto direto com o património histórico e natural envolvente, nomeadamente as muitas aldeias e pontes que atravessa em toda a sua extensão, as paisagens verdejantes de inigualável beleza e o rio Tâmega, que acompanha quase sempre de muito perto.”
Pela minha parte, estive já várias vezes na Ecopista do Tâmega, em diversos pontos do traçado, mas nunca a percorri de ponta a ponta, de uma só vez. Mas não é isso que aqui sugiro; apenas que aproveite o passeio, leve umas bicicletas e percorra a ecopista até onde se sentir confortável. Até porque é um traçado fantástico para passeios a pé ou de bicicleta.
Outras coisas a ver e fazer em Amarante
Há, naturalmente, um conjunto de outras atividades a fazer e lugares a visitar em Amarante. Algumas dessas atividades dependem do dia da semana ou da época do ano; e outra que, apesar de não ser de todo do meu interesse, pode agradar a muitos visitantes, especialmente se viajar com crianças. Eis, então, outras visitas que deve também considerar:
- Visitar o Mercado Municipal (quartas e sábados de manhã);
- Passar o dia no Parque Aquático de Amarante (ideal para crianças);
- Participar na Festa Amarantina – que, uma vez por ano, transforma por completo a chamada “Rua da Cadeia”.
Mapa com o que visitar em Amarante
Além das atrações referenciadas no artigo e no mapa, não deixe de explorar ao seu ritmo a região do Tâmega e Sousa. Até porque, como já deu para perceber, não falta o que fazer em Amarante e nas zonas envolventes.
Dicas para visitar Amarante
Como chegar a Amarante
Amarante fica a cerca de 45 minutos de carro do Porto, sempre por autoestrada (A4), pelo que o acesso é extremamente fácil e rápido.
Para quem viaja sem carro próprio, há vários autocarros por dia com destino a Amarante, a partir de cidades como Porto, Coimbra ou Lisboa. Um dos melhores locais para procurar preços e horários é a Rede Expressos, que costuma ter bilhetes muito baratos em compras antecipadas.
Tours em Amarante
Caso procure uma estada mais ativa em Amarante, sugiro que contacte a Inside Experiences, empresa que organiza, entre outros, passeios de jipe nas serras do Marão e da Aboboreira – além de experiências personalizadas. O João Ribeiro e a Liliana Pereira farão de tudo para que passe um dia fantástico.
Onde ficar
Apesar de Amarante ser uma cidade pequena, é importante escolher um hotel bem localizado para poder explorá-la a pé. Veja o artigo especificamente sobre onde ficar em Amarante, em que explico as vantagens e desvantagens de cada zona e dou exemplos dos melhores hotéis e pousadas.
Em concreto, no centro de Amarante, recomendo o Des Arts Hostel and Suites, um hostel muito bem decorado, com quartos privados; ou, em alternativa, o Covelo – The Original Rooms and Suites e a Casa do Ribeirinho. Isto sem falar, naturalmente, do hotel de luxo Casa da Calçada Relais & Chateaux, indubitavelmente o melhor hotel de Amarante, mas apenas ao alcance de carteiras mais recheadas.
Para ver todas as alternativas de alojamento em Amarante, pode também pesquisar diretamente no link abaixo.
Gastronomia e restaurantes onde comer bem
Posso dizer que nos dois dias em que visitei Amarante comi muitíssimo bem. Assim, entre os restaurantes de Amarante onde já tive oportunidade de fazer uma refeição, recomendo sem qualquer dúvida o Largo do Paço, para quem quer uma experiência exclusiva (comi lá há muitos anos, quando ao comando da cozinha estava o chef Vítor Matos); ou o Canto Redondo, que tem menus executivos durante a semana, ao almoço, a bom preço e esplanada com vista para o rio. Ficam ambos no interior do luxuoso hotel Casa da Calçada.
De resto, recomendo sem reservas a cozinha tradicional da Taberna do Miranda. É divinal – sem dúvida um dos melhores restaurantes de Amarante, para o meu gosto! Prove o arroz de feijão malandro com pataniscas, petinga ou panados; e termine com um leite creme dos deuses. Gostei tanto que comi lá duas vezes em dois dias. É um daqueles lugares bons e baratos que tem mesmo de visitar (se for jantar, vá cedo, porque a cozinha fecha às 21:30).
Na mesma rua, há outras opções igualmente recomendáveis onde acabei por não ir, como a Taberna Don Rodrigo e A Taberna. Ou ainda o Pobre Tolo, noutra zona da cidade, que também não conheci e, por isso, não tenho opinião formada (fica apenas a referência).
Quanto à doçaria, vá então à Confeitaria da Ponte provar os doces tradicionais de Amarante. Não muito longe fica a referida O Moinho – na minha opinião, o melhor lugar para tomar o pequeno-almoço ou lanchar em Amarante. Adoro o espaço. Nas montras das confeitarias da cidade vai com certeza reparar nos doces fálicos de Amarante, popularmente conhecidos como “caralhinhos” ou “quilhõezinhos de São Gonçalo”. Há-os para todos os gostos e de vários tamanhos.
Para beber um copo ao final da tarde ou noite, recomendaria sem reservas a esplanada do mítico Tílias mas, infelizmente, já não existe. Noutro registo, não deixe de conhecer o bar do Des Arts Hostel – a decoração é fabulosa.
Tenha em atenção que muitos restaurantes de Amarante fecham incrivelmente cedo – incluindo os da movimentada Rua 31 de Janeiro.
Seguro de viagem
A IATI Seguros tem um excelente seguro de viagem, que cobre COVID-19, não tem limite de idade e permite seguros multiviagem (incluindo viagens de longa duração) para qualquer destino do mundo. Para mim, são atualmente os melhores e mais completos seguros de viagem do mercado. Eu recomendo o IATI Estrela, que é o seguro que costumo fazer nas minhas viagens.
Outros destinos a visitar em Portugal
Se está a pensar visitar Amarante, talvez tenha interesse em saber um pouco mais sobre o que ver e fazer noutras aldeias, cidades e ilhas portuguesas.
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Parabéns pelo excelente roteiro para ficar com o melhor de Amarante! Acrescentaria as Termas , o campo de Golfe, o recém inaugurado Hotel Casa das Lérias e, para uma boa sandes de leitão, numa noite de verão, com vistas para o Tâmega, a Casa Herédio, junto ao Mosteiro de S. Gonçalo.
Quanto à observação “Tenha em atenção que muitos restaurantes de Amarante fecham incrivelmente cedo – incluindo os da movimentada Rua 31 de Janeiro”, na minha opinião ainda bem, pois felizmente o centro histórico é uma zona habitacional com residentes.
Sou Amarantina, e fiquei empolgadíssima com a descrição maravilhosa que fez da minha cidade! Se não morasse aqui, sem dúvida que a teria de visitar. Obrigada pelo seu testemunha. Seja bem-vindo.