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Roteiro de 24 horas em Lisboa

Por Filipa Chatillon | Viagens Europa Lisboa Portugal Roteiros
Atualizado em 25.12.2022 | Tempo de leitura: 8 minutos

Telhados de Alfama, Lisboa
Telhados de Alfama, Lisboa – @iStock.com

Apesar de Lisboa ser uma capital de dimensão relativamente reduzida, este roteiro de um dia em Lisboa não pretende ser um top de atrações turísticas nem responder à eterna questão sobre “o que fazer em Lisboa”. É, ao invés, uma visão pessoal sobre o que poderá ser um dia bem passado na cidade, especialmente para quem pretende visitar Lisboa pela primeira vez ou deixar-se guiar na descoberta da cidade. É por isso mesmo uma viagem feita de escolhas, porque 24 horas é pouco tempo para conhecer Lisboa.

As primeiras 24 horas em Lisboa

Manhã

Permita-se acordar naturalmente. Acredite, vai agradecer-me mais tarde.

Comece entre o Bairro Alto e o Príncipe Real, debruçado no Miradouro de São Pedro de Alcântara. Aprecie a vista do rio, do castelo e dos telhados da colina em frente e sinta o sol da manhã na cara.

Diga bom dia ao velhote que passeia o seu cão. Se ainda não comeu, tome o pequeno-almoço no quiosque. Se comeu, beba um café.

Visitar Lisboa: Calçada da Glória
Visitar Lisboa: Calçada da Glória, entre os Restauradores e o Jardim de São Pedro de Alcântara – @Filipe Morato Gomes

Desça a Calçada da Glória a pé, ou no elevador, e aprecie os painéis com graffitis à sua esquerda. Nos Restauradores, apanhe o metro e saia no Marquês de Pombal. Suba o Parque Eduardo VII. Repare na fonte que está no topo. É uma homenagem ao 25 de abril, feita por um escultor português famoso (João Cutileiro). Sim, parece um pénis.

Atravesse a rua e entre no Jardim Amália Rodrigues. Circunde-o até avistar uma ponte de madeira. O Corredor Verde de Monsanto começa aqui e leva-o até ao Parque Florestal de Monsanto, os “pulmões” da cidade de Lisboa.

Caminhe dois quilómetros. Rebole nos relvados, admire as manobras dos skateboarders, aprecie a arte urbana e repare nas pequenas hortas. Amaldiçoe os hotéis horríveis à sua direita e maravilhe-se com a imponência do Aqueduto das Águas Livres à sua esquerda (que pode visitar).

Visitar Lisboa: Aqueduto das Águas Livres, Lisboa
Aqueduto das Águas Livres, Lisboa – @iStock.com

Não desista quando chegar à ponte que parece uma autoestrada – está no caminho certo. Atravesse-a e passe por baixo do viaduto, seguindo o caminho marcado. A mancha de verde que é Monsanto vai aparecer à sua frente. Relaxe um pouco e regresse seguindo o mesmo caminho, de volta ao metro. Ou então passe o resto do dia em Monsanto… não faltam coisas para fazer.

Hora de Almoço

No metro, saia na Baixa/Chiado para a Rua do Crucifixo. O Oito Dezoito está na esquina com a Rua de São Nicolau. Almoce dois pratos de cozinha tradicional de autor por 10€. Vai-lhe apetecer uma sesta, mas saia para beber uma bica em vez disso.

Na Pérola do Rossio fazem a sua própria mistura de café e moem-na na hora. Por cinquenta cêntimos pode beber-se um shot de cafeína bem aromático. Compre um pacote de uma das misturas da casa, moída a pedido para o tipo de máquina que tenha.

Passe pelos turistas avermelhados amontoados na esplanada da Casa Suíça. Parece que estão a fazer fotossíntese. Vire na segunda à direita e não beba a ginginha d’A Ginginha – vai encontrar melhor mais à frente. Espreite o interior da Igreja de São Domingos: repare nas cores das colunas de mármore e no altar preto, queimado. É lindo, e mórbido. Mas eu acho todas as igrejas um pouco mórbidas.

Viajar Lisboa: Largo da Severa, Mouraria
Largo da Severa, bairro da Mouraria – @Filipe Morato Gomes

Continue pela rua à sua esquerda até chegar ao Martim Moniz. Veja se há alguma exposição na praça e pense em voltar e almoçar num dos muitos quiosques, noutra altura. Não ceda à vontade de se estender nas espreguiçadeiras em frente à fonte, atravesse a estrada e vire à esquerda depois da Igreja da Sra. da Saúde. Está no bairro da Mouraria.

Vire à direita quando vir a estátua da Guitarra Portuguesa e siga em frente até ver, do lado direito, uma porta com o letreiro “Amigos da Severa”. Viu? Eu disse que havia um sitio melhor para a ginginha. Converse com o Sr. António e tente perceber se ele estará bêbado ou não. Não vai chegar a nenhuma conclusão. Felicite-o pelos 35 anos que leva a trabalhar aqui, beba mais uma, ou duas, e siga caminho, ligeiramente “tocado”.

Tarde

No cimo da rua está o Largo da Severa. Reza a lenda que é o sítio onde nasceu a primeira cantora de Fado famosa. A sua casa é agora um restaurante e casa de fado.

Deambule pelo bairro até chegar à Rua de São Lourenço (dica: vá virando sempre à direita). Sim, é confuso e provavelmente vai-se perder, mas isso faz parte do passeio. Inspecione os edifícios com azulejos verdes, azuis e vermelhos, acene aos velhotes com boinas, à freira que passa, às mulheres com saris. Descanse num dos bancos das pequenas praças que vão aparecendo.

Visitar Lisboa: Bairro da Mouraria
Projeto fotográfico de Camilla Watson, no bairro da Mouraria – @Filipa Chatillon

No fim da Rua de São Lourenço chega ao Largo dos Trigueiros. Há uma fonte no meio e grinaldas coloridas. A árvore poderá estar decorada de alguma maneira. Poderá encontrar senhoras idosas a fazer tricot e a conversar, sentadas no banco, ou homens negros a ouvir música cabo-verdiana, ou jovens a fumar uma ganza, ou então ter o largo só para si. As fotografias nas paredes das redondezas fazem parte de um projeto da Camilla Watson. Representam a vida e as pessoas do bairro. Quer saber mais? O estúdio é já aqui.

Continue em frente. Vai passar por mais ruas estreitas, prédios antigos e chegar ao Largo de São Cristóvão, com a igreja homónima. Se lhe apetecer, desvie-se para as ruas secundárias para sentir a vida do bairro. Cumprimente as senhoras que estão à janela e espreite as drogarias antigas que ainda se encontram por aqui.

Subindo pela Calçada do Marquês de Tancos já está na encosta do Castelo. Provavelmente já o tinha percebido, por causa da inclinação da rua. Descanse um pouco na esplanada do Chapitô, a beber uma imperial. Este conjunto de edifícios brancos, vermelhos e amarelos rodeia um pátio lindíssimo com mesas e cadeiras diferentes, um pequeno jardim de ervas aromáticas, uma tenda e uma das melhores vistas sobre Lisboa e o Rio Tejo. Tudo isto pertence a um projeto que inclui, no mesmo espaço, uma escola de circo e artes performativas, uma casa para jovens desfavorecidos que frequentem a escola, palcos para ensaios e espetáculos, um restaurante e um bar.

Rua de Alfama, Lisboa
Ruelas de Alfama, um dos bairros mais tradicionais de Lisboa – @iStock.com

Continuando pela mesma rua, um pouco mais acima está um painel de azulejos brancos e azuis a representar Santo António, um dos santos padroeiros de Lisboa. Eu acho-o piroso, mas muita gente parece apreciá-lo. Para a esquerda, no cimo da colina, está a entrada para o Castelo de São Jorge, mas vai seguir em frente. Ouve-se Fado no ar.

Quando chegar ao Miradouro de Santa Luzia vai ter de decidir se se quer manter por aqui e ir explorar Alfama, que está aos seus pés, ou se já teve a sua dose de bairros históricos. Não consegue decidir? Ok, faça as duas coisas: apanhe o elétrico 28, na direção do Martim Moniz, e irá atravessar Alfama rapidamente, a caminho do próximo destino. Aproveite a viagem.

Fim de Tarde

Apanhe o elétrico 15, na Praça da Figueira. Vai atravessar a baixa e dirigir-se para fora do centro, na direção de Alcântara. Peça ao condutor para lhe indicar a paragem mais próxima da LX Factory, um complexo industrial antigo que esteve abandonado durante décadas. Reabriu em 2007 e estabeleceu-se como uma “ilha criativa” de Lisboa.

Na Lx Factory, em edifícios onde as paredes estão decoradas com arte urbana, podem encontrar-se lojas, escritórios de arquitetura e design, espaços de coworking, produtores de artes visuais, galerias, cafés, restaurantes, bares e estão espaços novos a abrir constantemente.

Coma uma fatia de bolo de chocolate na Landeau e perca a noção do tempo na Ler Devagar, uma livraria incrível revestida de livros do chão ao teto, com a altura de dois andares. São mais de 150.000 livros, novos e usados, num espaço que vale a pena visitar só por si.

Noite

Como vê, não faltam coisas para fazer em Lisboa. Para a noite, sugiro-lhe duas opções:

  1. Fique pela Lx Factory. Jante num dos restaurantes e veja se há alguma festa num dos armazéns.
  2. Volte de elétrico para o Cais do Sodré. Pode jantar no acolhedor Café Tati, onde a ementa, de inspiração internacional, varia todos os dias. Às quartas-feiras têm concertos de Jazz (aos domingos à tarde também). Para petiscos portugueses e Fado, com decoração minimalista, opte pel’ O Povo.
Pensão Amor
Pensão Amor, no Cais do Sodré – @Pensão do Amor

A Rua Nova do Carvalho, mais conhecida por “Rua Rosa” (quando lá chegar percebe porquê), é tudo o que precisa para o resto da noite. Beba um cocktail na Pensão Amor, mas saia antes de chegarem as multidões.

Dance ao som dos anos 70, 80 e 90 no Jamaica ou no Tokyo até por volta das 3. Daí siga para o Musicbox para uma boa dose de música eletrónica (ou vá mais cedo se souber de algum concerto em particular que queira ver). Se ainda tiver energia, no Europa e no Copenhaga os after-hours começam às 6.

Madrugada/Manhã do dia seguinte

Não pode ir para casa sem ensopar o álcool que consumiu. Passe na Casa Cid e coma uma bifana, uns rissóis, umas moelas ou mesmo um cozido à Portuguesa.

Sim, o restaurante tem um aspeto manhoso e é possível que tenha gente com ar estranho a vir-lhe pedir comida (tenha cuidado com a carteira), mas é um clássico. Abriu em 1913, quando servia os marinheiros e prostitutas que deambulavam por estas ruas e é o único lugar onde pode comer destas coisas até às dez da manhã.

Vá dormir.

Veja onde ficar em Lisboa.

Mapa: roteiro de um dia em Lisboa

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Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 52 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Mais recentemente, abracei um novo desafio chamado Rostos da Aldeia, onde se contam histórias positivas sobre as aldeias de Portugal e quem nelas habita.

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