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Quintandona, uma aldeia de xisto às portas de Penafiel

Por Filipe Morato Gomes
Pormenor de uma casa de xisto em Quintandona Penafiel
Pormenor de uma casa de xisto em Quintandona

Está a pensar visitar Quintandona? Pois bem, a escassa meia hora de viagem da cidade do Porto, existe um segredo mal guardado para os amantes das aldeias portuguesas. Quintandona, de seu nome, é uma aldeia de xisto em plena Rota do Românico, no concelho de Penafiel, recuperada com extremo bom gosto.

Quase todas as casas e muros são construídos em xisto, o que a torna única na região. Descobri-a numa escapadinha a partir do Porto, e essa experiência a visitar a aldeia de Quintandona que agora partilho. Até porque não falta o que ver e fazer no interior da aldeia. Vamos a isso.

A minha visita a Quintandona

A propósito de um trabalho sobre a não menos fabulosa Casa Valxisto – Country House, a Aldeia Preservada de Quintandona entrou no meu plano de escapadinhas invernais.

Cheguei sábado à tarde pronto para explorar a aldeia, mas o inverno não deu tréguas nem por um minuto. Chuva, frio e muito vento remeteram-me para o aconchego da Casa Valxisto durante toda a tarde e noite. Estava muito bem instalado – é certo -, mas cheguei a temer ficar retido na Valxisto sem sequer conseguir visitar Quintandona.

Belíssimo casario na aldeia preservada de Quintandona
Belíssimo casario na aldeia de Quintandona

Felizmente, o sol apareceu na manhã de domingo, ainda que timidamente, e o frio, o vento e a chuva amainaram o suficiente para uma incursão familiar à aldeia.

Caminhei pelas ruelas de Quintandona, sentei-me a desenhar com a minha filha, resmunguei por ser tão cedo e o Winebar Casa da Viúva estar fechado. Pareceu-me um espaço extraordinário, e um dos motivos porque eu tenho mesmo de voltar a Quintandona!

Aldeia de Quintandona
Passeando pelo centro da aldeia

Passei pelo pelourinho, pela capela centenária, por vários canastros – nome dado aos espigueiros nesta região -, pelo lavadouro público da aldeia, pelas ruelas empedradas, de pescoço curvado para apreciar as fachadas de xisto, feliz pela descoberta. Quintandona é mesmo um charme.

Rua de Quintandona
Rua de Quintandona

A revitalização de Quintandona é um caso de sucesso. Uma recuperação que devolveu vida à aldeia, muito por culpa de uma comunidade muito ativa que, ao que parece, faz milagres com poucos recursos.

Um exemplo é a Festa do Caldo, no terceiro fim de semana de setembro, que está quase a completar uma dezena de edições e sobre a qual nada sabia.

Exterior da Casa Valxisto, em Quintandona
Canastro (espigueiro) no exterior da Casa Valxisto

Foi então que me “caiu a ficha”: como é possível não ter visitado antes a aldeia de Quintandona? Conheço muito do meu país, mas está visto que tenho mesmo de investir ainda mais tempo a desbravar Portugal e o que me é próximo.

Casario na aldeia de Quintandona, Penafiel
Casario na aldeia preservada de Quintandona, concelho de Penafiel

Cheguei a casa tão entusiasmado com a aldeia que fiquei com vontade de regressar a Quintandona durante a Festa do Caldo. Tem mesmo a minha cara.

Nas minhas pesquisas cibernéticas – o entusiasmo dá nisto! -, encontrei também outra aldeia preservada na zona de Penafiel, chamada Cabroelo. Fica para uma próxima viagem! Porque uma coisa é certa: tenho mesmo de voltar para explorar com mais calma as Terras do Sousa.

Winebar Casa da Viúva
Desenhando o Winebar Casa da Viúva

A aldeia de Quintandona em imagens

Dicas para visitar Quintandona

Como chegar a Quintandona

A partir do Porto, deve seguir pela A4 até à saída 9 (as instruções oficiais referem a saída 10, eu testei ambas e prefiro sair antes); e seguir as indicações para Recarei (N15). Em Recarei, entre na N319, passe por Sobreira e pouco depois chegará à aldeia de Quintandona. No total, são menos de 35Km (30 minutos de viagem).

Caso não tenha carro, pode também ir de comboio. Para isso, na estação de Porto – São Bento apanhe um comboio em direção a Penafiel e saia em Recarei / Sobreiro. Depois são cerca de 4 km até à aldeia, que pode fazer de táxi.

Restaurantes em Quintandona

Para refeições do tipo tapas, existe o já referido Winebar Casa da Viúva, bem no coração da aldeia. Funciona durante a semana a partir das 15:00 e ao fim de semana a partir das 13:00 – encerra à segunda-feira. Para uma refeição completa e de grande qualidade, sugiro a gastronomia do turismo rural Casa Valxisto (marcação obrigatória).

Onde ficar

A aldeia é pequena mas, mesmo assim, há um par de alojamentos caso queira pernoitar por lá (e não pegar no carro após a Festa do Caldo, por exemplo). Recomendo sem reservas a Casa Valxisto, um espaço extraordinário que conheço bem. Mas há também a Vizinha da Viúva, uma pequena casa onde nunca dormi mas da qual tenho boas referências.

Se já não conseguir lugar na aldeia, o Solar Egas Moniz e a Quinta da Fonte Arcada são outras opções de excelência a meia dúzia de quilómetros de distância. Se viajar com um grupo de amigos, considere alugar uma casa de turismo rural como a Olival House.

Por fim, para quem vem de longe e prefere dormir no Porto, e uma vez que Quintandona dá um passeio bate-volta perfeito a partir da cidade Invicta, veja onde ficar no Porto (sugestão de bairros e hotéis).

Procurar hotéis em Quintandona

Seguro de viagem

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Outros destinos a visitar em Portugal

Se está a pensar visitar Quintandona, talvez tenha interesse em saber um pouco mais sobre o que ver e fazer noutras aldeias, cidades e ilhas portuguesas.

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Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.

8 comentários em “Quintandona, uma aldeia de xisto às portas de Penafiel”

  1. Olá Filipe:
    Está a fazer dois anos que estive em Quintandona. Na altura quis muito conhecê-la porque me pareceu um projeto interessante em termos de requalificação. Mas quando regressei, vim com uma perspectiva totalmente diferente. O que recordo da aldeia de Quintandona é a disponibilidade da Catarina Mesquita para abdicar de horas do seu feriado e percorrer comigo as ruas e contar-me histórias; a simpatia do Hélder e da Ana Oliveira que me abriram as portas da Casa Valxisto e me convidaram a partilhar uma refeição; a boa disposição do Paulo Sousa e o ambiente fantástico que se vive no Wine Bar.
    Acabei também de ler o teu artigo sobre ser blogger de viagens nos dias de hoje. Para mim, é cada vez mais isto: partilhar experiências autênticas e reais, conhecer pessoas e ouvir o que têm para me contar.
    Obrigada por mais este texto e boas viagens.

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    • Tenho de voltar a Quintandona um destes dias, e conhecer o winebar é um bom pretexto. :)
      Quanto ao resto, é o que eu digo sempre: escrever sobre viagens é “contar histórias”.
      Beijinhos e boas viagens

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  2. A partir do Porto para quem não quiser ir pela auto estrada pode ir pela estrada nacional 108 e seguir em direcção a Entre-os-Rios, a viagem é sempre junto ao rio douro, depois pode escolher, em Branzelo a seguir à barragem de Crestuma vira à esquerda para Recarei e passa pela Senhora do Salto, ou segue até Entre-os-Rios entra na estrada nº 106 em direção a Penafiel e em São Vicente (termas), vira à esquerda para Recarei.

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    • Boa sugestão, Hugo. Obrigado.

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  3. Desconhecia totalmente mas parece-me uma boa aposta para um fim-de-semana agora em Março! :)

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  4. Lindo, lindo, lindo.

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  5. Completamente rendida à bonita aldeia da Quintadona. Assim que me seja possível quero visitá-la. Realmente existem sítios lindíssimos no nosso país. Obrigada pela dica.

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  6. Olá. Sou do Brasil e o fim do mês vou visitar Porto. Tenho o desejo de conhecer Penafiel. Qual a melhor forma de chegar? Carro, ônibus, comboio? Consigo conhecer tudo em 1 dia.

    Obrigado.

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