Está a pensar visitar Pitões das Júnias, no concelho de Montelegre, e procura saber o que ver e fazer na aldeia? Pois bem, para mim é a mais bela aldeia do Gerês e, a par com Castro Laboreiro e o Soajo, é dos meus locais preferidos no Parque Nacional da Peneda-Gerês. Mas, haverá muito o que ver e fazer em Pitões das Júnias? É disso que trata este artigo.
Na verdade, do novíssimo Centro Interpretativo do Lobo Ibérico ao Ecomuseu do Barroso, passando pelo Mosteiro de Santa Maria das Júnias, a Cascata de Pitões das Júnias e os percursos pedestres das redondezas, atrativos é coisa que não falta nas Terras de Barroso do Gerês transmontano. Isto para além da própria aldeia, que por si só já valeria a viagem. Mesmo sem neve, altura em que a paisagem fica ainda mais avassaladora.
Inserida num dos ambientes rurais mais bucólicos e pitorescos do Parque Nacional da Peneda-Gerês, no Planalto de Mourela a quase 1.200 metros de altitude, Pitões das Júnias é uma das mais altas aldeias de Portugal, e um povoado orgulhosamente transmontano. Tem um caráter forte e uma identidade bem vincada – sendo para mim, também, e sem qualquer dúvida, uma das aldeias mais bonitas de Portugal.
Eis, pois, sugestões sobre o que ver e fazer em Pitões das Júnias e onde comer bem numa escapadinha de fim de semana, com referência às principais atrações, museus e passeios, e ainda a bons restaurantes para aconchegar o estômago. Depois de chegar a Pitões das Júnias, o que visitar? É disso que trata este artigo, numa espécie de guia completo onde se enumeram os muitos motivos para visitar Pitões das Júnias. Vamos a isso.
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O que visitar em Pitões das Júnias
- 1.1 Explorar a aldeia
- 1.2 Visitar o Centro Interpretativo do Lobo Ibérico (CILI)
- 1.3 Polo do Ecomuseu do Barroso
- 1.4 Ver as ruínas do Mosteiro de Santa Maria das Júnias…
- 1.5 … e visitar a igreja do mosteiro
- 1.6 Apreciar a Cascata de Pitões das Júnias
- 1.7 Fazer o Trilho de Pitões das Júnias
- 1.8 Fazer o percurso Trilho do Pastoreio (PR11 MTG)
- 1.9 Comprar fumeiro
- 1.10 Conhecer o artesanato d’A Sapateira
- 1.11 Noitada na Taberna Celta
- 1.12 Outras coisas a fazer em Pitões das Júnias
- 2 Pitões das Júnias: mapa com os principais pontos de interesse
- 3 Dicas para visitar Pitões das Júnias
O que visitar em Pitões das Júnias
Explorar a aldeia
Tal como em boa parte dos destinos – seja em ambiente urbano ou numa aldeia do interior de Portugal! -, nada melhor do que vaguear pelas ruas de Pitões das Júnias para conhecer os seus recantos e encontrar os seus simpaticíssimos habitantes.
Vaguear pelas ruas da aldeia de lés-a-lés. Deixar-se ficar à conversa no Largo do Adro. Tomar um café no Rato do Eiró ou entrar na Taberna Celta. Caminhar até ao cemitério e fazer o chamado Trilho de Pitões da Júnias (já lá vamos!). Ir à padaria e conversar com a Gracinda. Comprar fumeiro em casa da Dona Ana Moura ou do José Raposo (mais conhecido por Raposinho). Espreitar as peças de artesanato d’A Sapateira. Espreitar os vários pontos, ainda que simples e modestos, do Ecomuseu do Barroso presentes em Pitões das Júnias.
No fundo, viver a aldeia e fazer parte da comunidade, nem que seja por um fim de semana. Embrenhar-se na identidade de Trás-os-Montes e deixar-se contagiar pela energia do povo pitonense. Porque é uma aldeia verdadeiramente especial.
Certo é que, deambulando pela aldeia vai acabar por passar junto aos diferentes espaços do Ecomuseu do Barroso e, claro, do novo Centro Interpretativo do Lobo Ibérico de Pitões das Júnias. É para lá que vamos agora!
Visitar o Centro Interpretativo do Lobo Ibérico (CILI)
Por uma enorme coincidência, estava a visitar Pitões das Júnias quando ocorreu a inauguração do Centro Interpretativo do Lobo Ibérico. Nessa ocasião, Fátima Fernandes, Presidente da Câmara Municipal de Montalegre, referiu: “É importante que haja respeito por esta figura do lobo, que já foi de alguma forma sacralizada há muitos anos, ao mesmo tempo que é necessária uma maior proteção do pastoreio. Esta é assim uma forma de valorização e respeito pela espécie, mas também uma forma de valorizar o nosso território.”
E esse é um dos grandes objetivos do Centro Interpretativo do Lobo Ibérico, tendo como pano de fundo uma coabitação homem-lobo tão pacífica e desprovida de incidentes quanto possível. Fica a dica para uma visita ao novíssimo espaço público de Pitões das Júnias.
Polo do Ecomuseu do Barroso
O Ecomuseu do Barroso tem um pólo em Pitões das Júnias, situado na chamada Corte do Boi do Povo. O espólio aborda as temáticas do Boi do Povo, o animal, pertença da comunidade, que cobria todas as vacas da aldeia; o pastoreio em regime extensivo, a vezeira e a tecelagem; os abrigos de pastores e a agricultura de Montanha; e ainda o património etnográfico, o fumeiro e afins. É um lugar simples mas que vale a pena visitar. Não perde nada.
A Corte do Boi está aberta todos os dias (exceto segunda-feira), das 10:00 às 13:00 e das 14:30 às 17:30, durante os meses de junho a setembro. No resto do ano, abre apenas aos sábados, domingos e feriados. Para visitas durante a semana terá de se fazer marcação junto da Junta de Freguesia.
Ver as ruínas do Mosteiro de Santa Maria das Júnias…
O Mosteiro de Santa Maria das Júnias é um mosteiro cisterciense em ruínas, de que subsiste a igreja, localizado nos arredores da aldeia de Pitões das Júnias. Reza a história que o mosteiro “remonta a um antigo eremitério pré-românico, fundado no século IX, cuja implantação obedeceu a critérios de isolamento”.
O edifício “encontra-se num vale estreito, de difícil acesso e longe dos caminhos e de lugares habitados, inscrito num grandioso fundo paisagístico”. E, ao que consta, “a implantação do mosteiro a uma cota tão elevada, de plena montanha, arredado de bons terrenos agrícolas testemunha o interesse pela pastorícia”.
Não há dúvida de que a envolvente é arrebatadora, o sítio mágico e imperdível. Até porque o caminho para lá é muito bonito (já lá vamos!). Para o visitante, aliás, é sem qualquer dúvida um dos lugares mais icónicos de Pitões das Júnias. A visitar, portanto!
… e visitar a igreja do mosteiro
Tendo oportunidade, não deixe de conhecer o interior da igreja do Mosteiro de Santa Maria das Júnias. O edifício encontra-se em muito melhor estado do que o resto do mosteiro, sendo por isso mesmo visitável. Nas palavras do SIPA, a igreja é “composta por uma nave poligonal, românica e capela-mor, gótica”, sendo o “interior com púlpito no lado do Evangelho, dois retábulos colaterais e retábulo-mor barroco, de estilo nacional de transição”.
Ora, não sendo eu entendido nestas questões de terminologia patrimonial, a verdade é que o templo, dominado pelos tons do granito, parece austero e belo ao mesmo tempo, transmitindo uma energia de certa forma intensa. Vale muito a pena conhecer!
A igreja está normalmente fechada ao público, sendo apenas aberta esporadicamente para visitas de grupos. Mas vale a pena indagar junto da Junta de Freguesia de Pitões das Júnias sobre a possibilidade de a visitar. Pode ser que tenha sorte e alguém a possa abrir para si.
Apreciar a Cascata de Pitões das Júnias
Imperdível é também a Cascata de Pitões das Júnias. Fica em pleno Parque Nacional Peneda-Gêres, tem cerca de 30 metros e é alimentada pelas águas do Ribeiro de Pitões, que passa também junto ao Mosteiro de Santa Maria das Júnias.
Pala lá chegar, tanto pode ir de carro até um pequeno local para estacionamento, como fazer uma caminhada belíssima a partir da aldeia (ver já a seguir a secção “Fazer o Trilho de Pitões das Júnias”), em que passará por campos agrícolas e muitas árvores, tendo como pano de fundo os afloramentos graníticos das montanhas.
Seja qual for a forma de locomoção, obterá as melhores vistas para a cascata se descer os passadiços de madeira que dão acesso ao chamado Miradouro da Cascata de Pitões das Júnias e, de lá, apreciar o belíssimo enquadramento paisagístico. Fica a sugestão.
Fazer o Trilho de Pitões das Júnias
As três sugestões anteriores (as ruínas do Mosteiro de Santa Maria das Júnias e respetiva igreja, e ainda a cascata) podem ser alcançadas a pé, num trilho belíssimo, circular e de curta duração chamado simplesmente de Trilho de Pitões das Júnias.
Trata-se de uma Pequena Rota com menos de 4,5km e localizada no Parque Nacional da Peneda-Gerês, que tem como principal ponto de interesse, precisamente, o Mosteiro de Santa Maria das Júnias. Mas o percurso pedestre tem “como pano de fundo o relevo do Gerês, o planalto da Mourela e o extenso vale do ribeiro do Beredo”, e permite conhecer “muitos outros aspetos da relação das populações com o meio”. As palavras, acertadas, são da natural.pt, que realça a possibilidade de se observar “a utilização dos terrenos para fins agrícolas ou para pastagens, o aproveitamento da água e do granito”. Tudo isto, num trilho com “paisagens de grande beleza e de elevado valor paisagístico”.
E está tudo corretíssimo. Falta apenas referir que o trilho passa ainda junto à Cascata de Pitões das Júnias, um local belíssimo não muito longe do mosteiro. Tudo somado, é um passeio maravilhoso, e seguramente uma das coisas obrigatórias a incluir na lista com o que fazer em Pitões das Júnias. Pode confiar.
Fazer o percurso Trilho do Pastoreio (PR11 MTG)
Para quem gostar de caminhadas e estiver em boa forma física, o chamado Trilho do Pastoreio pode muito bem ser uma atividade imprescindível na lista com o que fazer em Pitões das Júnias. Trata-se de um percurso pedestre circular, com início e término no painel informativo localizado no Largo do Eiró, centro da aldeia, com quase 15,5km e grau de dificuldade médio-alto.
O trilho “desenvolve-se entre o Planalto da Mourela e os penedos agrestes da serra do Gerês”, seguindo quase sempre ao longo de caminhos tradicionais, com grande parte do seu traçado assente em caminhos de pé-posto, com piso irregular, o que lhe confere alguma dificuldade. Mas é muito, muito bonito.
Ao longo do percurso é possível percorrer a aldeia, visitar o Centro Interpretativo do Planalto da Mourela, o Mosteiro de Santa Maria das Júnias, o Miradouro da Cascata, as Caldeiras de Pereira, o Fojo do Lobo, as Choupanas dos pastores e a aldeia de São Vicente do Gerês, referenciada nas Inquisições Afonsinas em 1258 (Juriz). Para além destes pontos de interesse, ao longo do percurso, em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), deparamo-nos com uma paisagem estonteante originada pelos magistrais picos da serra e os carvalhais seculares engalanados pelos líquenes e musgos verdejantes correspondente ao percurso escolhido. Este percurso está sinalizado nos dois sentidos, podendo ser realizado com três distâncias diferentes: 15,5km, 9km e 8 Km, todos eles com início e término no largo da aldeia, utilizando para isso a variante PR11.1.
in site oficial da Câmara Municipal de Montalegre
É, sem qualquer dúvida, uma das melhores coisas para fazer em Pitões das JMúnias. Especialmente para quem gosta de caminhar e estar em contacto com o meio rural.
Não faça o trilho sozinho, leve água e snacks, e equipamento e calçado adequados. Sendo um percurso de montanha, com relevo acidentado e piso irregular, tenha em atenção que só deve fazer a caminhada caso esteja preparado fisicamente.
Comprar fumeiro
Se há coisa porque a região de Montalegre é conhecida, o fumeiro está seguramente no topo da lista. Já toda a gente ouviu falar da Feira do Fumeiro de Montalegre, mas não é preciso esperar por esse fim de semana específico para comprar e degustar o maravilhoso fumeiro daquela região transmontana.
Assim, quando visitar Pitões das Júnias, indague sobre quem poderá ter fumeiro para vender. Fale com os habitantes da aldeia e procure a Dona Ana Moura, o senhor Raposinho ou qualquer outro produtor em pequena escala (e não industrial!). Com isso, estará a levar um pitéu para casa a ajudar a economia local.
Conhecer o artesanato d’A Sapateira
Goste-se ou não do tipo de artesanato criado por Alcina Leite (irmã da Gracinda, da padaria), a verdade é que a iniciativa de manter um projeto do género numa aldeia ultra-periférica como Pitões das Júnias merece total apoio. Entre pintura na pedra, madeira, telas e artigos para decoração, de tudo um pouco se encontra na pequena loja / show room instalada na casa de Alcina. Fica no coração da aldeia, junto ao Ecomuseu do Barroso. Passe por lá.
Noitada na Taberna Celta
A Taberna Celta é um clássico. Um daqueles lugares que ajudaram a colocar um destino no mapa. Ainda que tenha mudado de gerência recentemente, faz parte da história recente de Pitões das Júnias, contribuindo para dar vida à aldeia como ponto de encontro e convício, aproximando habitantes e forasteiros. E isto não apenas durante o Entrudo ou as férias de verão, mas sim durante todo o ano. É um daqueles lugares que tem mesmo de visitar em Pitões das Júnias.
Outras coisas a fazer em Pitões das Júnias
Como é evidente, esta não é uma lista exaustiva com o que fazer em Guimarães. Até porque, como disse, a cidade está em acentuada mudança e a todo o momento podem aparecer novos projetos interessantes e atrações turísticas a recomendar. Dito isto, além das atrações referenciadas no artigo (e no mapa), eis outras coisas que pode fazer numa viagem a Guimarães. Vai gostar.
- Visitar a Igreja Matriz de São Rosendo. Eu não consegui ver a igreja aberta, mas fica no coração da aldeia de Pitões das Júnias.
- Procurar os vestígios da Aldeia Velha do Juriz.
- Visitar Vilarinho de Negrões.
- E, naturalmente, aproveitar a estadia na região para visitar Montalegre, a sede do concelho.
Pitões das Júnias: mapa com os principais pontos de interesse
No mapa acima, encontra a localização exata de todos os lugares referenciados no artigo, incluindo a cascata, os trilhos, os restaurantes e principais atrações. Como vê, apesar de ser uma aldeia pequena, não falta o que ver e fazer em Pitões das Júnias. A visitar, portanto!
Dicas para visitar Pitões das Júnias
Como chegar
Pitões das Júnias fica no concelho de Montalegre, no extremo norte de Portugal. Infelizmente, não há forma expedita de chegar a Pitões das Júnias em transportes coletivos, pelo que é mesmo imprescindível ter carro próprio. Se necessário, pode simular os preços dos carros de aluguer no link abaixo.
Calcular preço do aluguer de um carro
O que vestir
É importante saber que o clima em Pitões das Júnias pode ser muito agreste, especialmente nos meses de inverno. É por isso aconselhável vestir por camadas, viajar preparado para o frio e levar um impermeável por precaução. E, mesmo no verão, caso pretenda fazer algum dos trilhos pedestres, talvez não seja má ideia levar botas de trekking com boa aderência. Tena em atenção que o gelo pode ser um problema, mesmo em locais teoricamente fáceis como os passadiços de acesso à cascata de Pitões das Júnias. Falo por experiência!
Eventos em Pitões das Júnias
Com especial ênfase no Carnaval e na Festa do Fumeiro, que decorre na cidade de Montalegre mas impacta a vida de todos em Pitões das Júnias, há uma série de eventos a que vale a pena estar atento. A saber:
- Entrudo;
- Festival do Centeio de Pitões das Júnias;
- Feira do Fumeiro de Montalegre;
- Fiadeiros de Contos.
Onde ficar em Pitões das Júnias
Com cerca de 80 camas em alojamento local, não falta atualmente onde ficar a dormir em Pitões das Júnias. Comece por espreitar a excelente Pitões NatureHouse, uma casa de férias com três quartos junto ao restaurante Casa do Preto. É, seguramente, um dos melhores alojamentos locais de Pitões das Júnias. Alternativamente, considere a Casa do Palheiro, igualmente com três quartos (fica perto da padaria) ou ainda o Cantinho Ti Carlos, uma casa com cinco quartos ideal para grupos de amigos.
Igualmente recomendável é a muito popular Casa D’Campo Ferreira, mas pode procurar outras opções de alojamento em Pitões das Júnias usando o link abaixo. Note que em épocas festivas, como o fim de ano ou o Carnaval, é aconselhável reservar com bastante antecedência.
Procurar hotéis em Pitões das Júnias
Gastronomia e onde comer
Vá preparado que, tal como em toda a zona de Trás-os-Montes, também em Pitões das Júnias se come muita (demasiada?) carne. Conte com cozido, feijoada à transmontana, posta e enchidos em todas as refeições, sendo que a alternativa disponível é quase sempre bacalhau.
Quanto a locais onde comer, há atualmente três restaurantes em Pitões das Júnias. São todos bastante bons e com menus semelhantes, mas eu tenho naturalmente as minhas preferências. Assim, entre os três, aquele de que menos gostei foi o mais famoso Casa do Preto. Fiquei muito mais agradado com a comida do Dom Pedro e do mais recente Taberna do Caskais, um lugar muito acolhedor gerido pelo casal Cátia e António Cascais.
Por fim, referência para o excelente pão da Padaria de Pitões, o melhor local onde tomar o pequeno-almoço na aldeia de Pitões das Júnias. Fica a dica.
Seguro de viagem
A IATI Seguros tem um excelente seguro de viagem, que cobre COVID-19, não tem limite de idade e permite seguros multiviagem (incluindo viagens de longa duração) para qualquer destino do mundo. Para mim, são atualmente os melhores e mais completos seguros de viagem do mercado. Eu recomendo o IATI Estrela, que é o seguro que costumo fazer nas minhas viagens.